As ações corrigem da queda acentuada provocada pela forte incerteza no seio do clube de Alvalade espoletada pela invasão de cerca de 50 adeptos do clube na passada terça-feira, às instalações da Academia de Alcochete, onde agrediram jogadores e equipa técnica enquanto decorria o treino da equipa principal a dias da final da Taça de Portugal de futebol.
Desde esses acontecimentos foram muitos os apelos para que Bruno de Carvalho abandonasse os destinos do clube de Alvalade, com sucessivos pedidos de demissão por parte de diversas individualidades, com o objetivo de estancar a crise que está a afetar o Sporting.
Uma das mais relevantes vozes a levantar-se nesse sentido foi a de Álvaro Sobrinho. O empresário angolano que lidera os destinos da Holdimo, que é a segunda maior acionista do Sporting SAD com 30% das suas ações, pediu nesta quinta-feira a demissão de Bruno de carvalho, dizendo que este “não merece confiança” e que “está a pôr em risco os ativos da empresa“.
Em declarações à SIC Notícias, Álvaro Sobrinho colocou mesmo em causa a permanência da Holdimi no capital da SAD leonina caso o presidente do Sporting não se demitisse. “Aí, a Holdimo terá de rever a sua posição”, na SAD admitiu o empresário, tentando encostar Bruno de Carvalho “à parede” e forçar a sua demissão. Sobrinho salientou que “é na SAD e não no clube que existem os maiores estragos” e disse que caso Bruno de Carvalho e a restante direção não se demitissem iria convocar uma assembleia-geral da SAD.
Bruno de Carvalho parece fazer “ouvidos moucos” e não se demite, na conferência de imprensa que decorreu na noite de apenas revelado a intenção de convocar uma assembleia-geral extraordinária do clube a realizar-se após a final da Taça de Portugal.
Bruno de Carvalho até ao fim: Os sete homens que seguram o presidente
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"Não nos demitimos a bem do Sporting, pelas responsabilidades que assumimos. Não por estarmos agarrados ao poder". Foi assim, taxativamente, que Bruno de Carvalho se dirigiu aos sócios do Sporting na noite de quinta-feira, no seguimento de um dia em que muito fazia crer a decisão fosse diametralmente oposta, tal o número de demissões que se sucederam nos vários órgãos sociais.
Primeiro, Diogo Orvalho e Eduarda Proença de Carvalho, ambos da Mesa da Assembleia Geral, que pouco depois se demitiu em bloco. Depois, António Rebelo, Luís Loureiro, Jorge Sanches e Rita Matos, do Conselho Diretivo, aos quais se seguiram Nuno Silvério Marques, Vicente Caldeira Pires, Vítor Bizarro do Vale, Miguel Almeida Fernandes e Nuno Miguel Santos, todos eles do Conselho Fiscal e Disciplinar.
Saídas em catadupa que, no entanto, não servem para abalar Bruno de Carvalho, que se mantém de pedra e cal na presidência do Conselho Diretivo dos leões. Estatutariamente, o órgão só cai caso se demita a maioria dos seus elementos. E, visto que dos 13 que iniciaram o mandato, cinco já se demitiram – além de António Rebelo, Luís Loureiro, Jorge Sanches e Rita Matos, também José Vicente Moura já o tinha feito – este ficou a duas saídas de se demitir.
Das oito pessoas que, neste momento, ‘seguram’ Bruno de Carvalho, só uma não marcou presença no Auditório Artur Agostinho na noite de quinta-feira, aquando da leitura do comunicado. Foi ele Bruno Mascarenhas, que, no entanto, se mantém como vogal remunerado do Conselho Diretivo.
Quem são, então, os elementos que permanecem em funções no órgão executivo?
Bruno de Carvalho – 42.º presidente da história do Sporting. Foi eleito em 2013, quando bateu, nas eleições, José Couceiro e Carlos Severino. Foi reeleito em março de 2017, com 86,13% votos, naquele que foi o sufrágio mais concorrido da história do clube: 18 755 votantes.
Carlos Vieira – Vice-presidente para a área financeira. Chegou a ser apontado como possível sucessor de Bruno de Carvalho, caso este optasse por pedir a demissão. Integra o Conselho Diretivo desde 2013 e foi eleito dirigente do ano em 2014, na Gala dos Prémios Stromp.
Rui Caeiro – Vice-presidente para as modalidades desde 2015. Acompanha Bruno de Carvalho no órgão desde a sua primeira eleição, tendo sido promovido aquando da demissão de Vítor Ferreira, que depois viria a apoiar Pedro Madeira Rodrigues.
Bruno Mascarenhas – Vogal do Conselho Diretivo e representante do Sporting nas reuniões da Liga. No passado mês de abril, envolveu-se numa acesa discussão com Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, que obrigou à suspensão da Assembleia Geral do organismo presidido por Pedro Proença.
José Quintela – Ocupa o cargo de Vogal para a Comunicação, Marca e Reputação desde a chegada de Bruno de Carvalho a Alvalade, cargo que acumula com o de diretor do Jornal Sporting e fez parte do ‘nascimento’ da Sporting TV.
Alexandre Godinho – Formado em advocacia, ocupa o cargo de vogal do Conselho Diretivo com o pelouro do Património desde 2013.
Luís Roque – Vogal do Conselho Diretivo para a área da expansão, foi o homem escolhido por Bruno de Carvalho para o acompanhar na inauguração das Academias Sporting além-fronteiras. Integra, ainda, a organização do congresso The Future of Football, organizado anualmente em Alvalade nos últimos quatro anos.
Luís Gestas – Integrou a primeira lista de candidatura de Bruno de Carvalho à presidência do Sporting em 2013 enquanto suplente. Em 2017, quando o presidente leonino bateu Pedro Madeira Rodrigues, foi promovido a vogal.
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