«Pensei deixar a seleção, não posso jogar para quem me chama macaco»
Com o Mundial do Qatar à porta, no qual a França vai defender o título conquistado em 2018, Kyllian Mbappé admitiu que ponderou deixar a seleção.
Em causa, os vários insultos que recebeu – tal como outros jogadores gauleses – após a eliminação do Europeu 2020, sendo que o facto de não se sentir apoiado pela federação francesa pelos insultos racistas o fez pensar abandonar Les Bleus.
«Eu disse: “não posso jogar para pessoas que me chamam macaco. Não vou jogar”», revelou em entrevista à Sports Illustrated, explicando a razão para não ter avançado com a renúncia.
«Refleti, falei com os meus companheiros e a minha família, e achei que desistir não seria a melhor resposta a dar. Porque sou um exemplo para muita gente», acrescentou.
Filho de pai camaronês e de mãe franco argelina, Mbappé assume que quis transmitir uma mensagem de força contra o racismo.
«A mensagem que quis passar às gerações mais jovens foi: “nós somos mais fortes do que isto”».
Criado nos arredores de Paris, uma zona considerada marginal por muitos, o jovem jogador do Paris Saint-Germain reforça o orgulho nas raízes e utilizou um episódio passado com José Mourinho numa gala da FIFA para exemplificar os valores que lhe foram passados.
«Cheguei e disso “olá” a Mourinho porque sabia quem ele é – é o José Mourinho. Mas cumprimentei também os amigos dele. E depois ouvi uma entrevista em que Mourinho dizia ter ficado surpreendido por eu ter cumprimentado os amigos dele. Mas foram esses os valores que eu aprendi nos subúrbios… a ter respeito. Se chegas e cumprimentas alguém, cumprimentas toda a gente», resume.
Sem comentários:
Enviar um comentário