Teerão, 01 nov 2022 (Lusa) – A contestação e os protestos continuam no Irão pela sétima semana consecutiva apesar do aumento de repressão, os julgamentos e as condenações à morte, descrevem hoje organizações de defesa dos direitos humanos.

Iranian female journalist accused to conspiracy against the country for covering death of Mahsa Amini
Iranian female journalist accused to conspiracy against the country for covering death of Mahsa Amini© Fornecido por Lusa

Sem precedentes desde 2019, os protestos – que as autoridades descrevem como “tumultos” – foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini a 16 de setembro.

Mahsa Amini, de 22 anos, morreu três dias depois de ter sido detida e violentamente agredida pela polícia de moral e costumes em Teerão, por incumprimento do rígido código de vestuário imposto às mulheres pela República Islâmica, porque era visível parte do seu cabelo, apesar de envergar o obrigatório ‘hijab’ (véu islâmico), segundo organizações não-governamentais.

Na semana passada, as autoridades alertaram os manifestantes que era hora de sair das ruas, mas os protestos continuam inabaláveis, com manifestações em áreas residenciais, universidades e nas principais avenidas.

De acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, 160 pessoas foram mortas nas manifestações e outras 93 em distúrbios separados em Zahedan (sudeste).

As organizações alertam ainda que as cerimónias de luto, organizadas de acordo com a tradição no 40.º dia após a morte, provavelmente se transformará numa manifestação contra o poder.

No distrito de Ekbatan, em Teerão, moradores adotaram ‘slogans’ de protesto como “Morte ao ditador” na noite de segunda-feira, diante das forças de segurança que usaram granadas de efeito moral, segundo imagens publicadas em vários órgãos de comunicação.

PFT // PJA