Empresa chinesa já concluiu primeira composição para o Metro do Porto
A empresa China Railway Rolling Stock Corp (CRRC) Tangshan concluiu o fabrico da primeira de 18 novas composições encomendadas pela Metro do Porto, que irá passar por um período de testes antes de seguir para Portugal.
Num comunicado, a fabricante estatal chinesa disse hoje que a composição saiu da linha de produção na terça-feira e será testada na cidade de Tangshan, na província de Hebei, no norte da China.
Zhou Junnian, presidente da CRRC Tangshan, disse no comunicado que, devido ao "impacto adverso trazido pela covid-19", a produção da primeira composição só arrancou "em novembro de 2021", sendo concluída "após mais de oito meses de esforços".
A empresa chinesa tinha recebido em outubro de 2020 autorização para iniciar o fabrico, após a Metro do Porto ter recebido o visto prévio do Tribunal de Contas (TdC).
Na altura, fonte oficial da Metro do Porto disse à Lusa acreditar que a CRRC Tangshan poderia entregar pelo menos "uma ou duas unidades" até ao final de 2021, com as restantes composições entregues até 2023, ao ritmo de um por mês.
Segundo a fabricante chinesa, cada uma das composições terá 72 carruagens, uma capacidade máxima de 334 passageiros e velocidade máxima de 80 quilómetros por hora.
O contrato assinado em janeiro de 2020 inclui serviços de manutenção durante cinco anos, referiu a CRRC Tangshan.
As composições irão servir as novas linhas Rosa, no Porto, entre São Bento e a Casa da Música, e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d'Este, em Vila Nova de Gaia, ambas já em construção.
Estas novas linhas vão acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede, representando um investimento global na ordem dos 300 milhões de euros.
Atualmente, a frota da Metro do Porto é constituída por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. Com o investimento em 18 veículos da CRRC Tangshan, a frota do Metro do Porto passará a contar com 120 unidades.
O Metro do Porto opera em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações.
Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos de metro. É o maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, com sede em Pequim e empregando mais de 180 mil trabalhadores.
A empresa chinesa está atualmente na corrida ao concurso de aquisição de 117 automotoras para os serviços regional e suburbano da CP -- Comboios de Portugal.
A CRRC Tangshan foi também, em parceria com a francesa Thales, um dos concorrentes derrotados no contrato de aquisição de 42 carruagens e de um novo sistema de sinalização ferroviária para o Metropolitano de Lisboa, atribuído em 2020.