Eleições nos EUA: partido republicano favorecido por sondagens abraça candidatos extremistas
A Geórgia é o estado onde a corrida está mais renhida, com Walker à frente 54/46 apesar dos escândalos que o afetaram nos últimos meses, incluindo alegações de violência, problemas de saúde mental, e pagamento de dois abortos, mesmo depois de defender a proibição total do procedimento
Embalado por sondagens que nas últimas semanas se tornaram mais favoráveis, o partido republicano está a abraçar até os seus candidatos mais extremistas, que no verão pareciam poder custar-lhes a vitória nas intercalares.
O cenário mudou em estados críticos como Geórgia e Nevada, onde problemáticos candidatos republicanos recuperaram a desvantagem e estão agora à frente dos democratas.
Mesmo nos estados onde os democratas estão à frente, como New Hampshire, a liderança republicana está a dar apoio ao seu candidato, como aconteceu num comício no final de outubro na cidade de Atkinson.
"Estou aqui por uma razão, e ela é garantir que Don Bolduc é o próximo senador dos EUA", disse o senador republicano da Florida Rick Scott, citado pela Associated Press. "Este é um verdadeiro patriota", caracterizou. Há cerca de dois meses, o governador do New Hampshire, Chris Sununu, tinha descrito Bolduc como um "extremista das teorias da conspiração". Agora, está do seu lado e promete ajudar a elegê-lo.
Essa tarefa será mais difícil no New Hampshire do que na Geórgia, onde a volatilidade do candidato republicano Herschel Walker fez tremer as probabilidades dos republicanos de reconquistarem esse lugar no Senado, ocupado neste momento pelo democrata Raphael Warnock.
A Geórgia é o estado onde a corrida está mais renhida, com Walker à frente 54/46 apesar dos escândalos que o afetaram nos últimos meses, incluindo alegações de violência, problemas de saúde mental, e pagamento de dois abortos, mesmo depois de defender a proibição total do procedimento.
Na Pensilvânia, outro candidato problemático, Mehmet Oz, recebeu nos últimos dias um fluxo de financiamento na ordem dos seis milhões de dólares vindo do Fundo de Liderança Senatorial (Senate Leadership Fund). Trata-se do comité de ação política alinhado com Mitch McConnell que está a financiar muitas das corridas republicanas às intercalares.
Oz está em desvantagem nas sondagens contra o democrata John Fetterman, apesar de ter conseguido encurtar bastante a distância -- chegou a ser 80/20 a favor do democrata e é agora apenas 57/43. As margens de erro nas sondagens e o nível de participação podem ainda trocar as voltas.
No Arizona, onde as contas são ainda mais difíceis (67/33 em favor do candidato democrata Mark Kelly), o extremista Blake Masters está agora a conseguir maior apoio do partido. Depois de ter visto desviar fundos da sua campanha, Masters recuperou algum apoio. Tem aparecido com frequência nos e-mails de angariação de fundos e até o ex-vice presidente Mike Pence esteve em campanha a seu favor mais recentemente, chamando-lhe "uma das estrelas mais brilhantes no partido republicano".
Também na última semana, os senadores Lindsey Graham (Carolina do Sul), Tom Cotton (Arkansas) e Ted Cruz (Texas) foram para o terreno fazer campanha com Ted Budd, candidato republicano na Carolina do Norte alinhado com Trump.
No Ohio, outra escolha pessoal de Trump, J.D. Vance, conquistou o apoio do partido apesar de ter sido amplamente criticado pela liderança local quando conseguiu a nomeação.
"No final do dia, o nosso foco é ganhar a maioria", disse Steven Law, que dirige o Senate Leadership Fund, citado pela Associated Press. "Sinto que muitos dos receios se esfumaram à medida que trabalhamos para esse objetivo".
Os republicanos são claramente favoritos a vencerem a Câmara dos Representantes e o Senado pode cair para qualquer um dos lados nas intercalares de 08 de novembro.
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