terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 10 DE FEVEREIRO DE 2015

Macroscópio – A outra crise europeia‏

Macroscópio – A outra crise europeia

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
O cartoon que abre este Macroscópio diz tudo. O que já está a acontecer e o que pode vir a acontecer. Fica longe de nós, do outro lado do continente, mas a crise da Ucrânia é a crise que torna ainda mais complicada a crise grega (não nos esqueçamos que o primeiro sinal político que chegou a Bruxelas vindo de Atenas teve a ver com as sanções à Rússia).
 
Amanhã, quarta-feira, Vladimir Putin deverá encontrar-se com Angela Merkel, François Hollande e Petro Poroshenko em Minsk, na Bielorrúsia, para uma cimeira que é vista como uma última oportunidade. Isso mesmo explicou, aqui no Observador, o jornalista português que melhor conhece a Rússia, José Milhazes:Cimeira de Minsk, última oportunidade? A sua ideia é que “embora por motivos claramente diferentes, todas as partes estão interessadas em que esta guerra civil não se transforme numa guerra global na Europa. Moscovo e os separatistas já atingiram grande parte dos seus objectivos, os dirigentes da Ucrânia tentam travar a desmoronamento do seu próprio país e a União Europeia não quer ser linha da frente num combate que se adivinha caso falhe a diplomacia.”
 
No mesmo sentido vai o texto, também no Observador, de João Marques de Almeida, O tempo da diplomacia. Vale a pena ler essa análise onde defende que a solução mais vezes falada – o envio de armas para ajudar Kiev a combater as forças pró-russas – até pode ser contraproducente. Quanto à importância da negociação, não tenhamos dúvidas sobre o que está em causa: “O esforço diplomático vale certamente a pena. Uma guerra na Ucrânia e com a Rússia é um assunto muito sério e grave. Rapidamente, poderia alastrar-se a países vizinhos, como a Geórgia e a Moldávia. O que significa que teríamos uma guerra muito perto de um país da Aliança Atlântica, a Roménia. E ninguém consegue antecipar o que poderia acontecer nos países Bálticos.
 
No passado domingo Teresa de Sousa também discutiu as hipóteses da cimeira de Minsk em Como lidar com Putin? Da sua análise detalhada ao que se tem passado nas últimas semanas, destaco esta passagem: “A novidade é a liderança alemã. Também em Berlim houve uma enorme mudança. Merkel percebeu que a Alemanha já não se podia dar ao luxo de manter o status quo europeu, vendo-se apenas como uma potência económica. Quando a França enviou tropas para o Mali, fez saber que não pagaria as intervenções militares de Paris. Hoje, ela e Hollande lidam ambos com um desafio mil vezes mais difícil e complexo.
 
Mas como é que chegámos a este ponto? Talvez a melhor análise que encontrei foi uma publicada recentemente no Financial Times, em dois dias seguidos: Battle for Ukraine: How the west lost Putin e Battle for Ukraine: How a diplomatic success unravelled. São dois textos cheios de pormenores sobre o que se passou nos bastidores dos contatos que, ao longo dos últimos meses, os líderes europeus, sobretudo Angela Merkel, têm mantido com Vladimir Putin. Desde é dada uma descrição muito sugestiva: “Vladimir Putin is the master destabiliser. A black belt in judo, he is an expert at keeping opponents off-balance. He alternates between the friendly gesture and the menacing glance.” As negociações nunca correram bem e, depois de um tenso encontro de quatro horas entre Putin e Merkel num hotel de Brisbane, na Austrália, a conclusão tornou-se inevitável:
After a year of crisis, the west realised that it had been pursuing an illusion: for all its post-communist tribulations, Russia was always seen to be on an inexorable path of convergence with Europe and the west — what a senior German official calls the notion that “in the end, they’ll all become like us”. “Now it’s about acknowledging the differences,” he says.
 
No segundo texto dá-se mais atenção ao papel do Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, no caminho que levou à reaproximação que tornou possível a cimeira de amanhã em Minsk. Isso foi possível, em parte, porque “As well as being able to talk to the Kremlin, Mr Poroshenko is the first Ukrainian president to speak English fluently and is comfortable navigating western diplomacy. At times during the crisis, the stocky, smooth-tongued leader has inveigled himself into the heart of European decision-making.” No texto, fruto de um magnífico jornalismo de investigação, há pormenores maravilhosos, como a descrição de um jantar em Minsk o qual, “according to one person present, was “one of the most surrealistic meetings I have ever had”.
 
Ainda no domínio dos textos e documentos de enquadramento, uma referência para um paper produzido por quatro instituições reputadas – o Atlantic Council, a Brookings Institution, o Center for a New American Security, e o Chicago Council on Global Affairs – e que foi redigido com base em entrevistas com responsáveis da NATO em Bruxelas e do governo ucraniano:Preserving Ukraine’s Independence, Resisting Russian Aggression: What the United States and NATO Must Do. É um documento mais profundo, de enquadramento, destinado a decisores políticos, mas que é sempre se interesse.
 
Passando aos textos de opinião, aqui fica uma breve selecção, com opiniões diversas:
  • Wolfgang Ischinger, um diplomata alemão com uma brilhante carreira no seu país, desenvolveu na Spiegel as suas propostas: How to Stabilize Ukraine without Playing Putin's Game. Nele defende várias formas de apoio à Ucrânia, incluindo o fornecimento de armas, mas sem envolvimento da NATO. Eis o argumento: “Above all, our central challenge is to support and to stabilize the country that is the main victim of this new revisionism: Ukraine. While the separatists receive weapons and training from Russia, the Ukrainian army is basically left alone. As long as the separatists are not losing militarily, they are unlikely to return to the negotiation table and implement the Minsk agreement.”
  • Roger Cohen, colunista do New York Times, começa por recordar, em Western Illusions Over Ukraine, um velho princípio – “The most difficult thing for a communist, it has been observed, is to predict the past.” – para, depois, argumentar que “There is a language Moscow understands: antitank missiles, battlefield radars, reconnaissance drones. Bolster the Ukrainian Army with them and other arms. Change Putin’s cost-benefit analysis. There are risks but no policy is risk-free.”
  • Eugene Rumer, do Carnegie Endowment, defende, no Financial Times, uma posição diametralmente diferente: Arm Ukraine and you risk another Black Hawk Down. Eis o ponto central do seu argumento: “Of course Ukraine is a victim of aggression. But, short of a campaign like that fought by the US and its allies in the Balkans in the 1990s — which no one now advocates — no amount of US or Nato assistance can alter the fact that Russia has the upper hand. In August, and again in January, Mr Putin chose to escalate rather than allow the separatists to be defeated. Ukraine will need help rebuilding its army, and the US should provide it. But it will take years, and cannot be done in the middle of a war with a more powerful neighbour.”
 
Muito importante, para completar toda esta informação, é a entrevista que o general Frederick “Ben” Hodge, comandante das força norte-americanas na Europa, deu ao Wall Street Journal:The View From NATO’s Russian Front. É difícil sintetizá-la – mas interessante lê-la, nomeadamente quando se refere ao desinvestimento europeu na Defesa – e tem uma passagem muito pertinente sobre o que está em causa na Ucrânia:
As a member of the military, Gen Hodges won’t weigh in directly in the Washington policy debate. “What’s more important is this,” he says. “We have to have a strategy. Just military aid is not a strategy.” Western leaders should first determine what outcome they’d like to see emerge in the region, he says, and then apply a “whole-of-government” approach, including a military dimension, to achieve it.
 
Termino com uma sugestão: vejam esta fotogaleria do Guardian. A guerra é mesmo a sério. Aqui fica um exemplo:
 


E por aqui me fico. Até amanhã, um dia que se adivinha intenso, com a reunião do Eurogrupo em Bruxelas.
 
Bom descanso e boas leituras. 

 
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ANTÓNIO FONSECA

MOSTRAR TRABALHO .... - 10 DE FEVEREIRO DE 2015


Agora é que ele vai mostrar trabalho
Não gosto · 
  • Gostas disto.
  • António Fonseca
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ANTÓNIO FONSECA

Paralíticos Gregos vs Donas de Casa da HSBC - AVENTAR - 10 DE FEVEREIRO DE 2015

AVENTAR.EU


Paralíticos Gregos vs Donas de Casa da HSBC

 
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swiss
Ouvimos José Rodrigues dos Santos a fazer eco das vozes que apontam como principal problema da crise grega exemplos como o dos falsos paralíticos. O argumento cola bem quando se quer atiçar pobres contra pobres, mas a verdade é que o subsídio atribuído aos falsos paralíticos que enganavam fisco grego não se compara nem de perto nem de longe com o roubo gigantesco das “donas de casa” da HSBC. Dona de casa era uma das profissões virtuais declaradas por clientes do HSBC que na verdade eram industriais, artistas, jornalistas, princesas, traficantes de armas ou de droga. É esta diferença de campeonatos entre os paralíticos e as donas de casa que ajuda a compreender melhor a crise grega. As contas “especiais” (contas artilhadas para fugir ao fisco) do HSBC relacionadas com a Grécia ascendem a mais de 2,3 mil milhões de euros (~2,6 mil milhões de dólares). Por exemplo, um dos apanhados, o grego Lavrentis Lavrentiadis tinha sete contas no HSBC com ligações a outras contas bancárias (paraísos fiscais) onde detinha 4,6 milhões de dólares. O senhor Lavrentiadis não era paralítico, mas em 2012 foi acusado de fraude, lavagem de dinheiro, participação em associação criminosa e de emprestar a si próprio, cerca de 600 milhões de euros, através de um banco do seu próprio grupo. Esteve 18 meses em prisão preventiva e vai ser julgado em março deste ano.
Em Portugal, as denuncias de fraude favoritas dos ultraliberais são os beneficiários do rendimento de inserção, os desempregados e pessoas de baixa. São eles que destroem o estado, são eles que desmotivam a sociedade, não querem trabalhar, fomentam preguiça, etc. Ora, em média o rendimento de inserção é da ordem dos 90€ mensais. Só o montante total das contas especiais da HSBC relacionadas com Portugal ascendem a cerca de 850 milhões de euros, ou seja cerca de três vezes o orçamento de estado para o rendimento de inserção. E convém sublinhar que a fraude das contas especiais do HSBC é apenas uma pequena parte da fraude fiscal relativa a esse anos.
A grande preocupação dos ultraliberais são as migalhas, porque o bolo já é deles.
AVENTAR.EU
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ANTÓNIO FONSECA

::::: SUIÇA e PORTUGAL ..... 10 de FEVEREIRO DE 2015


Sabem o que é isto ? Isto é um selo e custa 40 Francos Suíços , cerca de 32 Euros !
Isto permite-me circular em todas as auto-estradas da Suíça, todas as 24 horas , de todos os dias de um ano . São 8760 horas !
Em Portugal dá para quê ? Para ir de Lisboa ao Algarve ? Circular 3 horas ?
Porquê ? Porque existem Gulosos = Gestores e Accionistas de Pps ! = a empresas público / privadas , a chuparem, a sugarem o Estado e o Povo .
Parece que copiam o que é mau , mas é certo que não copiam nem implementam as coisas boas .
Gosta ? Concorda ? Então Partilhe isto para que sirva de chapada nas fuças dos políticos portugueses .
Não gosto · 
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - HORA DE FECHO - 10 DE FEVEREIRO DE 2015

Hora de Fecho: Schäuble desmente mais seis meses para a Grécia‏

Hora de Fecho: Schäuble desmente mais seis meses para a Grécia

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
FUTURO DA GRÉCIA 
Governante alemão garante ainda que não haverá qualquer acordo na reunião extraordinária do Eurogrupo, nesta quinta-feira, quanto a um novo programa para a Grécia.
FUTURO DA GRÉCIA 
Comissão Europeia terá quarta-feira uma oferta em cima da mesa para a Grécia: uma extensão do atual programa em seis meses. Há sinais de que as partes estão a aproximar-se. Bolsa dispara 9%.
FUTURO DA GRÉCIA 
Governo grego mudou de ideias e vai avançar com a mais importante alienação que consta do plano de privatizações. A venda do porto de Pireu tinha sido interrompida nos primeiros dias do novo governo.
FUTURO DA GRÉCIA 
Consultora Lazard, contratada pela Grécia para assessorar a gestão da dívida, diz que para que esta se torne sustentável será necessário um corte de 100 mil milhões de euros. Seria "razoável", diz.
FUTURO DA GRÉCIA 
Ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos, que pertence ao partido dos Gregos Independentes, diz que "ajuda financeira pode vir dos EUA, da Rússia, da China ou de outros países".
FUTURO DA GRÉCIA 
George Osborne, o ministro das Finanças do Reino Unido que esteve reunido com Yanis Varoufakis na semana passada, diz que "está a crescer o perigo" de um "resultado muito mau" para a crise na Grécia.
CASO SÓCRATES 
A 21 de novembro foi preso um ex-primeiro-ministro português. Sócrates e três outros arguidos são suspeitos de corrupção e fraude fiscal. Eis o que já se sabe do caso - e as dúvidas que subsistem.
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Stock da Cunha diz que o Novo Banco não tem obrigação legal de reembolsar o papel comercial GES vendido a clientes do BES. E revela que não conhece a lista dos grupos potenciais compradores do banco.
FIFA 
Além de entregar a candidatura à presidência da FIFA, Figo teve de submeter uma declaração de integridade. Depois a entidade investigou e, ao fim de dez dias, concluiu que o português estava apto.
UCRÂNIA 
Autoridades ucranianas acusam Rússia de treinar e dar armas a separatistas pró-russos. Estes negam, dizem que os militares ucranianos já lhes apreenderam as armas todas. 
Opinião

Vítor Gaspar
A 1ª edição do livro (2000) centrou-se na Bolsa - e ela caiu. A 2ª (2005) incluía um capítulo sobre o mercado de habitação nos EUA - o gatilho da crise. Esta tem um capítulo sobre títulos do Tesouro.

Rui Ramos
A perspectiva de Vítor Bento, apesar de sugestiva, não me parece a mais adequada para perceber as frustrações das políticas de ajustamento desde 2010-2011.

João Marques de Almeida
A oferta de armas ao governo de Kiev, sem o envio de tropas, nada melhora. Pelo contrário, pode agravar a situação irremediavelmente.

José Manuel Fernandes
O euro foi um enorme erro e agora dizem-nos que deixar a Grécia sair é um erro ainda maior. Não creio. O maior erro será insistir num projecto que está a minar a democracia e compromete o crescimento.

Alexandre Homem Cristo
Eis a lição que o caso Bárbara/ Carrilho nos ensina: apesar dos preconceitos, a violência doméstica não conhece fronteiras de classe social ou de formação escolar.
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