quarta-feira, 16 de outubro de 2019

CÂMARA DE LOBOS - FERIADO - 16 DE OUTUBRO DE 2019

Câmara de Lobos

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Câmara de Lobos
Brasão de Câmara de LobosBandeira de Câmara de Lobos
BrasãoBandeira
Bahía de Cámara de Lobos, Madeira, Portugal, 2019-05-29, DD 50.jpg
Centro de Câmara de Lobos
               = câmara-lobense[1]
xavelha ou chavelha[2][3] (informal)
Localização de Câmara de Lobos
Área52,15 km2
População35 666 hab. (2011[4])
Densidade populacional683,91 hab./km2
N.º de freguesias5
Presidente da
Câmara Municipal
Pedro Coelho (PSD)
Mandato 2017-2021
Fundação do município4 de outubro de 1835 (184 anos)
Elevação a cidade: 3 de agosto de 1996 (23 anos)
Região AutónomaMadeira
IlhaMadeira
Antigo DistritoFunchal
OragoSão Sebastião
Feriado municipal4 de outubro (Fundação do município)
Código postal9300 Câmara de Lobos
Site oficialwww.cm-camaradelobos.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Câmara de Lobos é município português na ilha da MadeiraRegião Autónoma da Madeira, com sede na cidade e freguesia homónima. Tem 52,15 km² de área e 35 666 habitantes (2011[4]), subdividido em 5 freguesias. A freguesia de Câmara de Lobos é uma das mais antigas na ilha da Madeira, e a sua criação remonta ao princípio do segundo quartel do século XV, aproximadamente pelos anos 1430. O município é limitado a norte pelo município de São Vicente, a nordeste por Santana, a leste pelo Funchal e a oeste pela Ribeira Brava, sendo banhado pelo oceano Atlântico a sul. A cidade tem 17 986 habitantes.[4]

História[editar | editar código-fonte]

O concelho foi criado em 1835 e a vila foi elevada à categoria de cidade a 2 de agosto de 1996. Neste concelho é produzido o universalmente famoso Vinho da Madeira.
Câmara de Lobos foi um dos primeiros lugares da Madeira, após a sua descoberta, sujeitos a uma imediata exploração agrícola. Tem ótimas qualidades de terreno, condições climatéricas, boa exposição solar e abrigo dos ventos.
Na cultura da agricultura salienta-se a cultura da vinha, em que resultou na fabricação do Vinho da Madeira, famoso internacionalmente.
Estabeleceram na freguesia indivíduos vindos de Portugal e formaram famílias em Câmara de Lobos. Desses indivíduos, os de origem nobre, tiveram muitas terras de sesmarias e ali instituíram os seus vínculos e morgadias. Entre eles pode-se mencionar João Afonso, companheiro de João Gonçalves Zarco, e João Caldeira o Velho, que deu o nome ao sítio da Caldeira.
Nesta freguesia, a atividade pescatória era praticada por diversos indivíduos; uma considerável parte destes indivíduos vivia no bairro do Ilhéu, e as condições higiénicas inapropriadas de viver.
Quando João Gonçalves Zarco chegou a Câmara de Lobos, traçou a fundação da capela do Espírito Santo, que foi dedicado ao Espírito Santo, na baía de Câmara de Lobos; mais tarde a capela foi convertida para a igreja de São Sebastião.
A localidade deve o seu topónimo ao facto de que quando o redescobridor da ilha da Madeira, João Gonçalves Zarco (1419) desembarcou aqui pela primeira vez, observou que existia uma rocha delgada que entrava pelo mar adentro e que entre esta rocha e outra ficava um braço de mar, onde a natureza fez uma grande lapa, ao jeito de câmara de pedra e rocha viva. Entraram e tendo deparado com tantos lobos marinhos, ficaram espantados, encontrando-se deste modo a justificação para o surgimento do nome deste local.
Desta freguesia foram naturais Henrique Henriques de Noronha, genealogista, João Pedro de Freitas Pereira Drumond, advogado e jornalista, Dr. Francisco da Silva Barradas, advogado e escritor, Padre Dr. José Gonçalves de Aguiar, teólogo e Joaquim Pestana, poeta.
Inicialmente formado pelas freguesias de Câmara de Lobos, do Curral das Freiras, do Estreito de Câmara de Lobos e do Campanário, então pertencentes ao concelho do Funchal, até ser atingida a sua actual constituição, várias alterações entretanto viriam a ocorrer. Assim, a 24 de Julho de 1848, às quatro freguesias iniciais, juntar-se-ia uma outra, a freguesia da Quinta Grande, surgida na sequência do desmembramento de alguns sítios das freguesias do Campanário e de Câmara de Lobos, ficando assim o concelho acrescido em mais uma freguesia, ainda que mantendo a mesma área territorial. A 6 de Maio 1914, perde a freguesia do Campanário que é integrada no novo concelho da Ribeira Brava e a 5 de Julho de 1996 é criada uma nova freguesia, denominada de Jardim da Serra, constituída a partir da desagregação de alguns sítios da zona alta da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
Como consequência, a partir desta data, o concelho de Câmara de Lobos, passa a ser constituído pela freguesia de Câmara de Lobos, criado por volta de 1430; pela freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, criada por volta de 1509; pela freguesia do Curral das Freiras criada a 17 de Março de 1790; pela freguesia da Quinta Grande, criada a 24 de Julho de 1848 e pela freguesia do Jardim da Serra criada, a 5 de Julho de 1996. Durante este percurso ainda haverá a destacar a elevação, a 15 de Setembro de 1994, da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos à categoria de vila e a elevação, em 3 de Agosto de 1996, da vila de Câmara de Lobos à categoria de cidade.
É o concelho com uma estrutura etária mais jovem de Portugal.

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [5]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
10 22612 47512 13414 11816 45517 57821 80624 13027 42029 75931 81031 03531 47634 61435 666
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [6]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos7 0048 4996 8609 28310 71610 90912 45614 310S/ dados9 9979 0297 445
15-24 Anos3 1353 6683 7094 1594 1215 8645 3975 655S/ dados6 8536 4585 637
25-64 Anos6 3356 8596 1307 6228 1009 21310 44110 100S/ dados12 36116 07918 987
= ou > 65 Anos9601 0598077351 0981 1981 4651 745S/ dados2 2653 0483 597
> Id. desconh3345291515
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Distribuição da população[editar | editar código-fonte]

Segundo os censos de 2011, a população do concelho totaliza 35 666, distribuídas pelas cinco freguesias da seguinte maneira:
  1. Câmara de Lobos: 17 986 hab.
  2. Estreito de Câmara de Lobos: 10 269 hab.
  3. Jardim da Serra: 3 311 hab.
  4. Quinta Grande: 2 099 hab.
  5. Curral das Freiras: 2 001 hab.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Câmara de Lobos freguesias.svg
O concelho de Câmara de Lobos está dividido em 5 freguesias. Cada freguesia é governada por uma Junta de Freguesia, órgão executivo que é eleito pelos membros da Assembleia de Freguesia, por sua vez eleita diretamente pelos cidadãos recenseados no seu território.

Geminações[editar | editar código-fonte]

Câmara de Lobos possui as seguintes cidades-gémeas:[7]

Economia[editar | editar código-fonte]

Porto com peixe seco
Em 2011, segundo os dados do IVBAM (Instituto do Vinho, Bordado e do Artesanato da Madeira), 62% do total de uvas recolhidas na RAM para a produção do Vinho Madeira, tiveram a sua origem no concelho de Câmara de Lobos, com destaque para a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos que representa cerca 88% dessa mesma produção.[8]
Em Câmara de Lobos existe também a pesca, atividade que confere a principal característica visual à cidade. A captura do peixe espada preto, espécie que dá nome a uma das maiores festividades organizadas na cidade no decorrer da época estival, representa a maior parte das capturas locais e, a nível regional, esta espécie representou no ano de 2011, segundo os dados disponibilizados pela DREM (2011), cerca de 43% do total de pescado descarregado nos portos da RAM, o que equivaleu a aproximadamente 53% do valor global do pescado.[8]

Património Construído[editar | editar código-fonte]

Forno da Cal[editar | editar código-fonte]

O Forno da Cal encontra-se localizado no sítio da Trincheira, na famosa freguesia de Câmara de Lobos e a sua construção deu-se no ano de 1874 por Roque Teixeira de Agrela. No entanto, é em 1914 que se dão início a algumas restaurações e adaptações ao meio envolvente. A produção de cal desempenhava um papel importante na construção civil, no entanto, é já no ano 1960 que se deu o seu encerramento uma vez que causava mau estar principalmente à vizinhança e originava reclamações resultantes do odor e do fumo. Vinte anos depois, já na posse da Câmara Municipal tentou-se criar um novo uso para o edifício permitindo a secagem de "peixe gata" muito abundante na freguesia, o que acabou mais tarde por ter sido encerrado também.
Na atualidade, apesar de ser considerado como um dos patrimónios mais importantes da freguesia, encontra-se em degradação e sob exploração da Frente Mar de Câmara de Lobos, onde se abrange também as Salinas.

Referências

  1.  «Dicionário de Gentílicos e Topónimos». Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 28 de junho de 2010
  2.  ««Xavelha»». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 31 de outubro de 2015
  3.  ««Chavelha»». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 31 de outubro de 2015
  4. ↑ Ir para:a b c Instituto Nacional de Estatística«Censos de 2011». Consultado em 18 de fevereiro de 2012
  5.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  7.  «Geminações da RAM»Diário de Notícias da Madeira. Consultado em 14 de outubro de 2009. Arquivado do original em 7 de outubro de 2011
  8. ↑ Ir para:a b Teles, Marco (2013). Câmara de Lobos: estudo das potencialidades de desenvolvimento e promoção turística do concelho, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa.

Ver também[editar | editar código-fonte]

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