Inovação
Por Edgar Caetano, Jornalista
Esta é a newsletter mensal do Observador sobre Inovação. Temos encontro marcado na última segunda-feira de cada mês para lhe falar de como ela nos dá novos horizontes. Bem-vindo.
Ilustração: Maria Gralheiro
Edwin Van der Ouderaa não é o típico entrevistado de uma grande consultora. Diz, ao jornalista, que não quer falar em “dinossauros” na banca porque, se o fizer, o departamento de marketing da Accenture vai ralhar-lhe. Deu uma apresentação, no SAS Forum, a dizer que os bancos e seguradoras que não mudarem (quase) tudo na forma como trabalham não vão sobreviver aos próximos 10 anos — mas confidencia, também ao jornalista, que serão ainda menos anos (“só não quis assustar a audiência em demasia”).
A partir do contacto diário com os grandes clientes da consultora, o belga conhece bem as motivações e os receios dos banqueiros — e sabe que muitos deles não querem fazer o grande investimento tecnológico que falta fazer nesta área. Alguns vão comprando algumas fintech, aqui e ali, “para poder dizer, nas festas de cocktail, que estão a investir em inovação”.
Não chega, garante o Senior Managing Director de FS Digital e Analytics da Accenture. Não chega porque “a concorrência vem aí” e é mais enxuta do que os bancos tradicionais, pelo menos aqueles que não fizerem um caminho de modernização, olhando para o futuro como uma oportunidade e não como uma ameaça, porque “nunca houve tanta procura no mundo por serviços financeiros. Mas têm de ser serviços financeiros modernos, não os antigos”. Uma entrevista a não perder, tanto para quem tem uma conta bancária como para quem tem um banco.
Para quem gosta mais de falar em gastar dinheiro do que em gerir dinheiro, um texto que teve ótima leitura no Observador foi o relatório da CBRE sobre como os centros comerciais estão a renascer para tentar evitar o destino desolador que teve boa parte dos shopping malls dos EUA. Conheça os seus argumentos e forme a sua opinião sobre se os centros comerciais em Portugal vão conseguir evitar a morte.
Um outro tópico, ainda: depois de Angela Merkel vir a Braga inaugurar a nova unidade de investigação da Bosch, o desafio — disse-me o representante da empresa alemã em Portugal — é contratar os quadros qualificados que são necessários para a expansão. Esse é o tema de um artigo de opinião assinado por Rui Neves, CEO da Smart Consulting, da área das TI, que pergunta até quando, com o mercado de trabalho a pedir maçãs, lhe vamos dar limões? Daniel Traça, dean da (nova) Nova SBE que está a ser erigida em Carcavelos, também escreve sobre como as universidades se estão a preparar para este futuro de disrupção.
Obrigado por nos ler.
HORIZONTES
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BRAGABosch ganha novo centro. Desafio agora é contratar
Primeira paragem de Angela Merkel, na visita a Portugal, é a inauguração do novo centro de desenvolvimento em Braga. Líder da Bosch admite que o desafio é contratar gente qualificada suficiente.
COMÉRCIOPara fugir à morte, os shoppings estão a renascer
Dos EUA chegam imagens de centros comerciais que se tornaram "cidades-fantasma". Há risco de falências em massa na Europa e em Portugal? A CBRE está "convicta" de que não, desde que haja modernização.
UNIÃO EUROPEIA100 mil milhões de euros para a ciência europeia
O comissário da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, anunciou que a União Europeia vai disponibilizar 97,6 mil milhões de euros e que vai criar o Conselho Europeu de Inovação.
INOVAÇÃOAlunos apresentam colher comestível
Uma colher comestível e uma aplicação que permite aos invisuais reconhecerem cartões são dois dos projetos desenvolvidos por alunos do ensino básico e secundário e apresentados no Porto.
E AINDA
OPINIÃO
O desafio para as escolas de economia e gestão é fazer a ponte entre a criatividade, rigor e disciplina com tecnologia, flexibilidade para desaprender, sentido de propósito e resiliência.
Mais complicado do que encontrar novos clientes (e novos projectos tecnológicos) é recrutar os engenheiros que são necessários. Sobretudo com cada vez mais multinacionais a virem para Portugal.
É fundamental que o mercado da saúde em geral e o dos dispositivos médicos, em particular, seja suficientemente atrativo para manter e captar novos investimentos das empresas que nele operam.
O QUE VEM AÍ
MARCADOR
LIVRO DO MÊS
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