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CRISTINA PERES
JORNALISTA DE INTERNACIONAL
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Ceci n’est pas une partie de foot. Isto não é um jogo de futebol
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O que têm em comum os Estados Unidos, a Índia e a Síria? Contam-se entre os dez países do mundo onde as mulheres correm mais perigos. Os outros são o Iémen, o Afeganistão, a Nigéria, o Paquistão, a Arábia Saudita, a Somália e a República Democrática do Congo. Surpreendido? Este é o resultado da sondagem 2018 da Fundação Thomson Reuters que, há sete anos, investigou e apurou pela primeira vez quais eram os cinco países mais perigosos para o género feminino baseando a sua análise em áreas-chave como o acesso à saúde, discriminação no acesso a recursos económicos, tradições culturais, violência sexual, violência não-sexual e tráfico de seres humanos. Em 2018, abrangeram dez países, lembrando que, ainda há três anos, os líderes mundiais comprometeram-se a eliminar todas as formas de violência contras as mulheres e raparigas em 2030. Se fosse cumprido permitiria às mulheres viverem em liberdade, garantindo-lhes segurança para participarem na vida política, económica e pública com igualdade. O estudo apurou que, por enquanto, uma em cada três mulheres é vítima de violência ou de violência sexual. A Aljazeera falou com responsáveis. Consulte aqui a classificação de 2018 por país e área-chave. A passo de caracol: esta foi a semana em que as mulheres sauditas foram autorizadas a conduzir pela primeira vez. E ainda ontem, Keiko Iharo, uma corredora de automóveis, tornou-se a primeira diretora na história da Nissan. O maior produtor de carros do Japão junta-se assim ao conjunto de empresas que começa a contrariar e esmagadora desigualdade de género que faz que quatro em cada cinco empresas nipónicas não tenham uma única mulher nas suas direções. O Japão ocupa o 114º lugar no ranking da diversidade de género do Fórum Económico Mundial. A par dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita. |
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OUTRAS NOTÍCIAS Isto, sim, já é futebol: os resultados dos jogos de ontem no Mundial foram variados e, ao fim de 37 jogos, até houve um 0-0, o que não parece nada desejável. Argentina, Croácia e Peru avançaram. Um “pico de tensão” obrigou os paramédicos a assistir Diego Maradonaenquanto este assistia ao jogo da seleção argentina. Hoje às 15h a Coreia joga com a Alemanha e o México com a Suécia, às 19h é a vez da Sérvia e do Brasil, e da Suíça com a Costa Rica. Mas como disto qualquer pessoa percebe mais do que eu, deixo os links daqueles que não podem falhar: aqui e aqui.
Fique também a saber aqui porque razão Bruno de Carvalho não se poderá voltar a candidatar à presidência do Sporting em 8 de setembro, por muito que afirme que o fará. Parece que só um milagre o fará escapar a uma suspensão. Leia aqui o que diz o candidato Frederico Varandas.
Portugal vai receber parte dos refugiados que se encontram a bordo do navio “Lifeline”, anúncio feito ontem pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Depois de Malta e Itália terem recusado autorizar o desembarque nos seus territórios, Portugal vai fazer parte da solução para as centenas de pessoas que navegam há semanas no Mediterrâneo. O navio atracou ontem em Malta, país a partir do qual será feita a distribuição de pessoas pelos vários Estados-membros. O número que cabe a Portugal não está ainda definido, mas os preparativos para recebê-los já começaram.
A resposta da Áustria à questão dos refugiados não é bonita. Em reação à querela na vizinha Alemanha que divide a coligação em Berlim, o Governo austríaco começou exercícios de larga escala na fronteira com a Eslovénia. Durante a crise de 2015, o país acolheu mais de 1% da sua população em requerentes de asilo. Desde então, a coligação de direita e extrema-direita que venceu as eleições prometeu que não se repetirão tais irregularidades com os migrantes. A operação “ProBorders” vai garantir que se cumpra a sua vontade. A opinião de Miguel Sousa Tavares.
Carlos Cruz venceu o recurso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que deu razão ao ex-apresentador, declarando que o Tribunal da Relação de Lisboa violou o direito de Cruz apresentar novas provas de defesa no processo Casa Pia. “Gostava que CC visse reconhecida em vida a sua inocência”, afirmou o seu advogado de defesa, Ricardo Sá Fernandes.
Panama Papers: Nova fuga de informação revela mais segredos financeiros de LionelMessi, da família Cartier e do Presidente da Argentina, Mauricio Macri. Leia aqui.
O podcast Comissão Política #40 é categórico: Rui Rio não tem o país aos pés nem o partido nas mãos. Ouça aqui.
A greve dos professores às avaliações vai ter serviços mínimos. A decisão foi tomada pelo colégio arbitral que foi constituído para avaliar o pedido do Ministério da Educação para a existência de serviços mínimos. Sindicatos estão contra. Leia mais aqui.
As escolas vão ser obrigadas a abrir as cantinas durante todo o ano, diz despacho do Governo para 2018/19, garantindo assim refeições no Natal e na Páscoa. Distribuição de fruta chega ao pré-escolar e câmaras perguntam quem a pagará.
O Governo abre a porta a salário mínimo acima dos €600. A decisão envolve centenas de milhares de pessoas num dos países europeus em que o salário mínimo mais conta.
O título é maravilhoso: “Presidente Macron tem do Papa o dobro do tempo que Trump teve”. Claro que interessa é o que quer dizer, que Emmanuel Macron, chefe de Estado de um país laico, marca pontos até nas suas relações religiosas. Sim, Francisco é o diplomata-dos-diplomatas, à porta fechada durante 57 minutos é uma audiência invulgarmente longa. Sabe-se que falaram longamente de questões ligadas às migrações, sobre a crise no Médio Oriente e o futuro da unidade na UE…
A UNODC, secção da ONU que trata das drogas e do crime em todo o mundo, lançou o relatório anual sobre o estado da arte. A atualização é alarmante: 5% dos adultos de todo o mundo consumiram drogas pelo menos uma vez em 2015. Desde então, a epidemia global dos opiáceos piorou, não só nos Estados Unidos como em África e na Ásia. Pior, opiáceos como fentanyl e tramadol estão relacionados com dois terços das mortes mundiais relacionadas com adição. Como se não bastasse, a produção de ópio no Afeganistão e a manufatura de cocaína na Colômbia estão em alta, só ultrapassadas pela produção de substâncias psicoativas sintéticas. Tudo isto faz parecer a legalização da marijuana (no Canadá, na semana passada) uma esquálida corrida contra o tempo. Leia aqui sobre o impacto dos analgésicos na vida de grandes estrelas da música.
O Supremo Tribunal dos EUA apoiou a decisão de Donald Trump de banir uma lista de sete países, na maioria muçulmanos, das entradas no seu território. A Casa Branca chama à votação 5-4 uma “tremenda vitória” o facto de os juízes assim terem votado que a proibição pertence ao âmbito de atribuições do Presidente Trump, ou seja, Trump tem direito a pronunciar-se a este nível sobre política segurança nacional. Nos cartazes das manifestações de rua lia-se “Parem o ataque de Trump à liberdade, justiça e igualdade! Marcharemos juntos”… Veja aqui.
A guerra comercial declarada pelo PR dos EUA ao parceiros comerciais tradicionais tem episódios anedóticos. A revista “New Yorker” explica como a Harley-Davidson vai passar a produção de motas destinadas para o mercado europeu dos Estados Unidos para o Brazil, a Índia e a Tailândia. Depois de a UE ter aumentado as tarifas às motas fabricadas nos EUA em retaliação aos aumentos de tarifas impostos pela Casa Branca ao aço e alumínio europeus, a Harley fez as contas: continuar a produzir no Wisconsin equivaleria a um custo adicional de €100 milhões/ano.
Representantes de alto nível da Eritreia e da Etiópia reuniram-se pela primeira vez em 20 anos. Este encontro teve origem na declaração da semana passada do primeiro-ministro etíope, que admitiu atribuir à Eritreia territórios disputados em consequência de um acordo de paz.
Em Teerão, o Grande Bazar teve de ser encerrado pelas autoridades para conter o grande protesto que está há dois dias consecutivos a ressoar contra o aumento dos preços e a perda de poder de compra da moeda iraniana. Um euro compra hoje cerca de 90 mil riais no mercado paralelo quando, em janeiro, comprava 43 mil. O último protesto desta escala aconteceu em 2012 e levou à mudança de governo, abrindo o país a negociações com potências internacionais que desembocaram no acordo nucelar. O Presidente Hassan Rouhani promete que o Governo vai ser capaz de aguentar a pressão económica ditada pelas novas sanções impostas por Washington.
Entretanto, no Palácio de Buckingham, a rainha Isabel II, chefe da Commonwealth, recebeu os vencedores do The Queen’s Young Leaders, que foram premiados pelos seus feitos inspiradores. A cerimónia transmitida em direto no Facebook foi tudo menos indiferente a milhões de corações e uma média de 7,4 mil espetadores em simultâneo. A Commonwealth, sim, o que resta do antigo império britânico. A “Harpers Bazaar” garante que Meghan Markle vestia Prada.
FRASES “Não podemos deixar a história nas mãos de gente xenófoba e egoísta”, D. António Marto, o bispo de Leiria-Fátima que será o novo cardeal a partir de amanhã, ao Público
“A história da seleção não começou na Madeira com Cristiano Ronaldo”, Carlos Queiroz, treinador da seleção iraniana, ao Público
“A revisão da carreira é um trabalho para fazer sem pressão”, Alexandra Leitão, secretária de Estado Adjunta e da Educação ao Negócios
“Consumo de álcool subiu nas mulheres e a partir dos 45 anos”, Manuel Cardoso, subdiretor do SICAD ao DN
O QUE ANDO A LER A minha colega e amiga (a ordem é esta porque nos conhecemos no Expresso) Luísa Meireleslançou ontem a biografia do general Loureiro dos Santos na Assembleia da República “O que tem de ser tem muita força”(Temas e Debates Círculo de Leitores). O leitor deve ter dado por isso porque uma promoção competente não deixou que o lançamento passasse despercebido (aqui um exemplo). Promoção competente, assunto de interesse nacional e o rigor da Luísa. É um livro cheio de histórias, para lá da História que faz, e por isso não resisto a contar uma que está relacionada com o meu interesse pelo livro. Em plena crise da Georgia de 2008 (houve outras!), separatismos, Abkazias, Transnístrias, aquelas questões mal ou nunca resolvidas que resultam às vezes em declarações de independência como aconteceu em 2014 à Crimeia, tive por missão falar com quem explicasse que estávamos em plena nova Guerra Fria. Eu não concordava com a ideia, mas os generais argumentariam certamente melhor. Depois de reportar as discordâncias de vários entrevistados e de não ter conseguido ainda dissuadir a ideia na origem, eis que o general Loureiro dos Santos me atende o telefone.“Ah, e na na na… Guerra Fria…?”, lá repeti eu. Do outro lado, recebo este maravilhoso presente de volta: “Guerra Fria coisa nenhuma!”. Obrigada, general, a insistência morreu logo ali!
É o fim do Curto desta quarta-feira, que lhe desejo suave e à medida das suas necessidades e desejos. Daqui lhe recomendo que vá espreitando www.expresso.pt, e não perca o Expresso Diário às 18h… O Mundial está na Tribuna e também aqui. Até breve. |
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