quarta-feira, 27 de junho de 2018

EXPRESSO

Paulo Luís de Castro
POR PAULO LUÍS DE CASTRO
 
As Escolhas do Editor
O Mundial de futebol mantém-se no habitual ritmo acelerado e non-stop dos primeiros quinze dias, a captar o interesse de milhões de adeptos à medida que se aproximam as primeiras decisões – quem segue e quem fica para trás. Portugal, campeão europeu, por lá continua, a jogar mal, como rezam todas as crónicas, mas a somar pontos, e a relançar a eterna discussão entre a ineficácia das vitórias morais do passado e o realismo resultadista que Fernando Santos imprimiu à seleção, com a imprescindível ajuda e protagonismo de Cristiano Ronaldo.

Mas o mundo não pára e vai muito para lá dos golos apontados na Rússia, e a semana que passou ficou claramente marcada pelos avanços e recuos de Donald Trump em torno da polémica separação dos filhos dos imigrantes ilegais apanhados na fronteira com o México. “Imoral”, “inaceitável”, “inadmissível” – apontaram, quase em coro, altas figuras internacionais e nacionais – nomeadamente a primeira-dama Melania e filha mais velha do Presidente, Ivanka – a propósito da colocação em jaulas de mais de 2300 menores, no espaço de cinco semanas, ordenada pela administração americana.

É por aqui que iniciamos a nossa habitual escolha de alguns dos temas publicados esta semana no Expresso Diário.

“As grades não são nada comparadas com a separação dos pais”. Mesmo dando calmantes às crianças
A badalada “tolerância zero” do Presidente dos EUA em relação aos migrantes sem documentos conheceu avanços e recuos. Face à pressão política e humanitária, Donald Trump pareceu recuar e assinou um decreto a proibir que as crianças fossem afastadas dos pais para, pouco depois, assegurar que continuará a agir com mão dura. Mais preocupante ainda parece ser a administração de enormes quantidades de psicotrópicos a essas crianças, entretanto revelada. “O sofrimento e o desamparo têm efeitos para toda a vida”, diz um dos psicólogos ouvidos pelo Expresso.

Refugiados. Portugal deve aprender com os erros da Europa, defendem especialistas
Os números revelados no mais recente relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados são brutais e alarmantes: em 2017 houve 68,5 milhões de pessoas deslocadas, e mais de metade eram crianças. Os problemas no Sudão do Sul, na República Democrática do Congo e com o êxodo dos muçulmanos rohingya de Myanmar ajudam a explicar esta realidade. O acolhimento de deslocados deve ser “imperativo nacional”, defende o presidente do Conselho Português para os Refugiados.

Porque fogem os rohingya?
A minoria muçulmana da antiga Birmânia é das mais perseguidas à face da Terra. Dos cerca de um milhão de rohingya, 700 mil já fugiram do país. Não se via um êxodo humano assim desde o genocídio no Ruanda. Foi este o tema abordado na nossa habitual rubrica 2:59, jornalismo de dados para explicar o Mundo.

Acionista da TAP disponível para “ajudar” Governo a resolver o problema do aeroporto
Há muito congestionado e a rebentar pelas costuras, o aeroporto de Lisboa é um muito mau cartão de visita para quem ali aterra pela primeira vez. David Neeleman, o acionista privado da TAP, nunca tinha visitado Portugal antes da privatização mas agora adora o país e diz-se apaixonado pelo Porto. Mas há um “pequeno” problema: o aeroporto Humberto Delgado, que está saturado. O americano disse-o a António Costa, num encontro que decorreu na semana passada, em Nova Iorque, no jantar anual da Câmara de Comércio luso-americana que foi presidido pelo primeiro-ministro, então em viagem oficial aos Estados Unidos. Veja o vídeo, a que o Expresso teve acesso, onde Neeleman assume que “o país inteiro depende da TAP” e se mostra disposto a “ajudar, porque precisamos e o país merece-o”.

PSD: um líder à frente de uma orquestra desafinada
Rui Rio foi às jornadas parlamentares do PSD explicar a sua receita para fazer oposição. Mas o grupo parlamentar não é o seu terreno: o líder dos sociais-democratas não é deputado, os 89 deputados do partido não foram escolhidos por ele, e ele foi escolhido pelo PSD contra a vontade da maioria dos deputados. Recebido com frieza, só ouviu aplausos quando malhou no Governo. E admitiu, mais uma vez, a hipótese de perder as eleições...

Escândado Dieselgate: CEO da Audi em prisão preventiva
Três anos depois do escândalo Dieselgate abalar a indústria automóvel, apertou-se o cerco da justiça aos protagonistas do grupo Volkswagen. A polícia deteve na segunda-feira Rupert Stadler, presidente executivo da Audi, uma marca do universo VW, por suspeita de fraude e falsas declarações no caso da manipulação das emissões poluentes. Mas a sua detenção foi uma surpresa, tendo em conta que o escândalo rebentara na Volkswagen sem que os gestores entretanto despedidos tenham sido detidos.

PS ou PSD: que Governos são mais amigos da natalidade?
O PSD tomou a dianteira e propôs um generoso pacote de incentivos às famílias com filhos. António Costa quer os parceiros sociais a discutir políticas de conciliação entre trabalho e família. Enquanto os dois partidos disputam o protagonismo nos incentivos à natalidade, fomos saber qual dos dois – PS ou PSD – fez mais quando esteve no Governo.

Costa ignora ‘revolta’ na bancada do PS por causa da Concertação
No início da semana, o primeiro-ministro assinou e elogiou o acordo de Concertação Social que levantou dúvidas à bancada socialista. Na cerimónia oficial de assinatura, António Costa disse que “a existência de um acordo é, por si só, um bom sinal”. E sublinhou que as alterações à legislação laboral são para levar para a frente, em jeito de recado para o interior do PS – alguns deputados dizem que este acordo esvazia o parlamento das suas competências legislativas – e também para os parceiros da geringonça.

Merkel: quem não estiver do lado desta mulher ainda não percebeu o que se está a passar
Angela Merkel é a diplomata do momento ao serviço da Europa. Desde segunda-feira que a chanceler alemã e líder da maior economia europeia, o país que mais migrantes e refugiados recebeu e recebe na União Europeia, anda numa roda-viva. A tarefa é tentar convencer os líderes europeus a remendarem com ela os rasgões no tecido comum provocados pelas punhaladas dos eurocéticos. Em casa, o ministro do Interior e parceiro de coligação mostrou que pode enfrentá-la, impondo-lhe um prazo desconfortável para que resolva a crise que mais divide os Estados-membros, porém Horst Seehofer pode bem ter mais a perder do que a ganhar.

Boas leituras e bom fim de semana.

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