segunda-feira, 19 de novembro de 2018

SINDICATO ÚNICO ? - CARTA ABERTA AOS BANCÁRIOS DO NORTE - 19 de Novembro de 2018

CARTA ABERTA À CLASSE BANCÁRIA DO NORTE DE PORTUGAL
associada (ou não) do SBN - Sindicato dos Bancários do Norte





Em primeiro lugar quero esclarecer que trabalhei no SBN - Sindicato dos Bancários do Norte  desde 4 de Março de 1962 até 4 de Março de 2002. Exerci ali várias funções até ser reformado com a categoria de Chefe da Secretaria de Apoio à Direcção do SBN.

Inicialmente - quando fui ali admitido - chamava-se Sindicato dos Empregados Bancários do Distrito do Porto, depois foi Sindicato dos Bancários do Porto e finalmente Sindicato dos Bancários do Norte. Durante esse período (40 anos), conheci imensos dirigentes ( dos primeiros infelizmente já nenhum é vivo) mas ainda subsistem alguns que para ali entraram posteriormente até 1974 e outros que ainda estão no activo (ou seja, continuam a permanecer como dirigentes).

Fui e orgulho-me de ser amigo de muitos deles com os quais lidei frequentemente em diversas ocasiões boas e más que o Sindicato passou durante os referidos 40 anos, independentemente de credos, convicções partidárias e feitios pessoais de cada um. GRAÇAS A DEUS!

Entre os Sindicatos existentes nessa altura, do Porto, Coimbra e de Lisboa, houve várias lutas e discrepâncias por muitos e variados motivos, inclusive quando se pensava em formar uma Caixa de Previdência única - idêntica às muitas que existiam então no panorama nacional, relativamente a outras profissões nas quais se multiplicavam como cogumelos os Sindicatos de tudo e de mais alguma coisa.

A determinada altura - a partir de 1975, começou a pensar-se em formar uns Serviços de Saúde que abrangessem os sócios dos 3 Sindicatos maioritários - pois entretanto já se haviam formado Sindicatos de Bancários dissidentes como o Sindicato da  CGD, dos Quadros, etc., o que veio complicar um pouco as negociações que foram iniciadas em Setembro de 1975 para formação dos SAMS dos referidos 3 Sindicatos, que finalmente foram fundados em Janeiro de 1976
«Um à parte: Como é sabido, o arranque destas negociações foi despoletado por mim próprio"..

Os SAMS embora no fundo fossem idênticos foram considerados completamente independentes um dos outros e cada Sindicato (SBN, SBC e SBSI) geria directamente cada um dos SAMS, embora toda a actividade decorresse com  inteira normalidade para que os Serviços beneficiassem os Utentes da mesma maneira.

Posteriormente e antes de eu me reformar falava-se num Sindicato para o Sector Financeiro (que abrangeria também os trabalhadores dos Seguros) que agregasse todos os Sindicatos respectivos -, MAS COM TOTAL INDEPENDÊNCIA PARA NEGOCIAR COM AS ENTIDADES PATRONAIS E GOVERNO.

Formou-se então a FEBASE - Federação do Sector Financeiro, o que já aconteceu depois de eu me reformar, e com a qual nada tive a ver, mas que em princípio teve e tem o meu acordo, pois julgo servir os interesses dos bancários

Até aqui, ou melhor, até 2002, sempre dei o meu melhor colaborando com todas as direcções, principalmente no sentido de que a UNIÃO dos trabalhadores bancários da jurisdição do SBN nunca fosse posta em causa, o que foi conseguido.

Depois de me reformar e devido a diversos factores - pessoais e não só, que não valerá a pena estar agora aqui a dissecar, pois poderia levantar alguns problemas complicados  - deixei de ter conhecimento dos assuntos sindicais. Apenas me preocupa desde sempre e até morrer, os assuntos dos SAMS que - passe a vaidade - reconheço como OBRA MINHA - doa a quem doer. 

Apesar de tudo há algumas coisas que não me agradam, no que respeita ao modo como se tem vindo a verificar certas modificações, tanto a nível da própria execução de determinações que se vêm tomando, principalmente no que concerne à organização dos serviços e ao modo como vem sendo tratados os trabalhadores. Desde abusos de autoridade, perda de regalias, obrigação de certos compromissos que não estão previstos nos Acordos de trabalho QUE EU PROPUS e foram assinados pela Direcção e trabalhadores  (- reconheço que possa haver culpa de ambos os lados - por falta de comunicação...(!) ). 

Por falar em Falta de comunicação. Aproveito para verberar muito acerbamente o facto de quando sucede o falecimento de algum colaborador dos SAMS ou do SBN - nem o Conselho de Gerência nem a Direcção se dignar informar, por SMS ou por email, ou por outro meio qualquer, os trabalhadores que se encontram reformados e que foram seus colegas: além disso, considero muito triste, - para não dizer outra coisa - que os Dirigentes não se façam representar (pelo menos por um, pessoalmente - nas cerimónias fúnebres - o que ainda recentemente aconteceu em 2 de Outubro. Mas isto fica para outra ocasião

Perguntar-me-ão agora os meus amigos Bancários e utentes dos SAMS. 

A que propósito vem toda esta conversa?

Boa pergunta:  É que ontem ao ler o Jornal de Notícias deparei com uma MOÇÃO DE RECOMENDAÇÃO da Tendência Sindical Socialista do SBN  a historiar o que se passa com  a possível Constituição de um Sindicato do Sector Financeiro - que teria sede em Lisboa e que aglutinasse todos os Sindicatos existentes, diluindo depois as suas funções para acabar com eles.

QUERO AFIRMAR E EM LETRA GRANDE, 
QUE ACHO ESTA PRETENSÃO EXECRÁVEL E QUE SOU FRONTALMENTE CONTRA.


O SBN (para não falar do SBC e do SBSI) tem uma história longa e bonita.
Começou em 20 de Setembro de 1923 como ASSOCIAÇÃO DE CLASSE DOS EMPREGADOS BANCÁRIOS DO PORTO e em 1932 como SINDICATO DOS EMPREGADOS BANCÁRIOS DE PORTUGAL. A 26 de Fevereiro de 1934 passou a designar-se SINDICATO NACIONAL DOS EMPREGADOS BANCÁRIOS DO DISTRITO DO PORTO.
Depois de 1974, ou melhor a 26 de Agosto de 1975 passou a ser SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO NORTE como hoje é designado. Para além disso, participou na fundação da Intersindical hoje CGTP e faz parte da UGT - União Geral dos Trabalhadores. 

NÃO PODE ACABAR por uma simples decisão de um governante qualquer 

Ah! E relembro: É graças ao SBN que existem os SAMS - SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL dos Bancários, o melhor SERVIÇO DE SAÚDE de uma classe trabalhadora em Portugal e antecessor do Serviço Nacional de Saúde.


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Infelizmente - e não sei porquê, nem agora interessa para nada - como dizia alguém - EU NÃO POSSO VOTAR pois apesar de ter trabalhado 40 anos para a Classe Bancária, não estou inscrito como Sócio, porque os seus Estatutos não o permitem (!!!), mas se o pudesse fazer decerto que votaria NÃO.

É este o meu contributo - SIMBÓLICO para a Assembleia Geral do próximo dia 27 de Novembro.


Muito respeitosamente





ANTÓNIO ARLINDO RODRIGUES DA FONSECA
Beneficiário 355500 dos SAMS 

Ex-Chefe da Secretaria de Apoio à Direcção do SBN
(De 1987 a 2002)
Impulsionador dos SAMS - Desde Setembro de 1975
Funcionário dos SAMS-SBN de 1 de Janeiro de 1976 até Março de 1982
e trabalhador do Sindicato desde 4 de MARÇO de 1962 até 4 de Março de 2002



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