Os
atuns (género
Thunnus) são um dos grupos de espécies de
peixesmais importantes do ponto de vista
pesqueiro. Em 2002, foram capturadas, em todo o mundo, mais de seis milhões de toneladas de atuns e "espécies-afins" (de acordo com as estatísticas da FAO
[1]).
O género
Thunnus agrupo oito espécies em dois
subgéneros:
Tamanho relativo das espécies de atum, com a espécie
Thunnus thynnus(topo) com cerca de 8 pés (2,4m) de comprimento.
Comprimento máximo reportado para as diversas espécies de
Thunnus (cm).
Existem no mundo apenas oito espécies de atum ou
Thunnus (família
Scombridae, classe
Actinopterygii) com os seguintes nomes em português
[4]:
- Thunnus alalunga - Albacora (do nome em inglês) ou Alvacora (Açores), Atum-branco, Atum albino ou Avoador (Angola) ou Asinha (por causa das suas longas barbatanas peitorais), Bandolim e Carorocatá (Brasil) e Peixe-maninha (Cabo Verde).
- Thunnus albacares - Albacora, Albacora-da-lage, Albacora-cachorra (Brasil), Atum, Atum-amarelo (do inglês "yellowfin"), Atum-oledê (S. Tomé e Príncipe), Atum-de-galha-à-ré (Cabo Verde), Rabão (Angola) e Rabo-seco (Cabo Verde).
- Thunnus atlanticus (endémico no Oceano Atlântico ocidental) - Albacora, Albacora-preta ou Albacorinha, Atum-barbatana-negra ou Atum-negro.
- Thunnus maccoyii (encontrado apenas na parte sul de todos os oceanos) - Atum-do-sul.
- Thunnus obesus (encontrada apenas em águas com temperaturas entre 13°-29 °C, mas o intervalo óptimo é entre 17°-22 °C; tem um valor muito elevado no mercado, uma vez que é processado como "sashimi" no Japão) - Albacora, Albacora-cachorra (Brasil) ou Albacora-olho-grande ou Atum-de-olho-grande (do nome em inglês "bigeye tuna"), Atum, Atum-fogo (S. Tomé e Príncipe), Atum-obeso, Atum-patudo, ou simplesmente Patudo.
- Thunnus orientalis (endêmico do Oceano Pacífico norte) - não se conhecem nomes em português, algo no mínimo curioso, uma vez que a pescaria de atum da Califórnia foi iniciada por portugueses.
- Thunnus thynnus, atum-rabilho (típico do Oceano Atlântico; criado em instalações de aquacultura no Japão, onde a sua carne é processada como "sashimi").
- Thunnus tonggol - Atum-do-índico, Atum tongol, Bonito-oriental (Moçambique)
Outras espécies da mesma família também consideradas atum:
- Katsuwonus pelamis (uma das principais espécies do ponto de vista pesqueiro; forma cardumes à superfície nas regiões tropicais de todos os oceanos) - atum judeu, atum-bonito, barriga-listada (Brasil), bonito ou bonito-de-ventre-raiado ou de barriga-listada (ou listrada) ou apenas listado, cachorrinha ou judeu (Cabo Verde), gaiado, sarrajão ou ainda serra.
- Cybiosarda elegans - Atum-dente-de-cão
- Allothunnus fallai - Atum-foguete
Em Moçambique denomina-se escolar-atum a um peixe que não é da mesma família (Thyrsites atun).
Outras espécies da família Scombridae que são populares objectos de
pesca, quer comercial, quer desportiva e que muitas vezes são capturadas em conjunto com as espécies principais, são:
- Acanthocybium solandri - Aimpim ou Cavala-aimpim ou aipim ou ainda Cavala empinge ou Guarapicu, no Brasil, Cavala-gigante ou Cavala-da-Índia ou Serra da Índia, em Portugal e Cabo Verde, ou Peixe-fumo, em Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.
- Auxis rochei - Bonito-cachorro (Brasil) ou Judeu.
- Auxis thazard - Albacora-bandolim, Bonito ou Bonito-cachorro ou ainda Cadelo ou Cavala (Brasil), Chapouto (Angola e Cabo Verde), Fulu fulu (S. Tomé e Príncipe) ou ainda Judeu.
E ainda várias outras espécies denominadas Sarda, Cavala ou Serra.
As "espécies-afins" do atum - que partilham o mesmo habitat e são capturadas em conjunto - são principalmente os "peixes-de-bico": o espadarte (Xiphias gladius), os espadins ou marlins (Makaira spp.) e os veleiros ou agulhões ou peixes-de-vela (Istiophorus spp.).
Aspectos ambientais e político-comerciais associados ao atum[editar | editar código-fonte]
Apesar de - ao contrário das
espécies de
peixe mais apreciadas - os atuns não terem carne "branca", mas "rosada" por causa do peculiar sistema
vascular que lhes permite controlar a
temperatura do corpo, os atuns são historicamente de grande importância
pesqueira.
Para além de ser consumido fresco, o atum é também uma importante matéria-prima para a
indústria conserveira. Em
Portugal, esta indústria começou a florescer desde o final do século XIX, consolidando a sua posição no mercado durante a primeira metade de século XX. A sua expansão por vários centros conserveiros, espalhados de norte a sul do país, seria devido à sua subsidiaridade da indústria de guerra.
[7] No período decorrente da
II Guerra Mundial, Portugal tornar-se-ia no principal produtor mundial de conservas de atum e similares, exportando para todos os cantos do mundo. Ainda hoje, as conservas de atum portuguesas primam pela sua qualidade, podendo encontrar-se em todo o mundo, nas casas da especialidade.
Mais recentemente, com o desenvolvimento dos movimentos
ambientalistas, foram levantados problemas diferentes: apesar das pescarias de atum serem bastante específicas, verificou-se que - principalmente alguns tipos de pesca, como a pesca com rede-de-cerco e mesmo de palangre - se capturam algumas espécies indesejadas ou mesmo protegidas, como as
tartarugas marinhas e os
golfinhos. Por essa razão, os consumidores (principalmente nos
Estados Unidos da América do Norte, mas com tendência também de se popularizar na
União Europeia) são aconselhados a não adquirirem atum que não seja "certificado" como proveniente duma "pescaria responsável" ou "que protege a biodiversidade" - "
dolphin-free tuna". O
Aquário de Monterey, na
Califórnia publica inclusivamente uma página de aconselhamento aos consumidores.
[8]