Ministério Público solicita prisão domiciliária para o presidente da Juve
Fraude contabilística e falsas comunicações ao mercado estão na origem deste pedido. Também Cristiano Ronaldo está envolvido neste processo.
O Ministério Público de Turim encerrou a sua investigação sobre as contas da Juventus e, na noite desta segunda-feira, vários meios de comunicação social italianos, publicaram importantes notícias sobre esta matéria.
Como relatado, entre outros, pelo Corriere della Sera e La Gazzetta dello Sport, os procuradores pediram uma medida de precaução (prisão domiciliária) para o presidente Andrea Agnelli, um pedido que o juiz de instrução rejeitou a 12 de outubro "por falta de requisitos de precaução" e incluíram, entre os investigados, o conselheiro delegado, Maurizio Arrivabene.
O objecto da investigação são os alegados ganhos de capital fictícios na compra e venda de jogadores de futebol, os salários cancelados durante a primeira vaga da Covid-19 e a falsa faturação: seria fraude contabilística e falsas comunicações ao mercado (a Juve está cotada na bolsa de valores).
De acordo com a reconstrução dos procuradores Marco Gianoglio, Mario Bendoni e Ciro Santoriello, após 11 meses de trabalho, entre 2018 e 2020 os valores de vários jogadores teriam sido decididos de "forma arbitrária", tendo em conta "as necessidades do balanço da época".
A mesma razão que teria levado ao adiamento dos pagamentos dos futebolistas em 2020, que teoricamente iriam desistir de quatro meses de salário, que, no final, se mantiveram apenas em um mês. Prova disso seriam documentos "privados e secretos", encontrados em escritórios fora do clube, nos quais a Juve se comprometia a pagar os salários "também em caso de transferência do jogador".
Entre estes documentos estaria também a "carta secreta" de Cristiano Ronaldo, um documento que de acordo com algumas escutas "não deveria existir". Os procuradores questionaram vários jogadores bianconeri e solicitaram também a presença do avançado portugês, que, através dos seus representantes legais, informou que não tinha viajado para Turim. Os movimentos sobre os salários dos jogadores teriam tido um efeito no orçamento aprovado em outubro de 2021 de 27 milhões de euros.
O Corriere della Sera dá conta que entre as mais-valias e salários "oficialmente cancelados e, em vez disso, apenas diferidos, teriam distorcido as contas". Em 2020 "foram declarados prejuízos de 209 milhões em vez de 222 milhões, com um património líquido positivo de 28 milhões em vez de um património líquido negativo de 175 milhões", e no ano anterior "prejuízos de 89 milhões em vez de 230 milhões e um património líquido de 239 milhões em vez de 47 milhões".
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