OUTRAS NOTÍCIASNum Expresso Curto dominado pela atualidade francesa, mantemo-nos no hexágono., Após duas semanas de negociações na Cimeira do Clima,
foi alcançado o Acordo de Paris, que precisa de um investimento similar ao PIB europeu para que possa vir a ser eficaz.
O Acordo só entra em vigor a partir de 2020.
Por cá, o Governo deve apresentar esta semana
uma solução para o Banif, que passa por um fundo para absorver ativos tóxicos.
A Madeira foi eleita o
melhor destino insular de 2015 pela World Travel Awards, à frente de paragens tidas por paradisíacas, como Bali, Barbados, Maldivas, Maurícias, Seychelles ou Zanzibar.
José Pacheco Pereira e Isabel Pires de Lima, ex-ministra da cultura, são os nomes escolhidos pelo Governo para a administração da Fundação de Serralves.
Abre hoje o primeiro dos
50 postos de abastecimento previstos para Portugal pela Kuwait Petroleum, que promete uma inovadora política de preços.
Há cada vez mais
crianças a tomar antipsicóticos, alerta o Diário de Notícias.
Os colégios do topo do "ranking" das escolas cobram
propinas acima dos 500 euros, revela o Diário Económico.
No futebol, o FC Porto foi jogar à Madeira e, como explica a Mariana Cabral,
na Choupana são 11 contra onze e
no final ganha o nevoeiro. O jogo foi interrompido quando os Dragões venciam por 2-1 e será retomado hoje para serem disputados os 15 minutos finais.
FRASES"
O perigo que representa a extrema-direita não desapareceu, muito pelo contrário".
Manuel Valls, primeiro-ministro de França
"
Daqui a semanas sou Presidente da República". Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista ao Expresso
"
Empresas têm condições para aumentos salariais moderados".
José Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social em entrevista ao Diário Económico
"
O Acordo (de Paris)
sozinho não nos tirará do buraco em que estamos, mas faz com que a subida seja menos íngreme". Kumi Naidoo, responsável do Greenpeace
O QUE ANDO A LER E OUVIRAté onde vai o terror condicionar as nossas vidas?
Quais são os efeitos do medo? Estamos disponíveis para ganhar em segurança o que perdemos em liberdade? Ter medo é estar preparado para obedecer sem questionar?
Passou ontem um mês sobre o dia dos
atentados terroristas em Paris. Aconteceram numa sexta-feira, dia 13. Na segunda-feira seguinte, a redação da francesa
Philosophie Magazine reúne-se de urgência e decide tomar uma decisão tão drástica, quanto única nos nove anos de existência da revista.
Suspende o envio para impressão do número de dezembro/janeiro, já fechado, e dá-se a si própria oito dias para construir todo um novo
dossiê a pretexto da tragédia que tantos deles acabavam de testemunhar. Se após os atentados de janeiro contra Charlie Hebdo tinham elaborado um número especial intitulado "Guia de autodefesa contra o fanatismo", a opção agora é outra. Mais do que os
fermentos da radicalização religiosa, quiseram levantar questões sobre o terror e os seus efeitos.
Um dos textos é centrado no filósofo Patrick Boucheron, que explica a natureza essencialmente política do medo, e fala da "vereor" latina "que é ao mesmo tempo 'terror' e 'reverência'". Boucheron não se resigna à
guerra de todos contra todos e prefere insistir na "política do medo, com todas as suas cruéis ambivalências" Num outro momento, e a propósito de um encontro realizado em Lyon no qual participou o francês, bem como, entre outros, o filósofo norte-americano Corey Robin, autor de "The Reaccionary Mind - Conservatism from Edmund Burke to Sarah Palin", é referido o livro deste último intitulado "Fear", no qual Robin assegura que "
o medo em política (…) tem duas faces: uma olha ao longe, em direção a inimigos aos quais a nação se enfrenta; a outra olha para si mesma, para os conflitos e desigualdades que ocupam a nação. A astúcia do poder político reside em converter a primeira na segunda. Isto é,
utilizar a ameaça dos inimigos externos para reprimir os inimigos internos". Boucheron vai buscar a imagem simbólica de um
fresco de Ambrogio Lorenzeti(c.1290-c.1348) em Siena, no qual se vêm dois soldados, um a olhar o céu por crer que o inimigo virá das alturas; o outro a olhar para o lado, "sem dúvida consciente de uma forma lateral de adversidade". Aquele inimigo interior, prossegue Boucheron, "não é fantasmático: a tirania - essa intrusão de um princípio autoritário no regime democrático - só poderá vir, sabêmo-lo da
subversão dos princípios democráticos e das práticas da vivência em conjunto".
Entre muitos outros textos há uma entrevista com Élisabeth Badinter, feminsita, defensora incondicional do laicismo, uma das grandes vozes do debate intelectual francês. Para lá de falar da necessidade de "resistir à pressão do fanatismo" (título da entrevista), Badinter considera que o "penso, logo existo", foi substituído pelo "
creio, logo existo".
Para descomprimir, vamos lá abandonar a França e
ouvir um pouco de rádio em português, onde, já agora, a música francesa tem um lugar de relevo. Ainda se lembra daqueles programas tão cativantes e tão envolventes que o tempo parecia correr à velocidade da luz? Já não existem, dirá. Não é verdade. Experimente sintonizar a Antena 1 às 0h00 das terças-feiras e terá uma enorme surpresa.
Prepare-se para ouvir algo raro. Chama-se "
Crónicas da Idade Mídia" e é uma invenção de Ruben de Carvalho, muito bem acompanhado por Iolanda Ferreira. Ruben é uma enciclopédia de conhecimento, de saber. Iolanda é, sem ofensa, uma excelente
facilitadora de conversas. Trata-se de uma hora de viajam no tempo, durante a qual se contam histórias grandiosas, umas, deprimentes outras, sempre a partir da
relação que tiveram com a música, ou vice-versa. Já por lá passaram programas sobre a Belle Époque, Nelson Mandela, as histórias das músicas de Natal, Edith Piaf, fados e desgarradas, pubs irlandeses, as músicas associadas à Revolução Francesa, ao
25 de abril em Portugal. A lista é gigantesca e inclui grande espaço para uma das paixões de Ruben de Carvalho, a música popular norte-americana, nas suas múltiplas vertentes, dos blues ao rock, do jazz ao folk.
Experimente entrar porque inúmeros programas já emitidos continuam disponíveis na página da Antena 1.
O dia trará outras surpresas. Acompanhe-as através do Expresso "on line" e, ao fim da tarde, uso o código publicado com a Revista para aceder ao Expresso Diário. O inverno aproxima-se, no Porto chove e muito, mas esse não será motivo para não lhe desejar um muito bom dia com excelentes leituras. Amanhã, pela fresca, terá outro Expresso Curto.
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