terça-feira, 17 de abril de 2018

HEMOFILIA

Hemofilia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Hemofilia
Um casal com um homem sadio e uma mulher portadora podem ter uma criança do sexo masculino sadia e uma hemofílico, ou uma criança do sexo feminino sadia e outra portadora.
Especialidadehematologia
Classificação e recursos externos
CID-10D66-D68
CID-9286
MedlinePlus000537
eMedicinemed/3528
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 
Hemofilia é um grupo de doenças genéticas hereditárias que prejudicam a capacidade do corpo em controlar a circulação do sangue ou coagulação, o qual é utilizado para parar a hemorragia de um vaso sanguíneo, quando é quebrado. A hemofilia A (deficiência de fator VIII de coagulação) é a forma mais comum de desordem, presente em cerca de 1 em 5.000-10.000 nascimentos do sexo masculino.[1] A hemofilia B (deficiência do fator IX) ocorre em cerca de 1 em aproximadamente 20,000-34,000 nascimentos do sexo masculino.
Como a maioria recessiva ligada ao sexocromossomopatias X, é mais provável a hemofilia ocorrer em homens do que em mulheres. Isso ocorre porque as mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens têm apenas um, de modo que o gene defeituoso está garantido a se manifestar em qualquer homem que o carrega. Como as mulheres têm dois cromossomos X e hemofilia é rara, a chance de uma mulher ter duas cópias defeituosas do gene é muito remota, por isso as mulheres são quase exclusivamente portadoras assintomáticas da doença. Mulheres portadoras podem herdar o gene defeituoso de ambos a sua mãe ou pai, ou pode ser uma mutação nova. Embora não seja impossível uma mulher ter hemofilia, é incomum: uma mulher com hemofilia A ou B, teria que ser a filha de ambos hemofílicos transportadores homem e mulher, enquanto que a hemofilia C não ligação ao sexo é devida à deficiência de fator XI coagulante, que pode afetar ambos os sexos, é mais comum em judeus de ascendência asquenazes (leste europeu),[2] mas rara em outros grupos populacionais.

sexo masculino.
Como a maioria recessiva ligada ao sexocromossomopatias X, é mais provável a hemofilia ocorrer em homens do que em mulheres. Isso ocorre porque as mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens têm apenas um, de modo que o gene defeituoso está garantido a se manifestar em qualquer homem que o carrega. Como as mulheres têm dois cromossomos X e hemofilia é rara, a chance de uma mulher ter duas cópias defeituosas do gene é muito remota, por isso as mulheres são quase exclusivamente portadoras assintomáticas da doença. Mulheres portadoras podem herdar o gene defeituoso de ambos a sua mãe ou pai, ou pode ser uma mutação nova. Embora não seja impossível uma mulher ter hemofilia, é incomum: uma mulher com hemofilia A ou B, teria que ser a filha de ambos hemofílicos transportadores homem e mulher, enquanto que a hemofilia C não ligação ao sexo é devida à deficiência de fator XI coagulante, que pode afetar ambos os sexos, é mais comum em judeus de ascendência asquenazes (leste europeu),[2] mas rara em outros grupos populacionais.
A hemofilia reduz os níveis do fator de coagulação do plasma sanguíneo[3]dos fatores de coagulação necessários para um processo de coagulação normal. Assim, quando um vaso sanguíneo é lesado, a sarna temporária se forma, mas os factores de coagulação em falta evitam a formação de fibrina, que é necessária para manter o coágulo do sangue. Um hemofílico não sangra mais intensamente do que uma pessoa sem ele, mas pode sangrar por muito mais tempo. Em hemofílicos graves, mesmo uma pequena lesão pode resultar em perda de sangue durando dias ou semanas, ou mesmo nunca curar completamente. Em áreas como o cérebro ou articulações internas, isso pode ser fatal ou permanentemente debilitante.

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Os sintomas característicos variam de acordo com a gravidade. Em geral os sintomas são episódios de sangramento interno ou externo, que são chamados de "sangrias".[4] Pacientes com hemofilia mais grave sofrem sangramentos mais graves e mais frequentes, enquanto os pacientes com hemofilia leve geralmente sofrem os sintomas mais leves, exceto após a cirurgia ou trauma grave. Hemofílicos moderados têm sintomas variáveis ​​que se manifestam ao longo de um espectro entre formas graves e leves.
Em ambas hemofilias A e B, ocorre sangramento espontâneo, mas um tempo de sangramento normal, tempo de protrombina normal, o tempo normal de trombina, mas prolonga o tempo de tromboplastina parcial. Hemorragia interna é comum em pessoas com hemofilia A grave e algumas pessoas com hemofilia moderada. O tipo mais característico de hemorragia interna é um sangramento articular onde o sangue entra nos espaços articulares.[5] Isso é mais comum com os hemofílicos graves e podem ocorrer espontaneamente (sem trauma evidente). Se não for tratada rapidamente, hemorragias nas articulações podem levar a lesões articulares permanentes e desfiguração.[5]Sangramento em tecidos moles, como músculos e tecidos subcutâneos é menos grave, mas pode levar a danos e requer tratamento.

História[editar | editar código-fonte]

Talmude e os rabinos subsequentes conheciam a hemofilia, e sabiam que a transmissão hereditária se dava através da mãe, que não sofria da doença.[6] Segundo o Talmude uma criança não deveria ser circuncidada se já tivessem morrido dois irmãos em tal procedimento, ou mesmo se houvessem morrido dois primos, filhos de irmãs:[7]
Porque foi ensinado: se ela circuncidou o primeiro filho, e ele morreu, e um segundo filho também morreu, ela não deve circuncidar O terceiro filho. (...) Aconteceu uma vez com quatro irmãs de Séforis, que a primeira circuncidou seu filho, e ele morreu, em seguida a segunda circuncidou e ele também morreu, e quando a terceira circuncidou, ele também morreu. A quarta foi ao Rabino Simeon ben Gamaliel, e ele disse que ela não deveria circuncidar seu filho, mas é possível que ele teria dito a mesma coisa para a terceira irmã.
No século XII, o médico árabe Abulcasis descreveu um caso de uma família cujos homens haviam morrido de sangramento após pequenos ferimentos. Em 1803, o médico norte-americano John Conrad constatou que havia "tendências a sangramentos em algumas famílias." Ele chegou a conclusão que a doença era hereditária e acometia mais homens do que mulheres.
O termo hemofilia apareceu pela primeira vez em 1828 por Hopff da Universidade de Zurique. Em 1937, Patek e Taylor, dois médicos de Harvard descobriram a globulina anti-hemofílica. Pavlosky, um médico de Buenos Aires, separou a Hemofilia A e Hemofilia B laboratorialmente. Este teste era feito transferindo o sangue de um hemofílico para outro hemofílico. O fato corrigia o sangramento, comprovando que havia mais de um tipo de hemofilia.
A hemofilia é, muitas vezes, associada à história da Monarquia na Europa. A rainha Vitória passou a doença ao seu filho Leopoldo,[8] e através de várias das suas filhas, a várias famílias reais Europeias, incluindo as famílias reais da EspanhaAlemanha, e RússiaAlexei Romanov, filho do Czar Nicolau II da Rússia, foi um dos descendentes da Rainha Vitória que herdou a doença.
Durante as décadas de 1970 e 1980 a falta de outras modalidades de tratamento e a insuficiência de tecnologia para diagnosticar alguns vírus como o da AIDS acarretou em contaminação em grande escala da população hemofílica que dependiam de constantes transfusõesde sangue. Mas este é um cenário que não está totalmente no passado, a maioria absoluta, em torno de 75%, da população mundial de hemofílicos não dispõe dos medicamentos básicos para o tratamento desta patologia, ficando ainda, estes, sujeitos às transfusões de sangue que pode lhes salvar a vida como também pode tirá-la.
rainha Vitória passou a hemofilia para muitos dos seus descendentes.
Alexei Nikolaevich Romanov(1904-1918), filho de Nicolau II, último imperador da Rússia, era hemofílico.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

  • Dosagens dos respectivos fatores de coagulação.
  • No caso de deficiência do fator VIII deve-se procurar diferenciar a doença da doença de von Willebrand. Na doença de von Willebrand pode ocorrer também uma diminuição do fator VIII.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Não há cura para a hemofilia,mas existem vários estudos que procuram a melhora do tratamento. Controla-se a doença com injeções regulares dos fatores de coagulação deficientes. Alguns hemofílicos desenvolvem anticorpos (chamadas de inibidores) contra os fatores que lhe são dados através do tratamento.
  • Severa: o paciente deve receber produtor do plasma para evitar ou controlar episódios de sangramento durante toda sua vida. O nível dos fatores tem que ser elevado pra +/- 30%
Preparações terapêuticas pro fator VIII: CRIOPRECIPITADO e concentrado liofilizado de fator VIII comerciais.
O concentrado de fator IX existe sob a forma de proteína isolada (Concentrado de Fator IX liofilizado) ou sob a forma de "complexo de protrombina concentrado" liofilizado que é uma mistura contendo os fatores (II, V, VII e IX) que se apresenta também sob forma de liófilo.
  • Leve: terapêutica de reposição apenas depois de um trauma ou para evitar sangramento pós-operatório.
Mais recentemente apareceram os concentrados comerciais de Fator VIII e IX advindos da engenharia genética, esses produtos não são obtidos a partir da purificação do plasma humano, mas sim da manipulação de organismos transgênicos que carregam o gene que expressa as referidas proteínas.

Fisioterapia[editar | editar código-fonte]

Faz toda diferença na hemofilia, tanto prevenindo as intercorrências hemorrágicas, devido ao fortalecimento da musculatura, bem como acelerando a recuperação e eliminando ou diminuindo drasticamente a possibilidade de sequelas.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

No Brasil, o cartunista Henfil e seu irmão, o cientista social Betinho, entre tantos outros anônimos, foram vítimas deste tipo de ocorrência. O dia 17 de abril é considerado o Dia do Hemofílico.[9]

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Rádio Comercial | Mixórdia de Temáticas - Samantha Fox explica acordo or...

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 16 Abril, 2018 
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Carlos Santos Neves
Coordenador Multimédia
Carlos Santos Neves

Bem-vindo

Os alicerces da (des)ordem mundial ainda sofrem as ondas de choque dos bombardeamentos de Estados Unidos, França e Reino Unido contra alvos sírios. Em Paris, Macron garante que o punho militar ocidental vai continuar a pender sobre Assad. Em Washington a Casa Branca diz que nada mudou nos planos de Trump para fazer regressar tropas. E em Londres May tenta hoje explicar por que razão cerrou fileiras com a América sem consultar o Parlamento.


As contas de uma jornada crítica


As contas de uma jornada crítica

À 30ª jornada, o comando do campeonato volta a vestir-se de azul e branco. Um golo solitário do mexicano Herrera, ao minuto 90 do clássico de domingo na Luz, chegou para deixar o Futebol Clube do Porto mais perto do título, quando restam quatro jogos para culminar a I Liga. Ao mesmo tempo, como observa o Mário Aleixo na página de Desporto da RTP, o Benfica vê-se agora ao alcance do Sporting, que bateu o Belenenses no Restelo. Após a partida, a polícia teve de intervir para pôr cobro a confrontos entre adeptos nas imediações do estádio, num momento captado pelas câmaras da RTP.

"Des mots", "words". Dissonância sobre a Síria



Depois de o Presidente francês ter afiançado que tinha convencido o homólogo dos Estados Unidos “a permanecer” na Síria, na sequência dos bombardeamentos dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido contra alvos do Governo de Assad, Casa Branca tratou de declarar que “a missão não mudou e o Presidente Donald Trump deixou claro que as tropas devem regressar o quanto antes”. Emmanuel Macron falou publicamente na última noite – pela primeira vez – sobre a ofensiva tripartida. Defendeu a legitimidade da operação da madrugada de sábado, mas ressalvou que os três aliados não estão em guerra com aquele país do Médio Oriente.

May passa à ofensiva política


May passa à ofensiva política

Em Londres, terceira roda da máquina de guerra montada para os bombardeamentos do fim de semana, a primeira-ministra britânica tem hoje por diante outro combate – político e interno. Theresa May pretende “explicar aos deputados a sua decisão de envolver o país nos ataques à Síria sem lhes pedir autorização”, lê-se neste artigo da Graça Andrade Ramos. Jeremy Corbyn, o líder dos trabalhistas, classificou já a operação como ilegal, sustentando que nunca deveria ter sido concretizada sem a aprovação da ONU, o que implicaria a luz verde de Moscovo.

Comey vê Trump como "moralmente inapto"


Comey vê Trump como

Prossegue, por outro lado, a barragem de acusações e críticas de James Comey sobre Donald Trump. Em entrevista à ABC News, o ex-diretor do FBI sustentou que o 45.º Presidente dos Estados Unidos é “moralmente inapto” para o cargo. Disse ainda que o atual inquilino da Casa Branca lhe pediu “lealdade pessoal” e mostrou-se convicto de que há “provas” de que se procurou limitar a investigação ao alegado conluio com os russos na eleição presidencial de 2016.

Falar de aumentos na Função Pública em 2019? "Fora de tempo"


Falar de aumentos na Função Pública em 2019?

O primeiro-ministro não põe de parte aumentos salariais para a Função Pública no próximo ano. Contudo, um dia depois de Rui Rio ter falado do tema, António Costa sublinha que a discussão é extemporânea. “Há um bocado a mania em Portugal de se discutirem fora do tempo as matérias”, afirmou.

Marcelo em Espanha. E Angola?


Marcelo em Espanha. E Angola?

Não há lugar para ciúmes nas relações entre Portugal e Espanha por causa de Angola, garantiu o Presidente da República no início da sua visita ao país vizinho. Uma viagem que está a ser acompanhada pela jornalista da Antena 1 Natália Carvalho. Na agenda desta deslocação a solo espanhol está o reforço das relações ibéricas e o contacto com a comunidade portuguesa. A correspondente da RTP em Madrid, Daniela Santiago, revelou nesta reportagem os preparativos para a receção a Marcelo Rebelo de Sousa.

Mais 73 agências do Novo Banco fecham em 2018


Mais 73 agências do Novo Banco fecham em 2018

A meta estava negociada com Bruxelas e teria de ser cumprida até 2021, mas foi antecipada. O banco que nasceu do colapso do BES planeia fechar 73 agências ainda este ano, além da saída de mais de 400 trabalhadores através de rescisões por mútuo acordo ou reformas antecipadas. A Comissão de Trabalhadores questiona “o racional de um desenfreado ímpeto em reduzir o número de trabalhadores e balcões” e de externalização de serviços, estratégia que acarreta “perdas relevantes de qualidade de serviço que mais tarde impactarão negativamente nos resultados”.

Prospeção de petróleo vale prémio... pela negativa


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É ouro. Mas por mau motivo. primeiro lugar do prémio europeu dos piores subsídios aos combustíveis coube a Portugal por causa do apoio atribuído à GALP e à ENI para a prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, na costa alentejana. Estas distinções são entregues pela Rede Europeia para a Ação Climática, que agrega mais de 140 organizações de 30 países. Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero, salienta o facto de esta decisão contrariar a aposta que o país tem feito em energias renováveis.



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Alguma vez desejou – ou sonhou – sobrevoar a Lua? A NASA oferece agora uma “viagem” com recurso a imagens em Ultra Alta Definição – 4K captadas pela sonda norte-americana Lunar Reconnaissance Orbiter. O Nuno Patrício já partiu em missão ao satélite natural da Terra e conta aqui o que pôde observar.







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Filipe Santos Costa
FILIPE SANTOS COSTA
JORNALISTA DA SECÇÃO POLÍTICA
 
Já nem os apoiantes de Trump o percebem
16 de Abril de 2018
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Bom dia.

"Quero trazer as nossas tropas de volta a casa", dizia, há menos de duas semanas, Donald Trump, sobre os militares norte-americanos destacados na Síria. A guerra estava ganha, dizia ele, tinham derrotado o Estado Islâmico, dizia ele, "está na hora" dos EUA se preocuparem mais com questões internas e menos com serem os polícias do mundo. Já se sabe que o que ele diz não se escreve, e que o que ele pensa é pouco pensado. Nem duas semanas passadas, tudo mudou: na sexta-feira, os EUA comandaram um ataque contra a Síria (com a colaboração da França e do Reino Unido), na sequência de acusações de ataques químicos do regime de Bashar al-Assad contra civis.

Trump foi rápido a declarar "missão cumprida", mas mais parece uma "missão comprida", como escreve o Ferreira Fernandes. A prova? Emmanuel Macron veio anunciarque, afinal, os norte-americanos já não vão sair da Síria. "Nós convencêmo-lo de que era necessário ficar, permanecer de maneira duradoura", garantiu o presidente francês, revelando as conversas que manteve com Trump.

Nikki Haley, a embaixadora de Trump nas Nações Unidas, passou o dia de ontem a tentar fugir às perguntas para que parece não ter ainda resposta (os EUA saem ou ficam na Síria? Vão retaliar sempre que Assad voltar a usar armas químicas contra os sírios?), mas já anunciou os próximos dois passos: antes de mais, os Estados Unidos vão avançar com novas sanções à Rússia, para punir o seu apoio ao regime sírio. Um dos alvos das sanções serão companhias russas que tenham contribuído para o arsenal químico de Damasco. (Por falar em Rússia, Putin já veio avisar que "se estas ações, cometidas em violação das regras da ONU, continuarem, será inevitável o caos nas relações internacionais”.)

O outro passo anunciado por Nikki Haley acontece já esta segunda-feira: depois da Rússia ter falhado uma condenação do ataque aliado na ONU, EUA, França e Reino Unido vão apresentar uma proposta de resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas que determine a obrigação da Síria eliminar todo o seu arsenal químico, bem como uma investigação mais aprofundadaao uso desse armamento por parte das tropas de Assad, que permita saber quem foram os responsáveis do ataques em Douma.
Pode ler aqui um bom ponto da situação sobre as indecisões e incoerências de Washington em todo este processo, referindo também o braço de ferro que se desenrola nos bastidores entre Trump e os responsáveis do Pentágono.

E há outro dano colateral deste ataque. A direita isolacionista norte-americana, que elegeu Trump porque este prometia "America first", não gostou desta guinada da Casa Branca. E esses apoiantes não tardaram a criticar os ziguezagues do presidente. Vale a pena ler este texto da Vox sobre a reação dos media conservadores à "traição" de Trump. Com pouco mais de um ano em funções, o presidente ainda não construiu "o muro", e continua a comportar-se como "polícia do mundo" - e não foi para isso que a direita o elegeu.

Por cá, o Governo compreende e apoia a operação militar. E conta com o apoio da oposição, e a oposição dos seus apoiantes.
 
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OUTRAS NOTÍCIAS

Rui Rio comentou ontem o Programa de Estabilidade apresentado por Mário Centeno na sexta-feira. E não foi para o elogiar. Apesar de concordar com a trajetória do défice (o ponto que mais separa Centeno do PCP e do BE), o líder do PSD considera que o objetivo de 0,7% é criticável por falta de ambição - e estende essa crítica a todo o documento. Rio garante que, ao contrário do que o Governo apregoa, "não há qualquer milagre económico", o que há é falta de ambição no crescimento, falta de ambição na redução do défice, e falta de vontade para aumentar os salários da função pública. A defesa da atualização salarial dos funcionários públicos foi a maior novidade do discurso do líder social-democrata. Segundo o i, esta novidade surpreendeu o CDS e os "passistas" do PSD.
Por outro lado, Rio voltou a um tema caro a Pedro Passos Coelho - a exigência de informação sobre quem são os grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos -, carregando bastante nas críticas. E, de repente, o discurso de Rio sobre a banca parecia ultrapassar pela esquerda o PCP e o BE.

Rio falou no final do congresso da JSD, que tem nova liderança. A importância relativa desta notícia mede-se facilmente: sabe quem era o líder anterior? Pois… As juventudes partidárias há muito deixaram de ter a relevância de outros tempos. Em todo o caso, os novos tempos na JSD escrevem-se no feminino — Margarida Balseiro Lopes, deputada eleita por Leiria, é a primeira mulher a dirigir a organização. E não apoiou Rui Rio nas últimas diretas.

Ainda sobre o Programa de Estabilidade: segundo o Público, Centeno quer bater o recorde europeu de redução da dívida.

Depois da manchete do Expresso sobre deputados das ilhas que recebem o reembolso de viagens que não pagam, Carlos César, um dos deputados apanhados neste esquema, fez um "esclarecimento". Mas não esclarece o que importa: fala muito sobre o subsídio que recebe legalmente da Assembleia da República para se deslocar aos Açores, mas nada diz sobre o facto de, depois, pedir ao Estado o reembolso de viagens que nunca pagou do seu bolso, aproveitando-se do subsídio de mobilidade de que beneficiam os cidadãos das ilhas. A resposta de César tem, porém, a vantagem de confirmar o que o Expresso escreveu - o presidente do PS nem tenta desmentir que recebe mesmo duas vezes pela mesma viagem. "Este Parlamento envergonha-nos", escreveAlexandre Homem Cristo.

Deve ficar hoje fechado, em linhas gerais, o acordo entre o Governo e o PSD sobre descentralização. E o acordo sobre os fundos europeus também está por dias, apontando para a reivindicação de 25 mil milhões de euros em Bruxelas, disse ontem Marques Mendes na SIC.

Marcelo Rebelo de Sousa inicia hoje uma visita de três dias a Madrid. E o DN publica uma entrevista a Mariano Rajoy.

O Porto venceu ontem o Benfica, na Luz, com um golo de Herrera ao minuto 90. Com esta vitória, os portistas voltaram ao primeiro lugar na Liga e só dependem de si para interromper a sequência de quatro campeonatos nacionais conquistados pelo Benfica.

Numa altura em que se sucedem as notícias sobre cancelamentos de voos da TAP, o Negócios revelaque a companhia aérea teve um lucro histórico de 100 milhões de euros.

Se é cliente da Galp, tenha atenção à notícia sobre atrasos nas faturas de luz e gás.

O Público de hoje tem uma bela reportagem sobre o fim da era Castro em Cuba. Da Rita Siza e do Adriano Miranda.

Manuel Luís Goucha casou. Beyonce arrasou.


AS MANCHETES DE HOJE
Público: "Autoeuropa acelera produção dos T-Roc e faz sair 29 carros por hora"
Diário de Notícias: "Aumento de vagas nas creches de Lisboa só se notará em 2020"
Jornal de Notícias: "Entrega de armas atinge recorde"
i: "Quando foi aprovada a lei dos maus-tratos, houve mais gente a abandonar animais"
Negócios: "TAP com lucro histórico de 100 milhões"
Correio da Manhã: "Predador do Facebook despe 22 rapazes"


O QUE VOU LER

A série mais viciante da atualidade não é "La Casa de Papel", nem passa no Netflix. É norte-americana e está disponível diariamente nos canais de notícias, nos jornais e nas redes sociais. Chama-se ‘A Loucura do Presidente Trump’ e, embora tenha tons de comédia negra, tudo indica que se tornará uma tragédia.
O mais recente episódio desta novela da vida real será posto à venda amanhã: as memórias de James B. Comey, o homem que chefiava o FBI até Donald Trump o demitir em maio do ano passado. Comey, que os relatos independentes descrevem como um cavalheiro e um servidor da coisa pública, era o homem errado no lugar errado: foi ele quem, a onze dias das eleições presidenciais de 2016, revelou que tinha sido reaberta a investigação federal aos e-mails de Hillary Clinton, dando com isso um renovado fôlego à narrativa de Trump sobre a “crooked Hillary”, e, muito provavelmente, inclinando de vez o resultado para o lado dos republicanos. É verdade que, em cima das eleições, Comey declarou que tinha voltado a encerrar a investigação, ilibando Clinton, mas o mal já estava feito.

Durante algum tempo Comey foi o homem mais odiado pelo Partido Democrata, mas tornou-se o alvo preferencial de Trump mal este tomou posse e tentou que o diretor do FBI lhe fizesse uns jeitinhos, como deixar em paz o novo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Michael T. Flynn (que acabou por ser afastado por ser a ponta solta que permitiu puxar o novelo do envolvimento russo na manipulação das eleições de 2016— e essa é toda uma novela paralela, de contornos ainda por compreender, que daria um excelente spin-off da trama principal).

O homem que tramou Hillary e foi demitido antes que pudesse tramar Donald escreveu as suas memórias. Já tenho na minha estante um cantinho para “A Higher Loyalty”, ao lado de “What Happened”, de Hillary Clinton, e do ultra-polémico “Fire and Fury”, de Michael Wolff.
O que já foi antecipado sobre o livro foi suficiente para o catapultar para o top de vendas mesmo antes de chegar às livrarias, e para desencadear o fogo e a fúria de Trump. O presidente dos EUA atacou, como de costume, no Twitter, chamando tudo a Comey, de incompetente, fraco e desonesto até “slime ball”, uma magnífica expressão, quase intraduzível, que se aplica a gente repulsiva, mentirosa e mal formada, mas que também carrega o sentido literal (e muito gráfico) de “bola de lodo”, ou de “gosma”. E tudo isto, ainda antes da entrevista que Comey deu na noite passada à ABC, em que reitera que Trump é "moralmente incapaz" e que poderá ser chantageado pela Rússia.

Para além do relato factual dos encontros com Trump e outras interações com a Casa Branca (que o New York Times classifica como detalhado, bem sustentado e credível), o ex-diretor do FBI faz um retrato esmagador do homem mais poderoso do mundo. Trump não só é alguém “sem ética, desligado da verdade e dos valores institucionais”, como atua à semelhança de um padrinho da máfia. Comey sabe do que fala, pois teve de lidar com genuínos mafiosos quando foi procurador federal. “O círculo silencioso de consentimento. O chefe a controlar tudo. Os juramentos de lealdade. A visão do mundo nós-contra-eles. A mentira sobre todas as coisas, grandes e pequenas, ao serviço de um qualquer código de lealdade que põe a organização acima da moralidade e acima da verdade” (tradução minha).

Estamos a viver tempos perigosos no nosso país, com um ambiente político em que os factos básicos são contestados, as verdades fundamentais são questionadas, a mentira está normalizada e os comportamentos sem ética são ignorados, perdoados ou recompensados”, escreve Comey. E, com isto, mais do que a radiografia de um país ou de uma administração, James Comey parece escrever sobre o estado do mundo. Sim, vivemos tempos perigosos.

Fico por aqui. Tenha uma excelente semana.
 
Gostou do Expresso Cur

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...A vitória do FC Porto na Luz por 1-0 pôs o campeonato no nível de um electrocardiograma:
Depois do jogo, a violência: incidentes com adeptos do Benfica acabaram com sete detenções e seis polícias feridos.

Em dia de clássico, a Mariana Fernandes foi fazer aquilo que nunca se deve fazer: passou a tarde no Colombo, do outro lado da Segunda Circular. E acabou com três mitos sobre o que se passa naquele centro comercial durante os grandes jogos.

Ontem, houve outro jogo importante: o Sporting venceu o Belenenses por 4-3 numa partida difícil. Na crónica do jogo, o Diogo Lopes socorre-se da "Canção do Beijinho", de Herman José: "Ora dá cá um e a seguir dá outro, depois dá mais um que só dois golos é pouco".

Com tudo isto, como vão ser as próximas quatro jornadas do campeonato? O Bruno Roseiro faz as contase explica o que falta ainda jogar.


Mais informação importante
Lição a tirar dos bastidores do congresso da JSD deste fim de semana: por um gin se ganha e por um whiskey se perde. Na disputa eleitoral que levou à liderança Margarida Balseiro Lopes, a primeira mulher a ocupar o cargo, Rui Rio, Salvador Malheiro e Marques Mendes foram protagonistas secundários. Houve traições, ataques pessoais, tensão — e copos. Mas, como escreve o Miguel Santos Carrapatoso, que lá esteve a ouvir tudo, seria uma quiche caseira a dominar as conversas.

No seu discurso no congresso da JSD, Rui Rio disse recusar o “milagre económico” do Governo e defendeu mesmo aumentos na função pública, tendo em conta que há disponibilidade para injetar dinheiro público na recapitalização dos bancos portugueses.

Porque é que o Governo está tão preocupado com a redução do défice? Porque “Centeno quer ser comissário europeu, portanto quer impressionar Bruxelas”, conclui Marques Mendes.

Apesar dessas divergências, o Governo e o PSD preparam-se para fechar um acordo na descentralização. O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o social-democrata Álvaro Amaro encontram-se esta segunda-feira para acertar a transferência de poderes para as autarquias, escrevem o DN e o Público.

Numa nova sondagem, António Costa, o PS e o Governo perdem pontos. O estudo feito para o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios deixa os socialistas mais longe da maioria absoluta.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou do Egipto e partiu logo para Espanha. O Presidente da República avisou já que vai manter-se em silêncio sobre os problemas na Catalunha — diz que não fala sobre questões internas espanholas e espera o mesmo de Madrid. Em entrevista ao DN, Mariano Rajoy afirma que “Espanha e Portugal são bons exemplos de superação das dificuldades" e que é preciso "aprofundar a sintonia" entre os dois países.

Há cada vez mais armas a serem entregues à polícia por particulares. Em 2017, foram em média 51 por dia, escreve o JN.

O ex-director do FBI, James Comey, deu a primeira grande entrevista depois do livro onde desfez Donald Trump. E continuou a desfazê-lo: à ABC, disse que ele é "um mentiroso em série", "trata as mulheres como carne" e é "moralmente incapaz" de ser Presidente.

O Presidente Emmanuel Macron afirmou numa entrevista que foi ele a convencer Donald Trump a fazer um ataque limitado na Síria e a manter os Estados Unidos no país a "longo prazo". Mas Trump já o desmentiu: a Casa Branca garantiu que as tropas americanas devem regressar o "mais rápido possível".


Os nossos Especiais
 
Manuel Reis: sociologia de um empresário da noite. João Pedro George leu os obituários publicados a propósito da morte do fundador do Frágil e do Lux e, neste ensaio, procurou demonstrar que há uma lógica social nestes relatos individuais.

Lula da Silva: culpado ou inocente? O advogado Ricardo Sá Fernandes faz uma análise jurídica da condenação do ex-Presidente do Brasil: "É inaceitável querer transformar este caso numa sublevação do Estado de Direito".


A nossa Opinião

Alexandre Homem Cristo escreve "Este Parlamento envergonha-nos": "Com inquietante frequência, o parlamento tornou-se palco de facciosismos, de esquemas e de abusos que põem em causa o seu trabalho, sacrificando a legitimidade moral dos partidos e dos deputados".

João Carlos Espada escreve "Victor Cunha Rego: um senhor": "Como escreveu Maria João Avillez, 'o Victor destoava. Via mais longe, antes dos outros e, pior, estava de boa fé e cultivava a ética'. Numa palavra, era um senhor".

Luís Rosa escreve "Mário Centeno: uma vantagem para Costa que não é um problema para a Geringonça": "As ameaças do Bloco e do PCP sobre o Orçamento para 2019 devem ser ser vistas como aqueles caniches que costumamos encontrar na rua: ladram muito mas têm sempre medo de morder".

João Marques de Almeida escreve que "O Bloco transformou Centeno no novo Vítor Gaspar": "As funções europeias de Centeno revelaram o seu real pensamento: ele está muito mais próximo de Vítor Gaspar do que da escola de Louçã que manda no Bloco. Não há ninguém nas esquerdas que não o saiba".

Helena Matos escreve "A pantomina": "Da luta de classes à luta pelo melhor escalão” é o papel reservado ao povo nesta revista à portuguesa que tem como estrelas a Catarina dos ultimatos, o Jerónimo dos provérbios e Costa, o habilidoso".

Alberto Gonçalves escreve uma "Crónica sobre uma crónica sobre o sr. Lula": "O apogeu da demência foi atingido na lendária 'missa' que precedeu a prisão: 'Já não sou um ser humano. Sou uma ideia', proclamou. É deste material que se fazem boa parte das calamidades históricas".


Notícias surpreendentes

Há 55 anos, os Beatles descobriram os Rolling Stones. Foi a 14 de abril de 1963, no Crawdaddy Club, lembra o Gonçalo Correia.

Nicola Porpora é o mestre esquecido da ópera setecentista. Em 1768, morreu na miséria, em Nápoles; agora, 250 anos depois, a Decca faz-lhe justiça com dois discos. José Carlos Fernandes lembra a sua vida.

Para os japoneses é normal viver 100 anos — e até mais ainda. Qual é o segredo? A jornalista Junko Takahashi explica tudo no livro "O Método Japonês Para Viver 100 anos".

O que é que Beyoncé, vencedores do Nobel e a família real sueca têm em comum? O chef Stefano Catenacci. O cozinheiro oficial da Casa Real Sueca esteve em Portugal e falou com o Diogo Lopes sobre tudo: do "desapontamento" de ir ao Noma à forma de equilibrar uma estrela Michelin e os caprichos de um monarca.

De certeza que está pronto para mais uma semana de trabalho. Nós também: estamos, como sempre, aqui.
Até já!
Mais pessoas vão gostar da 360º. P

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