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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

VISEU - FERIADO - 21 DE SETEMBRO DE 2018

Viseu

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Viseu (desambiguação).
Viseu
Brasão de ViseuBandeira de Viseu
ViseuLandscape.jpg
Vista para a Sé e Misericórdia de Viseu.
Localização de Viseu
GentílicoViseense
Área507,10 km²
População99 274 hab. (2011)
Densidade populacional
N.º de freguesias25
Presidente da
câmara municipal
Almeida Henriques (PSD)
Fundação do município
(ou foral)
1123 (foral)
Região (NUTS II)Centro (Região das Beiras)
Sub-região (NUTS III)Dão-Lafões
DistritoViseu
ProvínciaBeira Alta
Oragoorago maior:
São Teotónio
orago menor:
São Mateus
Feriado municipal21 de setembro (São Mateus)
Código postal3510 - Viseu
Sítio oficialwww.cm-viseu.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Viseu é uma cidade portuguesa do distrito homónimo, situada na província da Beira AltaRegião das Beiras e sub-região do Dão-Lafões, com cerca de 68000 habitantes[1], sendo a segunda maior cidade da região do Centro de Portugaldepois de Coimbra.
É sede de um concelho com 507,10 km² de área[2] e 99 274 habitantes (2011),[1][3] dividido em 25 freguesias.[4] Viseu é centro da Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões, composta por 14 municípios e servindo uma população de cerca de 270 000 habitantes. Este é limitado a norte pelo concelho de Castro Daire, a nordeste por Vila Nova de Paiva, a leste por Sátão e Penalva do Castelo, a sudeste por Mangualde e Nelas, a sul por Carregal do Sal, a sudoeste por Tondela, a oeste por Vouzela e a noroeste por São Pedro do Sul. Para além de sede de distrito e de concelho, Viseu é igualmente sede de diocese e de comarca.
Segundo um inquérito de opinião organizado pela DECO de 2007 sobre qualidade de vida, Viseu é a 17.ª cidade europeia com maior qualidade de vida entre as 76 do estudo, sendo ainda a primeira das 18 cidades capitais de distrito portuguesas com melhor qualidade de vida.[5] Em 2012 foi considerada, mais uma vez, a cidade portuguesa com melhor qualidade de vida.[6] 2017 é o ano oficial para visitar Viseu. Em 2018, Viseu é "Cidade Europeia do Folclore".

Índice

Símbolos e etimologia

Há menos de 10 anos foi encontrada uma ara no morro, ocupado pela sé catedral, que permitiu conhecer qual o nome, até aos dias de hoje mais antigo do lugar que viria a ser conhecido como Viseu. A ara votiva tinha uma inscrição latina e a leitura proposta pelo epigrafista Luís Fernandes é a seguinte:
“Às deusas e deuses vissaieigenses. Albino, filho de Quéreas, cumpriu o voto de bom grado e merecidamente.”
Segundo o mesmo especialista a ara datará possivelmente do séc. I e o nome do local seria Vissaium que se transformou em Vis(s)eum (Era Romana) e mais tarde em Viseo (Idade Média), Vizeu e Viseu[7]. Este achado permitiu recuar cinco séculos, uma vez que a forma Viseo, era conhecida por constar em documentos autênticos do séc. VI.
Entre os anos 712 e 1057, período da ocupação muçulmana, Viseu era conhecida por Castro Vesense - Vesi significada "visigodo".
A lenda representada no brasão da cidade, refere-se a o rei Ramiro II de Leão que, em viagem para outras terras, conheceu Sara, a irmã de Alboazar, rei do castelo de Gaia, por quem se apaixonou. Tal foi a paixão que se apoderou do rei, que este raptou Sara. Ao saber do sucedido, o irmão de Sara vingou-se raptando a esposa do rei, D.ª Urraca. Ferido no orgulho, D. Ramiro teria escolhido em Viseu alguns dos seus melhores guerreiros para o acompanharem, penetrando sorrateiramente no castelo, e deixando os guerreiros nas proximidades. Enquanto Alboazar caçava, D. Ramiro conseguiu entrar no castelo e encontrar D.ª Urraca que, sabendo da traição do marido, recusou-se a acompanhá-lo. Quando Alboazar regressou da caça, D. Urraca decide vingar-se do marido mostrando-o ao raptor. Ramiro, aprisionado e condenado à execução, pede para, como último desejo, morrer ao som da sua buzina, que era o sinal que tinha combinado com os soldados para entrarem no castelo. Ao final do sexto toque, os soldados cercam imediatamente o castelo, incendiando-o. Alboazar morreria às mãos dos soldados do rei Ramiro.

História

Viriato, herói lusitano
As origens da cidade de Viseu remontam à época castreja. Com a Romanização, ganhou grande importância, quiçá devido ao entroncamento de estradas romanas de cuja existência restam apenas como prova os miliários (passíveis de validação pelas inscrições) que se encontram: dois em Reigoso (Oliveira de Frades), outros dois em Benfeitas (Oliveira de Frades), um em Vouzela, dois em Moselos (Campo), um em São Martinho (Orgens), um na cidade (na Rua do Arco), outro em Alcafache (Mangualde) e mais dois em Abrunhosa(Mangualde); outros mais existem, mas devido à ausência de inscrições, a origem é duvidosa. Estes miliários alinham-se num eixo que parece corresponder à estrada de Mérida (Espanha), que se intersectaria com a ligação Olisipo-Cale-Bracara, outros dois polos bastante influentes. Talvez por esse motivo se possa justificar a edificação da estrutura defensiva octogonal, de dois quilómetros de perímetro - a Cava de Viriato.[8]
Viseu está associada à figura de Viriato, já que se pensa que este herói lusitano tenha talvez nascido nesta região. Depois da ocupação romana na península, seguiu-se a elevação da cidade a sede de diocese, já em domínio visigótico, no século VI. No século VIII, foi ocupada pelos muçulmanos, como a maioria das povoações ibéricas e, durante a Reconquista da península, foi alvo de ataques e contra-ataques alternados entre cristãos e muçulmanos. Foi repovoada por Hermenegildo Guterres, conde de Coimbra, no ano de 868, tendo pertencido a este condado até à última década do século X, aquando da ofensiva de Almançor. De destacar a morte de D. Afonso V rei de Leão e Galiza no cerco a Viseu em 1028 morto por uma flecha oriunda da muralha árabe (cujos vestígios seguem a R. João Mendes, Largo de Santa Cristina e sobem pela R. Formosa). A reconquista definitiva caberia a Fernando Magno rei de Leão, depois de assassinar em 1037 o legítimo rei Bermudo III (filho de Afonso V) vencedor da batalha de Cesar em 1035 (segundo a crónica dos Godos), no ano de 1058.
Mesmo antes da formação do Condado Portucalense, Viseu foi várias vezes residência dos condes D. Teresa e D. Henrique que, em 1123 lhe concedem um foral. Seu filho D. Afonso Henriques terá nascido em Viseu a 5 de agosto de 1109, segundo tese do historiador Almeida Fernandes. O segundo foral foi-lhe concedido pelo filho dos condes, D. Afonso Henriques, em 1187, e confirmado por D. Afonso II, em 1217.
Viseu foi constituído senhorio pela primeira vez a 7 de julho de 1340, data em que D. Afonso IV o doou a sua nora D. Constança, quando do seu casamento com seu filho sucessor, o futuro D. Pedro I. Por morte desta rainha, seu marido doou o senhorio, a 9 de junho de 1357, a sua própria mãe, a rainha Beatriz de Castela, viúva de D. Afonso IV. Quando D.ª Beatriz morreu, em 1359, o senhorio de Viseu voltou à coroa, até que a 2 de outubro de 1377 o rei D. Fernando I, filho da antedita rainha D.ª Constança, o doou a sua filha natural a condessa D. Isabel, que foi senhora de Viseu até 1383 e aí mandou construir uma torre, onde ficava quando estava na cidade. Com a [[Crise de 1383–1385 em Portugal |crise dinástica]], o senhorio voltou à coroa, até à criação do ducado de Viseu em 1415.
Já no século XIV, durante a [[Crise de 1383–1385 em Portugal |crise de 1383-1385]], Viseu foi atacada, saqueada, e incendiada pelas tropas de Castela e D. João I mandou erigir um cerco muralhado defensivo[9] - do qual resta pouco mais que a Porta dos Cavaleiros e a Porta do Soar, para além de escassos troços de muralha - que seriam concluído apenas no reinado de D. Afonso V - motivo pelo qual a estrutura é conhecida pelo nome de muralha afonsina - já com a cidade a crescer para além do perímetro da estrutura defensiva.
No século XV, Viseu é doada ao Infante D. Henrique, na sequência da concessão do título de Duque de Viseu, cuja estátua, construída em 1960, se encontra na rotunda que dá acesso à rua do mesmo nome. Seu irmão, D. Duarte (rei), nasceu em Viseu, a 31 de outubrode 1391.
Vista do Largo de Santa Cristina no século XIX, pintura de António José Pereira
No século XVI, em 1513D. Manuel I renova o foral de Viseu, e assiste-se a uma expansão para atual zona central, o Rossio que, em pouco tempo, se tornaria o ponto de encontro da sociedade, e cuja primeira referência data de 1534. É neste século que vive Vasco Fernandes, um importante pintorportuguês cuja obra se encontra espalhada por várias igrejas da região e no Museu Grão Vasco, perto da .
No século XIX é construído o edifício da Câmara Municipal, no Rossio, trasladando consigo o centro da cidade, anteriormente na parte alta. Daí ao cume da colina, segue a Rua Direita, onde se encontra uma grande parte de comércio e construções medievais.

Geografia

Viseu tem uma posição central em relação ao distrito e ao concelho, localizando-se no designado "Planalto de Viseu".
É envolvida por um sistema montanhoso, constituído a norte pelas serras de LeomilMontemuro e Lapa, a noroeste a serra do Arado, a sul e sudoeste as serras da Estrela e Lousã, e a oeste a serra que mais diretamente influencia esta área, a do Caramulo. O município caracteriza-se por uma superfície irregular com altitudes compreendidas entre os 400 e os 700 m.
Situado numa zona de transição, o concelho apresenta um conjunto de microclimas. A serra do Caramulo, localizada a oeste do concelho, assume um papel de relevo em termos climáticos, ao atenuar as influências das massas de ar de oeste (embora o vale do Mondego[10] facilite a sua penetração). Assim, o clima de Viseu caracteriza-se pela existência de elevadas amplitudes térmicas, com Invernos rigorosos e húmidos e Verões quentes e secos.
A maior extensão do concelho é composta por granitos, sendo esta rocha a principal responsável na formação dos solos existentes. Em menor percentagem ocorrem formações quartezitas e gnaisses do pré-câmbrico e arcaico.

Rios

O concelho de Viseu é abrangido pelos seguintes rios:[11]

Clima

Viseu, como cidade localizada no encaixe entre o Norte e o Centro de Portugal, e "enclausurada" pelas Serras do CaramuloBuçacoEstrelaLeomil e Montemuro, tem um clima mediterrânico com influência continental e marítima. O seu clima é caracterizado por invernos frescos a frios, com temperaturas médias mensais entre os 6°C e os 9 a 10°C, húmidos, com uma precipitação total de cerca de 499,4 mm, e relativamente ventosos, em especial no mês de Janeiro. A primavera é amena, com alguma precipitação, concentrada nos primeiro dois meses, máxima que podem tocar os 28 a 30°C e mínima que vão desde os 3 a 5 °C até os 15 °C, em dias de muito calor diurno. O verão é quente e seco, com máximas entre os 22 a 25 °C e os 30 a 33 °C, mínima entre os 12 e os 25 °C. O Outono é húmido e fresco, com bastante precipitação e concentrada nos últimos dois meses da estação. As temperaturas vão desde a mínima na ordem dos 4 a 15 °C, ou mais nos dias de Setembro e máxima que podem ir aos 30 °C em Setembro e os 15 °C no fim de Novembro.
Mais detalhadamente, Janeiro é caracterizado por semanas chuvosas e relativamente frias, podendo ocorrer um nevão ou outro, por vezes até relativamente fortes, intercaladas com alguns dias de céu limpo, algum vento, por vezes forte com rajadas e mínima fria, que pode ser negativa: a temperatura média não oficial é de 6,2 °C e a precipitação média não oficial é de 193,1 mm.
Fevereiro é o mês típico dos aguaceiros como reza o ditado popular, é caracterizado por noites frescas e dias chuvosos com regime de aguaceiros, marcadamente forte quando da proximidade de uma depressão cavada, ventos moderados a fortes e dias amenos: a temperatura média não oficial é de 7,2 °C e a precipitação média não oficial é de 123,4 mm. Março é um mês caracterizado por noites frias, tardes já mais quentes e algum vento, como reza o ditado "Em Março ainda a velha queima o carro e o carril", a precipitação é abundante mas menos presente que nos anteriores meses: a Temperatura média não oficial é de 9,8 °C e a precipitação média não oficial é de 182,3 mm. Abril é um mês novamente chuvoso, pouco ventoso e ameno, com probabilidade de algumas tardes serem já de Verão: a temperatura média não oficial é de 11,9 °C e a precipitação média não oficial é de 104,5 mm. Maio é o mês das trovoadase da convecção, a presença da humidade e a subida das temperaturas dá uma mistura explosiva para a formação de fortes tempestades pela tarde, com tardes algo ventosas e manhãs amenas, com tardes quentes e nubladas por vezes: Temperatura média não oficial é de 14,3 °C e a precipitação média não oficial é de 93,6 mm.
Junho é um mês calmo, com pouca precipitação, temperaturas algo elevadas e pouca humidade no ar, as tardes são quentes e as manhãs amenas a tropicais(temperatura mínima maior que 20 °C): Temperatura média não oficial é de 18,1 °C e a precipitação média não oficial é de 39,6 mm. Julho é um mês quente, o mais quente do ano, com dias bem calorosos, temperatura acima dos 28 °C, podendo as mínimas serem maiores que 21 °C (tropicais): Temperatura média não oficial é de 20,2 °C e a precipitação média não oficial é de 14,9 mm. Agosto é uma mês menos quentes que Julho ainda assim bem caloroso, mas é o mais seco do ano: Temperatura média não oficial é de 20,0 °C e a precipitação média não oficial é de 22,9 mm. Setembro é um mês ainda bastante quente, mas onde a precipitação faz o seu regresso e começa cada vez mais a marcar os dias: Temperatura média não oficial é de 17,8 °C e a precipitação média não oficial é de 24,8 mm.
Outubro é um mês ameno, noites amenas e dias amenos, com fracas amplitudes térmicas e bastante precipitação: Temperatura média não oficial é de 13,7 °C e a precipitação média não oficial é de 108,0 mm. Novembro é uma mês chuvoso e fresco, com noites frescas e dias amenos, precipitação é abundante e duradoura: Temperatura média não oficial é de 9,6 °C e a precipitação média não oficial é de 163,8 mm. Dezembro é um mês frio, caracterizado por semanas chuvosas em que o sol pode nem sequer aparecer no céu, graças à forte capa nebulosa, é caracterizado por noites frias e tardes frescas, podendo ocorrer um nevão ou outro, não muito forte: Temperatura média não oficial é de 6,8 °C e a precipitação média não oficial é de 193,2 mm.
[Esconder]Dados climatológicos para Viseu (1981-2010)
MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDezAno
Temperatura máxima recorde (°C)20,022,627,630,333,039,040,540,439,631,227,322,540,5
Temperatura máxima média (°C)11,913,816,917,620,626,229,629,626,120,115,112,720,0
Temperatura média (°C)7,18,611,011,914,719,021,721,619,014,710,68,514,0
Temperatura mínima média (°C)2,23,35,26,28,811,713,813,511,99,16,04,28,0
Temperatura mínima recorde (°C)-6,6-7,3-5,4-3,8-0,52,00,66,02,0-2,8-3,6-5,0-6,6
Precipitação(mm)153,2105,679,0113,6103,035,219,217,866,0147,0155,5203,41 198,5
Dias com neve0100000000001
FonteInstituto Português do Mar e da Atmosfera(1981–2010)[12](Records: 1971-2010) 26 de Fevereiro de 2013
Fonte #2: Climate Zone (Dias de neve) [13] 26 de Fevereiro de 2013

Vegetação

Viseu tem sido apropriadamente chamada Cidade do Verde Pinho, pois está rodeada de imensos pinheirais.[14] Hoje em dia espécies invasoras exóticas, como os eucaliptos e as mimosas, são mais abundantes. Subsistem, no entanto, extensas manchas de vegetação autóctone, especialmente soutos de castanheiros e carvalhos-negral. Em núcleos restritos, como a Mata do Fontelo, o Parque Aquilino Ribeiro ou a Quinta da Cruz, existem espécies exóticas e endémicas, conferindo à cidade um manto vegetal luxuriante.

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por 

ANTÓNIO FONSECA

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