"A Força Aérea da República da Coreia [nome oficial do Sul] mobilizou rapidamente os seus recursos (...), incluindo 80 unidades de F-35A", lê-se num comunicado do Ministério da Defesa da Coreia do Sul. Na mesma nota, é ainda referido que cerca de 240 aviões que participam nos exercícios conjuntos com os Estados Unidos foram ativados, em sintonia com uma "postura vigilante" face à possível ameaça.

O exército sul-coreano mobilizou esta sexta-feira 80 aviões depois de detetar 180 aviões de guerra norte-coreanos a sobrevoarem o norte da fronteira.
O exército sul-coreano mobilizou esta sexta-feira 80 aviões depois de detetar 180 aviões de guerra norte-coreanos a sobrevoarem o norte da fronteira.© Reuters
A mobilização surge depois de terem sido detetados cerca de 180 aviões militares norte-coreanos a sobrevoarem a norte da fronteira.

Segundo os militares de Seul, as aeronaves norte-coreanas sobrevoaram durante quatro horas a norte da chamada linha de medida tática, traçada até 20 quilómetros a norte da Linha de Demarcação Militar (MDL).

As manobras ocorreram horas depois de Pyongyang ter disparado cerca de 80 tiros de artilharia em direção a uma "zona tampão" marítima. Na quarta-feira, a Coreia do Norte também disparou pelo menos 23 mísseis – um recorde diário.

O disparo dos cerca de 80 tiros por parte de Pyongyang surgiu em resposta ao prolongamento de exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul com os Estados Unidos, que estavam programados para terminar esta sexta-feira.

Reunidos em Washington, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro sul-coreano da Defesa, Lee Jong-sup, comprometeram-se a procurar novas medidas para demonstrar a "determinação e capacidade" da aliança após repetidas provocações norte-coreanas.

"As Forças Aéreas da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] e os Estados Unidos decidiram prolongar o período de formação do exercício aéreo conjunto em grande escala Tempestade Vigilante, iniciado a 31 de outubro, devido às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte", anunciaram os Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado, na quinta-feira.

Pyongyang condena “erro terrível” de Seul e Washington

Por sua vez, Pyongyang condenou os exercícios militares de Seul e Washington.

Na quinta-feira, Pak Jong Chon, secretário do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, disse que os EUA e a Coreia do Sul tomaram uma decisão muito perigosa ao estender os exercícios e estão a "empurrar" a situação para fora do controlo.

"Os Estados Unidos e a Coreia do Sul vão descobrir que cometeram um erro terrível que não pode ser revertido", disse Pak Jong Chon.

Diplomatas anunciaram que Washington pediu ao Conselho de Segurança da ONU para se reunir publicamente sobre a Coreia do Norte na sexta-feira, um pedido apoiado por outros membros do conselho, como o Reino Unido, França, Albânia, Irlanda e Noruega.

Nos últimos anos, o conselho de 15 membros tem-se mostrado dividido sobre como lidar com a Coreia do Norte e, em maio, a China e a Rússia vetaram um esforço liderado pelos EUA para impor mais sanções da ONU em resposta aos lançamentos de mísseis norte-coreanos.

c/agências