Paredes
Nota: Para outros significados, veja Paredes (desambiguação).
Paredes, estação do caminho de ferro. 1930 | |
Gentílico | Paredense |
Área | 156,76 km² |
População | 86 854 hab. (2011) |
Densidade populacional | 554,1 hab./km² |
N.º de freguesias | 18 |
Presidente da câmara municipal | André José dos Reis Duarte Serra (PS) |
Fundação do município (ou foral) | 1836 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Área Metropolitana do Porto |
Distrito | Porto |
Província | Douro Litoral |
Orago | Divino Salvador |
Feriado municipal | Segunda-feira após o 3º Domingo de Julho - Divino Salvador |
Código postal | 4580-130 Paredes |
Sítio oficial | www.cm-paredes.pt |
Municípios de Portugal |
Paredes é um concelho da região norte de Portugal, que em 2013 passou a integrar a Área Metropolitana do Porto. Em 2011 residiam no concelho 86.854 pessoas, e é um dos concelhos mais jovens do país. A sede do concelho é a cidade de Paredes.
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
O actual concelho de Paredes assenta no antigo concelho de Aguiar de Sousa, que data dos primórdios da Monarquia. O concelho de Aguiar de Sousa surgiu num pacto de povoamento de Vale do Sousa, tendo sido criado pelos meados do século XII. De facto, consta nas inquirições de 1258 mandadas fazer por D. Afonso III, conforme consta no fascículo II, Vol.I, do Corpus Codicum Latinorum. Aqui são referidas, também, algumas das actuais freguesias do concelho de Paredes, pertencentes ao então julgado de Aguiar de Sousa: Estremir, Crestelo, Vilela, Bendoma, Ceti, Gondalães, Veiri e Gandera. Aguiar de Sousa recebeu foral em 1269, confirmado em 1411 por D. João I e reiterado por D. Manuel I em 1513. Sensivelmente na mesma altura, Baltar recebia também a categoria de concelho. Baltar foi elevada a categoria de vila, passando assim a ter enormes direitos, só comparáveis às maiores povoações do reino. D. João V, a 6 de Março de 1723, confirmou esses privilégios.
Desde o Século XVI que Paredes se tornou na capital do concelho de Aguiar de Sousa, assumindo deste modo uma posição de destaque em relação à povoação de Aguiar de Sousa. Toda a importância então adquirida vai permitir a formação do concelho de Paredes quando da reorganização da divisão administrativa promovida por Passos Manuel, em 1836, em que foram extintos 498 concelhos, entre os quais constavam os de Baltar, Louredo e Sobrosa e criado o Concelho de Paredes. Este não manteve as 48 freguesias do extinto Concelho de Aguiar de Sousa, pois 25 foram distribuídas pelos Concelhos de Gondomar, Lousada, Valongo e Paços de Ferreira, ficando o Concelho de Paredes constituído por 23 das 24 freguesias atuais. Pois, em 1855, criou-se a freguesia de Recarei, a partir de vários lugares da freguesia da Sobreira.
Com esta configuração, Paredes passou a vila em 7 de Fevereiro de 1844, data do Alvará Régio de D. Maria II que elevava Paredes a essa categoria, com os correspondentes direitos e deveres por "a mesma povoação possuir os necessários elementos para sustentar com dignidade a categoria de vila".
O concelho de Paredes possui uma grande tradição na indústria do mobiliário, assegurando cerca de 30% da produção de mobiliário nacional.[1] Esta tradição de transformação da madeira começou em meados do século XIX, muito associada ao facto de existir uma floresta com diferentes espécies que forneciam a matéria-prima para o desenvolvimento desta atividade. É graças a isto que foram surgindo no século XIX os engenhos hidráulicos de serração, instalando-se ao longo dos cursos de água, um pouco por todo o concelho, ajudando desta forma na transformação dos toros de madeira em tábuas. Sendo no século XX que começam a desaparecer, dando lugar às serrações com caldeiras a vapor e posteriormente com o aparecimento da energia elétrica começam a surgir várias serrações por todo o concelho, sobretudo a norte.
A partir daqui a marcenaria assume-se cada vez mais como uma atividade predominante, passando de geração em geração. Uma das caraterísticas principais desta indústria é o facto de ser familiar, visto que todos trabalhavam nas pequenas oficinas que normalmente se localizavam no rés-do-chão das habitações. Os homens trabalhavam na oficina e as mulheres ajudavam na distribuição dos trabalhos pelos clientes. Desta realidade resultou a figura da carreteira/cadeireira que carregava à cabeça e às costas e a pé as peças de mobiliário para a estação de caminho-de-ferro e grandes centros como Porto, Valongo…
O contributo de capitais, graças ao regresso dos brasileiros de torna-viagem, nos finais do século XIX e início do século XX, permitiu o desenvolvimento desta indústria, desde logo pelo investimento direto (construção da 1º fábrica no concelho “A Boa Nova” em Vilela), a encomenda de mobiliário aos produtores locais e certamente pela influência que terão causado com os móveis e madeiras vindos do Brasil tornando-se numa fonte de inspiração para os nossos marceneiros.
Por tudo isto o Município de Paredes vê na indústria do mobiliário um eixo estratégico para a promoção e dinamização do concelho, tendo desenvolvido toda uma estratégia de marketing consolidada no evento internacional Art On Chairs, através do qual procurar dar conhecer esta tradição de saber-fazer aliada aos mais elevados padrões de design e inovação patentes nos produtos criados pelos nossos industriais.
A partir de 20 de Junho de 1991, Paredes ascendeu à categoria de cidade. A 26 de Agosto de 2003, foram elevadas a cidade as freguesias de Lordelo e Rebordosa. Gandra também se tornou cidade com estatuto especial, em virtude de nela se situar um importante pólo universitário. O concelho de Paredes contém, deste modo, quatro cidades, sendo o concelho português com maior número de cidades.
A 30 de Setembro de 2013 o concelho foi integrado na Área Metropolitana do Porto.
Educação[editar | editar código-fonte]
Com uma comunidade educativa que ronda os 14500 alunos, o município de Paredes enfrenta grandes desafios na sua política educativa, no âmbito das competências que têm vindo a ser transferidas da administração central para a administração local.
O ensino em Paredes encontra-se distribuído por 6 Agrupamentos (Daniel Faria Baltar, Cristelo, Lordelo, Paredes, Sobreira e Vilela), a escola secundária de Paredes, uma instituição de ensino superior (CESPU) e Centro de Formação Profissional das Indústrias da madeira e do mobiliário (CFPIMM).
Desde 2013 o Município de Paredes estabeleceu um protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico do Porto e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras que se materializa numa cooperação estreita no sentido de criar as condições para disponibilizar no concelho de Paredes oferta formativa de nível superior na área da indústria do mobiliário, a licenciatura em Tecnologias da Madeira.