OUTRAS NOTÍCIASPouco passava das sete da manhã quando se soube ter sido
encontrado o que será um cinto de bombas num caixote de lixo em Paris (
notícia do Expresso aqui). O
The Guardian conta que
a rua foi selada e,
segundo a CNN, as autoridades vão agora confirmar se o objeto tem de facto explosivos.
Em Bruxelas, mantém-se o estado de alerta – e a ansiedade, relata o mesmo
The Guardian.
Os Estados Unidos emitiram um alerta global a viajantes, pedindo-lhes que estejam vigilantes tendo em conta
a ameaça real de ataques em diversas regiões. A Rússia já bombardeou 472 alvos do Daesh,
em dois dias.
“
É inevitável repor o controlo de fronteiras, mesmo que isso contrarie o sonho europeu”, considera
Miguel Sousa Tavares. À medida que a vigilância aperta, o Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, adapta-se.
Segundo o El Pais,
os terroristas estão a trocar o Facebook pela rede social Telegram para comunicarem.
Será
hoje publicada a execução orçamental do último mês e espera-se que o secretário de Estado
Paulo Núncio explique a trapalhada da sobretaxa de IRS. O bastonário dos contabilistas
acusou ontem o Governo de
mentir intencionalmente sobre a matéria, por ter dito até às eleições que o Estado devolveria um terço do imposto e afinal devolver… zero.
Os juízes queixam-se de falta de pessoal mas podem acabar por ter assessores de imprensa.
Segundo o DN, o
Conselho Superior da Magistratura quer que os juízes passem a ter de explicar processos mais mediáticos. Já há um "Plano de Comunicação" em curso.
Fisco obriga contribuintes a rever faturas do IRS que já foram validadas,
revela o Negócios em manchete. Em causa estão contribuintes que tenham faturas de empresas que tenham mudado os seus códigos de classificação de atividade económica (CAE), sendo que muitas foram notificadas nesse sentido pelo Fisco ao longo do ano, por terem faturas fora da sua atividade. Se estes contribuintes não voltarem ao Portal das Finanças para rever faturas, arriscam-se a perder os benefícios fiscais associados.
A
Segurança Social tem um novo portal eletrónico,
conta o Correio da Manhã.
A Gateway comprometeu-se a manter a TAP em Lisboa - mas não no mesmo local.
Segundo o Jornal de Notícias, a
transportadora aérea quer vender os terrenos à volta do aeroporto de Lisboa onde tem sede, escritórios e oficinas. São medidas para reestruturar a empresa e diminuir o passivo, segundo o diário, que diz que os franceses da Vinci, que donos da Ana, são os compradores naturais.
Pequenas e não lucrativas. Segundo dados do Banco de Portugal,
antecipados pelo Económico,
nove em cada dez empresas portuguesas empregam menos de dez trabalhadores e faturam menos de dois milhões de euros por ano. Em média, a rendibilidade líquida destas empresas foi negativa no ano passado: -3% do seu volume de negócios.
Grandes e lucrativas: Sonae, Portucel, Semapa, Altri, Corticeira Amorim e Jerónimo Martins já anunciaram o
pagamento de dividendos extraordinários. Como
explica o Negócios, é uma corrida anormal para distribuir lucros antes que acabe o ano. Ou antes que o governo Costa aumente impostos?...
O título do dia, sobre a
fusão entre a Pfizer e a Allergan,
é do Económico e
do Público: “
Fabricante do Viagra compra dona do Botox”. Nos Estados Unidos,
o Vox diz que a operação é uma forma monumental de pagar menos impostos.
O peso da
economia paralela em Angola é de 60% do total. Em
Moçambique, a descida do preço do petróleo está complicar os investimentos na exploração do gás natural,
avança o Financial Times.
A
Universidade Nova de Lisboa é a 45ª melhor do mundo entre as que têm menos de 50 anos. Ainda assim, desceu este ano nove lugares
na lista “QS Top Under 50”.
Parece um paradoxo, mas é literal:
Viver debaixo da ponte dentro de casa. Eis uma
reportagem da Renascença, com texto de João Carlos Malta e fotografia de Joana Bougard, sobre o que parece insólito. Casas debaixo da Ponte 25 de Abril, em Lisboa, e quem lá mora. Falta silêncio, sobram objetos voadores.
Um
marinheiro russo encalhou um navio cargueirode sete mil toneladas a toda a velocidade.
Estava bêbado.
O
rei da Suécia quer acabar com as banheiras.
Para poupar água. (Esther Greenwood, do romance de “The Bell Jar”, não gostaria disso. Já lá vamos).
Um adolescente demorou
cinco segundos a resolver o cubo mágico. É um
novo recorde mundial.
FRASES“
O Presidente da República já não é dono da realidade que julgou ter criado”,
Fernando Sobral,
no Negócios.
“
O presidente quis parar o relógio”.
Miguel Guedes no JN.
“
Falta uma sétima [condição] para dar estabilidade ao próximo governo: substituir rapidamente o Presidente.”
Sérgio Figueiredo,
no DN.
“
O modelo de um Presidente no altar, distante, higiénico e protocolar, está esgotado”,
António Almeida Henriques,
no CM.
“
Pelos vistos, os compromissos europeus da República em torno de aborrecimentos como o défice e a dívida são hoje obstáculos dóceis”, ironiza
Francisco Mendes da Silva,
no Económico, referindo-se ao programa do PS.
“
As emoções são contagiosas”, diz o psicólogo
Vítor Coelho,
no DN.
O QUE EU ANDO A LER“Era um verão estranho, sufocante, o verão em que eletrocutaram os Rosenberg, e eu não sabia o que estava a fazer em Nova Iorque.” Assim começa
“The Bell Jar”, de Sylvia Plath, que teria feito 80 anos há semana e meia se não tivesse morrido – se não se tivesse suicidado – aos 30, um mês depois de publicar este romance, o único de uma obra que inclui poesia, contos e um diário publicado depois da sua morte. Em Portugal, “
A Campânula de Vidro” foi editado pela
Assírio & Alvim em 2002, a edição está esgotada.
É um livro maravilhosamente escrito, sobre uma rapariga, Esther Greenwood, que se vê em Nova Iorque a estagiar numa revista, que lhe dá acesso a uma vida faustosa que na verdade a enfada, pela superficialidade do que deslumbra (todas as) outras estagiárias. A narrativa subsequente permite comparar a personagem Esther com a autora Sylvia, até pela depressão de ambas. Era em banhos de imersão que Esther se salvava das tristezas, dos nervos, das ausências das paixões, num ritual de que saía “pura como um bebé”. E mais não conto, só recomendo. É um livro murro-nos-queixos com a suavidade de beijos. (Ted Hughes, marido de Sylvia Plath,
haveria de escrever-lhe um poema, conhecido há poucos anos, chamado “Última Carta”/“
Last Letter”).
Recomendo também
“O Retorno”, romance de
Dulce Maria Cardoso, editado em 2011 pela
Tinta da China, que já vai na nona edição. No próximo sábado,
conversarei com a escritora sobre este livro, depois de uma leitura encenada pela atriz e encenadora Mónica Calle. É às 17 horas, na Galeria Av. da Índia, ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa. O Debate insere-se no projeto “
Retornar – Traços de Memória”, uma iniciativa da
EGEAC pelos 40 anos do chamado retorno das ex-colónias portuguesas.
O romance conta, pela voz de um adolescente, a chegada dos que foram chamados de retornados a um país que os recebeu com as pedras na boca e os braços fechados. A escrita é veloz, a leitura é vívida e violenta. E quem quer saber como foi, pelo espelho ou pela fotografia, encontra em “O Retorno” mais do que a memória dos que estavam quis guardar. O preconceito perdura. O livro perdurará. O começo é em Luanda, véspera de viagem na ponte aérea de 1975:
“Mas na metrópole há cerejas. Cerejas grandes e luzidias que as raparigas põem nas orelhas a fazer de brincos. Raparigas bonitas como só as da metrópole podem ser. As raparigas daqui não sabem como são as cerejas, dizem que são como as pitangas. Ainda que sejam, nunca as vi com brincos de pitangas a rirem-se umas com as outras como as raparigas de metrópole fazem nas fotografias”.Foi há quarenta anos. Amanhã é 25 de novembro. Talvez haja governo.
Até amanhã. Até já. Tenha um dia bom.
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