Eleições nos EUA. Trump ataca rival republicano Ron DeSantis
Num longo discurso durante a noite de quinta-feira, Donald Trump aproveitou para atacar o seu maior rival de momento, Ron DeSantis, que foi reeleito nas eleições intercalares de terça-feira como governador da Florida.
"Ron DeSanctimonious está a jogar! As Fake News perguntam-lhe se ele vai concorrer se o presidente Trump concorrer, e ele responde: 'Estou apenas focado na corrida do governador, não estou a olhar para o futuro'", disse Trump. "Bem, em termos de lealdade e classe, essa não é a resposta certa", acrescentou.
O ex-presidente norte-americano apelidou DeSantis de governador “mediano” e assumiu a sua responsabilidade pela ascensão do republicano. Trump revelou que DeSantis o procurou “de forma desesperada” quando concorreu ao seu primeiro mandato, em 2017.
"Ron tinha uma baixa aprovação, sondagens desfavoráveis e pouco dinheiro, mas ele disse que se eu o apoiasse, ele poderia vencer", disse Trump. "Eu também consertei a sua campanha, que tinha desmoronado completamente", afirmou.
DeSantis protagonizou uma das maiores vitórias da noite de terça-feira, ao ser reeleito governador da Flórida de forma esmagadora, consolidando-se como a principal estrela em ascensão do Partido Republicano e como um dos possíveis nomes para a indicação do partido para as eleições presidenciais de 2024.
“É hora de seguir em frente”
A vitória de DeSantis foi vista como uma pedra no caminho para Donald Trump, que deverá anunciar oficialmente uma recandidatura à Casa Branca na próxima terça-feira.
Enquanto DeSantis beneficia da sua vitória esmagadora na terça-feira, Trump está a ser responsabilizado pelos resultados dececionantes do Grand Old Party (GOP) nas intercalares.
Os republicanos intensificaram as críticas públicas ao ex-presidente, afirmando que é o momento de o partido seguir em frente, após um desempenho desapontante nas eleições intercalares.
A vice-governadora republicana da Virgínia, Winsome Earle-Sears, outrora apoiante de Trump, disse na quinta-feira que os eleitores enviaram, através da votação, "uma mensagem muito clara" de que "basta".
"Os eleitores falaram e disseram que querem um líder diferente e um verdadeiro líder entende quando se torna um obstáculo", disse Earle-Sears à televisão Fox Business. "Um verdadeiro líder entende quando é hora de sair do palco. É hora de seguir em frente", sublinhou.
Paul Ryan, o antigo presidente da Câmara dos Representantes, que entrou em conflito com Trump durante os dois primeiros anos no cargo, chamou Trump de "um travão na nossa candidatura".
"Queremos vencer. Queremos ganhar a Casa Branca e sabemos que com Trump temos muito mais hipóteses de perder", disse Ryan, em entrevista à televisão WISN 12 News. "Se tivermos um candidato que não seja Trump, é muito mais provável que ganhemos a Casa Branca", acrescentou.
O antigo senador republicano pela Pensilvânia, Pat Toomey, também culpou a intervenção de Trump pelas perdas do Partido Republicano no Estado da Pensilvânia e destacou que os candidatos apoiados por Trump tiveram um desempenho pior do que outros republicanos.
"Acho que o meu partido precisa de encarar o facto de que, se a fidelidade a Donald Trump é o critério principal para selecionar os candidatos, provavelmente não nos sairemos muito bem", disse Toomey à televisão CNN.
Resultados das intercalares ainda em aberto
Trump parece, porém, determinado em seguir em frente com a recandidatura à presidência. Uma fonte próxima da equipa de assessoria do ex-presidente revelou à agência Reuters que Trump parece decidido a manter o anúncio de terça-feira, porque fazer o contrário seria visto como um "sinal de fraqueza".
Três dias após as eleições intercalares, ainda não está claro qual dos partidos irá controlar as duas câmaras do Congresso (Senado e Câmara dos Representantes). No entanto, o Partido Republicano falhou a tão esperada “onda vermelha” no Congresso, que algumas sondagens previam.
Apesar de a sua popularidade estar em queda, Donald Trump continua a ser popular na base do partido e DeSantis terá agora de decidir se irá avançar para a luta política e desafiar o ex-inquilino da Casa Branca pela indicação republicana para as eleições de 2024.
c/ agências
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