Quinta-feira, 8 Março 2018
Por TIAGO PEREIRAEditor de Cultura
Há muitos, muitos anos, o meu sonho era ser motorista numa empresa de transportes públicos. Depois desse projeto fantástico não tive mais nenhum digno de registo, a não ser o clássico que assombrou muito boa rapaziada que se fez adolescente nos anos 90: ser uma estrela do rock. Tentei, não correu bem, pouco depois estava nesta coisa dos jornais (antes eram feitos em papel). E a verdade é que não sei durante quanto tempo vou fazer isto. No limite, ainda posso concretizar um dos dois sonhos anteriores. Convenhamos que isso seria bonito, ou pelo menos poético.
Isto tudo para dizer que cada um é como cada qual e o caminho faz-se caminhando, etc. Mas ele há gente que a meio de um determinado projeto descobre outro, a meio de uma descida cruza-se com uma subida, quando vira à esquerda percebe que há um desvio à direita bem mais interessante. As analogias são infinitas e isso, só por si, é sedutor coisa que chegue. Agora imaginem ir da comparação para a realidade? Pois, a sedução aí ganha outra dimensão.
João Wengorovius trabalhava nas coisas da publicidade mas sempre foi apaixonado pela comida, antes e durante as refeições. Quis saber mais, tirou um ano sabático, aprendeu nos cursos de gente séria e quando deu por ela estava a dar a volta ao mundo enquanto conhecia as melhores cozinhas e respetivos criativos. E nós aqui: isso mesmo, uma tristeza. Vá lá, ao menos João transformou tudo em livro. A história vale a pena e é o Diogo Lopes que a conta.
Leiam-na e inspirem-se. Pode ser que se lembrem de voltar às coisas do rock. Ou então acabam por querer aprender a cozinhar como fazem os profissionais. No limite, leem um artigo bonito e só isso vale a pena.
Até para a semana.
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