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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

EXPRESSO CURTO - 16 DE SETEMBRO DE 2015




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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Santos Guerreiro
Por Pedro Santos Guerreiro
Diretor Executivo
 
16 de Setembro de 2015
 
Nasceu Novo e era Bom
 
Um prejuízo é um prejuízo. Não evaporou ao sol do verão, não voa com o vento do outono, não se afogará na chuva do inverno. Um prejuízo paga-se. Perde-se. Hoje, amanhã ou depois. Estes, aqueles ou nós. Se o processo do Novo Banco foi abortado porque a venda traria um prejuízo de pelo menos dois mil milhões de euros (o Público fala em três mil milhões), reabilitá-lo para vender até à primavera não fará florir proveitos no lugar de perdas. Este processo foi um fracasso. Foi para o lixo. Começa-se de novo. E, sem explicar nada do que se passou, volta a prometer-se tudo sobre o que se vai passar.

Se as perdas com processos judiciais se concretizarem nos tribunais, o custo vai para o Fundo de Resolução: esses prejuízos serão pagos pelos demais bancos. Se o Novo Banco vende ativos, fica com o prejuízo das vendas e ficará um banco mais pequeno. Se o capital é reforçado com obrigações, o Novo Banco poderá ter de pagar taxas de juro altas para atrair investidores privados, que por sua vez assumem o risco. Ou então, como alvitra o economista Ricardo Arroja no blogue O Insurgente, talvez “este empréstimo obrigacionista possa vir a ser de longo prazo convertível em capital do Fundo de Resolução, e por conseguinte do Novo Banco”: os outros bancos acabariam acionistas do Novo Banco.

Vê? Não é alquimia, é matemática. O prejuízo, que é sempre um prejuízo, vai ser redistribuído de outra maneira. Pelo mesmo Banco de Portugal. Com um novo governo. Com que banca? Como explicámos no Expresso Diário, o BCP e o BPI desvalorizaram 40% nos últimos três meses. Em grande parte por causa do Novo Banco.

Maria Luís Albuquerque diz que era melhor que tivesse sido vendido (no i). Passos Coelho diz que o processo "não tem nada que ver com eleições". O PS (citado pela Renascença) qualifica o cancelamento da venda como “um dos maiores fracassos” do Governo.

Como escreveu ainda ontem o Ricardo Costa, já percebemos que nos contaram um conto de crianças. E esse é talvez o maior problema: a falta de transparência no processo. Evitou-se um BPN, como nota Helena Garrido no Negócios. Mas não evitámos um prejuízo. O banco nasceu Novo. Era um banco bom. Alguém lhe há de pegar. Para já, pega a administração. A conta faz-se em 2016.

Ainda bem que Mark Zukerberg anunciou que o Facebook vai passar a ter botão “Não Gosto”.

OUTRAS NOTÍCIAS
As autoridades húngaras intercetaram ontem 367 refugiados que cruzaram a fronteira com a Sérvia, no primeiro dia após o seu encerramento. Foram todos detidos. Pergunta o Henrique Monteiro: “Que tal suspender a Hungria da União Europeia?”

António Guterres, que tanto tem criticado a União Europeia na (falta de) gestão do processo, diz agora (citado pelo DN) que Portugal é um bom exemplo de ajuda aos refugiados. Entretanto, Bruxelas convocou uma cimeira extraordinária de ministros do Interior para 22 de Setembro, como pode ler no Negócios, onde a jornalista Eva Gaspar explica como (ainda?) funciona o acordo de Schengen. Aqui no Expresso Diário, analisamos como a Alemanha volta a controlar as fronteiras para dosear o fluxo de entrada de refugiados que continua a receber.

O Público revela hoje uma carta que Pedro Passos Coelho enviou a José Sócrates no fim de março de 2011, em que diz que, se o governo então fizesse um pedido de intervenção externa, “o Partido Social Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos”. É mais um capítulo da novela “quem chamou a troika”.

A história começa com Clarice e Maria, duas mulheres, de histórias e vidas bastante diferentes, que recebem todos os meses o salário mínimo. Um em cada cinco trabalhadores (20%) leva hoje para casa o ordenado mínimo: €505, menos do que o salário real de 1974 indexado à atualidade. Assim começa o artigo de hoje da série “30 Retratos”, que o Expresso está a publicar diariamente sobre o Portugal é hoje em vésperas de eleições.

Acompanhe também aqui os nossos tesourinhos das campanhas eleitorais. Hoje: No tempo em que os comícios de Sócrates tinham sabor a caril.

O Fisco está a comunicar aos municípios quantos residentes podem usufruir de uma redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Famílias com filhos podem usufruir de desconto entre 10% e 20%. Contamos-lhe como aqui.

O Correio da Manhã noticiara no domingo que a mansão em Guilhofrei (Vieira do Minho) de Armando Pereira, o milionário que manda na Portugal Telecom, só paga 257 euros de IMI anual. Hoje é o Negócios que, confrontando fiscalistas e avaliadores, faz título citando um deles: “Ali há gato”. Entretanto, a Altice prepara-se para vender em Portugal a Cabovisão e a Oni à Apax França.

Os funcionários públicos que se reformaram este ano recebem menos 44 euros de pensão mensal do que aqueles que se reformaram em 2014, noticia o Económico. O valor médio das pensões atribuídas no primeiro semestre foi de 1.199,8 euros.

Os aeroportos portugueses continuam a bater recordes de tráfego. Dados citados pelo Económico mostram que a Portela superou os dois milhões de passageiros em Julho. Nos primeiros sete meses deste ano, o Sá Carneiro, no Porto, teve crescimento homólogo de 46%.

Os tuk tuk vão deixar de poder circular depois das 21 horas em Lisboa, esclarece o Público. São elas a impossibilidade de estes veículos circularem depois das 21h, a proibição de entrarem em determinadas zonas da cidade e a definição dos locais onde podem estacionar e parar para deixar entrar e sair os seus passageiros.

Em fim de mandato, Paula Teixeira da Cruz cede e passa para o Conselho da Magistratura a gestão de salários e a colocação de juízes, escreve o Diário de Notícias. A ministra da Justiça dá mais poder aos juízes.

Lembra-se do militar da GNR que participava em espetáculos de striptease, num dos quais foi apanhado com a arma de serviço? Por falta de provas, conta o Jornal de Notícias, o “cabo stripper” foi absolvido.

Confirmado vírus do Nilo no Algarve, avança o Correio da Manhã. “Análises realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge confirmaram a infeção num homem de 70 anos.” Ao mesmo jornal, a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, diz que não está à espera de mais casos. E garante que há ações tomadas para eliminar ou diminuir os mosquitos na região.

Cinco no sábado ao Espanhol, três ontem ao Shakhtar Donetsk: Ronaldo marca oito golos em quatro dias, contabiliza o Jornal de Notícias. É o melhor marcador de sempre da Liga dos Campeões. “Era mau e agora sou bom porque fiz oito golos”, ironiza CR7 citado pelo Record.

Por todo o país, mas sobretudo no Norte, está uma invernia pegada. Ontem, por exemplo, a Feira do Livro do Porto fechou as portas tanto era o vento e a chuvada. Esta manhã, havia dez distritos sob aviso laranja (na TVI). Vai ser um outono de encher cântaros, previne a TSF.

FRASES
O Syriza juntou tanta água ao vinho que já não é vinho nenhum”, afirma Stevi, uma grega ouvida pelo Público, sobre as eleições de domingo: a esquerda radical diluiu-se em social-democracia.

"Não me venham falar de Dias Loureiro", diz Passos Coelho, afirmando que ele próprio não tem nada a ver com o BPN. (Há um quatro meses, perguntei: Porque deixámos de falar de Dias Loureiro?)

"É evidente que não darei um cheque em branco ao PS". Jerónimo de Sousa, citado no DN.

Ainda bem que ele não veio porque eu não gosto de me dar com gente dessa”. Ricardo Araújo Pereira, para o Snapchat do Expresso, brincando com a ausência de Pedro Passos Coelho do programa “Isso é tudo muito bonito mas…”

O QUE EU ANDO A LER
Há jovens que acordam à noite para verem redes sociais, revela um estudo britânico. Mas há quem nem consiga dormir com o que se está a passar na Europa. Ou mesmo quem não consiga dormir na Europa: muitos dos refugiados.

Volto ao tema pelo drama humanitário, pela relevância política, pelo impacto social e resposta cívica. (E até pela economia da coisa. Ainda hoje, Vítor Constâncio quebrou um longo silêncio mediático para, em entrevista à Reuters, explicar que a Europa está em suicídio demográfico e “precisa dos imigrantes para manter a sua força de trabalho”.)

Hoje, remeto para um texto muito completo do Spiegel Online sobre a Hungria. Sobre o país-fortaleza liderado por Viktor Orbán, que há dois dias pôs em vigor as novas leis de imigração, que consagram um novo muro na Europa. O primeiro-minstro húngaro está em funções há cinco anos, é descrito como um político que adora conflitos – e que é detestado pelos políticos ocidentais mas tem alta taxa de aprovação interna. O que está a desenhar-se na Hungria e a partir dela é tenebroso. E este homem, Viktor Orbán, “um homem de guerra”, orgulha-se de si próprio. Se a Europa não é isto, como pode a Europa aceitar isto – o como vai não aceitar isto?

O fim deste Expresso Curto não é muito bem disposto, lá fora chove e o céu está cinzento. Vamos fazer disto um dia bom? Assim seja.


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ANTÓNIO FONSECA
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