quinta-feira, 10 de setembro de 2020

PISOTEAMENTO EM KARBALA - 2019 - 10 DE SETEMBRO DE 2020

 


Pisoteamento em Carbala

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Pisoteamento em Carbala
Carbala está localizado em: Iraque
Carbala
Localização de CarbalaIraque
Data10 de setembro de 2019
LocalizaçãoCarbalaIraque
Coordenadas32° 37′ N, 44° 02′ L
TipoPisoteamento
Mortes31
Lesões relatadas102[1]

Em 10 de setembro de 2019, 31 pessoas foram mortas e mais de outras 100 ficaram feridas em um pisoteamento humano durante as procissões da Ashura em CarbalaIraque. Há relatos conflitantes sobre o que causou o pisoteamento, um deles afirmou que uma passagem desabou, levando a multidão ao pânico. Outro relato afirmou que uma pessoa tropeçou e caiu entre os corredores e outras caíram sobre ele.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Ashura é um feriado importante no calendário islâmico, marcando o martírio de Huceine ibne Ali (Imame Huceine), neto do profeta Muhammad. Ele foi morto em 680 d.C. na Batalha de Carbala e tornou-se um evento central do xiismo. O evento é reconhecido como um fator chave na divisão entre as religiões xiita e sunita islâmicas.[2] Desde então, os primeiros dez dias do Moarrão, o primeiro mês do calendário islâmico, são um feriado nacional nos países islâmicos, com o décimo dia culminando na Ashura.[3]

A celebração da Ashura em Carbala foi alvo de um ataque terrorista em 2004, quando atentados simultâneos em Carbala e Najaf mataram 134 pessoas.[3] Um pisoteamento em 2005 ocorreu em Bagdá durante um evento semelhante, causado pela promessa de que o evento poderia estar sujeito a um atentado terrorista.[3] Mais recentemente, vários ataques às procissões da Ashura foram causados por extremistas sunitas.[2]

Pisoteamento[editar | editar código-fonte]

Centenas de milhares de peregrinos no Santuário de Imame Huceine durante a Ashura em 2005

Um dos eventos comuns durante a celebração da Ashura em Carbala, no Iraque, é a corrida Tuairije, onde os peregrinos percorrem as ruas a cerca de dois a três quilômetros do Santuário do Imame Huceine, em homenagem à corrida que Huceine ibne Ali da aldeia de Tuairije (hoje conhecida como Hindia) até Carbala antes da Batalha de Carbala. O evento, que ocorreu ao meio-dia de 10 de setembro de 2019, atraiu centenas de milhares de peregrinos que planejavam fazer a corrida.[3] Relatórios da causa resultante do pisoteamento variaram: um relatório afirmava que uma passagem desabou, levando a multidão a entrar em pânico e causar um pisoteamento.[2] Outro relato afirmou que uma pessoa tropeçou e caiu entre os corredores; outros subsequentemente caíram sobre o corredor que havia caído, dando como resultado final o pisoteamento.[3]

As autoridades chegaram para acalmar a multidão e controlar os danos. Pelo menos 31 pessoas foram mortas no caos causado pelo tumulto, com pelo menos 100 feridos e encaminhadas para os hospitais locais. Pelo menos dez dos feridos estão em estado crítico.[4]

Reações[editar | editar código-fonte]

As autoridades estão investigando a causa do evento. O presidente iraquiano Barham Salih e o primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi ofereceram suas condolências pelas perdas, bem como o embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Matthew H. Tueller.[2] O Ministério das Relações Exteriores do Iraque divulgou um comunicado dizendo que não havia paquistaneses entre os mortos.[5][6]

Referências

  1.  «At least 31 dead in stampede at Ashura rituals in Iraq's Karbala»The Hindu (em inglês). Reuters. 11 de setembro de 2019. Consultado em 11 de setembro de 2019
  2. ↑ Ir para:a b c d Abdul-Zahra, Qassim; Karam, Zeina (10 de setembro de 2019). «Officials: 31 Iraqi pilgrims die in stampede during holiday» (em inglês). Associated Press. Consultado em 10 de setembro de 2019
  3. ↑ Ir para:a b c d e «Iraq stampede kills 31 at Ashura commemorations in Karbala» (em inglês). BBC. 10 de setembro de 2019. Consultado em 10 de setembro de 2019
  4.  «More than 30 killed in mass stampede at Iraqi Shia shrine»Aljazeera (em inglês). 10 de setembro de 2019. Consultado em 11 de setembro de 2019
  5.  «No Pakistani among those killed in Karbala stampede»The News (em inglês). 11 de setembro de 2019. Consultado em 11 de setembro de 2019
  6.  «FO confirms no Pakistani among those killed in Karbala stampede»The Frontier Post (em inglês). 11 de setembro de 2019. Consultado em 11 de setembro de 2019

ABEBE BIKILA - 1º VENCEDOR DA MARATONA OLÍMPICA EM ROMA - (1960) - 10 DE SETEMBRO DE 2020

 


Abebe Bikila

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Abebe Bikila
campeão olímpico
Atletismo
Modalidademaratona
Nascimento7 de agosto de 1932
Jato, Etiópia
NacionalidadeEtiópia etíope
Morte25 de outubro de 1973 (41 anos)
Adis AbebaEtiópia
CompleiçãoPeso: 57 kg Altura: 1,77 m
Medalhas
Jogos Olímpicos
OuroTóquio 1964maratona
OuroRoma 1960maratona

Abebe Bikila (Jato, 7 de agosto de 1932 - Adis Abeba25 de outubro de 1973)[1] foi um maratonista etíope, filho de um pastor de ovelhas do interior da Etiópia e capitão da guarda real do imperador Hailé Selassié. Foi o primeiro homem a vencer duas maratonas olímpicas e é considerado por muitos especialistas como o maior maratonista de todos os tempos.[2] Em 2012, foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo, criado no mesmo ano como parte das celebrações pelo centenário da IAAF.[3]

Início[editar | editar código-fonte]

Abebe Bikila nasceu no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1932, na pequena vila de Jato, cerca de oito quilômetros distante da cidade de Mendida e a três horas de viagem de automóvel de Adis Abeba, capital da Etiópia. Filho de um humilde pastor, resolveu entrar para a guarda imperial etíope, para ajudar a melhorar as condições de vida da família e deixou sua vila para andar até a capital do país para alistamento.[4]

No exército, acabou chamando a atenção do técnico Onni Niskanen, um sueco nascido na Finlândia, contratado pelo governo para descobrir e treinar atletas em potencial, começando a praticar o atletismo apenas aos 24 anos de idade.[4]

Jogos Olímpicos de Roma[editar | editar código-fonte]

Bikila próximo à linha de chegada, nas Olimpíadas de 1960

Em 1960, Bikila foi incluído na equipe de atletismo apenas no último momento,[5] quando o avião já se preparava para partir para Roma, no lugar de outro atleta, Wami Biratu, que havia quebrado o tornozelo durante uma partida de futebol. Niskanen resolveu inscrever Bikila e Abebe Wakgira na disputa da maratona.

Adidas, patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos de 1960, tinha apenas poucos pares disponíveis quando Bikila foi experimentar um deles para usar na corrida. Nenhum deles o deixava confortável e ele então resolveu correr descalço, a mesma maneira como sempre tinha treinado.[1] Seu técnico, Niskanen, o havia advertido sobre os concorrentes mais fortes que iria encontrar, especificamente um corredor do MarrocosRhadi Ben Abdesselam, que deveria estar usando o número 26. Por alguma razão, entretanto, Rhadi não tinha pego o seu número preto 26 referente à maratona e estava usando o número 185 das competições de pista em que tinha participado.

A prova contou com 69 participantes e pela primeira vez foi disputada à noite, com guardas italianos segurando tochas ao longo do caminho. Seu plano foi bastante curioso. Ao fazer o reconhecimento do trajeto, alguns dias antes, ele observou o Obelisco de Axum, que tinha sido retirado da Etiópia por tropas italianas. O obelisco estava a 1,5 quilômetro da linha de chegada, bem no ponto em que o maratonista deveria dar a arrancada final.

Durante a corrida, ele passou diversos corredores procurando pelo número 26, que não existia. Na metade da prova, ele e o número 185, correndo juntos, haviam aberto uma grande distância para os demais corredores e Bikila continuou forçando o ritmo, atrás do número 26 que supunha estar mais à frente, mas corria ao seu lado. Os dois ficaram juntos quase até o final da prova, quando então Bikila deu a arrancada final e cruzou a faixa de chegada, sob o Arco de Constantino, com o tempo de 2 h 15 min 16 s, recorde mundial, tornando-se o primeiro negro africano a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.[4] O marroquino Rhadi chegou exatos 25s atrás dele.[2]

Após a corrida, entrevistado e perguntado porque havia corrido descalço, Bikila respondeu que "queria que o mundo soubesse que meu país, a Etiópia, sempre tinha conseguido suas vitórias com heroísmo e determinação".[6]

1960-1964[editar | editar código-fonte]

Bikila voltou à Etiópia como herói nacional. No ditado popular, a frase mais falada na época era que 'foram necessários um milhão de soldados italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um soldado etíope para conquistar Roma". Ele foi promovido a cabo e condecorado pelo imperador Haile Selassie.

Pouco após os jogos, uma tentativa militar de golpe de estado teve lugar no país, e Bikila, que nada entendia de política, foi obrigado a participar dele. Ele recusou-se a matar autoridades e quando o golpe foi derrotado, os principais envolvidos foram condenados à morte pela forca. Bikila foi perdoado pelo imperador após os pedidos de várias pessoas que atestaram sua recusa em participar dos assassinatos. A imprensa do país declarou que ele "devia sua vida à sua medalha de ouro".[4]

Em 1961, ele disputou maratonas na Grécia, no Japão e em Kosice, na Tchecoslováquia, vencendo todas elas. Sem competir por mais de um ano e meio, em abril de 1963 ele entrou na Maratona de Boston chegando em quinto lugar, a única maratona que não venceu em sua carreira tendo terminado a prova. Depois dela, voltou para casa e só veio a competir novamente em 1964, numa maratona em Adis Abeba, que novamente venceu.

Quarenta dias antes dos Jogos de Tóquio, durante um treino perto da capital, Bikila começou a sentir fortes dores e teve um colapso ao tentar continuar correndo. Levado ao hospital, foi diagnosticado com apendicite aguda. Operado, ainda em seu período prescrito de convalescência, voltou a fazer pequenas corridas noturnas nos jardins do hospital.

Jogos Olímpicos de Tóquio[editar | editar código-fonte]

Bikila foi para Tóquio sem previsão oficial de participar da maratona, seis semanas após ser operado de urgência do apêndice.[5] Entretanto ele entrou na prova, desta vez calçado, por exigência dos organizadores, e adotou a mesma estratégia de 1960, mantendo-se junto o primeiro bloco de corredores até a metade da prova, quando começou a forçar o ritmo. Poucos quilômetros depois tinha a companhia de apenas mais dois corredores, um deles o australiano Ron Clarke, então recordista mundial dos 10 000 metros, que havia ganho uma medalha de bronze nesta prova alguns dias antes.[5]

Bikila entrou de volta no estádio olímpico sob a vibração de setenta mil espectadores, com quatro minutos de vantagem para o segundo colocado, Basil Heatley, da Grã-Bretanha, e estabelecendo novamente o recorde mundial da maratona, com o tempo de 2:12.12, tornando-se o primeiro homem na história a vencer por duas vezes a maratona olímpica.[4]

Para surpresa dos espectadores, após a corrida ele começou a fazer exercícios de alongamento no gramado central do estádio sem parecer cansado, declarando depois que achava poder correr ainda mais uns dez quilômetros.[5]

Na cerimônia de premiação, os organizadores japoneses esqueceram de providenciar as partituras com o hino da Etiópia. A banda aproveitou a oportunidade e tocou o hino japonês quanto Bikila recebeu sua medalha.

1964-1968[editar | editar código-fonte]

Bikila retornou novamente como herói nacional à Etiópia e foi novamente promovido pelo imperador, ganhando de presente um carro próprio, um fusca.[5]

Jogos Olímpicos da Cidade do México[editar | editar código-fonte]

Mais uma vez Bikila e Mamo Wolde foram inscritos para disputar a maratona. (simbolicamente, a organização deu o número 1 à Bikila). Desta vez, entretanto, Bikila foi obrigado a abandonar a prova no km 17 após uma contusão no joelho, mas seu compatriota Wolde venceu no ar rarefeito da Cidade do México, mantendo a hegemonia etíope na prova. Mamo declarou depois da prova que caso não fosse a contusão do amigo, Bikila certamente venceria pela terceira vez.[7]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Em 1969, durante manifestações civis na capital, Bikila sofreu um acidente com o carro que ganhou do governo, perdendo o controle e capotando num barranco. Retirado com vida, entretanto, o acidente lhe deixou paralítico, confinado a uma cadeira de rodas, mesmo depois de operado na Inglaterra.

Convidado oficial do COI par assistir os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, Bikila viu fracassar a tentativa de Wolde de se igualar a ele com uma segunda medalha de ouro. Wolde chegou em terceiro, conquistando o bronze, e o vencedor, o norte-americano Frank Shorter, após a premiação se dirigiu a Alexandre para cumprimentá-lo. E Bikila não participou da corrida que ele sonhava (corrida Giltri Galfor).

Abebe Bikila morreu aos 41 anos, em 25 de outubro de 1973, de hemorragia cerebral, complicação neurológica decorrente de seu acidente quatro anos antes. Uma multidão de 75 mil pessoas acompanhou o enterro de seu herói nacional e o imperador Selassie declarou um dia de luto oficial na Etiópia.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «Obituary». Tributes. Consultado em 9 de setembro de 2013
  2. ↑ Ir para:a b «Athletics at the 1960 Roma Summer Games: Men's Marathon». sportsreference. Consultado em 9 de setembro de 2013
  3.  Hall da Fama do Atletismo
  4. ↑ Ir para:a b c d e Judah, Tim. «Abebe Bikila: the glory trail». The Guardian. Consultado em 9 de setembro de 2013. Arquivado do original em 12 de março de 2013
  5. ↑ Ir para:a b c d e «Abebe Bikila». olympic.org. Consultado em 9 de setembro de 2013
  6.  FASSBERG, TEDDY. «Inconvenient truths». The Jerusalem Post. Consultado em 9 de setembro de 2013
  7.  Rambali. Barefoot Runner. [S.l.: s.n.] ISBN 1-85242-904-6

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Abebe Bikila

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