domingo, 11 de fevereiro de 2024

SANTA EUFROSINA - 11 DE FEVEREIRO DE 2024

 

Cruz de Santa Eufrosina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Reprodução de 1863 da Cruz de Polotsk.
Selo bielorrusso de 2011 com a imagem da Cruz de Santa Eufrosina.

Cruz de Santa Eufrosina foi uma relíquia da Igreja Ortodoxa Russa muito reverenciada na Bielorrússia, feita em 1161 por Lazar Bogsha para a ordem de santa Eufrosina de Polatsk, e que foi perdida em junho de 1941, na cidade de Mahilou.

Eufrosina, madre superiora do Convento de Polotsk, encomendou a cruz para decorar a nova Igreja da Transfiguração. A cruz simples de cipreste era decorada com ouropedras preciosas e esmalte, e mostrava Jesus CristoJoão BatistaTeótoco (a Virgem Maria), os Quatro Evangelistas, os arcanjos Gabriel e Miguel, além dos três santos padroeiros de Eufrosina e de seus pais. A obra custou, à época, 120 hryvnas. Dentro da cruz estavam pedaços da Santa Cruz e outras relíquias.

No século XIII a cruz foi transferida para Smolensk; após longa viagem por todo o país, retornou a Polotsk em 1841. Foi extensivamente registrada em fotografias no ano de 1896. Em 1928 a relíquia, agora nacionalizada, foi levada a Minsk, e, em 1929, a Mahilou, onde foi trancafiada num cofre da sede regional do Partido Comunista.

A cruz acabou por desaparecer durante a rápida ocupação da Bielorrússia pelas forças alemãs em junho-julho de 1941. Não existem relatos confiáveis do que teria acontecido com ela naquele ano; pelo menos três versões diferentes circulam, além de sua possível destruição em incêndios ou saques. A versão oficial soviética declarava de forma abrupta que a cruz havia sido saqueada pelos alemães. Já em 1991, o ministro da cultura da Bielorrússia alegou que a cruz, juntamente com outros tesouros do país, havia sido levada para Moscou. Já documentos em alemão da organização Alfred Rosenberg registraram um tesouro de Mahilou, que teria sido capturado pelos alemães em Smolensk; não existe, no entanto, evidência de que entre estes tesouros estaria a Cruz de Polotsk.[1]

Em 1997 Nikolay Kuzmitch, um artesão de Brest, finalizou uma réplica oficial da cruz, que atualmente é exibida na Catedral de Polotsk.

Referências

  1.  Petrovsky. Nikolay. "Quem roubou a Cruz de Santa Eufrosina?"Echo Planety, n. 11, 2000 (em russo) Arquivado em 9 de dezembro de 2008, no Wayback Machine.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou par

DIA NACIONAL DO DOENTE - 11 DE FEVEREIRO DE 2024

 

Doença

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Micrografia eletrónica de varrimento de Mycobacterium tuberculosis, uma bactéria que causa tuberculose

Uma doença é uma condição particular anormal que afeta negativamente o organismo e a estrutura ou função de parte de ou de todo um organismo, e que não é causada por um trauma físico externo. Doenças são frequentemente interpretadas como condições médicas que são associadas a sintomas e sinais específicos. Uma doença pode ser causada por fatores externos tais como agentes patogénicos ou por disfunções internas. Pode se entender que doença é a apresentação de anormalidades na estrutura e no funcionamento de um organismo, afetando-o de forma negativa. Por exemplo, disfunções internas do sistema imunológico podem produzir uma variedade de diferentes doenças, inclusive várias formas de imunodeficiênciahipersensibilidadealergias e desordens ou transtornos autoimunes.

Em humanos, doença é frequentemente usada amplamente para se referir a qualquer condição que causa dordisfunção, desconforto, sentimento de incapacidade, anormalidades negativas e problemas sociais ou morte à pessoa afligida, ou problemas similares àqueles em contacto com a pessoa. Neste sentido mais amplo, às vezes inclui traumas físicosdeficiênciastranstornossíndromesinfeçõessintomas isolados, comportamentos anormais e variações atípicas de estruturas e funções, enquanto em outros contextos e para outros propósitos podem ser consideradas categorias distinguíveis. Doenças podem não somente afetar pessoas fisicamente, como também mentalmente, como a contração e a convivência com uma doença podem alterar a perspetiva de vida de uma pessoa afetada.

Morte devido a doença é chamada de morte por causas naturais. Há quatro tipos principais de doença: doenças infeciosas, doenças de deficiência, doenças hereditárias (o que inclui tanto doenças genéticas quanto doenças hereditárias não-genéticas) e doenças fisiológicas. Doenças podem também ser classificadas de outras maneiras, tais como doenças transmissíveis versus não-transmissíveis. As doenças mais mortais em humanos são a doença arterial coronária (obstrução do fluxo sanguíneo), seguida de doença cerebrovascular e infeções respiratórias agudas. Em países desenvolvidos, as doenças que causam a maior moléstia em geral são condições neuropsiquiátricas, tais como depressão e ansiedade.

O estudo de doença é chamado patologia, que inclui o estudo de etiologia, ou causa.

Conceitos de doença

Doença é um conceito complexo e multifacetado:[1]

  • conceito do senso comum: a palavra tem em linguagem quotidiana diferentes significados, muitas vezes distintos do significado médico;
  • conceito jurídico: doenças dão a seus portadores determinados direitos (ex. não ir ao trabalho) e implica deveres para várias instituições (seguros de saúde, previdência social, empregador);
  • conceito social: ser "doente" implica um determinado papel social que provoca em outras pessoas compaixão, atenção, apoio; além disso certos tipos de comportamento geralmente indesejáveis são aceitos (resmungar, não participar de atividades sociais);
  • conceito acional (Handlungsbegriff): ter uma doença conduz a um determinado tipo de comportamento e a determinadas ações (procurar um médico, tratamento);
  • conceito profissional: a classificação de um fenômeno como doença implica que somente algumas classes profissionais podem realizar seu tratamento

Conceito médico

Por ter tantos usos e significados diferentes faz-se necessária uma definição pelo uso científico do termo. O conceito de doença compõem-se, segundo Häfner (1981,[2] 1983[3]), de dois componentes:

  1. o distúrbio de funções, grupos de funções ou de sistemas interpessoais;
  2. o estado não é proposital – "doença" implica incapacidade. Além disso ele é formado em diferentes níveis:
    1. a manifestação;
    2. o desenvolvimento da doença, que caracteriza o "estar doente" (Kranksein);
    3. o conhecimento dos órgãos afetados e do contexto patológico, de forma a se compreender como os primeiros níveis se influenciam mutuamente;
    4. o conhecimento das causas do contexto patológico.

Somente quando todos esses níveis são conhecidos pode-se falar de nosologia.

Conceito bio-psicossocial

O conceito de doença descrito acima é o chamado "conceito médico". Ele localiza a doença dentro do indivíduo e a define como um fenômeno isolado, com causas biológicas e muitas vezes a ser tratado com medicamentos. Críticas contra esse conceito foram levantadas por várias ciências sociais (sociologiaantropologiaciências da saúde, psicologia da reabilitação, etc.): uma doença não influencia somente o indivíduo, mas todas as pessoas que estão em contato com ele (família, amigos); além disso ela tem não apenas consequências biológicas, mas sociais (isolamento, preconceito, estereotipificação, etc.) e provocam muitas vezes mudanças no sistema social. Por isso se fala hoje de um conceito bio-psicossocial, ou seja uma doença deve ser vista sob diferentes pontos de vista, de acordo com os diferentes fatores que a influenciam:[4]

  • fatores biológicos – como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.;
  • fatores psicológicos – como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
  • fatores socioculturais – como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis sociais, etc.

A literatura sobre sociologia médica em língua inglesa costuma diferenciar esses diferentes aspectos da doença com o uso de três termos distintos (que no inglês quotidiano são usadas como sinônimos):[5]

  • disease é a parte médica e técnica;
  • illness refere-se à experiência pessoal da pessoa doente;
  • sickness refere-se ao aspecto social e relacional da doença.

Significado social da doença

obesidade foi um símbolo de status na cultura do Renascimento: "O General Toscano Alessandro del Borro", atribuído a Andrea Sacchi, 1645.[6] É agora geralmente considerada como uma doença.

Uma condição pode ser considerada uma doença em algumas culturas e épocas, mas não em outras. Condições tais como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e a obesidade são consideradas doenças por parte de alguns países desenvolvidos, mas têm sido considerados de forma diferente em outras culturas. Por exemplo, a obesidade também pode representar riqueza e abundância e é um símbolo de status em áreas propensas à fome e alguns lugares mais atingidos pela caquexia decorrente da AIDS.[7]

A doença confere a legitimação social de determinados benefícios, como auxílio-doença, desnecessidade de comparecer ao trabalho e recebimento de cuidadas por outras pessoas. Em contrapartida, existe uma obrigação por parte do doente a procurar tratamento e trabalho para voltar a ficar bem. Como comparação, considere-se a gravidez, que não é normalmente interpretada como uma doença ou uma enfermidade. Por outro lado, é considerada pela comunidade médica como uma condição que exige cuidados médicos.

A identificação de uma condição como uma doença, ao invés de simplesmente como uma variação da estrutura ou funcionalidade humana, pode ter importantes implicações sociais ou econômicas. Os reconhecimentos controversos como doenças do transtorno de estresse pós-traumático, também conhecido como o "coração do soldado", "choque de stress do combate" ou "fadiga do combate", da lesão por esforço repetitivo e da síndrome da Guerra do Golfo teve uma série de efeitos positivos e negativos sobre as finanças e outras responsabilidades governamentais, empresas e instituições para indivíduos, assim como sobre os próprios indivíduos. A implicação social de considerar o envelhecimento como uma doença pode ser profunda, embora esta classificação não está ainda generalizada. Os leprosos eram um grupo de indivíduos socialmente evitados ao longo da história, e o termo "leproso" ainda evoca estigma social. O medo da doença pode ainda ser um fenômeno social amplo, embora nem todas as doenças evocam um estigma social extremo.

Ver também

Referências

  1.  Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie. Bern: Huber.
  2.  Häfner, H. (1981). "Der Krankheitsbegriff in der Psychiatrie". In: R. Degwitz & H. Sidow (Hrsg.), Zum umstrittenen psychiatrischen Krankheitsbegriff. Standorte der Psychiatrie Bd. 2, München: Urban & Schwarzenberg, p. 16-54.
  3.  Häfner, H. (1983). "Allgemeine und spezielle Krankheitsbegriffe in der Psychiatrie". Nervenarzt, 54, 231-238.
  4.  Myers, David G. (2008). Psychologie. Heidelberg: Springer.
  5.  Schweitzer, Jochen & Schlippe, Arist von (2006). Lehrbuch der systemischen Therapie und Beratung. Band: 2, Das störungsspezifische Wissen. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht.
  6.  Carol Gerten-Jackson. «The Tuscan General Alessandro del Borro». Consultado em 31 de agosto de 2010. Arquivado do original em 11 de outubro de 2014
  7.  Haslam DW, James WP (2005). «Obesity». Lancet366 (9492): 1197–209. PMID 16198769doi:10.1016/S0140-6736(05)67483-1

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  • Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie. Bern: Huber. ISBN 3-456-84241-4
  • Schweitzer, Jochen & Schlippe, Arist von (2006). Lehrbuch der systemischen Therapie und Beratung. Band: 2, Das störungsspezifische Wissen. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht. ISBN 3-525-46256-5
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