LÁ FORA
Um jornalista e a sua namorada foram assassinados, um crime que está a chocar a Eslováquia e que as autoridades policiais consideram estar ligado às investigações que
Ján Kuciak estava a fazer de fraude fiscal, envolvendo empresários ligados ao partido no poder.
Do leste vem também a besta. Se em Portugal chove, no resto da Europa neva. E muito. A culpa é da ‘besta do leste’, que está a cobrir a Europa com um manto branco. Veja
aqui o seu impacto.
No Reino Unido
está aberta a guerra pela Sky. O operador de cabo norte americano Comcast, dono da NBC, lançou
uma oferta concorrente em dinheiro pelo grupo britânico de 22 mil milhões de libras. A Fox, de
Rupert Murdoch, tinha feito uma oferta em dezembro de 2016 (16% mais baixa), mas que está presa por questões regulatórias.
A
visita do Rei de Espanha a Barcelona, para participar no Mobile World Congress, continua envolta em polémica. Depois de a presidente da Câmara de Barcelona ter
recusado participar na receção oficial a Filipe VI, acabou por o cumprimentar e trocar breves palavras com o monarca. De acordo com a
imprensa espanhola,
Ada Colau terá recriminado o Rei pela sua falta de empatia e pediu que a situação na Catalunha fosse resolvida com diálogo e democracia. Filipe terá respondido com um lacónico: “
Estou aqui para defender a Constituição e o Estatuto”.
O palácio onde Franco passava as férias de verão está à venda por 8 milhões de euros. As autoridades espanholas querem parar a venda e garantir que
a propriedade, na Galiza, volta para as mãos do Estado de forma a ser transformada num monumento às vítimas do ditador espanhol, mas não será tomada qualquer ação até que
apareça um comprador.
Nos EUA, o Supremo Tribunal
chumbou a tentativa da administração Trump de acabar com o programa que protege e garante licenças de trabalho para imigrantes ilegais que entraram naquele país quando eram crianças.
Entretanto Trump afirmou, em relação ao massacre na Florida, que teria
corrido para dentro da escola para impedir o ataque
mesmo que estivesse desarmado.
A produtora de
Harvey Weinstein deverá pedir a falência e proteção de credores na sequência do escândalo sexual em que o seu fundador se viu envolvido e depois de terem
falhado as negociações para a sua venda.
Depois do anúncio de que a
China prepara a eternização de Xi Jinping
veio a onda da censura. A medida gerou controvérsia nas redes sociais e de imediato várias palavras foram alvo de censura na Sina Weibo, uma espécie de Twitter chinês. Entre elas está Winnie the Pooh, o nome pelo qual muitas vezes o Presidente Xi é chamado de forma depreciativa.
Mas há mais. Já a imprensa controlada pelo Estado diz que a medida tem como objetivo garantir que as “
pessoas tenham vidas mais felizes”.
Está gerada a confusão no mundo automóvel depois do
multimilionário Li Shufu, dono do grupo automóvel Zhejiang Geely, que comprou a Volvo em 2010, ter anunciado que é dono de quase 10% da gigante Daimler, o fabricante da Mercedes. E como é que Shufu conseguiu esta proeza avaliada em quase 9 mil milhões de dólares? Através de dívida e usando as ações como garantia – um esquema muito usado antes da crise financeira por vários ‘empresários’ portugueses. Pode ler toda a história contada pelo
The Wall Street Journal.
No rescaldo dos Jogos Olímpicos de Inverno, o atleta americano
Gus Kenworthy abriu uma
guerra nas redes sociais contra as quintas de cães que existem na Coreia do Sul, onde a carne de cão faz parte da dieta. Tudo começou numa visita que fez a um destes lugares e uma
fotografia que partilhou com um dos cães que salvou.
A estrela de Bollywood, considerada a
amante da Índia e que morreu no fim de semana no Dubai, ter-se-á
afogado no banho depois de uma perda de consciência.
Uma entrevista à
primeira ministra neozelandesa está a marcar a atualidade política do outro lado do mundo. O jornalista, Charles Wooley, é
acusado de ter tido um comportamento sexista, repugnante e misógino por ter confrontado Jacinda Arnden com perguntas íntimas, entre as quais aquela que Wooley considera uma importante pergunta política, a data do nascimento da criança, para depois indagar se a conceção foi feita ou não durante a campanha eleitoral. Infelizmente,
a não perder.
Há um novo estudo que proclama a
extinção do pinguim real até ao
final do século.
Johannes Vermeer era um génio. Desconhecido quando morreu, deixou-nos uma obra fantástica. A ‘rapariga com brinco de pérola’ é talvez a pintura mais conhecida. Não é a minha preferida, a minha escolha recai sobre este ‘
Officer and Laughing Girl”, mas é aquela que volta a estar em destaque depois do
Mauritshuis ter anunciado que vai proceder a uma série de complicados e não invasivos testes para
descobrir os seus mistérios.
O QUE DIZEM OS NÚMEROS4,2% - é apenas uma referência e por vezes desajustada do mercado, mas o valor médio de
avaliação bancária dos imóveis de habitação em Portugal situou-se, em janeiro, nos €1153 por metro quadrado, mais 4,2% do que em igual período do ano passado.
40 mil – é o total de
trabalhadores da administração pública que progrediram nas carreiras e nas remunerações em
janeiro. O Governo diz que até março serão 80 mil.
775 milhões - é o valor do
excedente orçamentaldas administrações públicas, uma melhoria de 153 milhões face ao mesmo mês de 2017.
O QUE ELE ANDA A LER - Daniel OliveiraVolto ao formato iniciado desde que fiz o último expresso Curto, o de ter um convidado para esta parte. Desta vez as escolhas são de Daniel Oliveira.
“Tenho as leituras do dever e as do prazer. Não por umas me darem mais prazer do que outras. É mesmo uma questão de disciplina. Uns livros leio no tempo de trabalho, geralmente de dia, outros leio no tempo de ócio, à noite ou em folgas.
No dever, abandonei há poucas semanas “
A Economia Portuguesa – Formas de economia política numa periferia persistente (1960-2017)”, um livro de
José Reis (antigo diretor da Faculdade de Economia de Coimbra) que tive o prazer de apresentar e que tem um prefácio de Nicolau Santos. E imediatamente mergulhei na leitura de outro economista que há meses esperava, pacientemente, a sua vez:
Yanis Varoufakis. “
Comportem-se como Adultos”, que deverei ser um dos últimos europeus de esquerda a ler. Muito instrutivo quanto ao funcionamento arbitrário da União Europeia e todos os bloqueios que um país periférico ali encontra. Tenho depenicado, mas ainda sem ter entrado em velocidade de cruzeiro, “
Terra Sangrenta”, uma obra a exigir estômago, do historiador
Timothy Snyder sobre aquela fatia da Europa onde o terror nazi e o terror estalinista fizeram grande parte das suas vítimas. À espera, na secretária, está “
A Revolução Russa”, da historiadora
Sheila Fitzpatrick. Um ensaio originalmente escrito no final dos anos 70, várias vezes revisto, e recentemente traduzido pela Tinta da China para marcar os cem anos da revolução comunista.
No prazer sou caninamente fiel e não faço leituras paralelas. Quando, nas noites de fim de livro, vou caçar à minha biblioteca, esqueço qualquer sentido de dever. Não me costumo concentrar em novidades, que, depois de serem adquiridas, ficam, como o vinho, à espera de serem menos novas. Como qualquer leitor amador decente, tenho leituras muito atrasadas. Em décadas. No final da semana passada fechei “
Samarcanda”, de
Amin Maalouf (ainda este ano li “O Périplo de Baldassare”). O livro segue o rasto dos famosos Rubaiyat de Omar Khayyam, um livre pensador que viveu em tempos de obscurantismo e fanatismo religioso. Seguindo os manuscritos, Maalouf atravessa a história da Pérsia desde o século XI até ao início do século XX. Muitíssimo útil para compreender o Irão moderno. Do autor franco-libanês desci para Israel para resolver um problema antigo – nunca ter lido “
Caixa Negra”, de
Amos Oz. Um romance epistolar que está de tal forma atrasado na minha vida que cada página se vai soltando ao ritmo da leitura. Na mesa de cabeceira, à espera da sua vez, estão duas possibilidades: “
Será que os Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, do visionário
Philip K. Dick, que inspirou o “Blad Runner”, ou um livro que devia estar no capítulo diurno do trabalho mas poderei, para o retomar, transferir para o capítulo noturno do prazer: “
O Fator Churchill”, de
Boris Johnson. É impressionante como um intelectual tão provocador deu um político tão desinteressante. Estou a falar do Boris, não do Winston, claro está.”
Este
Expresso Curto fica por aqui. Tenha uma ótima terça-feira.
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