sexta-feira, 20 de março de 2015

CARLOS PAZ - Hoje Faleceu minha Mãe - 19 de MARÇO DE 2015


Hoje faleceu a minha mãe.
Faleceu doente, triste e sozinha.
Sozinha porque eu, filho único, estou em Luanda a trabalhar. O trabalho de cujo rendimento preciso para viver. O trabalho que me é negado em Portugal por ser alguém que não me calo.
E, mesmo desse rendimento, os senhores que nos governam me ROUBAM 90% (não é gralha, são mesmo 90%):
- 30% de IRS;
- 35% de TSU (tenho de pagar a minha e a do empregador – é assim mesmo para os recibos verdes), para uma Segurança Social da qual NADA tenho direito a usufruir;
- 20% de taxa média de IVA;
- 5% para os restantes impostos e taxas (IUC, IMI, ISPP, etc…, etc…, etc…).
Faleceu doente, triste e sozinha uma Senhora que escolheu chamar-me Carlos, porque era um nome que, etimologicamente, significava: Homem Livre.
Como todas as mães, ensinou-me muita coisa ao longo da vida. Mas, acima de tudo, ensinou-me a ser isso mesmo: um Homem Livre.
Faleceu doente, triste e sozinha, num País que se está a desagregar moralmente a olhos vistos.
Faleceu doente, triste e sozinha, num País que expulsa os que se atrevem a ser Homens Livres.
Faleceu doente, triste e sozinha. Não sei sequer se consigo chegar a tempo do funeral. Estou revoltado contra TODA a escumalha que me obrigou a estar longe, por necessidade de sobreviver.
Faleceu doente, triste e sozinha.
Em Honra dela, da Senhora que me ensinou a ser um Homem Livre, faço aqui uma promessa solene (de Homem de palavra que me Orgulho terem-me ensinado a ser):
- Não mais darei descanso a TODA esta CANALHA que a obrigou a falecer doente, triste e sozinha!
Um dia estes CANALHAS, de TODAS as cores, mais tarde ou mais cedo, deixarão de andar rodeados de seguranças, públicos (pagos por nós todos) ou privados (pagos com o que nos roubam). E nesse dia eu irei aparecer qual assombração.
E, mesmo tu, meu CANALHA de Estimação, que por inerência de funções terás segurança (da pública, paga por todos nós) para o resto da tua vida, mesmo tu, eu dizia: vais ter de olhar por cima do ombro muitas vezes. Mesmo a ti, um dia eu irei aparecer qual assombração.
Faleceu hoje a minha mãe. Faleceu doente, triste e sozinha. Estou revoltado!
Gosto · 

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 19 DE MARÇO DE 2015

Macroscópio – Com a devida vénia a RAP, aqui fica uma miscelânea de temáticas‏

Macroscópio – Com a devida vénia a RAP, aqui fica uma miscelânea de temáticas

 
 
19-03-2015
 
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Para: antoniofonseca40@sapo.pt
 


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
 
Hoje é Dia do Pai, e um pai tem obrigações (de horários, ao menos uma vez por ano). Para além disso, a reflexão sobre a atualidade está muito dispersa por temáticas diferentes, pelo que, sem me querer substituir ao Ricardo Araújo Pereira, o Macroscópio de hoje é muito uma miscelânea. De temas diversos.
 
Ricardo Salgado está, no momento em que escrevo, a ser ouvido no Parlamento. No Observador tínhamos preparado um trabalho -Salgado regressa. Banca, mentiras e gravações - sobre 10 dúvidas essenciais a que deveria responder depois de 39 audições da comissão de inquérito. Helena Garrido, no Jornal de Negócios, também pediu respostas. Em Salgado ou quem sabia disto tudoescreveu:
A família de Ricardo Salgado, o "commissaire aux compte", Álvaro Sobrinho e os primeiros dois capítulos da auditoria forense desmentiram quase toda a narrativa de Ricardo Salgado. Hoje, ao ouvirem pela segunda vez Ricardo Salgado, os deputados têm nas suas mãos informação mais do que suficiente para colocarem questões mais directas ao ex-presidente do BES.
É cedo para um balanço, mas se quiser seguir a audição ao vivo, o Observador volta a dar-lhe toda a informação necessária ao minuto.
 
Helena Matos, como sabem os seus leitores, é uma desmancha-prazeres que não gosta de ir com as maiorias. Fá-lo hoje de novo, no Observador, num texto desafiador - Se a parvoíce do Governo pagasse imposto Portugal não tinha crise – onde desafia alguns dos consensos dos nossos habituais fóruns:
Prosseguindo na senda da desigualdade: quantos de nós não gostaríamos de chegar e estacionar à porta dos edifícios municipais ou ter direito a carro com motorista? Pois é, mas não temos. Não duvidando eu dos abusos que se cometem nestas áreas (particularmente por uns titulares desses cargos que em público abominam o automóvel e nos mandam deslocar de bicicleta!) e defendendo que devia ser muito maior o escrutínio sobre a extensão desses direitos, não contem comigo para fazer a apologia do “acabemos já com estas desigualdades” a que se segue o consensual “isto é uma pouca vergonha” que conduz ao inevitável “têm de rolar cabeças”. Às vezes rolam as melhores mas isso para o caso não interessa nada: tem é de se mostrar à turba a cabeça que rolou.
 
Deixo agora Portugal e os nossos “casos” e “casinhos” para ir para uma região onde coisas bem mais sérias se passam: o mundo árabe e o Médio Oriente. Alguns textos que deixo à vossa consideração:
  • Na Tunís ia, o único país onde a “primavera árabe” ainda parecia resistir, ela pode ter acabado ontem. Pelo menos é isso que defende Nicholas Noe, um especialista que escreve habitualmente a partir de Beirute e de Tunes, na Tablet: It’s Not Springtime in Tunisia Anymore. O seu argumento é claro e directo: “Tunisia is, quite simply, a country unable to protect the real progress it has made over the last four years. Its people are not familiar with violent conflict, its army isn’t ready, and its body politic is deeply and often personally divided, despite the statements over the last 24 hours about national unity.”
  • Cont inuando na Tunísia, chamo a atenção para a análise do El Pais, Terrorismo y democracia en Túnez. Aí se recordam alguns factos essenciais: “Salafistas y yihadistas se han desenvuelto con mucha facilidad en Túnez. Una amnistía general después de derrocado el presidente Ben Alí permitió a muchos de los últimos salir de prisión. Sólo a mediados de 2013, tras el asesinato de dos importantes dirigentes de la oposición, los islamistas de Ennahda se distanciaron de AST y la designaron organización terrorista. Mientras, Túnez se convertía en el país donde la movilización yihadista relacionada con Siria e Irak alcanzaba mayores cotas. Hasta 3.000 tunecinos se han unido allí al EI o al Frente Al Nusra. Unos centenares han retornado. Otros se reubicaron con el EI en Libia.”
  • O Telegraph também nos chama a atenção para este paradoxo em Terrorism and tourism: the two faces of Tunisia. De facto, sublinha aquele jornal, “The deadly attack on the Bardo Museum shows why this birthplace of the Arab Spring has exported up to 7,000 fighters to the Islamic State”.
  • Mas as coisas nesta região do mundo nunca são claras ou lineares. Por isso chamou-me a atenção um artigo do El Mundo - Un columnista de 'The New York Times' plantea que EEUU arme al Estado Islámico – que discute uma opinião d e Thomas Friedman, alguém que já ganhou três Prémios Pulitzer. A sua tese, no essencial, é que o Estado Islâmico é, antes do mais, uma reacção do Islão sunita ao avanço do Islão xiita (Irão, maioria no Iraque, domínio na Síria). O tema, por mais estranho que pareça, não é novo, como conta o diário espanhol: “La idea de armar a grupos terroristas radicales que éstos combatan a Irán no es exclusiva de Friedman. Según el diario 'The Wall Street Journal' es, de hecho, parte de la política del Gobierno de Israel, que habría dado tratamiento médico a cientos de heridos del Frente al-Nusra, la rama siria de Al Qaeda. La noticia -que también ha sido publicada por el diario israelí Jerusalem Post - explica que e l Frente al-Nusra, que es suní, combate al régimen de bachi Asad y a sus aliados chiíes de Hezbolá, ambos apoyados por Irán.”
  • Esta questão remete-nos, naturalmente, para o Irão. Robert Kaplan, um especialista que é senior fellow do Center for a New American Security, defende no Real Clear World aquilo que designa como Iran's Great Cultural Advantage. Eis um dos seus argumentos: “The modern state of Iran is heir to the imperial civilization of ancient Persia. Its territory broadly aligns with the Mede, Parthian, Achaemenid, Sassanid, Qajar, and Pahlevi states and empires, who se spheres of influence often extended from the Mediterranean to Central Asia. Persia was the ancient world's first superpower, and a bold if sometimes broken line connects the Persian monarchs of antiquity to the ayatollahs of today, whose very aggression is rooted in the geopolitics of their forebears. There are many Arab states, but there is only one Persian state - a state that has historically dominated its immediate Arab neighbours with its ample resources of cultural wealth and political organization.”
 
Vou agora terminar com um duplo desejo: que amanhã o céu de Portugal não esteja muito nublado e que todos possam desfrutar de mais um raro eclipse do Sol. Se o quiserem fazer, não deixem de passar por dois trabalhos do Observador: Prepare-se para a beleza (e o perigo) de um eclipse solar, onde além de se explicar a ocorrência de uma rara tripla coincidência (eclipse, super-lua e equinócio da Primavera) e os cuidados a tomar, se indica a que horas o fenómeno será visível em todas as capitais de distrito e se sugerem algumas formas engenhosas (e seguras) de o observar. E, claro, também fizemos uma Explica-me sobre o que é um eclipse.
 
Com um Macroscópio um pouco mais breve do que é costume, despeço-me até amanhã. Bom descanso, boas leituras, e não se esqueçam que é ainda Dia do Pai.

 
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ANTÓNIO FONSECA


OBSERVADOR - HORA DE FECHO - 20 DE MARÇO DE 2015

Hora de Fecho: Salgado. "Pedir desculpa é pior que não ter razão"‏

Hora de Fecho: Salgado. "Pedir desculpa é pior que não ter razão"

 
 
19-03-2015
 
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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
COMISSÃO DE INQUÉRITO DO BES 
Salgado intensifica os ataques ao Banco de Portugal que responsabiliza por uma "justiça de pelourinho". E as acusações? Cita Pessoa para dizer: "Estou aqui para defender a minha razão". Siga em direto
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Quantas vezes foi a versão de Ricardo Salgado contrariada ou desmentida? 39 audições e milhares de páginas, cartas e respostas depois, o ex-presidente do BES responde. 10 dúvidas essenciais.
FUTURO DA GRÉCIA 
Pelouro da supervisão bancária quis que o BCE os bancos gregos fossem proibidos de aumentar a exposição ao Estado. A proposta terá sido rejeitada, já que perturbaria as negociações com Atenas.
SYRIZA 
O coordenador político do Syriza e assessor do primeiro-ministro da Grécia, afirmou que o Governo de Portugal age contra o seu próprio povo quando rejeita as propostas do governo grego na Europa.
TRATADO ORÇAMENTAL 
Não cumprir as novas regras não permite gerar a confiança que a criação destas devia alcançar, diz o BCE. França devia ter sido alvo de sanções e Portugal e Espanha deviam ser avisados. Não o foram.
LISTA VIP 
Numa altura em que se discute a existência de uma lista de contribuintes VIP, o Observador foi perceber como e quem pode aceder aos dados fiscais dos contribuintes portugueses.
LISTA VIP 
O ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, afirmou hoje que o Governo vai assegurar a proteção do sigilo fiscal, mas nunca com um controlo seletivo ou preferencial para um grupo contribuintes.
LISTA VIP 
Subdiretor-geral da Justiça Tributária e Aduaneira, José Maria Pires, apresentou na quarta-feira a sua demissão à ministra das Finanças, que a aceitou, disse à agência Lusa fonte oficial.
LISTA VIP 
Correio da Manhã diz que na Lista VIP de contribuintes constam nomes de gente ligada à política e à banca mas, também, ao futebol. Cristiano Ronaldo e José Mourinho também estão lá, diz o jornal.
SELEÇÃO NACIONAL 
Desta vez não há estreias. Fernando Santos anunciou os 24 jogadores convocados para o encontro a Sérvia, a 29 de março. Novidades só Ventura, guarda-redes do Belenenses, e o retorno de Hugo Almeida. 
Opinião

Helena Matos
Não faço ideia se existe ou não lista VIP no fisco mas se não existe devia existir. O Estado não pode tratar de forma igual o que é diferente. 

Paulo Tunhas
As crenças absurdas afectam, ou ameaçam afectar, as nossas vidas, como as de Vasco Lourenço e Varoufakis, e aí é que a porca torce o rabo. Sobretudo quando as querem impor contra a vontade da maioria.

David Dinis
Hoje, o Fisco é um dos trunfos maiores do ajustamento e modernização do Estado que temos para apresentar. Aos credores e aos contribuintes. Convinha muito não estragar o retrato.

Maria João Marques
A culpa destes desentendimentos de PS e PSD cabe, claro, aos cidadãos. Devíamos saber melhor do que contrariar a imaginação dos políticos e exigir-lhes que vejam a realidade.

Pedro Romano
O que é trágico para a Grécia, que votou no Syriza para bater o pé à Troika, é que está hoje muito mais dependente da própria Troika. O discurso contra a austeridade não fez muito para a combater.
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