Paulo Raimundo em entrevista à RTP. PCP quer "ir mais longe" e está "aberto ao diálogo"
Questionado sobre o mau momento atualmente vivido pelo Partido Comunista, que conta com apenas seis deputados na Assembleia da República e com 19 Câmaras, tendo em 20 anos perdido mais de metade dos militantes, Paulo Raimundo respondeu que “apesar dessa realidade (…) esse não é um dado menor”.
“São seis deputados, 19 autarquias, dois deputados no Parlamento Europeu, milhares de eleitos pelo país fora nas autarquias locais, na Assembleia-Geral da Madeira”, afirmou. “Entendemos que o nosso povo precisa de mais”, mas “não se pode menosprezar essa força”.
Raimundo assegurou que o partido quer “ir mais longe” na sua intervenção, centrando-se nos problemas das pessoas, entre os quais o do custo de vida, dos salários e da pobreza.
“Nós estaremos onde for necessário para que os direitos das pessoas sejam consagrados”, garantiu. “É preciso que haja resposta política para isso. E a única forma que os trabalhadores e o povo têm para exigir essa resposta é organizando-se, é lutando, é mobilizando-se”.
Posição sobre a guerra na Ucrânia
Acerca do discurso deste domingo, no qual criticou as opções políticas do PS e o comparou aos partidos de direita, Paulo Raimundo disse no Telejornal que os socialistas fizeram “de tudo para conseguir uma maioria absoluta”.
“Naquilo que são opções de fundo, as políticas do Governo do Partido Socialista, como se demonstra no Orçamento do Estado, correspondem às opções de fundo do PSD, do Chega e da Iniciativa Liberal”, defendeu.
Ainda assim, o novo secretário-geral comunista disse estar aberto ao diálogo. “Não desperdiçaremos nenhuma oportunidade para garantir, por exemplo, que esta situação com que estamos confrontados, com o aumento brutal do custo de vida, tenha rapidamente uma alteração”.
Questionado sobre se a guerra na Ucrânia resultou ou não de uma ocupação ilegítima pela Rússia, Paulo Raimundo considerou que “esse acontecimento é no seguimento de um conjunto de outros acontecimentos anteriores”.
Segundo o comunista, todo esse processo é condenado pelo PCP, para o qual “as maiores responsabilidades” estão nos Estados Unidos, na NATO, na União Europeia e na Rússia.
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