Grupo mata chefe de aldeia em Cabo Delgado. Ataque provoca a fuga de quase quatro mil pessoas
Um grupo armado matou no sábado o chefe de uma aldeia e a sua mulher em Cabo Delgado, norte de Moçambique, relataram esta terça-feira diferentes fontes da comunidade de Murrameia.
O ataque provocou a fuga de quase mil pessoas, a maioria crianças, segundo dados publicados pela Organização Internacional das Migrações (OIM).
A aldeia pertence ao posto administrativo de Hucula, no distrito de Namuno, adjacente ao distrito de Montepuez onde há 10 dias um ataque armado a uma mina de rubis obrigou à suspensão de atividades e à evacuação de trabalhadores.
Ambos os distritos estão no extremo sudoeste de Cabo Delgado, que até setembro esteve livre de terroristas e que está mais próximo das províncias vizinhas (Nampula e Niassa) do que de Pemba, capital provincial, que fica a cerca de 400 quilómetros.
"Por volta das 15:00 [14:00 em Lisboa] fomos surpreendidos por um grupo que pensamos tratar-se de terroristas, pela maneira de agir", descreveu um residente.
O grupo decapitou o chefe da aldeia e a esposa, incendiou a escola primária e um trator de uma associação agrícola local, detalhou, o que fez com que a população fugisse para a sede de distrito.
“Abandonámos a aldeia porque eles são violentos. Mataram o nosso chefe de aldeia e não sabemos o que nos espera”, acrescentou a mesma fonte.
Outra fonte local referiu que está desaparecida, pelo menos, uma criança que se afastou dos pais durante o ataque.
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