Tropas russas já saíram, há uma ponte destruída e uma bandeira ucraniana. O que se sabe sobre a retirada total de Kherson
A ponte Antonovsky, única travessia rodoviária da cidade ucraniana de Kherson para a margem leste do rio Dnipro, colapsou, avança a estação pública da Ucrânia, citada pela Reuters.
A Suspilne, que cita relatos dos moradores de Kherson, divulgou mesmo uma fotografia que mostra várias secções da ponte destruídas. Até ao momento, não são conhecidos outros detalhes sobre o colapso da ponte, nomeadamente se os ataques que resultaram no colapso da travessia foram do lado russo ou ucraniano.
Para José Azeredo Lopes, comentador da CNN Portugal, a destruição de infraestruturas-chave quando de uma retirada de tropas é uma “ação comum”. “Quando se dá uma retirada que pode ser planeada, procura-se destruir um conjunto de infraestruturas que possam servir ao novo ocupante do espaço”.
Por seu turno, o major-general Carlos Branco afirma que a retirada russa “é uma operação de extrema complexidade”, e garante que, ao contrário dos receios ucranianos, “não havia nenhuma armadilha ou operação camuflada”.
“A situação tinha-se tornado insustentável. Não se pode apoiar logisticamente a margem direita [do Dniepre] apenas com pontes improvisadas. Foi uma decisão correta.”
O alegado colapso da ponte deu-se horas antes de a Rússia anunciar que as suas tropas já se retiraram totalmente de Kherson. De acordo com o Ministério da Defesa do país, citado pela RIA Novosti, a operação foi concluída às cinco da manhã de Moscovo (duas da manhã em Portugal Continental), “sem que se registasse qualquer perda de vidas ou ou de equipamentos”.
Entretanto, também nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, a bandeira ucraniana voltou a ser hasteada na cidade, a única capital de um oblast que a Rússia conquistou durante a invasão. Segundo os canais locais de Telegram, escreve Pjotr Sauer, jornalista do The Guardian, terão sido os residentes a colocar as bandeiras, assinalando a saída dos russos. Mas a cidade de Kherson encontrar-se-á, por agora, deserta, com a maioria dos locais a preferir resguardar-se em casa. Há relatos, na imprensa russa, de que as forças especiais ucranianas já entraram na cidade.
Há também relatos de que os russos deixaram soldados feridos para trás na retirada e que a algumas unidades foi dito para escaparem da forma que conseguissem.
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