SÓ SOBRE AS PRESIDENCIAISHoje é dia do
grande debate que vai juntar os 10 candidatos, na Fundação Champalimaud, a partir das 21 horas e será transmitido pela RTP. Face ao interesse que estas eleições têm mostrado estou curioso em ver os números das audiências.
Marcelo anda a tentar mostrar que se pode a
agradar a todos. Lá vai dizendo que é preciso estabilidade governativa, ao mesmo tempo que critica a instabilidade de políticas em algumas aéreas.
Sabe quem são as vítimas deste ameno ataque de Marcelo?
“
Era o que faltava que agora fosse mais importante apoiar independentes do que socialistas”.
Maria de Belém ao ataque.
Contra Sampaio da Nóvoa. E contra vários dirigentes socialistas e até membros do Governo que têm aparecido a apoiar aquele independente.
Quem deve concordar com Maria de Belém é (o ainda socialista)
Henrique Neto. Se calhar é por ter visto tantos membros do seu partido a apoiar um independente
que está a ponderar deixar de ser militante do PS: “
Porventura não me vou manter como militante do PS”.
Quem não está preocupado com esta questão é
Sampaio da Nóvoa, que desvaloriza a questão do apoio socialista e remata com uma conclusão, talvez académica, ao dizer que
só tem dois adversários: “
Marcelo Rebelo de Sousa e a abstenção”. Um pouco de consideração pelos adversários ficava-lhe, no mínimo, bem.
Não se esqueça que pode seguir
toda a campanha no site do Expresso.
OUTRAS NOTÍCIASMarrocos. Foi
preso um cidadão belga membro do autoproclamado estado islâmico e que estará associado a dois dos homens ligados aos
atentados de novembro em Paris.
Gelel Attar, 26 anos, foi preso na sexta-feira passada mas só agora foi comunicada a detenção pelas autoridades marroquinas.
O
WhatsApp e o Instagram anunciaram que vão
mudar os seus modelos de negócio com vista a aumentar receitas. O primeiro deixa cair o custo de 99 cêntimos cobrados depois de um ano de uso. Vai focar-se nas receitas que pode gerar junto de empresas que queiram chegar aos seus quase
900 milhões de utilizadores. Já a rede social de fotografias quer
alargar o seu modelo de anúncios para chegar aos pequenos negócios, que acredita serem aqueles onde mais irá crescer a publicidade.
François Hollande considerou que o país está num estado de emergência económico e anunciou
um plano para cortar rapidamente o desemprego. E tentar ganhar terreno para as eleições de 2017.
Amanhã começa em
Davos uma das reuniões económicas mais esperadas do ano. O
World Economic Forum realiza-se de 20 a 23 de janeiro e a Reuters mostra-lhe o
que pode esperar da reunião. O nosso ministro da Economia (sim temos um)
também lá vai estar.
Em
Espanha continua o impasse político e apesar das sondagens mostrarem que os espanhóis não querem novas eleições, o
Rei Filipe VI assinalou aos partidos que vê com dificuldade a n
omeação de Rajoy para liderar o governo. O
El País e o
El Mundoexplicam-lhe o que está em causa.
O gigante Barclays está a considerar
sair do mercado africano. Uma saída gradual, depois dos seus executivos terem considerado que serem maioritários em negócios bancários em África não está de acordo com estratégia do banco. A notícia é avançada pelo
Wall Street Journal.
Amanhã o franco-israelita
Patrick Drahi, dono da PT Portugal, vai estar em Aveiro para o lançamento do projeto Altice Labs, assente na PT Inovação.
É o primeiro evento público em que participa. A Altice Labs arranca com mais de mil engenheiros.
A
Bial continua a sofrer as consequências da tragédiaocorrida em França num ensaio clínico com um dos seus medicamentos. Na sequência da morte, no domingo, de um dos voluntários e a hospitalização de outros cinco, as autoridades francesas anunciaram a
abertura de três inquéritos oficiais. O
corresponde do Expresso em Paris, Daniel Ribeiro, conta-lhe o que está em causa.
A legislatura ainda mal começou e o ministro da Educação pode ficar rapidamente conhecido como o ministro que mais tábua rasa fez das políticas do anterior governo. T
iago (muda tudo) Brandão Rodrigues decidiu agora que
vai retirar às escolas a possibilidade de definirem critérios próprios para a contratação de professores.
Idealizada por Souto Moura, a casa que deveria ter recebido o espólio de Manuel Oliveira foi
comprada pelo marido de Isabel dos Santos. Por 1,58 milhões de euros.Uma
das boas heranças do governo Sócrates (sim, também as há) vai regressar. A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa
garantiu que o Simplex está de volta e que tem como marca forte a participação de autarcas, empresários e cidadãos. Um portal único organizado por serviços, uma declaração única e integração de serviços para facilitar a vida às empresas e cidadãos são algumas das medidas. Plano será
apresentado em maio.
José Peseiro é o
novo treinador do FC Porto.
Ainda em relação ao Porto, Eduardo Silva, homem de confiança de
Pinto da Costa, patrão da segurança noturna em Lisboa e no Porto, dono da empresa de segurança SPDE conhecido por 'Edu' ou ‘Maestro’ e figura chave na investigação do DCIAP ao submundo da noite, depois de seis meses preso já pode ir para casa. Mas não vai sozinho, leva consigo
uma pulseira eletrónica.
FRASES“
O FC Porto é o meu clube, é o clube do qual sou adepto e é sempre um sonho voltar um dia. No entanto, é altamente improvável que aconteça num futuro próximo”,
André Villas-Boas.“
O meu sonho de sociólogo era ir a um concerto de Tony Carreira”,
Augsto Santos Silva (DN) sobre a recente polémica entre o cantor português e o embaixador português em França.
“
Ofereceram-me 300 mil dólares para perder um jogo”
Frederico Gil (DN) na sequência do escândalo dos jogos viciados no ténis mundial a denunciar que também foi alvo de propostas.
O QUE DIZEM OS NÚMEROS7.200. É o número de
nados mortos no mundo a cada dia, apesar de se verificar uma redução de 2% por ano entre 2000 e 2015.
15.710. É o
número de ogivas nucleares existentes no mundo, das quais 7.500 pertencem à Rússia e 7.100 aos EUA. Menos 25% que na época da Guerra Fria. França tem 300, a China 250, o Reino Unido 225, o Paquistão 130, a Índia 110, Israel 80 e a Coreia do Norte 15.
5 milhões. É o
número de empregos que se vão perder até 2020 graças às novas tecnologias e robots.
O QUE EU ANDO A LERDeixo a sugestão de um tema que pode explorar através de dois artigos e dois estudos.
No dia 11 de abril de 2011 a
revista TIME publicou na capa a fotografia de uma
pedra de shale sob o sugestivo título “
This rock could power the world”. Na altura pouco se falava do gás de shale e muito menos da possibilidade de se extrair petróleo daquelas pedras. Cinco anos depois, a rocha que foi estrela da revista não está a alimentar o mundo de energia mas fez algo com muito mais impacto.
O título mais correcto teria sido “This rock could change the world”, pois foi exactamente isso que aconteceu.
Um estudo do econometrista James D. Hamilton
publicado pelo NBER explicava que a rápida subida do petróleo no verão de 2008 se devia a três factores distintos: a fraca elasticidade do preço em relação à procura, o forte crescimento da procura por parte da China e de outras economias em desenvolvimento, e o falhanço em aumentar a produção global de petróleo.
Na altura especulava-se que o crescimento exponencial da necessidade de cada vez mais e mais petróleo iria colocar em cima da mesa
uma data para o fim do ouro negro e com isso fazer crescer a pressão sobre o preço.
Como sempre, a probabilidade dos economistas estarem errados era elevada.
Oito anos depois nada disso aconteceu, pelo contrário. Hoje é um dado adquirido que a procura pelo petróleo não está a subir ao ritmo estimado (
vale a pena ler este estudo sobre o assunto). Os automóveis continuam a ser os grandes consumidores de petróleo, mas a procura por parte destes não irá crescer significativamente.
Até 2025 os grandes aumentos do consumo virão do transporte aéreo, da indústria química e do transporte de mercadorias.
A Mckinsey estima que no longo prazo o
preço do petróleo deve ficar entre os 70 e os 85 dólares. Mas isso é se o mundo não mudar. Esta semana a TIME faz capa com a
China:
o artigo “Made in China: the next global recession” é imperdível(infelizmente só está disponível para assinantes) sobre o desafio que se avizinha na China.
E do Oriente não vem nada de bom. Há uma bolha de dívida na China que está a rebentar, e mesmo com moeda própria e um mercado sobre as ordens do governo central os efeitos já estão a sentir-se. A única economia que nos últimos anos contribuiu significativamente para o crescimento mundial está a arrefecer e com ela, defende a TIME,
uma “crise de metástases” que não quer saber de fronteiras e não mostra sinais de parar.
Gostava de lhe ter trazido melhores notícias mas nos dias de hoje é apenas isto que eu ando a ler.
O Curto regressa amanhã, pela mão de
Martim Silva. Tenha uma ótima terça-feira.