sexta-feira, 15 de maio de 2020

OPERAÇÃO GRAPPLE - INGLATERRA LANÇA BOMBA DE HIDROGÉNIO NA ILHA MAIDEN - (1957) - 15 DE MAIO DE 2020




Grapple Y

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Grapple Y foi um teste termonuclear conduzido pelo Reino Unido e que procurava desenvolver uma bomba mais eficiente que o Grapple X. Foi detonado no Christmas Island em 28 de abril de 1958.

O rendimento foi de 3 megatons, até hoje o maior rendimento de todos os testes britânicos.

O Grapple Y foi um sucesso notável, pois muito da produção veio das reações termonucleares e não da fissão rápida do urânio, sendo portanto uma verdadeira bomba-H por qualquer padrão, e também por que o rendimento foi exatamente o previsto demonstrando que os cientistas britânicos sabiam do que faziam.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ilha Malden

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Malden
Kiribati-Malden-highlighted.png
Localização
Coordenadas4° 1' S 154° 56' O
Geografia física
País Kiribati
LocalizaçãoOceano Pacífico
ArquipélagoEspórades Equatoriais
Área39  km²
Geografia humana
População0 (-)
Densidade0  hab./km²
NASA-MaldenIsland.jpg
A ilha em imagem de satélite

Ilha Malden, historicamente chamada também Ilha Independence, é uma pequena e desabitada ilha do Oceano Pacífico central. Faz parte das Ilhas da Linha, pertencentes a Kiribati. É famosa pelas suas misteriosas construções megalíticas: pirâmides, plataformas, templos e estradas. Também é o lugar do primeiro ensaio nuclear do Reino Unido, feito em 1957 (Operação Grapple).

Malden situa-se 448 km a sul da Linha do Equador 2834 km a sul de Honolulu e a mais de 7000 km a oeste da costa da América do Sul. A ilha mais próxima é a desabitada ilha Starbuck, a 204 km a sudoeste. O lugar habitado mais próximo é Tongareva (atol Penrhyn), 450 km a sudoeste e o mais próximo aeroporto fica na ilha Christmas, a 676 km a noroeste. Outras ilhas próximas, todas desabitadas, são a ilha Jarvis, 691 km a noroeste, a ilha Vostok, 713 km a sul-sudeste, e a ilha Caroline a 852 km a sudeste.

Foi descoberta em 30 de julho de 1825 pelo capitão inglês George Anson (Lord) Byron, primo do famoso poeta Lord Byron, enquanto repatriava os restos do rei e da rainha do Havai, que morreran de sarampo durante a sua visita a Londres. Byron nomeou a ilha em honra do lugar-tenente Charles Malden, que a explorou.

A ilha encontrava-se desabitada, mas foram descobertas construções megalíticas notáveis e estranhas. Especulou-se muito sobre a sua origem e as suas funções, mas até agora as conclusões arqueológicas apontam para uma origem polinésia.

Durante a primeira metade do século XIX a ilha foi visitada por várias vezes por baleeiros norte-americanos. Foi reclamada pelos Estados Unidos com o propósito de recolher guano (segundo o Guano Islands Act), mas os britânicos adiantaram-se, e exploraram-na durante sessenta anos.

Em 1957 Malden foi utilizada pelos britânicos para fazer três ensaios termonucleares atmosféricos. Os Estados Unidos continuaram a disputar a soberania aos britânicos até à independência de Kiribati em 1979.

Flora e fauna[editar | editar código-fonte]

Por via do isolamento e aridez da ilha Malden, a vegetação de porte médio é relativamente rara. Há 16 espécies de plantas vasculares registadas, das quais nove são locais. A ilha está coberta por Sida fallax e ervas rasteiras. A espécie Pisonia grandis tem dificuldade em sobreviver. Coqueiros plantados pelos exploradores de guano não vingaram, e apenas um ou outro sobrevivem. Espécies introduzidas, como Tribulus cistoides, dominam hoje áreas abertas, e dão abrigo a colónias de garajaus-escuros (Onychoprion fuscata).[1]

Dois tipos de lagarto (Lepidodactylus lugubris e Ablepharus boutonii) encontram-se na ilha Malden, tal como uma espécie de libélula e 19 espécies de aves marinhas. Tartarugas-verdes nidificam nas praias, e há certa abundância de caranguejos-eremitas.[1]

Gatos, porcos, cabras e ratos domésticos foram introduzidos em Malden durante a ocupação da ilha para extração de guano. Destes, apenas um ou outro gato selvagem e alguns ratos ainda talvez se encontrem.


Imagens da ilha[editar | editar código-fonte]

Referências

Oceano Pacífico

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Nota: Pacífico redireciona para este artigo; para outros significados do termo, veja Pacífico (desambiguação).
Oceano Pacífico
Pacific Ocean-ES.png

Localização do oceano Pacífico

Localização
ContinenteAméricaÁsiaOceania
Localização
Endereço
Parte de
Coordenadas
Dimensões
Superfície180 milhões km²
Profundidade média
11 034 m, 4 280 mVisualizar e editar dados no Wikidata
Maior profundidade10 km 912 m
Volume
660 000 000 km3 unidade de destino não suportada Q4243638Visualizar e editar dados no Wikidata
Hidrografia
Tipo

* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas.

Oceano Pacífico é o maior oceano da Terra, situado entre a América, a leste, a Ásia e a Austrália, a oeste, e a Antártida, ao sul. Com 180 milhões de km² de área superficial, o Pacífico cobre quase um terço da superfície do planeta e corresponde a quase metade da superfície e do volume dos oceanos. Movendo-se um globo terrestre de forma adequada é possível visualizar-se um hemisfério inteiro do planeta coberto apenas por água, ficando todos os continentes no hemisfério oposto, ocultos à visão em tal posição.[1] Em sua essência - excluída pequena área associada ao oceano Antártico - trata-se basicamente do oceano Pacífico, cujas águas ainda avançam sobre o hemisfério não visível. Em vista da teoria das placas tectônicas e da deriva continental, sua origem remonta ao oceano único que cercava a Pangeia em tempos primitivos, o Pantalassa.

Tem 707,5 km de fossas, e 87,8% de sua área apresenta profundidades superiores a 3000 m; é o oceano com maior profundidade média (4282 m) e onde se localizam as maiores fossas submarinas (fossa das Marianas, com 11,034 m).

Sua forma grosseiramente circular é delimitada por margens continentais activas (que correspondem ao círculo de fogo do Pacífico) sob as quais se afunda uma crusta oceânica em rápida expansão. Em suas águas foi registrada a maior temperatura em um oceano: 40,4 °C, a uma profundidade de 2 mil metros, a cerca de 480 km ao oeste da costa estadunidense.[2]

Descoberto pelos europeus em 1513 (Vasco Núñez de Balboa), embora desde 1511 que os portugueses navegassem regularmente no mar meridional da China, o qual pertence ao oceano Pacífico, chegando à Tailândia em 1511 e à China em junho de 1513, com Jorge Alvares, portanto antes de Balboa avistar aquele oceano. Transposto pela primeira vez em 1520 (Fernão de Magalhães), o Pacífico tem assistido a um crescimento de sua importância como via de ligação entre algumas das regiões de maior dinamismo econômico da atualidade (Extremo Oriente) e costa ocidental da América do Norte).

Fenômenos atmosféricos[editar | editar código-fonte]

El Niño[editar | editar código-fonte]

Imagem mostrando o fenômeno oceânico-atmosférico El Niño

É um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical. Altera o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.[necessário esclarecer][carece de fontes]

La Niña[editar | editar código-fonte]

La Niña (“a menina” em espanhol) é um fenômeno oceânico-atmosférico que ocorre nas águas do oceano Pacífico (equatorial, central e oriental). A principal característica deste fenômeno é o resfriamento (em média de 2 a 3° C) fora do normal das águas superficiais nestas regiões do oceano Pacífico.

O fenômeno La Niña não ocorre todos os anos e nem da mesma forma. Sua frequência é de 2 a 7 anos, com duração aproximada de 9 a 12 meses (há casos que pode durar até 2 anos). O La Niña afeta o comportamento climático no continente americano e outras regiões do planeta.

  • Efeitos do La Niña no clima mundial:

Entre os meses de dezembro a fevereiro:

• Aumento das chuvas na região nordeste do Brasil;

• Temperaturas abaixo do normal para o verão, na região sudeste do Brasil;

• Aumento do frio na costa oeste dos Estados Unidos;

• Aumento das chuvas na costa leste da Ásia;

• Aumento do frio no Japão.

Entre os meses de junho a agosto:

• Inverno seco na região sul e sudeste do Brasil;

• Aumento do frio na costa oeste da América do Sul;

• Frio e chuvas na região do Caribe (América Central);

• Aumento das temperaturas médias na região leste da Austrália;

• Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia.

Curiosidade:

O acompanhamento científico deste fenômeno climático é feito pela Organização Meteorológica Mundial. É feito o monitoramento do oceano Pacífico tropical, através de boias amarradas, marégrafos (intrumentos que registram o fluxo das marés) e satélites. As informações são captadas e analisadas com o objetivo de fazer a previsão do comportamento futuro do La Niña.

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

Fernão de Magalhães batizou este oceano com o nome de Pacífico por acreditar que o mesmo era mais calmo que o tempestuoso oceano Atlântico. Esta comparação foi feita quando Fernão de Magalhães e os seus companheiros de navegação transpuseram o estreito de Magalhães, uma passagem entre os dois oceanos já citados.[3]

Morfoestrutura do fundo oceânico[editar | editar código-fonte]

Parte do oceano Pacífico sul, próximo à Nova Zelândia

Flanqueado por cadeias montanhosas recentes, com intensa atividade vulcânica, o Pacífico é percorrido por um vasto sistema de dorsais.

A dorsal Sudeste-Pacífica constitui um prolongamento, através da dorsal Pacífico-Antártica, das dorsais do oceano Índico (dorsal Antártico-Australiana). Em sua porção setentrional atinge as latitudes do litoral mexicano, desaparecendo ao penetrar no golfo da Califórnia. Trata-se de uma dorsal em rápida expansão (entre 8,8 e 16,1 cm por ano), sem fossa axial. As zonas de fraturas que a segmentam são numerosas, com deslocamento pronunciado. Essa dorsal emerge na latitude da ilha de Páscoa, unindo-se à dorsal do Chile, que se liga à costa meridional da América, e na latitude das ilhas Galápagos, unindo-se à dorsal de Cocos ou das Galápagos. Essas dorsais dividem o Pacífico em três conjuntos.

Os fundos oceânicos situados a leste da dorsal Sudeste-Pacífica pertencem a placa litosférica da Antártida (que corresponde à bacia Pacífico-Antártica e à planície abissal de Bellingshausen), à placa de Nazca (bacias Peruana e Chilena, separadas pela dorsal de Nazca) e à placa de Cocos (limitada pela dorsal de Cocos).

Em vermelho a passagem do Noroeste ligando o estreito de Bering (Pacífico) ao estreito de Davis no oceano Atlântico.

Todo o imenso conjunto de fundos oceânicos situados a oeste da dorsal Sudeste-Pacífica é sustentado pela placa litosférica Pacífica, que a oeste América do Norte apresenta grandes zonas de fraturas, com relevos monumentais, alinhados por milhares de quilômetros ao longo de antigas falhas de transformação.

Mais a oeste, o centro do oceano Pacífico é entrecortado por cadeias submarinas e grandes edifícios vulcânicos, ora emergindo em forma de ilhas (HavaíMarquesasMarshallCarolinas), frequentemente coroadas por formações coralíneas (atóis). As bacias oceânicas que as rodeiam (Médio-Pacífica, Melanésia, Nordeste, Noroeste) apresentam uma delgada cobertura sedimentar sobre a crosta basáltica.

A presença das fossas oceânicas periféricas, ao longo dos arcos insulares (AleutasKurilasJapãoMarianasFilipinasSalomãoTongaKermadec) e da costa ocidental da América (ChilePeruAmérica Central) explica-se por corresponderem a zonas de subducção da crosta oceânica, em que esta mergulha sob as placas litosféricas Americana, a leste, e Eurasiática e Indo-Australiana, a oeste. São áreas de intensa atividade sísmica e vulcânica, sujeitas à ocorrência de maremotos.

Atol[editar | editar código-fonte]

O oceano Pacífico tem um número considerável de atóis, a maior concentração de todos os oceanos na Terra.

Continentes e países banhados[editar | editar código-fonte]

AméricaOceaniaOutros
 Canadá Austrália Guam
 Chile Estados Federados da Micronésia Hong Kong
 Colômbia FijiChile Ilha de Páscoa
 Costa Rica Kiribati Ilha Norfolk
 El Salvador Ilhas MarshallAustrália Ilhas do Mar de Coral
 Equador Nauru Ilhas Cook
 Estados Unidos Nova Zelândia Ilhas Menores Distantes dos Estados Unidos
 Guatemala Palau Macau
 Honduras Papua-Nova Guiné Marianas Setentrionais
 México Ilhas Salomão Nova Caledônia
 Nicarágua Samoa Niue
 Panamá Tonga Pitcairn
 Peru Tuvalu Polinésia Francesa
 Vanuatu Samoa Americana
 Wallis e Futuna
 China

Correntes oceânicas e Giro Pacífico Norte[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Giro Pacífico Norte

Existem várias correntes oceânicas, por exemplo: Norte Pacífica, Califórnia, Norte ameno, Sul equatorial, Sul frio, Sul ameno Norte equatorial, Kuroshio, Aleutas, Sul Equatorial, Humboldt. As quatro primeiras limitam uma área de calmaria chamada Giro Pacífico Norte. Esta área foi descrita principalmente pelo pesquisador Charles Moore, desde 1997 e recebe nomes como "sopa gigante de lixo", "mancha de lixo" ou "ilha de lixo". Sua extensão é incerta, sendo descrita como do tamanho dos Estados Unidos, embora careça de fontes precisas. Foi descrita em fevereiro de 2008 no site da BBC e no jornal britânico The Independent. É composta principalmente de plástico.[4]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Oceania
Maris Pacifici de Ortelius, 1589. Um dos primeiros mapas impressos para mostrar o oceano Pacífico.[5]

Importantes migrações humanas ocorreram no Pacífico em épocas pré-históricas, nomeadamente as dos polinésios a partir da margem asiática do oceano para o Taiti e depois para o Havaí, a Nova Zelândia e a Ilha da Páscoa.

O oceano foi avistado pelos europeus no início do século XVI, inicialmente pelo explorador espanhol Vasco Núñez de Balboa, que cruzou o istmo do Panamá em 1513 e nomeou-o como Mar del Sur (Mar do Sul), e depois pelo explorador português Fernão de Magalhães, que navegou o Pacífico durante a sua circum-navegação entre 1519 e 1522. Contudo, os portugueses já navegavam no Mar da China Meridional, que integra este oceano, desde 1511 e também no Mar de Banda desde 1512.

Questões ambientais[editar | editar código-fonte]

Detritos marinhos em uma costa do Havaí

A poluição marinha é um termo genérico para a entrada nociva no mar de produtos químicos ou partículas. Os maiores culpados são as pessoas que usam os rios para a eliminação de seus resíduos.[6] Os rios em seguida deságuam no oceano e com eles seguem muitos produtos químicos usados como fertilizantes na agricultura. O excesso de oxigênio que se esvai nos produtos químicos na água leva à hipóxia (baixa concentração de oxigênio) e à criação de uma zona morta.[7]

Detritos marinhos, também conhecidos como lixo marinho, é um termo usado para descrever dejetos produzidos pelo homem que se encontram flutuando em um lago, mar, oceano ou outro curso d'água. Detritos oceânicos tendem a se acumular no centro de correntes oceânicas e no litoral, frequentemente restos encalhados onde são conhecidos como lixo da praia.[8]

Mares do oceano Pacífico[editar | editar código-fonte]

Ver também

Bomba de hidrogénio

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Teste termonuclear durante a Operação Castelo, na detonação da Castle Romeo.
A explosão de uma bomba atômica consegue facilmente arrasar uma grande cidade. Na imagem, a cidade de Hiroshima (Japão) após a explosão da primeira bomba atômica usada contra civis em finais da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a força da bomba jogada sobre Hiroshima, baseada em fissão nuclear, é muitas vezes menor que a de uma bomba de hidrogênio (nunca utilizada em guerra), sendo que a maior bomba de hidrogênio detonada pelo homem teve um poder de destruição 4000 vezes superior ao da bomba de Hiroshima.

Uma bomba de hidrogénio (pt) ou hidrogênio (pt-BR), designação mais adaptada ao seu significado bomba termonuclear, é um tipo de armamento que consegue ser milhares de vezes mais potente do que qualquer bomba nuclear de fissão.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Hans Albrecht Bethe (1906-2005) foi um dos responsáveis pela descrição de como a fusão nuclear podia produzir a energia que faz as estrelas brilharem. Esta teoria foi publicada no seu artigo A Produção de Energia das Estrelas, publicado em 1939, e que lhe valeu o prêmio Nobel em 1967.

Hans Bethe tomou os melhores dados das reações nucleares existentes e mostrou, em detalhe, como quatro prótons poderiam ser unidos e transformados em um núcleo de hélio, libertando a energia que Eddington havia sugerido. O processo que Bethe elaborou no seu artigo, atualmente conhecido como o Ciclo do carbono, envolve uma cadeia complexa de seis reações nucleares em que átomos de carbono e nitrogênio agem como catalisadores para a fusão nuclear. Naquela época, os astrônomos calculavam que a temperatura no interior do Sol fosse de cerca de 19 milhões de Kelvin, e Bethe demonstrou que, àquela temperatura, o ciclo do carbono seria o modo dominante de produção de energia.

Na mesma época, além de Hans Bethe, o físico alemão Carl Friedrich von Weizäcker (19122007) e Charles Critchfield (19101994) identificaram várias das reações de fusão nuclear que mantêm o brilho das estrelas.

A descoberta da fissão nuclear ocorreu a 10 de dezembro de 1938 e foi descrita num artigo submetido ao Naturwissenchaften a 22 de dezembro de 1938, pelos alemães Otto Hahan (18791968) e Fritz Strassmann (19021980) e pela austríaca Lise Meitner (1878–1968).

O italiano Enrico Fermi (19011954) foi uma das pessoas mais importantes no desenvolvimento teórico e experimental da bomba atômica. Quando Benito Mussolini (18831945) aprovou o Manifesto della Razza a 14 de Julho de 1938, impondo leis racistas na Itália fascista, Enrico decidiu aceitar o emprego oferecido pela Columbia University, nos Estados Unidos. Ele e a sua família partiram de Roma para a cerimônia de entrega do Prémio Nobel a Fermi em Dezembro de 1938 e nunca retornaram à Itália. O Nobel foi-lhe dado por seu estudo sobre a radioatividade artificial, com as suas experiências de bombardeamento de urânio com neutrões, criando novos elementos mais pesados, e o seu aumento pela redução da velocidade dos neutrões. Fermi havia descoberto que quando ele colocava uma placa de parafina entre a fonte de neutrões e o urânio, aumentava a radioactividade, pois aumentava a chance do neutrão ser absorvido pelo núcleo de urânio.

Em 1934, o húngaro Leo Szilard (18981964) já havia patenteado a ideia da reação em cadeia e, a 2 de dezembro de 1942, Fermi conseguiu construir uma massa crítica de U235/U238 não separados (na natureza somente 0,7% são do U235 que é ativo), usando grafite para reduzir a velocidade dos neutrões e acelerar a produção de neutrões secundários. Na experiência, ele utilizou barras de cádmio como absorventes de neutrões para regular a experiência e produziu um crescimento exponencial do número de neutrões, isto é, uma reação em cadeia.

Em 1939, os físicos já sabiam que água pesada agia como um moderador, isto é, redutor de velocidade dos neutrões, como a parafina. A água normal (leve) consiste de dois átomos de hidrogênio (H) e um átomo de oxigênio (O). Na água pesada, dois isótopos de hidrogênio, deutério, unem-se com o oxigênio. Água pesada é ainda hoje utilizada como moderador em reatores nucleares de urânio natural.

Em 1939, Szilard convenceu Albert Einstein (1879–1955), um importante físico, com quem ele tinha trabalhado em 1919 em Berlim, a mandar uma carta para o presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1933–1945) sobre o desenvolvimento pelos alemães de armas atômicas e pedindo ao presidente que iniciasse um programa americano, que mais tarde se chamaria Projecto Manhattan, chefiado pelo americano Julius Robert Oppenheimer (1904–1967), e levaria ao desenvolvimento do Los Alamos National Laboratory, ao teste Trinity, a 16 de Julho de 1945, com a explosão da primeira bomba atômica em Alamogordo, no Novo México, e à construção das bombas Little Boy (de 20 mil toneladas de T.N.T - 20 KiloTons) e Fat Man, que seriam utilizadas em Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de Agosto de 1945.

O húngaro Edward Teller (1908–2003), sob protestos de Fermi e Szilard, chefiou o desenvolvimento da bomba de fusão de hidrogênio, que utiliza uma bomba de fissão como gatilho para iniciar a colisão do deutério com o trítio. A bomba de hidrogênio, Ivy Mike (com intensidade equivalente à detonação de 10,4 megatoneladas de T.N.T.) foi testada a 31 de Outubro de 1952, em Eniwetok.

A primeira bomba de hidrogênio explodiu durante uma experiência feita pelos Estados Unidos em 1952. Detonou com uma força de dez megatons, igual à explosão de dez milhões de toneladas de TNT, um forte explosivo convencional. A potência desta terrível arma mostrou ser 750 vezes superior à das primeiras bombas atômicas e suficiente para arrasar qualquer grande cidade.

Em 1961, a União Soviética experimentou a bomba mais poderosa até então concebida (apelidada de Tsar Bomba), à qual foi atribuída uma força de 57 megatons. Inicialmente, a Tsar era uma bomba de 100 megatons. Porém, temendo que a explosão resultasse em uma tempestade radioativa que atingiria a Europa ou o próprio território russo, sua potência foi reduzida pela metade.[2]

Já o teste nuclear mais potente realizado pelos Estados Unidos foi o Castle Bravo, realizado no dia 1 de março de 1954. O projeto da bomba previa um rendimento de 6 Megatons, mas devido a um erro de cálculo, explodiu com uma força de 15 MT. [3][4]

Até os dias de hoje, início do século XXI, ainda não é possível controlar a reação de fusão nuclear para aplicações pacíficas, como já é realizado como a fissão nuclear. Um dos fatores que pesam contra o seu uso é a falta de uma maneira para se controlar temperaturas altíssimas (cerca de 100 milhões de graus Celsius).

Explicação científica[editar | editar código-fonte]

Na bomba de hidrogênio, um disparador de bomba atômica inicia uma reação de fusão nuclear num composto químico de deutério e trítio, produzindo instantaneamente o hélio-4, que por sua vez reage com o deutério. Porém, os cientistas militares foram mais além, no que diz respeito ao poder destrutivo da bomba, envolvendo-a em urânio natural. Os poderosos neutrões libertos pela fusão causam depois uma explosão por fissão nuclear no invólucro de urânio.

Para que uma reação nuclear ocorra, as partículas precisam vencer a Barreira de Coulomb repulsiva entre as partículas (descoberta por Charles Augustin de Coulomb17361806), dada por , enquanto que a energia cinética entre as partículas é determinada por uma distribuição de velocidades de Maxwell-Boltzmann correspondente à energia térmica 

Para temperaturas da ordem de dezenas a centenas de milhões de graus, a energia média das partículas interagentes é muitas ordens de magnitudes menor do que a barreira Coulombiana que as separa. As reações ocorrem pelo efeito de tunelamento quântico, proposto em 1928 pelo físico russo-americano George Gamow (1904–1968). As partículas com maior chance de penetrar a barreira são aquelas com a máxima energia na distribuição de Maxwell-Boltzmann (dada por ).

A explicação de von Weizäcker e Critchfield para as reacções de fusão nuclear que mantêm o brilho das estrelas é dada pela equação . Hoje em dia, o valor aceito para a temperatura do núcleo do Sol é de 15 milhões de Kelvin, e a esta temperatura, como explicitado por Bethe no seu artigo, o ciclo próton-próton domina.

A liberação de energia pelo ciclo do carbono é proporcional à 20ª potência da temperatura, como explicitado em , para temperaturas da ordem de 10 milhões de K, como no interior do Sol. Já para o ciclo próton-próton, a dependência é muito menor, com a quarta potência da temperatura, como explicitado em .

Atualmente, sabe-se que o Ciclo do carbono contribui pouco para a geração de energia para estrelas de baixa massa como o Sol, porque as suas temperaturas centrais são baixas, mas domina para estrelas mais massivas. Rigel, por exemplo, tem temperatura central da ordem de 400 milhões de Kelvin. Quanto maior for a temperatura central, mais veloz será o próton, e maior a sua energia cinética, suficiente para penetrar a repulsão Coulombiana de núcleos com maior número de prótons.

astrofísica demonstrou que as leis físicas que conhecemos na nossa limitada experiência na Terra são suficientes para estudar completamente o interior das estrelas. Desde as descobertas de Bethe, o cálculo de evolução estelar através da união da estrutura estelar com as taxas de reações nucleares tornou-se um campo bem desenvolvido e astrônomos calculam com confiança o fim de uma estrela como o nosso Sol daqui a 6,5 bilhões de anos como uma anã branca, após a queima do hélio em carbono pela reacção , conforme em , e a explosão de estrelas massivas como supernovas.

Três átomos de hélio colidem, formando um carbono e liberando fótons. Sabemos com certeza que o Sol converte aproximadamente 600 milhões de toneladas de hidrogénio em hélio por segundo, mantendo a vida aqui na Terra. Esta energia produzida pelo Sol, de  ergs/s é equivalente a 5 bilhões de bombas de hidrogênio por segundo. Para comparar, a primeira bomba atômica, de urânio, chamada de Little Boy, e que explodiu sobre a cidade de Hiroshima, tinha uma potência de 20 mil toneladas de TNT (trinitrotolueno). Uma bomba de hidrogênio tem uma potência de 20 milhões de toneladas de TNT.

A fusão nuclear também ocorre no Sol, e na maioria das estrelas, onde são encontradas temperaturas de um milhão a dez milhões de graus Celsius. Como o Sol tem 4,5 bilhões de anos, ele não nasceu do material primordial (hidrogênio e hélio) que preenchia o Universo cerca de 500 000 anos após o Big Bang, mas sim de material já reciclado. Este material passou alguns milhares de milhões de anos numa estrela que se tornou uma supergigante e explodiu como supernova, ejetando hidrogênio e hélio no espaço, juntamente com cerca de 3% de elementos mais pesados, como carbono, oxigênio, enxofre, cloro e ferro que tinham sido sintetizados no núcleo da supergigante, antes desta tornar-se uma supernova. O material ejetado começou a concentrar-se por algum evento externo, como a explosão de outra supernova ou a passagem de uma onda de densidade, e, com o aumento de sua densidade, as excitações por colisões atômicas e moleculares provocaram a emissão de radiação. Esta perda de energia por radiação torna a contração irreversível, forçando o colapso gravitacional. A segunda lei da termodinâmica nos ensina que um processo que envolve um fluxo líquido de radiação é irreversível, já que há aumento da entropia, representada pela perda da radiação.

O conceito de entropia foi formulado pelo físico matemático alemão Rudolf Julius Emanuel Clausius (18221888), e mede quão próximo do equilíbrio — isto é, perfeita desordem interna — um sistema está. A entropia de um sistema isolado só pode aumentar, e quando o equilíbrio for alcançado, nenhuma troca de energia interna será possível. Somente quando a temperatura da parte interna desta nuvem colapsante alcança cerca de 10 milhões de Kelvin, a contração é interrompida, pois então a energia nuclear é importante fonte de energia. O conceito de entropia está intimamente ligado ao conceito de calor. Quando um sistema recebe entropia (calor), ele recebe energia. Se um corpo a uma temperatura T recebe entropia (S), ele absorve energia (E) equivalente ao produto da temperatura pela entropia, conforme 

A entropia (calor) pode ser transportada, armazenada e criada. A entropia é o transportador da energia em processos térmicos. Ela pode ser criada em processos irreversíveis, como queima, fricção, transporte de calor, mas não pode ser destruída. A quantidade de energia usada na criação de entropia é dita dissipada.

Quando 2 átomos de hidrogênio se transformam em deutério, no primeiro passo da fusão do hidrogênio (), este 1,4 MeV corresponde a 1,6 ×10^10 cal/grama igual a 2 milhões de vezes a energia liberada na combustão de um grama de carvão.

Notas[editar | editar código-fonte]

A unidade de calor é chamada Carnot (Ct, igual a 1 Joule/Kelvin), em honra ao físico francês Nicolas Léonard Sadi Carnot (17961832). 1 Ct é a quantidade de calor necessária para derreter um centímetro cúbico de gelo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  R7 Notícias, ed. (3 de setembro de 2017). «Bomba H da Coreia é mil vezes mais forte que artefato atômico comum». Consultado em 6 de setembro de 2017
  2.  «A bomba do fim do mundo | Superinteressante». 11 de dezembro de 2015. Consultado em 16 de julho de 2016
  3.  «Explosões atômicas mostram que a destruição pode ter seu lado belo». 23 de maio de 2014. Consultado em 16 de julho de 2016
  4.  «7 Maiores Explosões Provocadas Pelo Homem - 7mais». 19 de setembro de 2015. Consultado em 16 de julho de 2016

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