Os trabalhadores desta empresa vão todos receber 5500 euros por mês... o mesmo que o presidente
Dan Price ganhava um milhão de dólares por ano, mas agora vai passar a receber 70 mil, para poder dar um aumento a todos os seus trabalhadores.
Dan Price fundou uma empresa de processamento de pagamentos de cartões de crédito em 2004, quando tinha apenas 19 anos. 11 anos depois, a empresa faz 2,2 milhões de dólares em lucros anuais, e o salário de Dan Price, ainda presidente da Gravity Payments, atinge quase um milhão de dólares por ano.
Pelo menos era assim até esta segunda-feira, quando Price anunciou à sua equipa de 120 trabalhadores que ia reduzir o próprio salário e usar cerca de 75% dos lucros previstos para dar um aumento a todos os trabalhadores. Cada empregado da Gravity Payments, em Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, vai receber 70 mil dólares anuais, o que representa cerca de 5500 euros mensais.
A ideia, conta o jornal New York Times, surgiu a Price quando leu um artigo científico que mostrava que, para as pessoas que ganham menos de 70 mil dólares por ano, um pouco de dinheiro extra faz com que sejam significativamente mais felizes. Decidiu então baixar o seu próprio salário para 70 mil dólares, em vez do milhão que recebia antes, para poder aumentar todos os seus trabalhadores para pelo menos esse valor.
"Mais alguém se está a passar?" perguntou Dan Price na sala de conferência onde apresentou o aumento aos empregados, quando estes pararam de aplaudir. "É que eu estou-me a passar."
O aumento vai ser gradual até 2017, quando todos os trabalhadores vão estar a ganhar pelo menos 70 mil dólares anuais. Alguns dos trabalhadores da empresa vão ver o seu salário duplicado graças à medida.
Dan Price diz que também foi influenciado, ao tomar a sua decisão, pela grande separação que existe entre os salários de executivos e dos trabalhadores das empresas. Price diz que não há motivo para que ele receba uma quantidade de dinheiro tão maior do que a dos restantes trabalhadores, visto que não precisa de tanto para viver. "É absurdo", disse ao New York Times. "Por muito capitalista que seja, não há nada no mercado que me esteja a levar a fazer isto".
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ANTÓNIO FONSECA
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