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terça-feira, 14 de junho de 2016

EXPRESSO - 14 DE JUNHO DE 2016

A nossa bandeira (e um ataque terrorista nos arredores de Paris)

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Expresso
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Pedro Santos Guerreiro
Por Pedro Santos Guerreiro
Diretor
 
14 de Junho de 2016
 
A nossa bandeira (e um ataque terrorista nos arredores de Paris)
 
Esta noite. Quem ganha? Uma multidão nas ruas. Silêncio, depois cânticos, depois palmas. Lágrimas, abraços. Toda a gente enverga a mesma bandeira. A mesma bandeira que, em França, a seleção de futebol hasteia. A bandeira verde, amarela, vermelha. E laranja, azul, violeta. Quem ganha? “Love wins”.

Esta noite as vigílias sucederam-se em luto por causa da matança de Orlando, no fim de semana - o Valdemar Cruz escreveu aqui ontem de manhã sobre isso. Mas nas últimas 24 horas houve homenagens às vítimas por toda a França, onde as treliças metálicas de Torre Eifell se iluminaram com as cores da mesma bandeira que a seleção gaulesa tinha adotado de tarde. A bandeira arco-íris, símbolo de paz e do movimento LGBT. Matança ou atentado? Terrorismo ou homofobia? O Le Monde explica a importância das palavras: morreram 49 na Pulse, uma discoteca gay apinhada de gente.

E nisto, noite nos arredores de Paris, Larossi Abballa, francês de 25 anos, matou à facada, em sua casa um comandante da polícia e a sua mulher, também ela agente policial. O ataque foi reivindicado pelo Daesh. O assassino já fora condenado no passado por roubos e ligações a redes radicais islâmicas.

As palavras não são pensos rápidos e a classificação do que se passou na discoteca em Orlando é ela própria polémica. Em Inglaterra, o jornalista Owen Jones abandonou em direto um debate na Sky News por considerar “bizarro” que se estivesse a contestar ter-se tratado de um ataque homofóbico (a história e as imagens na New Statesman). Mais tarde, o mesmo Jones declarou num vídeo (que pode ser visto no The Guardian) que “o massacre falhará”, porque “eles não extinguiram o amor”. “Love wins”, “o amor ganha”, é um dos credos da noite. E foi na mesma rua de Londres onde Owen Jones gravou o vídeo ontem, a Old Compton Street, que, horas depois, se juntou uma vigíla e um coro que acabou em aplausos.

Nos Estados Unidos, as vigílias sucedem-se, mas também a política. Obama confirmou que, segundo o FBI, o atirador foi radicalizado na internet por inspiração de “organizações terroristas estrangeiras”, mas frisou que não existem ainda provas de ligação a redes internacionais.

O Quartz mostra quão fácil é comprar uma AR-15, a espingarda de assalto usada para matar em Orlando. É a espingarda mais popular nos Estados Unidos. Ontem, relata o Huffington Post, as ações das empresas fabricantes de armas dispararam em Bolsa.

Quem é Omar Mateen? E porque decidiu matar? A primeira pergunta tem sido respondida com mais facilidade que a segunda. Um agente especial americano explicou ao Expresso o que se deve fazer em caso de um atentado como o de Orlando. “Se aqueles que estavam na discoteca tivessem aplicado o método ABC, o número de mortos teria sido substancialmente menor”, garante David Katz. O método ABC (“Avoid-Barricade-Confront”) é aconselhado pelas forças de segurança americanas e, recomendando como a prioridade evitar e fugir.

Hillary Clinton e Donald Trump têm ideias muito diferentes sobre contraterrorismo (como explica o The Guardian) e sobre o uso de armas (como detalha o Le Monde). Clinton quer banir a venda de armas de assalto e Trump quer banir a entrada de imigrantes muçulmanos. Não há quem consiga banir a xenofobia. Escreve o Vox: “O discurso de política externa de Donald Trump revela uma misturaperigosa de ignorância e arrogância”.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
Esta noite. Quem ganha? Uma multidão em frente às TV. Silêncio, depois cânticos, depois palmas. Lágrimas, abraços. Toda a gente enverga a mesma bandeira. A mesma bandeira que, em França, a seleção de futebol hasteia. A bandeira verde, amarela, vermelha. Quem ganha?

Portugal estreia-se no Europeu de futebol contra a Islândia às 20 horas (em direto na RTP), depois de Áustria e Hungria, do mesmo grupo, se terem defrontado às 17 horas. Para ler todas as notícias, todos os resultados, os jogos em direto e as crónicas diárias, aceda ao site euro2016.expresso.pt. Até para saber que4-4-2, 4-3-3, 3-4-3: isso não interessa a Fernando Santos (até porque tem o melhor avançado centro do mundo)".

Os jogos de ontem:
Bélgica 0 – Itália 2, crónica “A vida é bela, mesmo quando não é bonita
República da Irlanda 1 – Suécia 1
Espanha 1 – República Checa 1, crónica “Voar como uma borboleta, Piqué como uma abelha

Quem em França esteve sempre de braço dado, para não dizer de mão dada, foi Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. O Daniel Ribeiro viu e conta: “São tão giros, eles são mesmo amigos”. As aparências não iludem?

Marcelo cumpriu 100 dias como Presidente. Esteve em silêncio apenas 18 desses dias, conta a Lusa.

Já Costa está a ser atacado nas redes sociais por ter recomendado a professores portugueses que emigrem. Não foi exatamente essa a frase (ver em baixo), mas também não foi essa a frase que Passos Coelho disse em 2011, provocando ainda assim fúria generalizada. E é por não ser agora generalizada que, mais do que Costa, são os que então criticaram Passos que estão a ser atacados por ficarem silenciosos. O i compara na primeira página as frases dos dois, enquanto primeiros-ministros.

Filipe Graça trabalha num restaurante em Londres, para pagar os estudos. É ele que abre a reportagem do New York Times sobre a incerteza dos trabalhadores de outros países europeus que estão em Inglaterra, caso o Brexit vença. O que é cada vez mais provável, segundo a última sondagem do The Guardian. O The Sun já tomou posição: é favorável à saída do Reino Unido da União Europeia. É o primeiro jornal a fazê-lo, diz o Financial Times. O ex-primeiro-ministro Gordon Brown reentrou em cena para defender o voto contra a saída. Na Europa de hoje, “as únicas batalhas são as batalhas de ideias, em que lutamos com argumentos, não com armamentos. A Europa que estamos a criar não é só um mercado, é uma comunidade”, afirmou Brown, citado pelo El Pais.

Nem parece, mas em Espanha está-se em campanha para as eleições de 26 de junho. Ontem realizou-se o único debate televisivo a quatro, entre Pedro Sánchez, Pablo Iglesias, Albert Rivera e Mariano Rajoy. Temas fortes: a economia e a corrupção, analisa o El Pais.

De volta a Portugal: "Precisamos de saber o que está em causa na Caixa", diz Assunção Cristas em entrevista ao Negócios, juntando-se às questões colocadas pelo PSD, que quer compreender as mudanças na governação do banco público e o porquê do aumento de capital de quase quatro mil milhões de euros em cima da mesa. O Correio da Manhã diz em manchete que muitos créditos problemáticos foram concedidos na época de Armando Vara a “amigos do PS”. Em opinião no Jornal de Notícias, Mariana Mortágua defende que “a necessidade de recapitalização da Caixa é normal.”

É a manchete do Público: segundo o Observatório de Saúde, as desigualdades na saúde aumentaram entre 2005 e 2014. Aqueles que têm rendimentos e escolaridade menores estão em maior risco de adoecer. A notícia está também no Jornal de Notícias: “os mais pobres continuam a ser os mais doentes”.

O Hospital Pulido Valente quer reduzir listas de espera e concorrer com privados, antecipa do Diário de Notícias.

Revela o Jornal de Notícias: “Quarenta e quatro subcomissários da PSP foram promovidos "à revelia" do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, que tinha proibido as promoções ao atender a uma providência cautelar.”

Não se sabe bem porquê, mas nos primeiros três meses deste ano o desemprego aumentou especialmente na região de Lisboa, analisa o Negócios.

Sabrina de Sousa, a ex-agente da CIA condenada pelo rapto de um suspeito de terrorismo em Milão, apela ao Papa Francisco para que reze por todos aqueles que, como ela, e apesar do segredo de Estado, têm a coragem de falar.

Inflação em Angola: em Luanda, os preços subiram quase 30% num ano, noticia o Económico.

Foi uma das notícias de ontem: a Microsoft quer comprar o Linkedin por 23 mil milhões de euros. Dava para comprar 11,5 biliões de ações do BCP, que estão a dois cêntimos. Ou, sendo mais rigoroso, dava para comprar quase 20 vezes o BCP…

A Goldman Sachs foi acusada por um fundo de investimento líbio de ter pago a prostitutas para ganhar negócios durante o regime de Kadafi.


FRASES
“Orlando foi um atentado homofóbico – e convém escrevê-lo no maior corpo de letra possível.” João Miguel Tavares, no Público.

“É uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português que, por via das alterações demográficas, não têm trabalho em Portugal e podem encontrar trabalho aqui, em França”. António Costa.

"Este Governo não se mexe. Não sai da cadeira". Assunção Cristas, no Negócios.


O QUE EU ANDO A LER
Vários ensaios, todos em inglês, o primeiro publicado em abril deste ano mas com nova atualidade (corre aliás o risco de estar atual muitas vezes) depois do atentado na discoteca Pulse, em Orlando: “Our Well-Regulated Militia”, ou “ a nossa milícia bem-regulamentada” (tradução livre), publicado no Longreads, sobre a venda de armas nos Estados Unidos.

O ensaio é escrito pelo escritor Alexander Chee, que cresceu numa família cheia de armas em casa e só o questionou depois de o pai, um caçador e colecionador de espingardas (e dono inclusive de um canhão), ter morrido. Chee explica de que forma a força do lóbi do armamento conseguiu criar leis que tornam praticamente impossível acabar com a venda de armas. A crença do lóbi: “precisamos de todas estas armas para proteger a nossa liberdade”. A crença do autor: “eles têm medo dos nossos votos por uma razão. E eu vou usar o meu enquanto posso”.

The Guns-Terrorism Nexus”, publicado na Atlantic, coloca o problema de outra perspetiva. Analisa estatísticas para concluir que a utilização de armas de fogo é menos comum nos ataques terroristas nos Estados Unidos do que noutros países – mas os ataques em que elas são usadas são mais mortíferos. Segundo a New Yorker, no texto “Battleground America, one nation, under the gun”, publicado em 2012, os Estados Unidos são o país com maior taxa de posse de armas por civis em todo o mundo.

O último ensaio não tem nada a ver com armas, mas é um consolo de ler para quem gosta de palavras, do uso dos palavras, das linguagens dentro da linguagem. “The parlance of pilots”, ou “a linguagem dos pilotos” (tradução livre), publicado na Aeon, explica que os termos comuns usados nos cockpits não são só técnicos, eles incorporam uma forma de comunicar “irresistivelmente romântica”.

É uma linguagem com raízes na náutica: “port, starboard, forward, aft, deck, log, bulkhead, hold, galley, rudder, tiller, wake, knot, even waves, mountain waves”. “Gosto que ela seja universal, nada menos do que esperaríamos de um reino de esforço humano que tem sido um símbolo e um catalisador desta era da globalização. Gosto que a linguagem do céu seja tão oculta e ainda assim esteja sempre a ser falada”.

Está calor, as temeraturas edscem amanhã mas voltam a subir no fim de semana. Aproxima-se a mudança de estação. Para preparar as leituras de verão, pode consultar as recomendações da Goop, que reúne últimos lançamentos nos Estados Unidos mas também clássicos de sempre, vastamente editados em Portugal. Escolha o do seu verão, se lhe aprouver.

Tenha um dia bom. Nós, como sempre, estamos aqui.
 
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