Defesa alegou que o estudante "não seria capaz de matar ninguém".

Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje
Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje© SIC Notícias

As alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear um ataque terrorista à Faculdade de Ciências de Lisboa realizam-se esta sexta-feira, após nas sessões de julgamento a defesa alegar que o estudante "não seria capaz de matar ninguém".

As alegações finais iniciar-se-ão com a intervenção do Ministério Público sobre os atos praticados por João Carreira, de 19 anos, que, segundo a acusação, configuram dois crimes de terrorismo (um dos quais na forma tentada) e um crime de detenção de arma proibida.

O jovem, que sofre de autismo e está internado preventivamente no Hospital Prisional de Caxias, foi detido pela PJ, em fevereiro passado, na posse de facas, uma besta e cocktails molotov, entre outro material perigoso.

Apesar de toda a prova indiciária recolhida pelos agentes da PJ apontar para a iminência de um ataque terrorista dentro da faculdade, o advogado de defesa, Jorge Pracana, procurou demonstrar em julgamento, ao coletivo de juízes, que o arguido dificilmente passaria das palavras aos atos sanguinários contra os colegas de faculdade.

"Eras capaz de pegar numa faca e espetar num ser humano", questionou o advogado na audiência de julgamento, ao que João Carreira respondeu: "Acho que não".

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Suspeito de planear ataque na faculdade não é inimputável e poderá ser responsabilizado
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A pergunta de Jorge Pracana incidiu sobre as facas porque, antes, o jovem tinha apontado, entre todos os objetos apreendidos, a faca como sendo "a arma mais eficaz".

Em tribunal foram também ouvidos dois inspetores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ, tendo ambos confirmado ter sido o FBI a lançar o alerta sobre as intenções criminosas do jovem, após uma denúncia de que este teria anunciado num grupo restrito da internet o seu plano de provocar um atentado na universidade.

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O inspetor Arménio Pontes revelou que na vigilância efetuada na universidade se constatou que o jovem "não interagia com ninguém", andava "cabisbaixo" e que "a nível comportamental" indicava que algo ia acontecer. Alertou ainda para o plano criminoso "muito elaborado e disciplinado" encontrado na parede do quarto do jovem, observando que isso é "típico" de quem prepara meticulosamente estes atentados.

Segundo o plano desmantelado pela PJ, a ação terrorista estava marcada para 11 de fevereiro. Após ser detido, João Carreira ficou em prisão preventiva, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias.