quinta-feira, 28 de junho de 2018

OBSERVADOR

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Startups

Por Ana Pimentel, Editora de Tecnologia e Startups
Há nove anos, Heini Zachariassen estava parado num supermercado, a olhar para as prateleiras do vinho, sem saber que garrafa escolher. Hoje, graças a ele, quando eu estou num supermercado, parada à frente das mesmas prateleiras, abro a Vivino, tiro fotografias, escolho uma das opções com um nível de confiança um bocadinho acrescido, digo “seja o que Baco quiser” e arrisco. As indecisões do dinamarquês não lhe deram dores de cabeça — ao contrário das minhas, que me dão enxaquecas –, mas deram-lhe a app que convenceu investidores como Christophe Navarre, ex-presidente da Moët Hennessy (do Grupo LVMH), a financiá-la em 48 milhões de euros nos últimos anos.
A plataforma que Heini quer que seja uma Amazon do Vinho ajuda 31 milhões de pessoas a procurar críticas e avaliações aos mais de 9 milhões de néctares presentes na app, mas ainda não é um negócio sustentável. Gratuita, tem um modelo de negócio inteiramente assente no comércio eletrónico — nos EUA e nos principais mercados europeus já é possível comprar na app os vinhos que os utilizadores pesquisam e, dessa venda, a Vivino fica com uma parte. Nós, comuns mortais apreciadores de um bom copo de vinho para refrescar, relaxar ou festejar limitamo-nos a rezar para que a Vivino não nos defraude na escolha e pomos aquele ar seguro e confiante quando os amigos provam o néctar que levámos: “É bom, não é?”
Se esta newsletter vos deixou com sede e fome de verão e nunca ouviram falar da Vivino, não se apoquentem. Quando saírem do trabalho, passem num supermercado e levem esta lista de refrescos — nada vos dará mais confiança do que a sabedoria e bom gosto de uma jornalista como a Ana Cristina Marques. Se quiserem que seja perfeito, liguem o Spotify: não há vinho de verão que resista a este cocktail — morangos, cerejas e um beijo na primavera.
Até terça!

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