Mais de 300 pessoas morreram. O avião caiu num campo agrícola do leste da Ucrânia há quase oito anos.

Voo MH17 da Malaysia Airlines foi abatido por míssil de fabrico russo
Voo MH17 da Malaysia Airlines foi abatido por míssil de fabrico russo© Peter Dejong/AP

A justiça neerlandesa confirmou, esta quinta-feira, que o voo MH17 da Malaysia Airlines foi mesmo abatido, em 2014, por um míssil de fabrico russo.

No banco dos réus estavam três russos e um ucraniano, todos altas patentes dos separatistas pró-russos no Donbass, no Leste da Ucrânia, que foram agora condenados a prisão perpétua.

"O tribunal decreta a prisão perpétua" aos russos Igor Girkin e Sergei Dubinsky e ao ucraniano Leonid Kharchenko, considerados culpados de assassínio e por terem participado da destruição do avião, disse o juiz presidente Hendrik Steenhuis, que absolveu um outro cidadão russo por falta de provas.

O juiz indicou que as provas apresentadas pela acusação num julgamento que durou mais de dois anos demonstraram que o Boeing 777, que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur, foi atingido por um míssil 'Buk' disparado por combatentes ucranianos pró-Moscovo a 17 de julho de 2014.

Nenhum dos réus compareceu ao julgamento, que começou em março de 2020 e, apesar de condenados, têm duas semanas para apresentar recurso, embora seja improvável que cumpram qualquer pena de prisão.

Na leitura da sentença, perante dezenas de familiares das vítimas, o juiz confirmou que a Rússia, que sempre negou o envolvimento no acidente, tinha o controlo total desta região separatista, onde agora se comprova teve origem o míssil que atingiu o avião.

Numa primeira reação na rede social Twitter à decisão do tribunal administrativo de Haia, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, congratulou-se com a "decisão importante" da condenação dos dois cidadãos russos e um ucraniano pró-Moscovo.

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"Uma decisão importante do tribunal de Haia. A punição por todas as atrocidades russas - ontem e hoje - será inevitável", acrescentou, enquanto Kiev acusava Moscovo de "crimes de guerra" em várias regiões ucranianas ocupadas pelo exército russo desde o final de fevereiro.

A bordo do aparelho, recorde-se, estavam 283 passageiros e 15 membros da tripulação. Ninguém sobreviveu.