apoleão Bonaparte
Napoleão | |
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Imperador dos Franceses | |
1º Reinado | 18 de maio de 1804 a 11 de abril de 1814 |
Coroação | 2 de dezembro de 1804 |
Antecessor(a) | Luís XVI (deposto em 1792) |
Sucessor(a) | Luís XVIII |
2º Reinado | 20 de março de 1815 a 22 de junho de 1815 |
Predecessor | Luís XVIII |
Sucessor | Luís XVIII |
Esposas | Josefina de Beauharnais Maria Luísa da Áustria |
Descendência | Napoleão II de França |
Casa | Bonaparte |
Nome completo | Napoleão Bonaparte |
Nascimento | 15 de agosto de 1769 |
Ajaccio, Córsega, França | |
Morte | 5 de maio de 1821 (51 anos) |
Longwood, Santa Helena | |
Enterro | Hôtel des Invalides, Paris, França |
Pai | Carlo Maria Bonaparte |
Mãe | Maria Letícia Ramolino |
Religião | Catolicismo |
Assinatura |
Nota: ""Napoleão"" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Napoleão (desambiguação).
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 – Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador dos Franceses[1] de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). Sua reforma legal, o Código Napoleônico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleônicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
Napoleão nasceu na Córsega, filho de pais com ascendência da nobreza italiana e foi treinado como oficial de artilharia na França continental. Em 2011, um exame de DNA de costeletas de Napoleão que eram guardadas em relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador.[2]
Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul.[3] Cinco anos depois, o senado francês o proclamou imperador. Na primeira década do século XIX, o império francês sob comando de Napoleão se envolveu em uma série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleônicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental, e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.
A Campanha da Rússia em 1812 marcou uma virada na sorte de Napoleão. Seu Grande Armée foi seriamente danificado na campanha e nunca se recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e o exilou na ilha de Elba. Menos de um ano depois, ele fugiu de Elba e retornou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos de sua vida confinado pelos britânicos na ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de câncer no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsênio.
Origens e educação
Napoleão Bonaparte nasceu na Rue Saint-Carles, 18 em 15 de agosto de 1769 em Ajaccio, Córsega, um ano após a ilha ser transferida para a França pela República de Gênova,[4] e foi o segundo de oito filhos do advogado Carlo Maria Bonaparte e de Maria Letícia Ramolino, uma família descendente da pequena nobreza da Itália, que chegou à Córsega vinda da Ligúria ainda no século XVI. Foi batizado Napoleone di Buonaparte, provavelmente adquirindo seu primeiro nome de um tio (apesar de um irmão mais velho, que não sobreviveu à infância, também ter se chamado Napoleone), e anos depois mudou seu nome para Napoléon Bonaparte.[5] Carlo Maria Bonaparte, pai de Napoleão, foi nomeado representante da Córsega na corte de Luís XVI de França em 1777.[6] A influência dominante na educação de Napoleão foi sua mãe, que criou com pulso firme o indisciplinado filho.[7] Teve os irmãos José, Lucien, Elisa, Louis, Pauline, Carolina e Jerônimo. Havia também outras duas crianças, um menino e uma menina, que nasceram antes de José, mas morreram ainda na infância.[8] Napoleão foi batizado pouco antes de seu segundo aniversário, em 21 de julho de 1771, na Catedral de Ajaccio.[9]
Seu passado de relativa nobreza e suas conexões familiares permitiram que ele tivesse boas oportunidades de educação, acima da média da época para a região.[10] Em janeiro de 1779, Napoleão estava matriculado em uma escola religiosa em Autun, para aprender francês, e em maio entrou na academia militar em Brienne-le-Château.[11] Falava com um sotaque corso e nunca aprendeu a soletrar corretamente.[12] Foi provocado por outros estudantes por causa de seu sotaque e começou a se dedicar à prática da leitura.[13] Ele era notavelmente dedicado em matemática, e também muito familiarizado a história e geografia.[14]
Ao completar seus estudos em Brienne, em 1784, Napoleão entrou para a Escola Militar de Paris, e ainda que sempre tenha se interessado, a princípio, em uma formação naval, acabou estudando para se tornar oficial de artilharia, e quando a morte de seu pai reduziu sua renda, foi forçado a terminar o curso de dois anos em apenas um.[15][16]
Início da carreira
Ao se formar, em setembro de 1785, Bonaparte se tornou segundo tenente do regimento de artilharia de La Fère,[17] e serviu em Valence e Auxonne, até a eclosão da Revolução Francesa em 1789. Napoleão passou os primeiros anos da revolução em Córsega, atuando em uma complexa luta entre realistas, revolucionários e nacionalistas corsos. Apoiou os jacobinos revolucionários, foi promovido a tenente-coronel e comandou um batalhão de voluntários. Então, em julho de 1792 conseguiu convencer as autoridades de Paris a promovê-lo a capitão.[18] Voltou para a Córsega e entrou em conflito com o líder local Pasquale Paoli, que sabotou uma investida francesa na ilha italiana de La Maddalena, onde Bonaparte era um dos líderes da expedição,[19] e por causa disso Bonaparte e sua família tiveram de fugir para a França continental em junho de 1793.[11]
Cerco de Toulon
Ver artigo principal: Cerco de Toulon (1793)
Em julho de 1792, Napoleão publicou um panfleto pró-republicano, Le Souper de Beaucaire, o que fez com que ele ganhasse a admiração e o apoio de Augustin Robespierre, irmão mais novo do líder revolucionário Maximilien Robespierre. Com a ajuda do companheiro corso Antoine Christophe Saliceti, Bonaparte foi nomeado comandante da artilharia das forças republicanas no cerco de Toulon. A cidade havia se sublevado contra o governo republicano e foi ocupada por tropas britânicas.[20] Ele usou um plano para capturar um monte que permitiria que dominassem o porto da cidade e forçassem os navios ingleses a evacuar. A ofensiva, durante a qual Napoleão foi ferido na coxa, levou à captura da cidade e à promoção dele a general de brigada. Suas ações chamaram a atenção do Comitê de Salvação Pública, e ele foi encarregado da artilharia do exército francês na Itália.[21] Enquanto esperava pela confirmação do cargo, Napoleão passou um tempo como inspetor de fortificações costeiras na costa do Mediterrâneo, perto de Marselha. Arquitetou planos para atacar o Piemonte como parte da campanha contra a Primeira Coligação e então foi mandado em missão, por Augustin, à República de Gênova, para entender as intenções do país em relação à França.[22]
13 Vendémiaire
Ver artigo principal: 13 Vendémiaire
Após a queda dos irmãos Robespierre no 9 Termidor, em julho de 1794, Bonaparte foi colocado sob prisão domiciliar em Nice por sua associação com eles.[23] Foi libertado após duas semanas e devido a sua habilidade técnica foi convidado a elaborar planos para atacar as posições italianas na guerra da França com a Áustria. Ele também participou de uma expedição para retomar a Córsega dos britânicos, mas os franceses foram expulsos pela marinha britânica.[24]
Bonaparte ficou noivo de Desidéria Clary, irmã de Júlia Clary, esposa de José, o irmão mais velho de Napoleão; os Clary eram uma família de comerciantes ricos de Marselha.[25] Em abril de 1795, ele foi designado para o exército do Oeste, que estava envolvido na Guerra da Vendeia. Para ocupar o comando de artilharia, ele seria rebaixado do cargo de general de artilharia - cargo em que o contingente estava lotado - e declarou saúde precária para evitar o destacamento.[26] Ele foi movido para o Departamento de Topografia do Comitê de Salvação Pública e tentou, sem sucesso, ser transferido para Constantinopla, a fim de oferecer seus serviços ao Sultão.[27] Durante este período, ele escreveu uma novela romântica, Clisson et Eugénie, sobre um soldado e sua amante, em um claro paralelo à própria relação de Bonaparte com Desidéria.[28] Em 15 de setembro, Bonaparte foi removido da lista de generais em serviço regular por sua recusa em servir na campanha de Vendeia. Ele enfrentou então uma difícil situação financeira e a redução nas perspectivas de carreira.[29]
Em 3 de outubro, monarquistas em Paris declararam uma rebelião contra a Convenção Nacional depois que eles foram excluídos de um novo governo, o Diretório.[30] Um dos líderes da Reação Termidoriana, Paul Barras, soube das façanhas militares de Bonaparte em Toulon e lhe deu o comando das forças improvisadas em defesa da Convenção no Palácio das Tulherias. Bonaparte havia testemunhado o massacre da Guarda Suíça naquele mesmo lugar, anos antes, e percebeu que a artilharia seria a chave para a defesa.[17] Ele ordenou que um jovem oficial de cavalaria, Joaquim Murat, aproveitasse os grandes canhões e os usou para repelir os agressores em 5 de outubro de 1795 (13 Vendémiaire An IV no calendário republicano francês). Mil e quatrocentos realistas morreram, e o resto fugiu.[30]
A derrota da insurreição pró-monarquia extinguiu a ameaça à convenção e deu a Bonaparte fama repentina, riqueza, e o apoio do novo diretório. Murat se tornaria seu cunhado e um de seus generais, e Napoleão logo foi promovido a comandante do exército do interior e recebeu o comando das forças francesas na Itália (o chamado Armée d'Italie).[11] Em março de 1796, após romper com Desidéria, Bonaparte se casou com Josefina de Beauharnais, ex-amante de Barras.[31]
Primeira campanha na Itália
Dois dias depois do casamento, Bonaparte deixou Paris para assumir o comando do exército francês na península Itálica e o liderou em uma invasão bem-sucedida. Na Batalha de Lodi, derrotou as forças austríacas e os expulsou de Lombardia.[11] Foi derrotado em Caldiero por forças de reforço austríacas, lideradas por Joseph Alvinczy, e recuperou a iniciativa na crucial Batalha da ponte de Arcole e pôde subjugar os Estados Pontifícios.[32] Bonaparte se posicionou contra a vontade dos ateus do diretório de marchar para Roma e destronar o papa, argumentando que isso iria criar um vazio de poder, que seria explorado pelo Reino de Nápoles. Em vez disso, em março de 1797, Bonaparte levou seu exército para a Áustria, forçando o país a negociar a paz.[33] O Tratado de Leoben deu à França o controle da maior parte do norte da Itália e os Países Baixos, e uma cláusula secreta prometeu a República de Veneza para a Áustria. Bonaparte marchou para Veneza e forçou a sua rendição, pondo fim em 1100 anos de independência; ele também autorizou os franceses a saquearem tesouros como os Cavalos de São Marcos.[34]
Sua aplicação de ideias convencionais militares para situações do mundo real possibilitaram seus triunfos militares, assim como o uso criativo da artilharia como uma força móvel para apoiar a sua infantaria. Ele se refere à sua tática assim: "Eu lutei sessenta batalhas e não aprendi nada que não sabia no começo. Olhe para Júlio César; ele lutou a primeira como a última."[35] Nesta campanha italiana, o exército de Napoleão capturou 150.000 prisioneiros, 540 canhões e 170 bandeiras.[36] O exército francês lutou em 67 ações e venceu 18 batalhas através da tecnologia superior de artilharia e táticas de Bonaparte.[37]
Durante a campanha, Bonaparte tornou-se cada vez mais influente na política francesa; ele fundou dois jornais, ambos para as tropas do seu exército e também para circulação na França.[38] Os realistas atacaram Bonaparte por saques na península Itálica e alertaram que ele poderia se tornar um ditador.[39] Bonaparte enviou o general Pierre Augereau para Paris para liderar um golpe de Estado em 4 de setembro, o chamado Coup d'État du 18 fructidor. Isto levou Barras e seus aliados republicanos novamente ao poder, mas dependentes de Bonaparte, que dava continuidade às negociações de paz com a Áustria. Estas negociações resultaram no Tratado de Campoformio, e Napoleão retornou a Paris em dezembro como um herói.[40] Ele se encontrou com Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord, novo ministro do exterior francês (que mais tarde serviria no mesmo cargo ao imperador Napoleão) e começaram a preparar uma invasão da Inglaterra.[11]
Campanha do Egito
Ver artigos principais: Campanha do Mediterrâneo (1798) e Campanha do Egito
Após dois meses de planejamento, Bonaparte decidiu que o poder naval da França não era ainda suficientemente forte para enfrentar a Marinha Real Britânica no canal da Mancha e propôs uma expedição militar para tomar o Egito e, assim, prejudicar o acesso da Inglaterra a seus interesses comerciais na Índia.[11] Bonaparte desejava estabelecer presença francesa no Oriente Médio, com a intenção de se ligar ao Sultão Tipu, inimigo da Inglaterra na Índia. Napoleão garantiu ao diretório que "logo que conquistasse o Egito, iria estabelecer relações com os príncipes indianos e, juntamente com eles, atacar os ingleses em suas posses."[41] Um relatório de Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord de fevereiro de 1798 dizia: "Tendo ocupado e fortificado o Egito, vamos enviar uma força de 15.000 homens de Suez para a Índia, para se juntar às forças de Tipu Sahib e afastar os ingleses."[41] O diretório concordou, a fim de garantir uma rota de comércio segura para a Índia.[42]
Em maio de 1798, Napoleão foi eleito membro da Academia Francesa de Ciências, sua expedição incluía um grupo de 167 cientistas: matemáticos, naturalistas, químicos e geodésicos entre eles; suas descobertas incluíram encontrar a Pedra de Rosetta, seu trabalho foi publicado na Description de l'Égypte in 1809.[43]
Rumo ao Egito, Bonaparte chegou a Malta em 9 de junho de 1798, à época controlada pelos Cavaleiros Hospitalários (a Ordem Soberana e Militar de Malta. Os 200 cavaleiros de origem francesa não apoiavam o grão-mestre, o prussiano Ferdinand von Hompesch zu Bolheim, que sucedera um francês, deixando claro que não lutariam contra seus compatriotas. Hompesch rendeu-se após fraca resistência e Bonaparte assim capturou uma base naval muito importante com a perda de apenas três homens.[44]
O general Bonaparte e sua expedição evadiram-se à perseguição da Marinha Real Britânica e em 1 de julho chegaram a Alexandria.[11] Em seguida, ele lutou na Batalha de Chobrakit contra os Mamelucos, um antigo poder no Oriente Médio e isto ajudou os franceses a praticarem sua tática defensiva para a Batalha das Pirâmides, ocorrida em 21 de julho, a 24 km das pirâmides. As forças lideradas por Bonaparte, totalizando 25 000 homens, equivaliam aproximadamente às forças da cavalaria mameluca, mas ele ordenou a formação de quadrados ocos com a parte interior com os suprimentos, mantidos com segurança. Morreram 29 franceses[45] e aproximadamente 2 000 egípcios: a vitória elevou o moral do exército francês.[46]
Em 1 de agosto, a frota britânica, liderada pelo almirante Horatio Nelson, capturou ou destruiu todas as embarcações francesas, com exceção de duas, na Batalha do Nilo, e com isso o objetivo de Bonaparte de fortalecer a posição francesa no Mediterrâneo foi frustrado.[47] Seu exército obteve sucesso em um aumento temporário do poder francês no Egito, ainda que tenha tido de enfrentar sucessivos levantes.[48] No início de 1799, ele mandou um exército para a província otomana de Damasco (Síria e Galileia). Bonaparte liderou 13 000 soldados franceses na conquista das cidades costeiras de Arish, Gaza, Jafa e Haifa.[49] O cerco a Jafa foi particularmente brutal: Bonaparte, ao descobrir que muitos dos defensores eram ex-prisioneiros de guerra sob condicional, ordenou que os 1 400 prisioneiros fossem executados a baionetadas ou afogados para economizar balas.[47] Homens, mulheres e crianças foram atacados, roubados e assassinados ao longo de três dias.[50]
Com seu exército enfraquecido pelas doenças - dentre elas, a peste bubônica - e pela falta de suprimentos, Bonaparte não foi capaz de vencer a resistência na fortaleza de Acre e retornou ao Egito em maio.[47] Para acelerar a retirada, ele ordenou o envenenamento dos militares tomados pela peste.[51] (Entretanto, relatos de testemunhas britânicas mais tarde mostraram que muitos dos homens ainda estavam vivos e não haviam sido envenenados.) Seus apoiadores alegam que isto foi necessário, dado o assédio contínuo das forças otomanas, e assim os que foram deixados para trás foram torturados e decapitados pelos otomanos. De volta ao Egito, em 25 de julho, Bonaparte derrotou uma invasão anfíbia na Primeira Batalha de Abukir.[52]
Era napoleônica
A sociedade francesa estava passando por um momento tenso com os processos revolucionários ocorridos no país, de um lado com a burguesia insatisfeita com os jacobinos, formados por revolucionários radicais, e do outro lado as tradicionais monarquias europeias, que temiam que os ideais revolucionários franceses se difundissem por seus reinos.
O fim do processo revolucionário na França, com o Golpe 18 de Brumário, marcou o início de um novo período na história francesa e, consequentemente, da Europa: a Era Napoleônica.
Pode-se dividir seu governo em três partes:
O governo do diretório foi derrubado na França sob o comando de Napoleão Bonaparte, que, junto com os girondinos (alta burguesia), instituiu o consulado, primeira fase do governo de Napoleão. Este golpe ficou conhecido como Golpe 18 de Brumário (data que corresponde ao calendário estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano) em 1799. Muitos historiadores alegam que Napoleão fez questão de evitar que camadas inferiores da população subissem ao poder.[53]
Consulado
Ver artigo principal: Consulado Francês
Instalou-se o governo do consulado de Napoleão após a queda do diretório. O consulado possuía características republicanas, além de ser centralizado e dominado por militares. No poder executivo, três pessoas eram responsáveis: os cônsules Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais tinha influência e poder no executivo era Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da república.
Criavam-se instituições novas, com cunho democrático, para disfarçar o seu centralismo no poder. As instituições criadas foram o senado, o tribunal, o corpo legislativo e o conselho de Estado. Mas o responsável pelo comando do exército, pela política externa, pela autoria das leis e quem nomeava os membros da administração era o primeiro-cônsul.
Quem estava no centro do poder na época do consulado era a burguesia (os industriais, os financistas, comerciantes), e consolidaram-se como o grupo dirigente na França. Abandonaram-se os ideais "liberdade, igualdade, fraternidade" da época da Revolução Francesa, e mediante forte censura à imprensa e ação violenta dos órgãos policiais, desmanchou-se a oposição ao governo.
Projeção da figura de Napoleão
Napoleão Bonaparte teve sua figura projetada na história francesa, quando recebeu o poder através do consulado, juntamente com os dois cônsules citados acima.
Reforma dos setores do governo francês
Durante o período do consulado, ocorreu uma recuperação econômica, jurídica e administrativa na França:
- Economia - criou-se o Banco da França, em 1800, regulando-se a emissão de moedas, reduzindo-se a inflação. As tarifas impostas eram protecionistas (ou seja, com aumento de impostos para a importação de produtos estrangeiros); o resultado geral foi uma França com comércio e indústria fortalecidos, principalmente com os estímulos à produção e ao consumo interno.
- Religião - com o objetivo de usar a religião como instrumento de poder político, Napoleão assinou um acordo, a Concordata de 1801, entre a Igreja Católica e o Estado. O acordo, sob aprovação do Papa Pio VII, dava direito ao governo francês de confiscar as propriedades da Igreja e, em troca, o governo teria de amparar o clero. Napoleão reconhecia o catolicismo como religião da maioria dos franceses, mas se arrogava o direito de escolher bispos, que mais tarde seriam aprovados pelo papa.
- Direito - estabeleceu-se o Código Napoleônico, um Código Civil, em 1804, representando em grande parte os interesses da população e burguesia, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos ante a lei. Está em vigor até hoje, embora com consideráveis alterações legislativas posteriores. Napoleão também instituiu em 1809 um código penal, que vigorou até 1994, quando a Assembleia Nacional aprovou o novo código.
- Educação - reorganizou-se o ensino, que antrem era organizado e regido pela igreja e o clero, com base maior nos ideiais iluministas. Também Reconheceu-se a educação pública como meio importante de formação das pessoas, principalmente nos aspectos do comportamento moral, político e social.
- Administração - Indicavam-se pessoas da confiança de Napoleão para cargos administrativos. Após uma década de conflitos gerais no país, com a Revolução Francesa, as medidas aplicadas deram para o povo francês a esperança de uma estabilização do governo. Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à classe dominante francesa. Com o apoio desta, elevou-se Napoleão ao nível de cônsul vitalício em 1802, podendo indicar seu sucessor. Aproximando -se cada vez mais de um regime monárquico.
Venda da Luisiana para os Estados Unidos
Ver artigo principal: Compra da Luisiana
Em 1803, durante o governo de Napoleão, a França vendeu seus territórios na América para os recém-fundados Estados Unidos. Isso permitiu a expansão das fronteiras dos Estados Unidos para o oeste.
A maior parte do dinheiro obtido na venda foi direcionada ao fortalecimento do exército francês para sua expansão territorial no continente europeu.
Império
Ver artigo principal: Primeiro Império Francês
A opinião pública foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, que levou à aprovação para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em 1804, aprovou-se a nova fase da era napoleônica com quase 60% dos votos, reinstituiu-se o regime monárquico na França e indicou-se Napoleão para ocupar o trono.
Realizou-se uma festa em 2 de dezembro de 1804 para se formalizar a coroação do agora Napoleão I na catedral de Notre-Dame. Um dos momentos mais notórios da História ocorreu nesta noite, onde, com um ato surpreendente, Napoleão I retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que viajara especialmente para a cerimônia, e ele mesmo se coroou, numa postura para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Concederam-se títulos nobiliárquicos aos familiares de Napoleão, por ele mesmo. Além disso, colocou-os em altos cargos públicos. Formou-se uma nova corte com membros da elite militar, da alta burguesia e da antiga nobreza. Para celebrar os triunfos de seu governo, Napoleão I construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo que, como outras grandes obras da época, por sua grandiosidade e por criar empregos, melhorava a imagem de Napoleão ante o povo.
O Império Francês atingiu sua extensão máxima neste período, em torno de 1812, com quase toda a Europa Ocidental e grande parte da Oriental ocupadas, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população européia da época.
Expansão territorial militar
Ver artigo principal: Guerras Napoleónicas
Neste período, Napoleão realizou uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês (chamado agora de Grande Armée, ou "Grande Exército") aumentou o número de armas e de combatentes, e tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.
Pensando que a expansão e crescimento econômico-militar da França era uma ameaça à Inglaterra, os diplomatas ingleses formaram coligações internacionais para se opor ao novo governo francês e a seu expansionismo. Também acreditavam que o governo francês poderia influir em países que estavam sob doutrina absolutista e assim causar uma rebelião. A primeira coligação formada para deter os franceses era formada pela Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia.
Em outubro de 1805, os franceses usaram a marinha para atacar a Inglaterra, mas não obtiveram êxito, derrotados pela marinha inglesa, comandada pelo almirante Nelson, batalha que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar, firmando-se o poderio naval britânico.
Ao contrário do malogro com os ingleses, os franceses venceram seus outros inimigos da coligação, como a Áustria, em 1805, na Batalha de Austerlitz, além da Prússia em 1806 e Rússia em 1807.
Bloqueio Continental
Ver artigo principal: Bloqueio Continental
Na busca de outras maneiras para derrotar ou debilitar os ingleses, o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, em que Napoleão determinava que todos os países europeus deveriam fechar os portos para o comércio com a Inglaterra, debilitando as exportações do país e causando uma crise industrial.
Um problema que afetou muitos países participantes do bloqueio era que a Inglaterra, que já passara pela Revolução Industrial, estava com uma consolidada produção de produtos industriais, e muitos países europeus ainda não tinham produção industrial própria, dependendo da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de produtos agrícolas. Napoleão pretendia, dessa forma, enfraquecer a economia britânica, que precisava de mercado consumidor para os seus produtos manufaturados e, assim, impor a superioridade francesa em toda a Europa. O decreto, datado de 21 de novembro de 1806, dependia, para seu real vigor, de que todos os países da Europa aderissem à idéia. O Acordo de Tilsit, firmado com o czar Alexandre I da Rússia, em julho de 1807, garantiu a Napoleão o fechamento do extremo leste da Europa. A França procurou beneficiar-se do bloqueio com o aumento da venda dos produtos produzidos pelos franceses, ampliando as exportações dentro da Europa e no mundo. A fraca quantidade de produtos manufaturados deixou alguns países sem recursos industriais.
O governo de Portugal relutava em concordar ao Bloqueio Continental devido à sua aliança com a Inglaterra, da qual era extremamente dependente. O príncipe D. João, que assumira a regência em 1792, devido ao enlouquecimento de sua mãe, a rainha D. Maria I, estava indeciso quanto à alternativa menos arriscada para a monarquia portuguesa.
Fuga da família real portuguesa para o Brasil
Ver artigo principal: Transferência da corte portuguesa para o Brasil, Guerra Peninsular
O governo português possuía relações privilegiadas com a Inglaterra, depois da assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, e ainda graças à velha Aliança que vinha dos tempos da dinastia de Avis.
Portugal tinha então a Inglaterra como principal parceira para seus negócios. Pressionados por Napoleão, os portugueses não tiveram escolha: como não podiam abdicar dos negócios com a Inglaterra, não participaram do Bloqueio Continental.
Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal. Napoleão forçara uma aliança, sob a forma do Tratado de Fontainebleau com a casa real espanhola (onde veio a forçar a abdicação do trono de Carlos IV para o seu irmão, José Bonaparte) para a Invasão de Portugal, apesar de se saber que havia já planos anteriormente delineados para conquistar tanto Portugal, como Espanha. A ideia era a de dividir Portugal em três reinos distintos:
- Lusitânia Setentrional, a ser governado pela filha de Carlos IV, Maria Luísa;
- Algarves, a ser governado por Manuel de Godoy com o título de rei;
- O resto do país, a ser administrado diretamente pela França Imperial até ao fim da guerra.
Nesse sentido, realizaram-se três expedições militares a Portugal, conhecidas em Portugal pelo nome de Invasões Francesas.
Numa jogada de antecipação estratégica, pensada e planeada para evitar que a família real portuguesa fosse aprisionada e obrigada a abdicar, como virá a acontecer com Fernando VII e Carlos IV de Espanha, e sabendo-se que o Brasil era considerado, na época, a pérola da coroa portuguesa, toda a corte portuguesa, incluindo o príncipe-regente D. João VI, saiu para o Brasil, instalando o governo português no Rio de Janeiro em 1808, tornando-a capital do que vem a ser um sonhado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1826), que o rei acalentou e para o qual institui um nova bandeira com a esfera armilar.
A saída foi precipitada, com as tropas francesas já em solo português, mas conseguiu-se que cerca de 15 mil pessoas saíssem para o Brasil, transferindo praticamente todo o quadro do aparelho estatal. Além de pessoas do governo, saíram muitos nobres, comerciantes ricos, juízes de tribunais superiores, entre outros.
Os sectores afrancesados em Portugal chamaram a esta retirada estratégica "a fuga para o Brasil", frustrados pelas tropas de Napoleão não terem conseguido aprisionar e depor a família real portuguesa. Com a corte e a capital de Portugal no Brasil, passaram a considerar-se sem rei nem lei, pedindo de imediato ao General Junot que Napoleão lhes desse um novo rei e uma nova constituição. Este episódio da saída da família real portuguesa para o Brasil, assim como a dificuldade encontrada por Napoleão em, por um lado, invadir Portugal e por outro, dominar Espanha, pode ser visto como uma das maiores falhas estratégicas de Napoleão que, aliás, referiu-se a ele, nas Memoires de Ste. Hélène como: c'est ça qui m'a perdu (tradução: foi isso que me fez perder).
A saída da família real para o Brasil marcou também o início do processo de Independência do Brasil. Na sequência da Revolução de 1820 em Portugal, a corte voltou a Portugal, restabelecendo-se em Lisboa a capital, voltando o Rio de Janeiro a ser de novo uma cidade colonial.
Derrota francesa na Rússia
Em 1812, a aliança franco-russa é quebrada pelo tzar Alexandre I da Rússia, que rompe o bloqueio contra os ingleses. Napoleão empreende então a campanha contra a Rússia, à frente de mais de 600 000 soldados[54] oriundos dos mais diferentes recantos da Europa.[55] Sem saída, a Rússia usa uma tática de guerra chamada terra queimada, que consistia em destruir cidades inteiras para criar um campo de batalha favorável aos defensores. Aliada com o inverno rigoroso, a Rússia consegue vencer o exército napoleônico que sai com apenas 120 000 homens (o restante ou morreu ou se dispersou pelo continente). Enquanto isso, na França, o general Malet, apoiado por setores descontentes da burguesia e da antiga nobreza francesa, arma uma conspiração para dar um golpe de Estado contra o imperador. Napoleão retorna imediatamente a Paris e domina a situação.
Invasão dos aliados e derrota de Napoleão
Tem início então a luta da coligação europeia contra a França na Batalha das Nações (Confederação do Reno) que acabou com a derrota de Napoleão. Com a capitulação de Paris, o imperador é obrigado a abdicar.
Governo dos Cem Dias
Exílio em Elba
O Tratado de Fontainebleau, de 1814, exila Napoleão na Ilha de Elba, mas lhe dá o direito a uma pensão de 2 000 francos e o de poder levar uma escolta com 400 militares; além disso, o seu título de imperador é mantido. Quando chega na ilha, em 4 de maio de 1814, ele acaba por passar dificuldades lá, pois a sua pensão não é paga.[56] Separado da esposa e do filho e sabendo de rumores de que ele iria ser banido para uma ilha remota no meio do oceano Atlântico, Napoleão escapa de Elba em 26 de fevereiro de 1815. Ele aportou em Golfe-Juan, na França, dois dias depois. O 5º Regimento foi enviado para interceptá-lo. Napoleão encarou toda a tropa sozinho, desmontou de seu cavalo e, quando encontrou-se sob a linha de fogo, gritou, "Aqui estou eu! Matem seu imperador, se assim o quiserem!" Os soldados responderam com "Vive L'Empereur! (Viva o Imperador!)" e marcharam com Napoleão até Paris, de onde Luís XVIII fugiu. Assim, Napoleão reconquista o poder.
A volta ao poder
Inicia-se então o "Governo dos Cem Dias". Napoleão então tenta fazer uma constituição baseada no liberalismo, contrariando as expectativas dos republicanos, que queriam a volta da revolução e a perseguição aos nobres.[56] A Europa coligada retoma sua luta contra o Exército francês. Napoleão entra na Bélgica em junho de 1815, mas é derrotado por uma coligação anglo-prussiana na Batalha de Waterloo e abdica pela segunda vez, pondo fim ao império napoleônico. Mas a expansão dos ideais iluministas continuou.
Exílio em Santa Helena
Napoleão foi preso e então exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena, na costa da África, em 15 de outubro de 1815. Lá, com um pequeno legado de seguidores, contava suas memórias e criticava aqueles que o capturaram.
Morte
Ver artigo principal: Morte de Napoleão Bonaparte, Retour des cendres
Até hoje, não há certezas sobre a causa da morte de Napoleão. Na década de 1960, pesquisadores investigaram a sua casa na ilha de Santa Helena e identificaram restos de arsênio (veneno letal) sobre as suas roupas, cabelo, nos móveis, pratos e talheres. Então, deduziu-se que o seu organismo fora danificado aos poucos por esta substância, até sua morte.[carece de fontes]
Porém, hoje em dia, já se sabe que Napoleão tinha câncer no estômago e, provavelmente, foi tratado com um remédio da época que, possuía, na sua constituição, arsênio e solventes. Como ingeriu esse remédio por um período grande e constantemente, acredita-se que o arsênio se acumulou no seu organismo. Ele está sepultado no Hôtel des Invalides em Paris.
Suspeitas depois da morte
Em 1955, surgiram documentos em que Napoleão era descrito meses antes de sua morte, pensando muitos que Napoleão fora morto por envenenamento com arsênio. O arsênio era usado antigamente como um veneno indetectável se aplicado a longo prazo.
Em 2001, um estudo de Pascal Kintz, do Instituto Forense de Estrasburgo, na França, adicionou crença a esta possibilidade com um estudo de um pedaço de cabelo preservado de Napoleão após sua morte: os níveis de arsênio encontrados em seu pedaço de cabelo eram de 7 a 38 vezes maiores do que o normal.
Cortar pedaços do cabelo em pequenos segmentos e analisar cada segmento oferece um histograma da concentração de arsênio no corpo. A análise do cabelo de Napoleão sugere que doses altas mas não letais foram absorvidas em intervalos aleatórios. O arsênio enfraqueceu Napoleão e permaneceu em seu sistema. Lá, poderia ter reagido com mercúrio e outros elementos comuns em remédios da época, sendo a causa imediata de sua morte.
Outros estudos também revelaram altas quantidades de arsênio presentes em outras amostras de cabelo de Napoleão tiradas em 1805, 1814 e 1821. Ivan Ricordel (chefe de toxicologia da Polícia de Paris), declarou que se arsênio tivesse sido a causa da morte, ele teria morrido anos antes. Arsênio também era usado na época em papel de parede, como um pigmento verde, e até mesmo em alguns remédios, e os pesquisadores sugeriram que a fonte mais provável de todo este arsênio seja um tônico para cabelo. Antes da descoberta dos antibióticos, o arsênio fazia parte de um composto químico usado sem muito efeito no tratamento da sífilis, levando à especulação de que Napoleão poderia estar sofrendo de sífilis, uma doença venérea muito comum naquela época.
Em 2005 pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suiça e do Hospital Universitário da Basileia divulgaram um estudo que indica uma perda de peso acentuada de Napoleão em seu último ano de vida (1821), após a análise de doze calças usadas por ele, antes e durante o exílio na Ilha de Santa Helena, e também a usada no momento de sua morte. As estimativas apontam perda de ao menos onze quilos, o que seria compatível com a situação de quem sofre com câncer gástrico.[57][58]
Legado
Napoleão Bonaparte tornou-se uma figura histórica ambígua. Na França, tornou-se um símbolo de orgulho nacional, frequentemente revivido na cultura popular. Contudo, nos últimos anos, tem-se assistido a um incómodo crescente relativo aos efeitos que da política napoleónica sobre outros países europeus.[59] Na verdade, embora não seja detestada como a de Hitler, existe hoje um desconforto relativo a esta memória na maior parte da Europa. Embora com algumas exceções, como é o caso da Polónia (onde Napoleão significou um breve regresso da liberdade depois da repartição do país entre a Prússia, a Rússia e a Áustria), na maior parte dos estados europeus Napoleão foi sinónimo de agressão, ocupação e destruição.[60] No caso de Portugal, as três invasões não causaram apenas a retirada da corte para o Brasil, mas destruíram também o desenvolvimento industrial deixado pelo Marquês de Pombal, contribuindo de forma decisiva para o atraso económico do País no século XIX.[carece de fontes]
Casamentos e descendência
Napoleão casou-se duas vezes:
- 9 de março de 1796 com Josefina de Beauharnais.
- 11 de março de 1810 por procuração com Maria Luísa de Áustria e depois numa cerimónia em 1 de Abril. Tiveram um filho:
Ascendência
[Expandir]Ancestrais de Napoleão Bonaparte |
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Ver também
- Guerras revolucionárias francesas
- Guerras Napoleônicas
- Código Napoleônico
- Teorema de Napoleão
- Primeiro Império Francês
- Segundo Império Francês
- Casa-Museu Bonaparte
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Ligações externas
- Biografia de Napoleão Bonaparte (em português)
- Napoleão Atravessa os Alpes (em português)
- A Queda Definitiva de Napoleão - Batalha de Waterloo (em português)
Napoleão I de França Casa de Bonaparte 15 de agosto de 1769 – 5 de maio de 1821 | ||
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Diretório Francês | Consul Provisório da França 11 de novembro de 1799 – 12 de dezembro de 1799 Junto com Roger Ducos e Emmanuel Joseph Sieyès | Consulado Francês |
Consulado Francês | Primeiro Consul da França 12 de dezembro de 1799 – 10 de maio de 1804 Junto com Jean-Jacques-Régis de Cambacérès e Charles-François Lebrun | Primeiro Império Francês |
Precedido por Luís XVI | Imperador dos Franceses 18 de maio de 1804 – 11 de abril de 1814 | Sucedido por Luís XVIII |
Precedido por Luís XVIII | Imperador dos Franceses 20 de março de 1815 – 22 de junho de 1815 | |
Precedido por Carlos V | Rei da Itália 17 de março de 1805 – 11 de abril de 1814 | Sucedido por Vítor Emanuel II |