A Rússia iniciou hoje a fase de recrutamento de outono para o serviço militar obrigatório e garantiu que os novos recrutas não serão enviados para a zona da "operação militar especial" na Ucrânia.

A Rússia iniciou hoje a fase de recrutamento de outono para o serviço militar obrigatório e garantiu que os novos recrutas não serão enviados para a zona da "operação militar especial" na Ucrânia.
A Rússia iniciou hoje a fase de recrutamento de outono para o serviço militar obrigatório e garantiu que os novos recrutas não serão enviados para a zona da "operação militar especial" na Ucrânia.© Reuters

No total, são convocados 120 mil cidadãos russos, 7.500 a menos do que no mesmo período do ano passado, e o processo de ingresso nas Forças Armadas vai estender-se até 31 de dezembro.

"Os militares que cumprem o serviço militar obrigatório realizam tarefas de acordo com o tipo de unidade para a qual serão designados, mas não serão enviados para a zona da operação militar especial", afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, após uma reunião com o alto comando militar da Rússia.

Ao mesmo tempo, salientou que aqueles que já completaram o ano de serviço militar obrigatório vão regressar a casa este outono.

O comando militar russo insistiu na garantia de que os recrutas não serão enviados para o território das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e às regiões de Zaporizhia e Kherson, recentemente anexadas por Moscovo.

No entanto, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) norte-americano referiu que os recrutas serão "quase certamente enviados para a Ucrânia" em março ou abril de 2023, assim que terminem o período de instrução militar.

Segundo o ISW, o envio dos recrutas pode ocorrer ainda mais cedo, dependendo da situação no campo de batalha.

O recrutamento de outono na Rússia começa geralmente a 1 de outubro, mas este ano foi adiado por um mês devido à mobilização parcial, decretada a 21 de setembro pelo presidente russo, Vladimir Putin, para lidar com reveses militares na Ucrânia.

Sexta-feira, Shoigu considerou cumprida a ordem do chefe de Estado e anunciou que foi também cumprido o plano de mobilização de 300 mil reservistas, dos quais 87 mil, como afirmou hoje, já foram enviados para a zona da campanha militar na Ucrânia.

A convocatória para o serviço militar obrigatório é realizada em toda a Federação Russa, exceto em 25 municípios de cinco entidades federadas localizadas no extremo leste do país, devido à sua localização geográfica e condições climáticas.

"A maioria dos recrutas será enviada para unidades de instrução, onde em cinco meses, aprenderá a usar armas modernas e serão treinados em especialidades militares", disse o contra-almirante Vladimir Tsimlianski, do Departamento de Mobilização do Estado-Maior das Forças Armadas russas.

Segundo Tsimlianski, as mais de 25.000 comissões de recrutamento têm todos os elementos para equipar os recrutas.

Durante a mobilização parcial para a campanha na Ucrânia multiplicaram-se as queixas dos reservistas sobre a falta dos equipamentos mais básicos e que foram obrigados a comprá-los com o seu próprio dinheiro.

A lei russa estabelece que todos os cidadãos russos entre 18 e 27 anos são obrigados a prestar serviço militar, que dura um ano. A fuga ao serviço militar obrigatório é punível na Rússia com até dois anos de prisão.

Entre 1 de maio e 20 de setembro deste ano, foram instaurados 410 processos criminais contra os que fugiram ao serviço militar obrigatório, segundo o portal de informações RBC, que destacou que é o maior número de casos dos últimos dez anos.

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