segunda-feira, 23 de novembro de 2015

OBSERVADOR - 23 DE NOVEMBRO DE 2015

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia 

16 detidos em Bruxelas, Abdeslam não está entre eles. A polícia belga desencadeou 19 operações durante o dia, uma delas na zona central da capital belga, que foi cercada durante a tarde e a noite. A polícia pediu aos órgão de comunicação que não desse detalhes, para não prejudicar as operações - e os media seguiram o pedido. Não foram encontradas armas ou explosivos, nem foi encontrado o principal suspeito dos atentados de Paris, ainda em fuga.  

Acabou o Kirchnerismo na Argentina. O líder da aliança de direita, Mauricio Macri, venceu a segunda volta das eleições presidenciais, prometendo o início de uma “maravilhosa” nova era para a Argentina. A nova era é sem Cristina Kirchner, a polémica presidente do país há 8 anos (e antes disso primeira dama).

Djokovic é, pela 5ª vez, campeão do Masters de ténis. A partida considerada o duelo do ano acabou rápido. Em apenas 1h20, Novak Djokovic bateu Roger Federer e tornou-se tetracampeão do ATP World Tour Finals (mas ainda não chega para ser o nº 1 da história dos Masters).

Luta contra o ISIS
Em Bruxelas, o estado de alerta continua esta segunda-feira. Monumentos e metro encerrados, forças militares na rua e escolas não vão abrir na segunda-feira. O porta-aviões francês está operacional para novos ataques aos Estado Islâmico hoje mesmo.As últimas da guerra ao ISIS estão aqui.

E de quem é a responsabilidade pelo poder do ISIS? Os líderes mundiais continuam entretidos com esta pergunta. A Rússia aponta o dedo aos EUAo presidente sírio culpa... A RússiaMais afinado parece o eixo EUA-FrançaObama promete retirar aos terroristas as terras, financiamento, linhas de fornecimento e encontrar o seus líderes; enquanto Hollande avisaque a luta vai demorar bastante tempo.

Para percebermos melhor como nasceu, como cresceu e como dividiu o ISIS, o Nuno Martins reconstruiu a história do grupo terrorista, mas também das divisões étnicas e religiosas no Médio Oriente - assim como das intervenções militares na região, que ajudam a explicar a história. Lendo este Especial, é mais fácil perceber as divisões e hesitações de hoje na guerra ao terror.

As histórias que também contam a história também vão sendo registadas por aqui. Como a história de Stéphane, que foi escudo humano dos terroristas durante duas horas e meia; ou as das mães dos terroristas - e como vivem o destino dos filhos; também a história destes jovens parisiensesque convidaram o João de Almeida Dias a entrar em casa deles para lhe contar como viveram os dias da tragédia sem afundar; ou ainda o terror nos camarins dos Eagles of Death Metal, naquela noite no Bataclan - que esta manhã é visitado por Hollande e Cameron. 

A história de uma Paris de luto e do combate ao terrorismo continuará a merecer a nossa plena atenção, desde logo no liveblog do dia - que já tem as últimas sobre Paris e Bruxelas.
O Impasse político
Troika. 13 medidas que sobrevivem ao governo de esquerda (e o que vai cair já). Quanto tempo demora a desmantelar a herança da era da troika? O que se conhece do programa negociado por PS, BE e PCP promete mexer, eliminando ou reavaliando mais de 20 medidas que foram aplicadas nos últimos 5 anos. Mas nem tudo desaparece: há pelos menos 13 medidas muito contestadas à esquerda nos últimos anos que (para já) ficam intactas. Análise da Ana Suspiro e Marlene Carriço. 

Hoje deve ser o dia em que o Presidente anuncia a indigitação de António Costa - com condições, como dizia ontem Marques Mendes, ou sem elas.

Ontem, Catarina Martins explicou ao chefe de Estado que a esquerda não ficará à espera: a agenda política está já em curso, com o mote conhecido - reverter as políticas da direita.

Hoje, Mário Centeno diz ao DN que está pronto a apresentar um Orçamento mais rapidamente do que é de lei (ou seja, em menos de três meses). 

Nós por cá fizemos uma reportagem com um ministro para um mês. Conta a Helena Pereira: "A primeira vez que foi ministro esteve quatro meses em plenas funções. Agora, foram 12 dias. Fernando Negrão, com a pasta da Justiça, partilhou com o Observador como é o dia a dia a prazo." O título é este: Sim, sr. futuro ex-ministro.
Informação relevante
Um ano depois da detenção, Sócrates fala de... Cavaco. O ex-primeiro-ministro foi ontem recebido com uma ovação no encontro que assinala um ano da sua detenção e aproveitou a ocasião para acusar o Presidente de estar a preparar a campanha eleitoral da direita.

A propósito da data, o Observador preparou três trabalhos para o ajudar a fazer um ponto de situação:  Outro caso de justiça: começam hoje a ser ouvidos os suspeitos de maus-tratos e escravidão no convento em Famalicão. Mas que convento é este investigado por abusos? A história está aqui, recuperada pela Rita Cipriano.

Outro ainda: um administrador da Segurança Social recebeu salários a que não tinha direitoA história é do Público.

Da justiça ao sistema financeiro. O Negócios conta hoje que oplano de reestruturação do Novo Banco passará pela saída de 1000 trabalhadores - mas não por reduções salariais.

O tema do fim de semana, para PS e BE, foi a privatização da TAP. O Expresso mostrou um documento oficial que explica como a dívida da empresa continuará garantida pelo Estado e os dois partidos aproveitaram para 'malhar' na direita (aqui e aqui). 

Uma preocupação na UGT: Carlos Silva diz ao Público que a central perdeu 80 mil filiados em quatro anos. E espera que a concertação social não seja desvalorizada pelo próximo Governo.Uma entrevista a ler, no Público.

Duas entrevistas presidenciais. Sampaio da Nóvoa diz que será "o saca-rolhas" (no Negócios); e Marisa Matias diz que "há um Portugal novo que está a nascer" (no Público).

E um conselho: proteja-se do frio, as temperaturas continuam a cair.

Os nossos Especiais“Somos uma família normal. Não comum, mas normal”. Eduardo Beauté e Luis Borges juntam todas as características para serem alvo preconceitos. Vejamos: são dois homens, casados, têm 21 anos de diferença de idade, são pais e, como se não bastasse, os filhos são um menino e uma menina negros e um com Trissomia 21. Horas depois do pontapé de saída para a legalização da adoção homossexual, a Catarina Marques Rodrigues publicou esta reportagem com eles (eu adorei).

Quando a Espanha tinha um caudilho: Francisco Franco, 40 anos depois. Foi em novembro de 1975. Francisco Franco morria após quatro décadas de poder. Mas quem foi este homem, e que regime foi este que saiu de uma sangrenta e cruel guerra civil, que ele mesmo desencadeou? O historiador Francisco Martins ajuda-nos a recuperar a memória do franquismo - e da transição democrática espanhola

As cegonhas não param de levar bebés para Mora.Imagine uma vila em que 30% das mulheres em idade fértil está à espera de bebé. Isso mesmo, em Mora é assim. O Tiago Palma fez viagem até lá, ouviu falar de políticas de natalidade, de emprego e, sobretudo, da pacatez de uma terra que explica quase tudo. O Especial está aqui - só ficou a faltar uma conversa com as cegonhas. 
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