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Enquanto dormia
Isabel dos Santos voltou a baralhar o jogo, com uma ideia velha: a proposta de fusão entre o BPI e o BCP - ainda não formalizada - está a ser recebida com desconfiança pelo Banco de Portugal, a quem não agrada a ideia do maior banco português ficar em mãos angolanas. Se avançasse a proposta, junção do BCP com o BPI teria ainda outro efeito de pouco agrado para as autoridades portuguesas: Iria retirar da corrida um competidor de peso à compra do Novo Banco. Os espanhóis do Caixabank já reagiram, desvalorizando a oposição angolana à sua proposta sobre o BPI: "O jogo ainda agora começou". A Ana Suspiro resume-lhe aqui todos estes dados, para ficar a par do essencial.
Sobre o tema, vale a pena ler também a Helena Garrido, no Jornal de Negócios, falando da "misteriosa tática de Isabel dos Santos":"Estranha estratégia esta, a de Isabel dos Santos, que parece mais destrutiva do que construtiva."
E a da André Macedo, no DN, com este título: "Uma boa ideia".
Ainda no domínio da banca, merece destaque uma notícia do Negócios: o Novo Banco colocou perto de 100 milhões de euros nos três grandes clubes de futebol no último semestre, logo depois de ter nascido da resolução do BES. E para outra do Económico: Um eventual pagamento do papel comercial do GES deixaria o rácio de capital do Novo Banco acima do limite legal mas abaixo da maioria dos bancos nacionais e europeus.
Continua bem vivo o caso das dívidas de Pedro Passos Coelho à Segurança Social, deixando alguns deputados do partido com a impressão de que o caso "não mata, mas mói". Depois de o primeiro-ministro ter dito que "não tinha consciência"de que tinha que fazer os devidos descontos naqueles anos (1999-2004) e de responsabilizar a Segurança Social por não o ter notificado, o PS decidiu pedir-lhe mais dados, através do Parlamento.
Nós fizemos aqui uma cronologia dos factos, descobrindo pelo caminho um dado que hoje faz manchete no Público: a Segurança Social só contabilizou as dívidas do atual PM (e de vários outros devedores) a partir de 2002, deixando de fora três anos de descontos. O Jornal de Negócios acrescenta um ponto: as regras que Passos diz que desconhecia existem desde 1982.
Com o caso a incomodar as hostes, e sinalizando uma pré-campanha muito dura, alguns sociais-democratas colocaram a circular na net uma resposta aos socialistas: recuperaram uma notícia do extinto Tal & Qual, de 2000, em que se acusava António Costa de não ter pago a contribuição autárquica quando era ministro da Justiça. O líder socialista já negou, numa declaração ao Observador.
Enquanto isto tudo se passava, o DN fez um trabalho sobre as câmaras onde o Bloco Central foi possível (recuperando a porta não fechada por Passos no fim de semana); e Paulo Portas anunciava para abril as negociações sobre a coligação pré-eleitoral com o PSD.
António Costa já apresentou o que chamou de "primeiro capítulo" do seu programa eleitoral. São 55 propostas dedicadas a revalorizar o interior do país, saídas da reunião com autarcas deste fim de semana. Aqui está a lista, para que possa fazer também uma primeira avaliação.
Uma notícia imprevista: o ministro da Defesa, Aguiar Branco, vai organizar um debate hoje sobre a violação do segredo de Justiça... no caso Sócrates. Eis algumas das questões que lançam a conversa esta noite, segundo o vídeo promocional: “Será normal um canal de televisão saber de antemão como, quando e onde um ex-primeiro-ministro será detido? Será normal que um presidiário descubra pelos jornais que não lhe foi concedida liberdade condicional?”.
Ontem à noite, a TVI deu alguns detalhes em torno do caso, contando 33 empresas formadas pelo empresário Carlos Santos Silva, tendo estas ganho 115 milhões em contratos públicos em seis anos.
Mais uma notícia do Observador: no dia em a TSF discute o impacto da crise na saúde de cada um de nós, a Marlene Carriço fez as contas aos preços dos medicamentos (que voltaram ontem a baixar) e concluiu que nos últimos cinco anos estesficaram em média 4,53 euros mais baratos.
Na Educação, o Ministério também andou a fazer contas, mas aonúmero de professores necessários no próximo ano letivo. E vai, em consequência, extinguir 9.500 vagas, sobretudo no primeiro ciclo.
Os nossos especiais
Foi um dos temas fortes da última semana e é natural que, desta vez, não caia no esquecimento: A Escola de Música do Conservatório Nacional está algures entre o museu e a ruína. A Sara Otto Coelho descobriu um parecer da Câmara de Lisboa assustador e fez esta visita guiada pelo edifício, para que perceba melhor por que se dizem de luto os seus alunos.
Quando falamos em solidão, nem sempre falamos numa coisa má. José Gil, Mário Laginha e Sandro William Junqueira garantem que a procuram todos os dias, quando querem criar. Aqui está a história dos que procuram a solidão, neste mundo que não para de falar, contada pelo Fábio Monteiro.
Notícias surpreendentes
Uma câmara no interior de um vulcão? Parece que sim: os exploradores Sam Crossman e George Kouronis queriam estudar a vida microbiana em condições e localizações extremas e projetaram um drone equipado com câmaras GoPro, capaz de resistir durante mais tempo ao calor da lava. Os cientistaspublicaram o vídeo do interior da cratera Marum, em Vanuatu, enquanto ardia a mais de 1090 ºC.
Do quente para o frio: o novo smartphone da Sony,apresentado ontem em Barcelona, é à prova de água. Mas, sim, ainda com algumas limitações.
Agora que lhe falo em água, não resisto a uma pequena nostalgia: lembra-se do "Tubarão"? O blockbuster que deixou meio mundo com medo da água comemora quatro décadas este ano. A Ana Dias Ferreira mergulhou nas memórias atribuladas da rodagem e descobriu um predador com nome de gente.
O Governo espanhol faz passar a mensagem de que já está a ser negociado um terceiro resgate à Grécia, de 50 mil milhões de euros. O Governo de Tsipras debate hoje no Parlamento, mas sem votação, a extensão do atual empréstimo, já com sinais de contestação no seu próprio partido.
Barack Obama preparou a receção ao primeiro-ministro de Israel, em Washington, com um aviso ao Irão: só vai ser possível retirar as sanções económicas se este país aceitar ficar sobvigilância nuclear durante dez anos. Netanyahu tem sido fortemente opositor de qualquer acordo com o Irão e todos esperam que faça hoje um discurso duro no congresso dos EUA.
O Estado Islâmico ameaçou de morte o cofundador do Twitter, depois desta rede social ter bloqueado as contas de militantes do EI, devido às imagens violentas e linguagem radical usadas pelos seus militantes. O Twitter já reagiu: “A nossa equipa de segurança está a investigar a autenticidade das ameaças”.
Ainda sobre o Estado Islâmico, as notícias do momento são sobre Jihadi John: agora que se descobriu a sua identidade, os jornais britânicos começam a traçar o perfil do terrorista mais temido do momento.
A revista Forbes publicou a sua tradicional lista dos mais ricos do mundo, apenas com 197 mulheres entre os 1.741 nomes listados. Bill Gates continua na frente com esta módica quantia. Por cá, más notícias: a queda do petróleo fez com que o nosso número um perdesse 102 lugares no ranking.
Informação relevanteBarack Obama preparou a receção ao primeiro-ministro de Israel, em Washington, com um aviso ao Irão: só vai ser possível retirar as sanções económicas se este país aceitar ficar sobvigilância nuclear durante dez anos. Netanyahu tem sido fortemente opositor de qualquer acordo com o Irão e todos esperam que faça hoje um discurso duro no congresso dos EUA.
O Estado Islâmico ameaçou de morte o cofundador do Twitter, depois desta rede social ter bloqueado as contas de militantes do EI, devido às imagens violentas e linguagem radical usadas pelos seus militantes. O Twitter já reagiu: “A nossa equipa de segurança está a investigar a autenticidade das ameaças”.
Ainda sobre o Estado Islâmico, as notícias do momento são sobre Jihadi John: agora que se descobriu a sua identidade, os jornais britânicos começam a traçar o perfil do terrorista mais temido do momento.
A revista Forbes publicou a sua tradicional lista dos mais ricos do mundo, apenas com 197 mulheres entre os 1.741 nomes listados. Bill Gates continua na frente com esta módica quantia. Por cá, más notícias: a queda do petróleo fez com que o nosso número um perdesse 102 lugares no ranking.
Isabel dos Santos voltou a baralhar o jogo, com uma ideia velha: a proposta de fusão entre o BPI e o BCP - ainda não formalizada - está a ser recebida com desconfiança pelo Banco de Portugal, a quem não agrada a ideia do maior banco português ficar em mãos angolanas. Se avançasse a proposta, junção do BCP com o BPI teria ainda outro efeito de pouco agrado para as autoridades portuguesas: Iria retirar da corrida um competidor de peso à compra do Novo Banco. Os espanhóis do Caixabank já reagiram, desvalorizando a oposição angolana à sua proposta sobre o BPI: "O jogo ainda agora começou". A Ana Suspiro resume-lhe aqui todos estes dados, para ficar a par do essencial.
Sobre o tema, vale a pena ler também a Helena Garrido, no Jornal de Negócios, falando da "misteriosa tática de Isabel dos Santos":"Estranha estratégia esta, a de Isabel dos Santos, que parece mais destrutiva do que construtiva."
E a da André Macedo, no DN, com este título: "Uma boa ideia".
Ainda no domínio da banca, merece destaque uma notícia do Negócios: o Novo Banco colocou perto de 100 milhões de euros nos três grandes clubes de futebol no último semestre, logo depois de ter nascido da resolução do BES. E para outra do Económico: Um eventual pagamento do papel comercial do GES deixaria o rácio de capital do Novo Banco acima do limite legal mas abaixo da maioria dos bancos nacionais e europeus.
Continua bem vivo o caso das dívidas de Pedro Passos Coelho à Segurança Social, deixando alguns deputados do partido com a impressão de que o caso "não mata, mas mói". Depois de o primeiro-ministro ter dito que "não tinha consciência"de que tinha que fazer os devidos descontos naqueles anos (1999-2004) e de responsabilizar a Segurança Social por não o ter notificado, o PS decidiu pedir-lhe mais dados, através do Parlamento.
Nós fizemos aqui uma cronologia dos factos, descobrindo pelo caminho um dado que hoje faz manchete no Público: a Segurança Social só contabilizou as dívidas do atual PM (e de vários outros devedores) a partir de 2002, deixando de fora três anos de descontos. O Jornal de Negócios acrescenta um ponto: as regras que Passos diz que desconhecia existem desde 1982.
Com o caso a incomodar as hostes, e sinalizando uma pré-campanha muito dura, alguns sociais-democratas colocaram a circular na net uma resposta aos socialistas: recuperaram uma notícia do extinto Tal & Qual, de 2000, em que se acusava António Costa de não ter pago a contribuição autárquica quando era ministro da Justiça. O líder socialista já negou, numa declaração ao Observador.
Enquanto isto tudo se passava, o DN fez um trabalho sobre as câmaras onde o Bloco Central foi possível (recuperando a porta não fechada por Passos no fim de semana); e Paulo Portas anunciava para abril as negociações sobre a coligação pré-eleitoral com o PSD.
António Costa já apresentou o que chamou de "primeiro capítulo" do seu programa eleitoral. São 55 propostas dedicadas a revalorizar o interior do país, saídas da reunião com autarcas deste fim de semana. Aqui está a lista, para que possa fazer também uma primeira avaliação.
Uma notícia imprevista: o ministro da Defesa, Aguiar Branco, vai organizar um debate hoje sobre a violação do segredo de Justiça... no caso Sócrates. Eis algumas das questões que lançam a conversa esta noite, segundo o vídeo promocional: “Será normal um canal de televisão saber de antemão como, quando e onde um ex-primeiro-ministro será detido? Será normal que um presidiário descubra pelos jornais que não lhe foi concedida liberdade condicional?”.
Ontem à noite, a TVI deu alguns detalhes em torno do caso, contando 33 empresas formadas pelo empresário Carlos Santos Silva, tendo estas ganho 115 milhões em contratos públicos em seis anos.
Mais uma notícia do Observador: no dia em a TSF discute o impacto da crise na saúde de cada um de nós, a Marlene Carriço fez as contas aos preços dos medicamentos (que voltaram ontem a baixar) e concluiu que nos últimos cinco anos estesficaram em média 4,53 euros mais baratos.
Na Educação, o Ministério também andou a fazer contas, mas aonúmero de professores necessários no próximo ano letivo. E vai, em consequência, extinguir 9.500 vagas, sobretudo no primeiro ciclo.
Os nossos especiais
Foi um dos temas fortes da última semana e é natural que, desta vez, não caia no esquecimento: A Escola de Música do Conservatório Nacional está algures entre o museu e a ruína. A Sara Otto Coelho descobriu um parecer da Câmara de Lisboa assustador e fez esta visita guiada pelo edifício, para que perceba melhor por que se dizem de luto os seus alunos.
Quando falamos em solidão, nem sempre falamos numa coisa má. José Gil, Mário Laginha e Sandro William Junqueira garantem que a procuram todos os dias, quando querem criar. Aqui está a história dos que procuram a solidão, neste mundo que não para de falar, contada pelo Fábio Monteiro.
Notícias surpreendentes
Do quente para o frio: o novo smartphone da Sony,apresentado ontem em Barcelona, é à prova de água. Mas, sim, ainda com algumas limitações.
Agora que lhe falo em água, não resisto a uma pequena nostalgia: lembra-se do "Tubarão"? O blockbuster que deixou meio mundo com medo da água comemora quatro décadas este ano. A Ana Dias Ferreira mergulhou nas memórias atribuladas da rodagem e descobriu um predador com nome de gente.
Agora é uma estreia: Permita-me que lhe apresente o nosso novo colunista: Afonso Reis Cabral, 24 anos, prémio Leya 2014, vai passar a estar aqui, connosco, no Observador, respondendo positivamente ao nosso desafio. A primeira crónica está aqui, mas não resisto a abrir-lhe o apetite: "Agora só me interessa o próximo livro, mas dar-lhe forma como? Chegar aonde?A escrita, neste momento, assemelha-se a uma viagem para um planeta desconhecido. Não há nada, nem oxigénio, entre mim e ela".
Dito isto, desejo-lhe um dia ótimo, produtivo e cheio de notícias. Como sabe, o Observador está aqui para o manter a par de tudo e (sempre que possível) animado.
Até já!
Dito isto, desejo-lhe um dia ótimo, produtivo e cheio de notícias. Como sabe, o Observador está aqui para o manter a par de tudo e (sempre que possível) animado.
Até já!
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ANTÓNIO FONSECA