quarta-feira, 23 de março de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA - 28º DIA - ÚLTIMAS NOTÍCIAS - 23 DE MARÇO DE 2022

 


10h37 - Scholz alerta Putin: uso de armas químicas e biológicas seria “inaceitável e imperdoável”

O chanceler alemão, Olaf Scholz, alertou o presidente russo, Vladimir Putin, para não usar armas biológicas ou químicas na Ucrânia, informou o jornal alemão Die Zeit esta quarta-feira.

Scholz afirmou que as alegações russas de que a Ucrânia estava a desenvolver tais armas ou que os Estados Unidos queriam usá-las pareciam "uma ameaça implícita de que o próprio Putin está a considerar usar tais armas”.

"É por isso que era importante para mim dizer-lhe [a Putin] de forma muito clara e direta: isso seria inaceitável e imperdoável", disse Scholz ao Die Zeit.

10h28 - Moscovo diz que Rússia e Ucrânia fizeram duas trocas de prisioneiros

Moscovo e Kiev fizeram duas trocas de prisioneiros até agora, segundo anunciou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, esta quarta-feira.

10h15 - Bruxelas reduz regras de auxílios estatais a empresas afetadas pela guerra

As empresas da União Europeia afetadas pelas sanções impostas à Rússia devido à invasão da Ucrânia podem obter até 400 mil euros de apoio estatal, revelou a Comissão Europeia.

As empresas do setor da agricultura, pescas e aquacultura podem obter até 35 mil euros.

As empresas que enfrentam uma crise de liquidez podem obter garantias estatais sobre empréstimos e empréstimos subsidiados.

Já as que enfrentam uma subida dos custos com a energia podem obter auxílios estatais até 30 por cento dos custos, com um limite de dois milhões de euros.

10h00 - Voltam a ouvir-se as sirenes em Kiev

No termo de novo período prolongado de recolher obrigatório, os enviados especiais da RTP descrevem o ambiente na capital da Ucrânia. A zona central de Kiev é patrulhada por grande número de combatentes ucranianos. ###1393348### "As informações sobre o que de facto aconteceu nestas últimas 35 horas não são muito claras, mas há indicações de que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço das tropas russas pela via norte-noroeste de Kiev", relata a repórter Cândida Pinto.

9h42 - Zelenskiy pede a Tóquio que aumente pressão sobre Moscovo

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy apelou ao Japão para aumentar a pressão das sanções contra a Rússia, introduzindo um embargo comercial aos produtos russos.

Zelenskiy agradeceu, ainda, ao Japão por liderar o caminho entre os países asiáticos na condenação da invasão russa e na introdução de sanções.

“Os Estados responsáveis unem-se para proteger a paz. Estou grato ao seu Estado pela posição de princípio num momento histórico”, afirmou o Presidente ucraniano numa declaração por videoconferência no Parlamento nipónico.

9h30 - Chanceler alemão diz que campanha russa "está num atoleiro"

O chanceler alemão Olaf Scholz disse hoje que a campanha militar russa na Ucrânia "está num atoleiro" apesar de toda a destruição que está a provocar diariamente.

A "verdade é que a guerra destrói a Ucrânia, mas Putin que está a fazer a guerra está também a destruir o futuro da Rússia", disse o chanceler alemão perante a Câmara Baixa do Parlamento Federal alemão (Bundestag).

Scholz disse ainda que Kiev "pode contar com a ajuda" da Alemanha.

(Agência Lusa)

9h20 - Polónia pondera expulsar diplomatas russos e Moscovo acena com retaliações

Os serviços especiais da Polónia pediram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para expulsar 45 diplomatas russos, alguns dos quais estão alegadamente a trabalhar para os serviços secretos russos a coberto do trabalho diplomático, afirmou o porta-voz, Stanislaw Zaryn.

"A Agência de Segurança Interna identificou 45 pessoas - oficiais dos serviços secretos russos e pessoas associadas a eles que tinham estatuto diplomático na Polónia", afirmou. 

Um porta-voz do governo polaco disse que o embaixador russo em Varsóvia tinha sido convocado para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e que as decisões sobre outras medidas seriam anunciadas após a reunião.

Moscovo já avisou que retalia se a Polónia expulsar os seus diplomatas.

9h06 - Moscovo avisa que envio de tropas de manutenção de paz podem levar a conflito entre a Rússia e a NATO

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o envio de forças de manutenção de paz para a Ucrânia pode levar a um confronto concreto entre a Rússia e a NATO.

Na passada semana, a Polónia defendeu que uma missão internacional deveria ser enviada para a Ucrânia.

8h57 - Banco Central da Ucrânia pede ao SWIFT para retirar Banco Central da Rússia do sistema

“Esperamos o vosso apoio e assistência para salvar milhares de vidas de ucranianos e proteger a soberania do nosso país”, afirmou Kyrylo Shevchenko, governador do Banco Central da Ucrânia.

8h48 - Hungria rejeita sanções ao fornecimento de energia russa

A Hungria não apoia sanções sobre o fornecimento de energia russa, pois colocaria em perigo a segurança energética do país, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

“Não é culpa da Hungria que o gás natural e petróleo da Rússia desempenhem um papel importante no fornecimento de energia à Hungria, Europa Central e a toda a Europa”, afirmou Peter Szijjarto num discurso transmitido na sua página na rede social Facebook.

8h38 - China “apoia” a participação de Vladimir Putin na próxima cimeira do G20

A China manifestou-se hoje contra a exclusão da Rússia da próxima cimeira do G20, uma sugestão avançada pelos Estados Unidos e os países aliados após a invasão da Ucrânia.

"A Rússia é um importante país membro [do G20]. Nenhum membro tem o direito de expulsar outro país", disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

(Agência Lusa)

8h29 - Forças russas atingem depósito de armas perto de Rivne

O Ministério da Defesa da Rússia revelou que as forças russas tinham atingido um depósito de armas, fora da cidade de Rivne, destruindo um arsenal de armas e equipamento.

O Ministério acrescenta que o ataque de grande precisão foi efetuado com armas de longo alcance disparadas do mar, avança a Reuters.

8h16 - Fluxo de gás russo para a Europa diminuiu

As entregas de gás russo à Europa através dos gasodutos Nord Stream 1 e Yamal-Europepipeline caíram.

Os fluxos para a Alemanha através do Nord Stream 1 foram de 65.361.776 kWh/h às 07h28 GMT, ligeiramente abaixo dos 67.955.181 kWh/h à meia-noite, mostrou o website Nord Stream.

Já os fluxos com destino à Polónia a partir da Alemanha ao longo do gasoduto Yamal-Europa foram de 1.717.560 kWh/h no ponto da fronteira de Mallnowborder, descendo de 2.362.830 kWh/h à meia-noite, mostraram os dados do operador Gascade.

A companhia russa Gazprom revelou que continuava a fornecer gás à Europa através da Ucrânia, em conformidade com os pedidos dos consumidores europeus.

8h03 – Putin planeia participar na cimeira do G20, em novembro

A embaixadora da Rússia na Indonésia afirmou esta quarta-feira que o presidente russo planeia participar na cimeira do G20, que irá acontecer em Bali, na Indonésia, no mês de novembro.

Lyudmila Vorobieva frisou que o fórum de discussão serve para abordar questões económicas, e não a situação na Ucrânia.

“Claro que a expulsão da Rússia deste tipo de fóruns não vai ajudar à resolução de problemas económicos. Pelo contrário, sem a Rússia seria difícil fazê-lo”, afirmou ainda a diplomata.

7h49 – Nove corredores humanitários estabelecidos para esta quarta-feira

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, confirmou esta quarta-feira que serão estabelecidos nove corredores humanitários para tentar evacuar várias cidades ucranianas onde ainda permanecem civis.

Em Mariupol, a cidade onde a situação é mais dramática, não foi possível estabelecer um corredor humanitário seguro. Aos civis que continuam retidos na cidade portuária, será apenas possível encontrar transporte em Berdyansk, a cerca de 80 quilómetros, disse a responsável.

7h45 - Lavrov vai reunir-se com chefe da Cruz Vermelha em Moscovo

O MNE russo, Sergei Lavrov, vai encontrar-se na quinta-feira com Peter Maurer, chefe do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

"A agenda da reunião prevê a discussão dos principais pontos de trabalho do CICV no campo da resposta humanitária", disse o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

7h30 – Cessar-fogo em Lugansk

O governador da região de Lugansk, Serhiy Gaidai, confirmou um acordo sobre cessar-fogo local para a evacuação de civis que estão retidos na sequência dos combates na região.

De acordo com o responsável local, o cessar-fogo entrou em vigor às 9h00 locais (7h00).

Ponto da situação esta manhã

  • A Rússia admite recorrer a armas nucleares em caso de “ameaça existencial”. A hipótese é avançada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em declarações à CNN na terça-feira. “Temos uma doutrina de segurança interna, é pública, podem ler todas as razões que temos para o uso de armas nucleares. Se houver uma ameaça existencial ao nosso país, essas armas podem ser usadas de acordo com a nossa doutrina”.
  • O presidente ucraniano afirma que cerca de 100 mil civis ainda estão retidos em Mariupol após semanas de bombardeamentos. A cidade portuária, sitiada há várias semanas, foi atingida na terça-feira por duas “bombas superpoderosas”. Segundo as autoridades locais, ainda não há um balanço do número de vítimas.
Mais uma vez, não foi possível o estabelecimento de corredores humanitários. Volodymyr Zelensky acusa Moscovo de querer “simplesmente destruir” a cidade.

  • O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, recusou na terça-feira um cenário de rendição perante os russos. “Na pior das hipóteses morreremos, mas nunca nos renderemos”, afirmou numa declaração ao Conselho da Europa.

A capital ucraniana está sob novos ataques, numa altura em que termina o recolher obrigatório de dois dias, determinado na segunda-feira.

Pelo menos uma pessoa morreu na terça-feira após um ataque com drones num prédio de Kiev, avança a agência France Presse.

  • Joe Biden viaja esta semana para a Europa para participar em várias reuniões diplomáticas: o presidente norte-americano chega a Bruxelas na quinta-feira e viaja depois para a Polónia, país por onde passam grande parte dos refugiados ucranianos.
Na antecipação desta viagem, a Casa Branca já confirmou que serão anunciadas novas sanções contra a Rússia, em coordenação com os aliados europeus.

  • Na terça-feira, Zelensky pediu ao papa Francisco para mediar as negociações entre russos e ucranianos, isto depois de falar com o sumo pontífice ao telefone. Também ontem, o presidente ucraniano falou ao Parlamento italiano, onde alertou que o seu país é a “porta de entrada” de Putin para o resto da Europa.
Hoje, Volodymyr Zelensky irá discursar à Assembleia Nacional francesa e ao Parlamento japonês. Na quinta-feira, deverá endereçar os vários líderes da Aliança Atlântica na cimeira extraordinária da NATO, que irá decorrer em Bruxelas.

GUERRA NA UCRÂNIA - 28º DIA - REAÇÕES NEGATIVAS SOBRE MÁRIO MACHADO. 23 DE MARÇO DE 2022

 

Não queremos indivíduos deste género no nosso país”: Ucrânia contra entrada de Mário Machado na guerra

Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa autorizou o neonaz a ir combater sem ter de cumprir as apresentações quinzenais.
Correio da Manhã10:52
Mário Machado
Mário MachadoFOTO: Direitos Reservados

Não basta apenas querer ir para a Ucrânia combater. É preciso cumprir com alguns critérios de aceitação para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial das Forças Armadas do país.

O esclarecimento é do coronel Sergii Malyk, adido militar da Embaixada da Ucrânia em França, a propósito do caso do cadastrado Mário Machado, o português que decidiu ir lutar para a frente de combate na Ucrânia.

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"Se sabem de pessoas deste tipo que queiram ir para a Ucrânia digam. Não queremos indivíduos deste género no nosso país", afirmou o coronel em declarações ao jornal Diário de Notícias.

Mário Machado, 44 anos, esteve ligado a diversas organizações de extrema-direita, como o Movimento de Ação Nacional, a Irmandade Ariana e o Portugal Hammerskins, a ramificação portuguesa da Hammerskin Nation, um dos principais grupos neonazis e supremacistas brancos dos Estados Unidos da América. Fundou também os movimentos Frente Nacional e Nova Ordem Social (NOS), que liderou de 2014 até 2019.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa autorizou o neonazi Mário Machado a ir combater para a Ucrânia sem ter de cumprir as apresentações quinzenais numa esquadra. 

Mário Machado é arguido num processo de incitamento ao ódio racial e violência nas redes sociais, estando indiciado pelo crime de posse de arma proibida. Desde 12 de novembro do ano passado que é obrigado a apresentações quinzenais numa esquadra.

O juiz teve em consideração "a situação humanitária vivida na Ucrânia e as finalidades invocadas pelo arguido para a sua pretensão", permitindo o levantamento temporário das medidas cautelares enquanto está ausente do país.

CALOUSTE GULBENKIAN - MECENAS, FILANTROPO, MILIONÁRIO, ENGENHEIRO, - NASCEU EM 1869 na Antiga ARMÉNIA hoje Turquia - 23 de março de 20222

Calouste Gulbenkian

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Calouste Sarkis Gulbenkian
Calouste Gulbenkian
NascimentoԳալուստ Սարգիս Կիւլպէնկեան
23 de março de 1869
Üsküdar[1], Império Otomano
Morte20 de julho de 1955 (86 anos)
Lisboa, Portugal
SepultamentoSt Sarkis, Kensington
CidadaniaImpério OtomanoReino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Etniaarmênios
Estatura1,72 m
CônjugeNevarte Essayan (1892)
Filho(s)Nubar Gulbenkian, Rita Sirvante Gulbenkian
Alma mater
OcupaçãoEngenheiro do petróleo e empresário,
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
Assinatura
Signature Calouste Gulbenkian.jpg

Calouste Sarkis Gulbenkian, em arménioԳալուստ Սարգիս Կիւլպէնկեան GCC (Üsküdar23 de março de 1869 — Lisboa20 de julho de 1955), foi um engenheiro do petróleo e empresário arménio otomano naturalizado britânico (1902), activo no sector do petróleo e um dos pioneiros no desenvolvimento desse sector no Médio Oriente.[2][3] Foi também um mecenas, tendo dado um grande contributo para o fomento da cultura em Portugal. A sua herança esteve na origem da constituição da Fundação Calouste Gulbenkian.

Biografia

Nasceu numa família de abastados comerciantes arménios de Istambul. O seu pai importava petróleo da Rússia.

Estudou em Marselha e em Londres, no King's College, onde obteve o diploma de engenharia do petróleo (1887).

Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos de idade, publicou o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvernirs de Voyage, do qual alguns capítulos foram publicados numa revista que chegou às mãos do ministro das Minas do governo otomano.[4] Gulbenkian foi por este encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.

Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes financistas internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Dutch, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.

Durante a Primeira Guerra Mundial sugeriu em França a criação de um gabinete para controlo do petróleo, o Comité Général du Pétrole, chefiado por Henri Bérenger.[5] Ao serviço deste comité, obteve êxito para um seu plano: pelo Tratado de San Remo (1920), a França ganhou à Grã-Bretanha o direito a administrar os interesses do Deutsche Bank na companhia de petróleo turca (os ingleses faziam-no desde 1915).

Em 1928, desempenhou papel fulcral nas negociações multipartidas entre grandes empresas internacionais para a divisão da então Turkish Petroleum Co., Ltd. (hoje a Iraq Petroleum Co., Ltd.) entre a Anglo-Persian Oil Co. (hoje a BP), a Royal Dutch Shell Group, a Companhia Francesa de Petróleos e a Near East Development Corp. (metade da Standard Oil e metade da Socony Mobil Oil). A cada uma coube 23,75% do capital e, a Calouste Gulbenkian, 5%. Este facto originou que Gulbenkian ficasse conhecido na indústria do petróleo como "o Senhor Cinco por Cento". A riqueza que acumulou permitiu-lhe satisfazer a paixão pelas obras de arte.

Durante a II Guerra Mundial, passou a viver em Lisboa, no Hotel Aviz (hoje desaparecido), em Abril de 1942. Vivia no hotel, juntamente com a mulher, a secretária privada Isabelle Theis e o genro Kevork, ocupando 5 das 33 suites do hotel.

Em 17 de Dezembro de 1942, depois de recusar vagar uma das suites por ordem do governo, Calouste e Kevork foram levados à força para uma esquadra de polícia. O passaporte diplomático de Calouste foi apreendido, ele foi separado de Kevork e informado de que se encontrava na situação de prisioneiro, não obstante não ter havido detenção formal. Calouste nunca aprendeu português e quando pediu alguém que falasse francês foi-lhe dito com rudeza que se sentasse e esperasse. Foi interrogado e mandaram-no assinar uma declaração em português que, mais uma vez, ele não sabia o que tinha escrito. Embora de começo recusasse assinar, acabou por fazê-lo sob ameaça. Não havia embaixada iraniana em Portugal, por isso Kevork apelou ao embaixador egípcio, Fakhry Paxá que negociou a libertação de Gulbenkian.[6]

A 28 de fevereiro de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.[7]

Vida pessoal e familiar

Em 1892 casou em Londres com Nevarte Essayan, tal como ele natural de Cesareia e descendente de família arménia nobre e abastada. Do casamento nascem dois filhos: Nubar Sarkis (1896-1972) e Rita Sirvarte (1900-1977).

O filho de Rita Sirvarte, Mikhael Essayan (1927-2012), foi Presidente honorário da Fundação e seu filho, Martin Essayan – bisneto de Calouste Gulbenkian – é atualmente administrador da Fundação, responsável pelas atividades na Grã-Bretanha e na República da Irlanda, e também pelo Serviço das Comunidades arménias.

Colecionador de arte

Calouste Gulbenkian foi um amante de arte e homem de raro e sensível gosto, além de reunir uma extraordinária coleção de arte, principalmente europeia e asiática, de mais de seis milhares de peças.

Na arte europeia, reuniu obras que vão desde os mestres primitivos à pintura impressionista. Uma parte dessa coleção esteve exposta por empréstimo, entre 1930 e 1950, na National Gallery (Londres) em Londres, e na Galeria Nacional de Arte em Washington, D.C.[8] Figuram na colecção obras de CarpaccioRubensVan DyckRembrandtGainsboroughRomneyLawrenceFragonardCorotRenoirBoucherManetDegasMonet e muitos outros.

Além da pintura, reuniu um importante espólio de escultura do Antigo Egitocerâmicas orientais, manuscritos, encadernações e livros antigos, artigos de vidro da Síriamobiliário francês, tapeçarias, têxteis, peças de joalharia de René Laliquemoedas gregas, medalhas italianas do Renascimento, etc. Quando de sua morte, em 1955, a sua coleção de obras de arte estava avaliada em mais de 15 milhões de dólares.

Foi desejo de Gulbenkian que a coleção que reuniu ao longo da vida ficasse exposta num único local. Assim é que está em Lisboa, desde Junho de 1960. Em 1969 foi inaugurado o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (que acolhe os serviços centrais da Fundação, dois auditórios, salas de conferências e 2 espaços expositivos) e o Museu, onde se encontra esta coleção permanente. Em 1983 foi inaugurado o Centro de Arte Moderna, no mesmo parque junto à Praça de Espanha onde se localizam todos esses edifícios.

Filantropia

Tal como soube reunir uma enorme fortuna ao longo da vida, Gulbenkian soube distribuí-la em testamento com generosidade. Na caridade, deixou verbas para especial proteção das comunidades arménias, que à altura não tinham asseguradas as necessidades básicas pelas organizações internacionais. Foi benfeitor do Patriarcado Arménio de Jerusalém. Como era devoto da Igreja Arménia, fez construir em Londres a Igreja de São Sarkis, dedicado à memória dos seus pais e onde se encontram as suas cinzas.

Em Abril de 1942, entrou em Portugal pela primeira vez, convidado pelo embaixador de Portugal em França. Inicialmente, Lisboa seria apenas uma escala numa viagem a Nova Iorque, mas o empresário adoeceu e acabou por ficar mais tempo do que planeara, agradado com a paz que em Portugal se vivia durante o conflito que devastava o resto da Europa. Sentindo-se bem acolhido, estabeleceu residência permanente em Lisboa, no Hotel Aviz, onde acabou por se instalar definitivamente até à sua morte, em 1955.

O testamento, datado de 18 de junho de 1953, criou a fundação com o seu nome que ficou herdeira do remanescente da sua fortuna, e que tem fins artísticos, caritativos, científicos e educativos, elegendo Portugal para a sua fixação - agradecendo, postumamente, o acolhimento que teve num momento crítico da história da Europa e sabendo o respeito que em Portugal haveria pelo escrupuloso cumprimento da sua vontade.

Referências

  1.  Mystery Billionaire, Robert Coughlan, Life, 27 de Novembro de 1950, 82
  2.  «Calouste Gulbenkian Dies at 86. One of the Richest Men in the World. Oil Financier, Art Collector Lived in Obscurity, Drove in Rented Automobile.» (em inglês). The New York Times. 11 de julho de 1955. Consultado em 19 de julho de 2012
  3.  «Solid Gold Scrooge» (em inglês). TIME. 23 de julho de 1958. Consultado em 19 de julho de 2012
  4.  Colin John Campbell (2005). Oil Crisis (em inglês). [S.l.]: Multi-Science Publishing. 75 páginas. ISBN 0-906522-39-0
  5.  Norwich, J. J., & Henson, B. (1987). Mr. Five Percent: The Story of Calouste Gulbenkian. [S.l.]: Home Vision. ISBN 978-0-7800-0755-0OCLC 31611185
  6.  «Jonathan Conlin: "Gulbenkian deixou o negócio da família ir à falência. Ele era muito rico, mas não salvou ninguém"»
  7.  «Ordens Honoríficas Portuguesas»Presidência da República Portuguesa. Ordens.presidencia.pt
  8.  «St sarkis» (em inglês). Accc.org.uk. Consultado em 19 de julho de 2012

Bibliografia

  • Black, EdwinBanking on Baghdad: Inside Iraq's 7,000-Year History of War, Profit, and Conflict. New York: John Wiley and Sons, 2004. ISBN 0-471-67186-X.

For general background concerning the development of the petroleum industry in the Middle East see

For Gulbenkian as a collector see

  • Azeredo Perdigão, José de, and Ana Lowndes Marques. Calouste Gulbenkian, Collector. Lisbon: Calouste Gulbenkian Foundation, 1979. OCLC 8196712

Ver também

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