Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto
Serhii Nuzhnenko - Reuters
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
"Até 100 soldados ucranianos" são mortos e "500 são feridos todos os dias" em batalhas contra o exército russo, disse o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, esta quinta-feira.
O ministro deu estes números à medida que a batalha continua no Donbass, em particular na região das localidades de Severodonetsk e Lyssytchansk.
O Kremlin não prevê que a Gazprom corte o fornecimento de gás a mais clientes europeus, garantindo que o seu plano para fazer os compradores pagarem pelo gás em rublos está a funcionar como pretendido.
A Gazprom cortou o fornecimento a alguns países europeus por se recusarem a fazer pagamentos pelo gás russo em rublos, esquema criado pelo Kremlin em resposta às sanções ocidentais.
O Kremlin anunciou esta quinta-feira que não foi alcançado qualquer acordo com a Turquia sobre a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avançou aos jornalistas que o trabalho nesse sentido continua.
Um relatório divulgado pelo Independent revela uma realidade muito negra para as forças ucranianas, tanto em número de homens como de poderio bélico - muito longe dos números que Kiev tem divulgado.
Segundo o relatório, elaborado pelos serviços de inteligência da Ucrânia e de nações ocidentais, as tropas ucranianas estão a sofrer perdas maciças, sendo superadas pelas forças russas em 20 para um a nível de artilharia e em 40 para um em munições.
O documento avança ainda que a situação no Donbass, onde até 100 soldados estão a ser mortos diariamente, “está a ter um efeito seriamente desmoralizador nas forças ucranianas, assim como um efeito material. O número de soldados a desertar aumenta de semana para semana”.
“É claro que uma guerra convencional não pode ser ganha pela parte que tem muito menos armas e munições e cujas armas atingem o inimigo a distâncias mais curtas”, refere.
“A situação tática na frente oriental é a seguinte: o lado ucraniano ficou quase completamente sem stock de mísseis, o que tornou possível deter efetivamente as ofensivas russas nos primeiros meses da guerra”.
Segundo os serviços de inteligência, “hoje o alcance máximo das armas da Ucrânia é 25 quilómetros”, enquanto os ataques russos “chegam a 300 quilómetros com mísseis balísticos táticos Iskander, até 80 quilómetros usando o Smerch MLRS e Tochka-U e até 60 quilómetros com o MLRS Uragan”.
“Isto cria uma situação de absoluta desigualdade no campo de batalha, sem mencionar a completa dominância de aeronaves inimigas no ar”.
O relatório esclarece que Moscovo sabe perfeitamente que apenas foi fornecido a Kiev um pequeno número de armas pelo Ocidente e que essa entrega é lenta. “Os russos estão a utilizar as suas vantagens no tempo que têm, usando artilharia para tentar romper as defesas ucranianas no Donbas”, diz o documento.
Apesar de adiantarem que o armamento fornecido à Ucrânia pelos Estados Unidos e Reino Unido provou ser eficaz nos campos de batalha em redor de Kiev e Kharkiv, assim como no Donbass, os especialistas alertam que as armas antitanque “não conseguem combater a artilharia russa”.
“O inimigo está a cercar as forças ucranianas concentradas em Severodonetsk e Lysychansk. Tornou-se extremamente difícil defender essas duas cidades, já que o inimigo exerce 80% de controlo do fogo nas estradas”.
O Ministério ucraniano da Defesa avançou esta quinta-feira que as suas forças recuperaram parte do território numa contraofensiva na área de Kherson, no sul da Ucrânia.
As forças russas "sofreram perdas de mão-de-obra e equipamentos", garante Kiev.