quinta-feira, 13 de setembro de 2018

DIA DOS PRIMEIROS SOCORROS - 13 de Setembro de 2018

Primeiros socorros

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Estrela da Vida, símbolo usado nas ambulâncias de emergência de diversos países para significar os seis estágios do socorro pré-hospitalar.
SAMU 192 - Lancha de salvamento
De acordo com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, define-se os primeiros socorros como a prestação e assistência médica imediata a uma pessoa ou uma ferida até à chegada de ajuda profissional. Centra-se não só no dano físico ou de doença, mas também no atendimento inicial, incluindo o apoio psicológico para pessoas que sofrem emocionalmente devido a vivência ou testemunho de um evento traumático.[1]
Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns são atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios, tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou atendimento de pessoas que passem mal: traição,apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos, convulsões, etc. Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o atendimento especializado. Ao informar as autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência; no caso dos países subdesenvolvidos da África deve-se também informar o número telefônico do socorrista, devido a alguns défices no sector da informática de localizações.

Conceitos e definição[editar | editar código-fonte]

Os primeiros socorros referem-se ao atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está ferida ou adoeceu repentinamente. Também podem envolver o atendimento em casa quando não se pode ter acesso a uma equipe de resgate ou quando técnicos em emergência médica (TEM) não chegam. Trata-se de procedimentos de urgência, os quais devem ser aplicados a vítimas de acidentes, mal súbito ou em perigo de vida, com o intuito de manter sinais vitais. Os procedimentos não substituem o médico, a enfermeira ou a equipe técnica. Na verdade, um dos principais fundamentos dos primeiros socorros é a obtenção de assistência médica em todos os casos de lesão grave. O socorro tende a ser prestado sempre que a vítima não tem condições de cuidar de si própria, recebendo um primeiro atendimento e logo acionando-se o atendimento especializado.[2][3]

Avaliação das condições gerais da vítima[editar | editar código-fonte]

Todo procedimento de primeiros socorros deve começar com a avaliação das condições da vítima.[4] Sua avaliação é particularmente vital para fornecer a ajuda correta à vítima: em casos de regiões selvagens, talvez o equipamento necessário para o socorro tenha que ser carregado por quilômetros em terreno irregular.[5]
Atitudes de coragem ou medo são reações bastante compreensíveis. Algumas pessoas não se manisfestam pois não sabem o que fazer, enquanto outras, sabendo ou não, podem se apresentar paralisadas pelo pânico ou pelo medo, ficando incapazes de tomar qualquer atitude.[6]

Assistência[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Assistência médica
Os Médicos sem Fronteiras são uma organização não-governamental que presta assistência médica internacional.
Segundo o médico oncologista brasileiro Drauzio Varella, "diante de um acidente, qualquer pessoa com pouco conhecimento e técnica pode prestar os primeiros socorros e evitar o agravamento do problema, até que a vitima receba atendimento especializado."[7] O Comitê Internacional da Cruz Vermelha atende os feridos quando as condições decorrentes de guerras impedem que o atendimento médico seja prestado por organismos médicos públicos.[8] Existem muitas organizações médicas como os Médicos sem Fronteiras (MSF), uma organização não-governamental, que atua na proteção de refugiados através de seus campos e assistências médica. Em geral, a MSF oferece tratamentos contra a desnutrição, cuidados de saúde básica, vacinação e saúde mental, além de construir latrinas e postos nos quais a água encontrada em locais próximos ao campo — geralmente contaminada — é tratada e distribuída às famílias.[9] Em Moçambique, na África, cerca de 85 bebês são infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) todos os dias. Existem cerca de 100 voluntários brasileiros membros dos MSF espalhados no mundo, a maioria na África. Em Moçambique, as missões da organização iniciaram-se em 1985 e se concentram no combate à síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Em 1986 foi oficialmente registado o primeiro caso de AIDS em Moçambique. Nos finais de 1992, o número aumentou para 662. De acordo com as estimativas do programa Nacional de Combate às DTS/SIDA, até ao final de 1998, existiam em Moçambique 1 140 000 pessoas infectadas. Mais de 100 000 pessoas já faleceram devido à AIDS, segundo dados da UNAIDS de Junho de 2000.[10][11]
Tais como os voluntários dos Médicos sem Fonteiras, existem ainda os Capacetes Brancos, corpos de voluntários civis para trabalhos humanitários e os Capacetes Azuis, criado pela Organização das Nações Unidas. Eles constituem um grupo de soldados de diversas origens que representam a Comunidade Internacional e se interpõem entre os contedores ou levam ajuda às populações açoitadas pela guerra e pela fome.[12] Em março de 1961, seis meses após o início de seu mandato, John F. Kennedy fundou o Corpo da Paz, uma agência de voluntários em países em desenvolvimento, com a organização, jovens norte-americanos poderiam transformar seus ideais nacionais em ganhos internacionais — tanto para cidadãos de países hostis quanto para os Estados Unidos.[13][14]

Desmaio[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Síncope
O desmaio é provocado por falta de oxigênio ou 'açúcar' (glicose) no cérebro, a que o organismo reage de forma automática, com perda de consciência e queda do corpo. Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga, falta de alimentos, etc, e é caracterizada por palidez, suores frios, falta de forças e pulso fraco. Recomenda-se deixar a vítima em estado de repouso, deitada, sempre acomodando-a.[15]

Estado de choque circulatório[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Choque circulatório
O choque é uma situação em que algumas alterações no corpo podem levar à morte. O caso de vítima de estado de choquemanifesta-se de diferentes formas.[16] A vítima pode apresentar diversos sinais e sintomas, ou apenas alguns deles, dependendo da intensidade de cada caso. O quadro clínico é praticamente o mesmo, não importa a causa que desencadeou o estado. Tal estado é uma situação grave, acontece quando o fluxo sanguíneo para as células do corpo diminui, podendo ter consequências tais como insuficiência no abastecimento de nutrientes e oxigênio.[17] Este caso requer atendimento médico imediato, podendo ser aplicada, também, manobra de profilaxia ao estado de choque.[16] [18]

Queimaduras[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Queimadura

Definição[editar | editar código-fonte]

Queimadura de primeiro grau causada 19 horas após um acidente de cozinha.
Uma queimadura pode ter vários graus de gravidade e esta pode ser considerada grave quando as suas características fazem com que seja necessária uma consulta médica ou a hospitalização. A gravidade da queimadura depende de vários fatores: do local atingida pela queimadura, extensão da queimadura, profundidade, natureza ou causa da queimadura e da fragilidade do indivíduo. A queimadura está entre as lesões mais comuns ocorridas dentro de uma residência – principalmente na cozinha. Segundo as dermatologistas Denise Steiner e Márcia Purceli "não existe produto ou receita caseira que alivie na hora nem as dores e nem as lesões causadas pela queimadura.[19][20]
A complicação mais imediata de uma queimadura grave é o estado de choque e a paragem cardiovascular, causados pela dor, pela perda de plasma em correspondência com a zona queimada e pelas substâncias libertadas pelos tecidos lesionados.
As complicações tardias são de dois tipos: a infecção da queimadura; uma cicatrização insuficiente que requer um enxerto cutâneo.

Classificação das queimaduras[editar | editar código-fonte]

O sistema de avaliação utilizado para descrever a gravidade das queimaduras baseia-se no número de camadas de tecido envolvidas. As queimaduras mais graves destroem não apenas camadas de pele e tecido subcutâneo, mas também tecidos subjacentes. Podem possuir características causadas por produtos químicos, como produtos corrosivos que podem ser bases fortes ou de origem ácida, tais como o álcool ou a gasolina, bases e ácidos. Ou por intermédio de produtos físicos como o calor ou o frio, através de exposição, condução ou radiação eletromagnética, existem ainda as de origem biológica como animas: água-viva, lagarta-de-fogo e a medusa.[19][21] Passados os primeiros socorros, também é preciso tomar uma série de cuidados nos dias seguintes. Bolhas formam uma proteção natural ao local e não devem ser estouradas, porque isso aumenta o risco de infecção do local. O uso do algodão também não é indicado, porque ele pode grudar nos ferimentos.[20]
Queimaduras de 1º grau são as queimaduras menos graves; apenas a camada externa da pele (epiderme) é afetada. A pele fica avermelhada e quente e há a sensação de calor e dor (queimadura simples), causa algum desconforto e o avermelhamento da pele, a destruição do tecido é mínima.[19]

Entorses[editar | editar código-fonte]

A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma articulação. Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou imediata, um inchamento na articulação lesada e pela incapacidade do lesado para mexer a articulação.
As entorses se originam de movimentos bruscos, traumatismos, má colocação do pé ou de um simples tropeçar que force a articulação a um movimento para o qual ela não está preparada. Pode igualmente acontecer de uma intensa tração, a que o ligamento seja submetido, provocar o seu estiramento ou ruptura e que isso chegue a arrancar um pequeno fragmento ósseo.

Fraturas[editar | editar código-fonte]

Uma fratura é caracterizada por uma dor intensa no local, inchaço, falta de força, perda total ou parcial dos movimentos, e encurtamento ou deformação do membro lesionado.
Em caso de fratura ou suspeita de fractura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores intensas e deve ser evitado.

Choques elétricos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Choque elétrico
A morte causada por eletricidade é também conhecida como eletrocussão e consiste na passagem de uma corrente eléctrica pelo corpo. A electrocussão pode provocar a morte instantânea, perda dos sentidos mais ou menos prolongada, convulsões e queimaduras no ponto de contato.
É necessário tomar cuidado com quem está sujeito ao choque, tocá-lo pode ser perigoso. O ideal é pegar num objecto constituído por borracha pois conduzem pouco a eletricidade,ou uma madeira seca para afastá-lo do objeto que lhe dá o choque, e verificar os sinais vitais da vitima. Caso esta se encontre em paragem cardiorrespiratória deve-se retirar os objetos adjacentes a esta como por exemplo dentaduras, óculos, etc… desapertar a roupa e expor o tórax, e proceder então à reanimação colocando sobre o tórax as duas mãos sobrepostas e realizar 30 compressões seguidas de suas insuflações. Se a vitima estiver inconsciente mas com pulso e a ventilar deve-se colocá-la em PLS e contactar um serviço de emergência (192 ou 193, no Brasil e 112, em Portugal) para obter transporte ao Hospital mais próximo.
De acordo com o novo protocolo da NSC (National Safety Concil), temos 04 graus de queimaduras, sendo que o 4º grau corresponde aos acidentes com eletricidade, e que nestes casos percebe-se a perca de membros.

Transporte de vítimas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Transporte aeromédico
O transporte de vítimas é um procedimento arriscado que muitas vezes, na tentativa de ajudar, a pessoa acaba agravando um quadro estável, recomenda-se que em casos de vítima grave, com possível lesão na medula, movimenta-se a vítima o menos possível. Em caso de vítima de mal-estar, desmaio ou intoxicação leve-se a vítima "no colo colocando um braço por baixo dos joelhos e o outro em torno das costas dela." Recomendações posteriores incluem para que pessoas não se impressionem com a gravidade, a avaliação é que as lesões possam ser "cuidadas rapidamente". A Triagem é o procedimento pelo qual doentes e feridos são classificados de acordo com o tipo de ocorrência e suas condições.[22][23]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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por 

ANTÓNIO FONSECA

AQUILINO RIBEIRO - Nasceu 1885 - 13 de Setembro de 2018

Aquilino Ribeiro

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Aquilino Ribeiro
Nome completoAquilino Gomes Ribeiro
Nascimento13 de setembro de 1885
Carregal de Tabosa, , Portugal Portugal
Morte27 de maio de 1963 (77 anos)
LisboaPortugal Portugal
NacionalidadePortugal Portuguesa
CônjugeGrete Tiedemann (1913-1927, 1 filho)
Jerónima Dantas Machado (1929, 1 filho)
OcupaçãoEscritor
Influências
PrémiosPrémio Ricardo Malheiros(1933)
Magnum opusCinco reis de gente
Assinatura
Signature Portuguese writer Aquilino Ribeiro.jpg
Aquilino Gomes Ribeiro ComL (Carregal da Tabosa, Sernancelhe)13 de setembrode 1885 — Lisboa27 de maio de 1963) foi um escritor português.
É considerado por alguns como um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX. Iniciou a sua obra em 1907 com o folhetim "A Filha do Jardineiro" e depois 1913 com os contos de Jardim das Tormentas e com o romance A Via Sinuosa, 1918, e mantém a qualidade literária na maioria dos seus textos, publicados com regularidade e êxito junto do público e da crítica.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Aquilino Ribeiro nasce em 1885, no Carregal de Tabosa, concelho de Sernancelhe, em 13 de setembro, filho natural (o último de quatro) do padre Joaquim Francisco Ribeiro e da camponesa Mariana do Rosário Gomes[1], tendo uma irmã mais velha (Maria do Rosário) e dois irmãos mais velhos (Melchior e Joaquim). Foi batizado na Igreja Matriz dos Alhais, no concelho de Vila Nova de Paiva.
Viveu uma infância plenamente inserida no meio rural. Brincava na rua com as outras crianças da sua idade[2], admirava os pássaros e, no limiar da adolescência, gostava de montar a cavalo e de caçar[3].
Em 1895, já a viver no concelho de Moimenta da Beira, realizou o exame de instrução primária e entrou no Colégio de Nossa Senhora da Lapa. Em 1900 entrou no Colégio de Lamego, em Lamego e, a seguir, foi mandado para o Seminário de Beja — para onde iam os ordenandos mais recalcitrantes, dirá o escritor, nas suas memórias — obedecendo a um desejo da sua mãe, que queria fazê-lo sacerdote.
Aquilino seria expulso do Seminário em 1904, depois de ter dado uma réplica cortante a uma acusação do padre Manuel Ançã, um dos diretores da instituição[1]. Regressado a Soutosa, daí saiu ao fim de dois anos, rumo a Lisboa.
Começava a sua conspiração contra a monarquia liberal desvirtuada por governos autoritários. Em 1906 começa a colaborar no jornal republicano A Vanguarda. Em 1907, em parceria com José Ferreira da Silva, escreve A Filha do Jardineiro, obra de ficção de propaganda republicana e de crítica às figuras do regime. Entra a seguir para a Loja Montanha do Grande Oriente Lusitano, em Lisboa, a convite de Luz de Almeida.
É também em 1907 que Aquilino é preso, acusado de ser anarquista, na sequência de uma explosão no seu quarto na Rua do Carrião, a 28 de Novembro, em Lisboa, na qual morreu inclusive um carbonário.
No ano seguinte, em 1908 Aquilino evade-se da prisão, em 12 de janeiro, e durante a clandestinidade em Lisboa mantém os contactos com os regicidas, refugiado numa casa de Meira e Sousa, na Rua Nova do Almada, em frente do Tribunal da Boa Hora.
Estabelecido em Paris em 1910, estuda na Faculdade de Letras da Sorbonne. Vem a Portugal após o 5 de outubro e regressa a Paris, onde conhecera a alemã Grete Tiedemann. Após uma estada na Alemanha, virá a casar com Grete. O casal regressa a Paris e, em 1914, nasce-lhes o primeiro filho, Aníbal Aquilino Fritz Tiedemann Ribeiro. Nesse mesmo ano ainda publicará um novo livro, Jardim das Tormentas.
Em 1915 a família é obrigada a regressar a Portugal na sequência dos conflitos da Primeira Grande Guerra. Aquilino, mesmo sem ter conseguido terminar a sua licenciatura, é admitido a lecionar no ensino secundário, sendo colocado como professor no Liceu Camões, onde ficará durante três anos.
Em 1918 publica A Via Sinuosa. No ano seguinte, em 1919, entra para a Biblioteca Nacional de Portugal, a convite de Raul Proença. Convive com o chamado Grupo da Biblioteca Nacional onde pontificam Jaime Cortesão e Raul Proença. Publica Terras do Demo, e a primeira versão do seu conto "Valeroso Milagre" na Revista Atlântida (nº 32), cuja trama se passa no Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção de Tabosa, situado na sua freguesia natal, aquando das invasões francesas. É na Biblioteca Nacional que Aquilino Ribeiro é procurado por pessoas de suas relações para lhe mostrarem uma Acta do Regicídio.
Em 1921 integra a direcção da revista Seara Nova. Em 1922 publica O Malhadinhas integrado no livro Estrada de Santiago, o qual inclui também uma nova versão do "Valeroso Milagre".
Em 1927 entra na revolta de 7 de fevereiro, em Lisboa. Exila-se em Paris. No fim do ano regressa a Portugal, clandestinamente, após falecer a primeira mulher. Em 1928 entra na revolta de Pinhel. Encarcerado no presídio de Fontelo (Viseu), evade-se e volta a Paris.
Em 1929 casa em Paris com Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado. Do casal virá a nascer em 1930 o segundo filho, Aquilino Ribeiro Machado, que viria a ser o 60.º Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1977-1979). Em Lisboa é julgado à revelia em Tribunal Militar, e condenado.
Em 1931 vai viver para a Galiza. Em 1932 volta a Portugal clandestinamente. Em 1933 recebe o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, pelo seu livro As Três Mulheres de Sansão.
Em 1935 é eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.
Em 1946 publica Aldeia, Terra, Gente e Bichos. Em 1951 publica Geografia Sentimental.
Em 1952 faz uma viagem ao Brasil onde é homenageado por escritores e artistas, na Academia Brasileira de Letras. Em 1956 é fundador e presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Em 1957 publica A Casa Grande de Romarigães e, em 1958, Quando os Lobos Uivam. Neste mesmo ano é nomeado sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa. Milita na candidatura de Humberto Delgado à presidência da República.
Em 1962 nasce-lhe a primeira neta, Mariana, a quem dedica O Livro da Marianinha.
Em 1963 é homenageado em várias cidades do país por ocasião dos cinquenta anos de vida literária. Morre no dia 27 de maio. Nessa mesma hora, a Censura comunicava aos jornais não ser mais permitido falar das homenagens que lhe estavam a ser prestadas. É sepultado no Cemitério dos Prazeres.
Em 1974 é publicado o livro de memórias Um Escritor Confessa-se. Como escreve José Gomes Ferreira no prefácio Aquilino sabe mentir a verdade.
Em 1982, a 14 de Abril, é agraciado a título póstumo com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade[4]
Em 2007, por decisão unânime, a Assembleia da República decide homenagear a sua memória e conceder aos seus restos mortais as honras de Panteão Nacional[5]. A cerimónia de trasladação para o Panteão Nacional ocorreu a 19 de setembro desse mesmo ano.[6]

A obra[editar | editar código-fonte]

A linguagem de Aquilino Ribeiro caracteriza-se fundamentalmente por uma excepcional riqueza lexicológica e pelo uso de construções frásicas de raiz popular, cheias de regionalismos.
Aquilino foi sobretudo um estilista e, por isso, a sua linguagem vernácula é arejada, frequentemente condimentada nos diálogos com expressões entre grotescas e satíricas.
Apesar de ter optado por uma literatura de tradição, Aquilino procurou ao longo da sua vida uma renovação contínua de temas e processos, tornando-se assim muito difícil sistematizar a temática da sua vastíssima obra.
Num número considerável de obras, Aquilino reflecte, ainda que distorcidas pela imaginação, cenas da sua vida: o convívio com as gentes do campo, a educação ministrada pelos sacerdotes, as conspirações políticas, as fugas rocambolescas, os exílios.
Até 1932, ano em que fixa residência na Cruz Quebrada, todos os ambientes, contextos e personagens que Aquilino cria, remetem para a sua querida Beira natal. O MalhadinhasAndam Faunos pelos Bosques e Terras do Demo constituem o melhor exemplo desta situação. De facto, ver-nos-emos, com uma extrema facilidade, envolvidos com as suas personagens beirãs, os seus costumes, tradições e modos de falar típico. Aquilino Ribeiro como escritor não pode ser enquadrado em nenhuma das escolas e tendências da sua época.
Tem colaboração na II série da revista Alma nova [7] (1915-1918) começada a publicar em Faro em 1914, na revista luso-brasileira Atlantida[8] (1915-1920), na Ilustração [9] (1926-), Homens Livres [10] (1923), no jornal Miau![11] (1916) e na Revista dos Centenários[12] publicada por ocasião da Exposição do Mundo Português.

Obras literárias[editar | editar código-fonte]

Biografia
  • 1950 - Luís de Camões: fabuloso e verdadeiro (2 volumes)
  • 1956 - O romance de Camilo (3 volumes) (Nota: a mais importante biografia de Camilo Castelo Branco já escrita e publicada)
Contos
  • 1907 - A filha do jardineiro
  • 1913 - Jardim das tormentas (Prefácio:Carlos Malheiro Dias)
  • 1919 - Valeroso milagre
  • 1922 - Estrada de Santiago
  • 1934 - Sonhos de uma noite de Natal
  • 1935 - Quando ao gavião cai a pena
Memórias
  • 1935 Alemanha Ensangüentada.
  • 1934 - É a guerra: diário
  • 1948 - Cinco réis de gente
  • 1974 - Um escritor confessa-se (Edição póstuma)
Literatura infanto-juvenil
  • 1924 - Romance da raposa
  • 1936 - Arca de Noé I
  • 1936 - Arca de Noé II
  • 1936 - Arca de Noé III
  • 1945 - O livro do menino Deus
  • 1952 - Fernão Mendes Pinto:aventuras extraordinárias de um português no Oriente
  • 1967 - O livro de Marianinha: lengalengas e toadilhas em prosa rimada (Edição póstuma)
Romances/Novelas
  • 1918 - A via sinuosa
  • 1919 - Terras do demo
  • 1920 - Filhas da Babilônia
  • 1926 - Andam faunos pelos bosques
  • 1930 - O homem que matou o diabo
  • 1932 - A batalha sem fim
  • 1932 - As três mulheres de Sansão
  • 1933 - Maria Benigna
  • 1936 - Aventura maravilhosa de D. Sebastião Rei de Portugal depois da batalha com o Miramolim
  • 1937 - São Bonaboião:anacoreta e mártir
  • 1939 - Mónica
  • 1941 - O servo de Deus e a casa roubada
  • 1943 - Volfrâmio
  • 1945 - Lápides partidas
  • 1947 - Caminhos errados
  • 1947 - O arcanjo negro
  • 1954 - Humildade gloriosa
  • 1957 - A Casa Grande de Romarigães
  • 1958 - Quando os lobos uivam
  • 1958 - A mina de diamantes (Nota: Edição conjunta com "O Malhadinhas")
  • 1962 - Arcas encoiradas
  • 1963 - Casa do escorpião
História
  • 1943 - Os avós dos nossos avós
  • 1952 - Príncipes de Portugal: suas grandezas e misérias
Tradução
  • D. Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes Saavedra
  • O príncipe perfeito, de Xenofonte (tradução e prefácio)
  • A retirada dos dez mil, de Xenofonte (tradução e prefácio)
  • O Santo (1907) de Antonio Fogazzaro

Fundação Aquilino Ribeiro[editar | editar código-fonte]

Em 1988 foi instituída a Fundação Aquilino Ribeiro – Casa Museu – Biblioteca, com sede na localidade de Soutosa (Moimenta da Beira), na casa outrora utilizada pelo escritor[13][14] admiravelmente por ele descrita. Na sua fundação teve como presidente Aníbal Aquilino Ribeiro, filho mais velho do escritor[15].

Na cultura popular[editar | editar código-fonte]

Monumento em homenagem a Aquilino Ribeiro, Viseu, Portugal.

Televisão[editar | editar código-fonte]

  • Biografia produzida pela RTP com autoria e apresentação de Óscar Lopes.
  • "O Homem que Matou o Diabo", adaptação do romance, filme produzido pela RTP em 1979, emitido como série. Com Herman José, João Guedes, Ana Zanatti.
  • Romance da Raposa foi adaptado para uma série de televisão, de 13 episódios de 13 minutos cada, em 1988[16]. A série foi produzida pela RTP, Topefilme e Telecine. A adaptação esteve a cargo de Marcello de Morais, os diálogos e letras das canções foram escritos por Maria Alberta Menéres e a música foi da autoria de Jorge Machado. Ricardo Neto criou as personagens. A animação esteve a cargo de Artur Correia e Ricardo Neto.
  • Quando os lobos uivam foi adaptado ao cinema numa produção, de 2008, da RTP.
  • Aquilino é personagem da série O Dia do Regicídio produzida pela RTP em 2008.

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