sábado, 12 de dezembro de 2015

BANDO DE GENTE SINISTRA - 12 DE DEZEMBRO DE 2015

Telmo Vaz Pereira
BANDO DE GENTE SINISTRA
Eu não sei se este governo vai dar certo. Torço por isso mas, prever se vai durar até ao final da legislatura é mera futurologia e eu não tenho nenhuma especialização nessa área esotérica.
O que eu sei - e me entusiasma - é que a política voltou a ser empolgante e a mobilizar muita gente que andava descrente. A AR recuperou a sua credibilidade e o actual governo deixou de ser representado por um bando de fantoches treinados para dizer sim e lamber as mãos, porque os quatro partidos que o suportam mantêm a sua identidade e os seus deputados não se diluem nas ordens do chefe do governo.
Eu sei que um governo que diariamente é cuidadoso na procura de equilíbrios e consensos, não terá vida folgada, mas é bem mais estimulante ter um governo assim, do que um PaFioso onde um dos partidos se diluiu e perdeu a identidade, para defender os seus tachos e de mais alguns.
O que eu sei - e me deixa contente - é que depois de 53 meses governados por um bando de estúpidos perversos que todos os dias nos diziam que tínhamos de sofrer porque andámos a viver acima das nossas possibilidades e merecíamos ser castigados por isso, temos agora um governo que coloca as pessoas no centro das decisões e acima de todos os interesses.
Este governo não chama piegas às pessoas, não as incita a emigrar, nem as trata como empecilhos e acima de tudo, não é desrespeitoso para designar como "peste grisalha" os mais idosos, nem é sádico para pôr as pessoas umas contra as outras por categorias profissionais ou por diferenças geracionais.
Este governo é composto por gente empenhada em promover a melhoria das condições de vida dos cidadãos e não por um bando de gente sinistra que passou 53 meses a castigar o povo, movidos por ódios e vinganças geradas pela liberdade que o 25 de Abril devolveu e das perdas de privilégios coloniais.
Havia gente honesta no anterior governo? Acredito que sim... mas não passavam de excepções e estiveram quase sempre despercebidos no meio da turba de fanáticos. Algumas entraram em ruptura por combater internamente os lóbis que integravam até membros do governo, como foi por exemplo o secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes (*), que bateu com a porta e abandonou em 2012 o Governo dos estarolas no momento em que finalizava uma reforma para reduzir as pornográficas margens de lucro das empresas de energia, como é o caso da EDP presidida por António Mexia.
Estamos a viver um dos períodos mais ricos da democracia portuguesa. Espero que ninguém a estrague e não surjam incompatibilidades insanáveis que dêem à direita oportunidade de vingança porque, se isso vier a acontecer, vamos ter tempos bem mais difíceis do que os últimos 53 meses.
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António Fonseca
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EXPRESSO CURTO - 12 DE DEZEMBRO DE 2015


Portugal 2015: a nova tanga

 
 
11-12-2015
 
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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
Miguel Cadete
POR MIGUEL CADETE
Diretor-Adjunto
 
11 de Dezembro de 2015
 
Portugal 2015: a nova tanga
 
Já é um clássico. “O país está de tanga!”. Há registo, pelo menos desde o Governo de Durão Barroso, de um vislumbre apocalíptico das finanças lusas logo que cada executivo toma posse. Foi o que se passou com José Sócrates, com Passos Coelho e - porque não havia de suceder agora? - com António Costa.

Depois das promessas prometidas durante a campanha eleitoral vem sempre o espanto espantado de que, afinal, não é possível cumpri-las. Quem não relembra, até com um gostinho especial, o “desvio co-lo-ssal” de Vítor Gaspar e o seu inevitável corolário “não há dinheiro”? Agora é a hora de Mário Centeno. Passemos a citá-loaprés cenário macroeconómico: “Houve um conjunto de desvios na execução orçamental disseminados do lado da despesa e da receita”.

Por outras palavras: a tanga. E aqui, não tão provavelmente a tanga de Tarzan, nem trusse ou cueca de homem. Nem tampouco a tanga da campanha eleitoral e a desculpa para não se cumprir o que se havia prometido. Estas constantes visões do apocalipse por sucessivos Governos à chegada podem ser apenas uma afirmação de poder, como quem dá a partida.

À semelhança do que se passa com os grandes líderes do mundoque anunciam a sua entrada em funções decisões tonitruantes. Quando Jacques Chirac tomou posse como Presidente da França, em 1995, uma das suas primeiras decisões foi a de iniciar uma campanha de testes nucleares. O mundo ficou boquiaberto. Mas soubemos com pompa que havia chegado um novo Presidente.

É uma forma pouco ardilosa de dizer “cheguei!”. No Expresso online, João Silvestre explica que estas três semaninhas de austeridade propostas pelo novo executivo têm como objetivo manter o deficit abaixo dos 3% e com isso retirar Portugal do Procedimento por Défice Excessivo. Mostra também que a meta dos 2,7% de défice propalada pelo anterior Governo não era senão uma falácia que agora foi posta a descoberto. Tudo agora muda e vamos finalmente entrar nos eixos.

A austeridadezinha implica medidas sobre o Estado – e só sobre o Estado, que consistem “no congelamento de descativações de despesa e de utilização de saldos de gerência dos serviços, pela redução dos fundos disponíveis nas entidades públicas e pela não assunção de novos compromissos”. Mesmo que Centeno não tenha quantificado o montante desta derrapagem (que o “Diário Económico” quantifica num corte de 0.1%), Bruxelas tomou nota e gostou do que ouviu.

De fora deste congelamento ficaram as empresas e as famílias. Na Concertação Social pode não haver um entendimento para os quatro anos da legislatura deste Governo mas o aumento do salário mínimo em 2016 para 535 euros parece que já ninguém nos tira. A meta do Governo é chegar aos 600 euros ao fim e quatro anos.

Pelo meio não se sabe, ainda que se conheça a posição descontente de algumas confederações de patrões ou, em sentido inverso, doPCP que queria já os 600 euros no ano que vem, tendo aproveitado por dar uma bicada ao Bloco de Esquerda por alegadamente ter desistido dessa luta.

Na terça-feira, 15 de dezembro, tudo se poderá decidirHoje, o salário mínimo é de 505 euros (ou €589 se considerarmos 12 meses de remunerações) e Portugal encontra-se a meio da tabela europeia. No dia 1 de janeiro, se o salário mínimo subir realmente para os 530 euros ficaremos no mesmo 11º lugar que atualmente ocupamos entre os 28 países da União Europeia. O “Público” fez as contas e diz em manchete que este aumento não custará mais do que 0,16% às empresas. Não se conhecem as reações de Bruxelas.

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OUTRAS NOTÍCIAS

O Sporting juntou-se ontem ao FC Porto e ao Braga nos 16 avos de final da Liga Europa. Depois de uma primeira parte inofensiva e já depois de se ver a perder frente ao Besiktas por um golo oferecido por Quaresma a Gomez, a equipa de Alvalade virou o jogo e em 14 minutos marcou três golos. Slimani, Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez faturaram para o Sporting. Este último celebrou o golo de forma inusitada, roubando o spray que o árbitro usa para fazer marcações para ele próprio colocar a sua marca no relvado de Alvalade.



Os jogos do Benfica vão mesmo para a NOS, foi ontem anunciado no Estádio da Luz. Há um acordo para as próximas três épocas, que se pode estender até dez anos, recebendo o Benfica uma média de 40 milhões de euros por ano.

Outras novidades resultaram ontem da conferência de imprensa: em que estiveram presentes o CEO da NOS, Miguel Almeida, e o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. A NOS pretende estabelecer contratos semelhantes com todos os outros clubes, logo que termine a ligação que ainda mantêm com a Olivedesportos e que, regra geral, dura até 2018.

Isso inclui Sporting e FC Porto. A proposta da NOS prevê um aumento até 50% do valor que os clubes por ora recebem, pretendendo com esse aumento evitar que algumas das agremiações cedam os seus direitos à MEO. Boavista, Belenenses e Vitória de Guimarães já estarão em conversações com este outro operador. Terá sido este tipo de abordagem da MEO, que chegou a sondar o Benfica, que motivou este contra-ataque bem sucedido da NOS.

Porém, muito ficou ainda por esclarecerNão se sabe se os jogos do Benfica regressam à Sport TV, mesmo que tenha sido dito que estarão disponíveis para os outros operadores. Não se sabe se será criado um novo canal de desporto. Nem se conhece se aVodafone está com a NOS neste processo.

Sabe-que que esta é uma mudança grande no panorama dos media em Portugal pois os conteúdos passam a ser adquiridos pelas plataformas de TV e não pelos próprios canais.



O jornal Público anunciou ontem ter em curso um processo de rescisões com os seus trabalhadores que vai até 6 de janeiro. As condições apresentadas aos jornalistas são melhores do que as legais mas podem não ser suficientes para as poupanças consideradas necessárias. Nesse caso, agitou-se a hipótese de despedimento coletivo.

Na mesma ocasião foi anunciada a passagem do caderno 2 do Público para uma publicação digital, deixando de sair em papel a partir do início de janeiro. A notícia surge numa altura em que não é claro o futuro de jornais como o “Sol”“i” e “Diário Económico”, pelo menos.



O proprietário da empresa Fosun foi ontem detido, anunciou a agência chinesa Caixin. A Fosun é dona da Fidelidade, a maior seguradora portuguesa, e da Luz Saúde, o segundo maior grupo de saúde em Portugal. Guo Guangchang foi levado pelas autoridades do aeroporto de Xangai. Em agosto, um tribunal provou que Guangcheng, considerado o Warren Buffett chinês pelo “Guardian”, mantinha relações “inapropriadas” com Wang Zongnan, condenado a 18 anos de cadeia por desvio de fundos das empresas que geria e que eram apoiadas pelo estado chinês. Este desaparecimento sucede poucos meses depois de Sam Pa, outro grande empresário chinês, ter sido detido.



Venda do Banif já começou, diz o “Jornal de Negócios” em manchete. Investidores europeus e americanos foram convidados pela gestão a adquirir os 60% que são propriedade do Estado português. O papel do banco fechou ontem a valer 0,0009 euros. Hoje estava a valorizar 11% após subir para 0,001 euros o valor de cada ação.



A partir da meia-noite, o Expresso publica no seu site o ranking das escolas. Os estabelecimentos de ensino, público e privados, são alinhados, como já é costume, de acordo com os resultados que os seus alunos obtiveram nas avaliações. As escolas públicas, voltam, este ano, a perder terreno relativamente ao ensino privado.



O Expresso começa a publicar, ainda hoje, os resultados de uma nova sondagem que dá conta da intenção de voto dos portugueses. Na edição em papel, amanhã, serão também conhecidos as figuras e os acontecimentos do ano tal como votados pela redação e pelos utilizadores do online.



FRASES

“Gostaria que o Podemos conseguisse um grande êxito”Lula da Silva, ex-Presidente do Brasil, a propósito das eleições em Espanha, no “El País”

“Somos a única alternativa credível”Nicolas Sarkozy, ex-Presidente de França, a propósito das eleições regionais, no “Le Figaro”

“O que ele anda para aí a dizer não é apenas vergonhoso e errado – é perigoso”Hillary Clinton, sobre as declarações anti-muçulmanas de Donald Trump, durante o programa “Late Night” da NBC

“É importante que o Sporting comece a ter identidade fora de Portugal”Jorge Jesus, treinador da equipa de Alvalade depois da vitória frente ao Besiktas, no “Record”

“O jornalismo de qualidade é um antídoto contra o abuso de poder”Filipe VI, Rei de Espanha, durante a entrega dos Prémios Cavia, no “ABC”



O QUE EU ANDO A VER

Está patente, por estes dias, na Cinemateca de França uma bela exposição sobre Martin Scorsese que não sendo grandiosa merece ser vista por quem aprecia este realizador, mas não só. A exposição foi criada pela Cinemateca alemã e contou com os préstimos do próprio Scorsese pelo que ali se encontram inúmeros documentos, alguns de carácter pessoal, que ajudam a contextualizar os seus filmes e a perceber por que razão a sua obra resulta de um choque frontal entre a cultura católica italiana com o urbanismo aparentemente moderno de Nova Iorque.

A exposição começa aliás por apresentar os pais de Scorsese e todo o ambiente em que o realizador viveu antes de se tornar estudante de cinema. Isso inclui pormenores sedutoramente voyeuristas mas também deliciosos qb, que vão desde a televisão que existia em sua casa – e onde visionou pela primeira vez grande parte dos clássicos do cinema americanos – até aos storyboards por si desenhados, as notas dos seus cadernos, a sua agenda pessoal, os óculos que usou para a montagem de “Hugo”, o filme em 3D, ou as cartas que enviou a outros distintos cinéfilos tendo em conta a preservação de fitas originais mais as suas respostas.

Os seus atores e colaboradores diletos, os realizadores que o influenciaram e excertos dos seus filmes, desde os primeiros passos até aos musicais mais recentes, passam em vários ecrãs mas não serão certamente o que ali há de mais inesperado. Até porque os DVD, em caixas ou isoladamente, podem ser comprados à saída.

O que dali fica são as anotações, a lápis ou caneta, nos argumentos, nas cartas ou na agenda pessoal. Lá está o pecaminoso diálogo entre Robert de Niro e Juliette Lewis em “O Cabo do Medo”devidamente anotado. Ou, sobre “A Última Tentação de Cristo”, os muitos papéis avulsos, carregados de notas. É numa dessas folhas que se pode ler, escrevinhado à mão, sempre em maiúsculas: “E se não é Deus? E se é o Diabo? Não posso ter a certeza. Como posso ter? Se é o Diabo, posso expulsá-lo. Mas se é realmente Deus… Não se pode expulsar Deus, pois não?”

Entrei nessa exposição quase por acaso, depois de ter levantado os bilhetes para um concerto mesmo ali ao lado. Os portões que davam acesso à Arena de Bercy são quase paredes meias com o edifício desenhado pelo arquiteto Frank Gehry que alberga a Cinemateca francesa. Outros assombrados por Deus e pelo Diabo fariam poucas horas depois uma das atuações que ficará para a história da música popular destes dias. Nas t-shirts que vendiam à entrada do espectáculo escreveram, à frente, “nous n’avons pas peur”. Na parte de trás, duas datas: 6 e 7 de dezembro. E numa manga mais dois caracteres: U2. Isto anda tudo ligado.

Tenha um excelente dia. Acompanhe toda a atualidade no site do Expresso e não perca o Diário lá pelas 18 horas. Porque amanhã é sábado, há edição em papel do Expresso. Na Revista encontrará um especial sobre o filme “Star Wars” que inclui uma entrevista ao realizador J.J. Abrams. Na segunda-feira estará por aqui Valdemar Cruz para tirar mais um curto. Até já.
 
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EL VENTANO - 12 DE DEZEMBRO DE 2015

¿Traidores?, o la deriva desesperada del PSOE

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Debería tener el PSOE mejores reflejos y darse cuenta de que gritando traidores o vendidos, o llamando tontos e ignorantes a los que no le votan, solo van a conseguir que los que hemos militado en ese partido no volvamos a confiar en él (Paco Gracia, profesor universitario de Historia)

Si me viera en el aprieto de tener que explicar con una frase porque decidí estudiar historia me quedaría con una del maestro Tuñón de Lara y diría que lo hice porque me sirve “para tener una visión equilibrada de los hechos y no desorbitar el presente de cada día ni dejarnos devorar por él”. Una frase que resume una actitud muy apropiada para enfrentarse a los hechos que nos rodean hoy, nada menos que una intensa campaña electoral, en la que muchos se están echando las manos a la cabeza cuando han aparecido en escena unos partidos nuevos que se atreven ¡válgame el cielo! a pedir el voto de los ciudadanos que antes votaban a los partidos “viejos”.
Un partido que anda como pato sin cabeza es el PSOE, que viendo que va a perder un saco de votos (por no decir un camión de votos) en favor de Podemos se revuelve como gato panza arriba llegando al punto de llamar traidores, vendidos o, incluso, ignorantes que se dejan engañar por el enemigo, a todas aquellas personas que antes habían confiado en ellos depositando el voto de la rosa roja en la urna. Claro, como si haber votado o militado en el PSOE fuera como el santo matrimonio, hasta que la muerte nos separe. Espantados como están por la desfachatez de Podemos, que tienen el descaro, ¡oh, Dios mío! de pedir el voto a los que antes votaron socialista, solo se les ocurre insultar al “traidor” que alguna vez confió en su proyecto y ahora va a cometer la tropelía de votar a otro partido de izquierdas.
No se deberían extrañar de esto si conocieran un poco la historia del movimiento obrero en España, donde hace más de un siglo ya convivían diferentes concepciones de entender la izquierda, desde los republicanos, hasta los socialistas, pasando por anarquistas y un poco más tarde los comunistas. Y en aquel tiempo todos ellos, como apunta el historiador Ángel Duarte, convivían en el mismo “suelo limítrofe y devastado […] propicio a las interacciones” lo que traducido quiere decir que tanto republicanos de izquierdas, como socialistas y anarquistas pescaban en las mismas aguas, en ese “suelo devastado”, y esta interacción ha tenido dos efectos contrapuestos: en ocasiones el roce ha hecho el cariño propiciando conjunciones, frentes populares o acuerdos post electorales y, en otras, tal vez las más, la fricción ha hecho saltar chispas provocando fuegos truculentos.
Por eso mismo, esta historia ha estado plagada de “traidores”, porque todo territorio de frontera es propicio a las migraciones y, a lo largo del tiempo, se han producido numerosos movimientos de personas entre los partidos: desde cenetistas convertidos en líderes socialistas, como Ángel Lacort, pasando por socialistas trocados en comunistas, como Santiago Carrillo, hasta andarines como José Antonio Labordeta, que pasó hasta por tres partidos de izquierdas. Todos ellos y muchos más fueron llamados traidores en algún momento de su vida política, pero la perspectiva del tiempo y el estudio del contexto histórico sirve, en la mayor parte de los casos, si no para justificar, sí para explicar y comprender el porqué de esos cambios, la mayoría de ellos llenos de coherencia. No fue un traidor Lacort, que estuvo siempre del lado del trabajador, no lo fue Carrillo, que caminó hacia donde sus ideas y la historia le llevaron, pero siempre por el carril izquierdo y, por supuesto, no fue un traidor Labordeta del que hoy dicen es patrimonio de toda la izquierda.
Pero la ira del que siente que ha perdido es tan grande que necesita un culpable, incluso a veces no hace falta cambiar de partido para que te llamen traidor, como le pasó a Juan Negrín, al que el PSOE tardó 62 años en rehabilitar y devolver el carné que le quitaron en 1946. Debería tener este partido mejores reflejos y darse cuenta que gritando traidores o vendidos, o llamando tontos e ignorantes a los que no le votan, solo van a conseguir que los que hemos militado en ese partido no volvamos a confiar en él ni en otros 62 años. Menos aún cuando han sido ellos los que han abandonado el solar devastado de los de abajo para establecerse en el barrio lujoso de los de arriba. Por eso, los de abajo se han (o nos hemos) organizado y se han dado cuenta de que con otras opciones de izquierda SI SE PUEDE.
Paco Gracia, profesor de Historia en la Universidad de Zaragoza

EL VENTANO - 12 DE DEZEMBRO DE 2015

Francia introduce en la ley el pago por ir en bici al trabajo

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El año pasado y durante seis meses, 18 empresas de varias ciudades de Francia abonaron de manera voluntaria 25 céntimos de euro por cada kilómetro que sus empleados recorrían en bicicleta. Al final del experimento del Ministerio de Ecología se había duplicado el número de ciclistas y el uso de las dos ruedas como medio de transporte. El sistema fiscal francés ya permite a las empresas pagar la mitad del abono de transporte público a sus empleados y deducirse esa cantidad de las cotizaciones sociales, pero algo así no existía para la bici.
El éxito llevó al Gobierno de François Hollande a incluir la medida en la Ley de Transición Energética aprobada este verano. Pero ha sido la semana pasada, durante la Cumbre del Clima, cuando el Senado fijó las condiciones económicas para sus beneficiarios. El reembolso será de hasta 200 euros al año, que las empresas pueden deducirse de las cotizaciones sociales.
Aunque no todos están contentos con el nuevo texto, pues rebaja el pago por kilómetro respecto a la prueba del año pasado y solo deberán ponerlo en marcha las empresas que quieran, de forma voluntaria. Así, la Federación Francesa de Usuarios de la Bicicleta está indignada de este vuelco, “cuando el transporte causa el 27% de las emisiones de gases de efecto invernadero en Francia”.
Lo interesante, a pesar de las críticas, es que la medida ya está cambiando los hábitos de desplazamiento en las ciudades. El 19% de las personas que solía ir en coche al trabajo cambió su vehículo por la bici, y el 54% dejó el transporte público por darle a los pedales, según un informe de la Agencia de Medio Ambiente y Control de la Energía.
“La gente está convencida de que el coche o el transporte público es lo más cómodo, pero el día que descubres la bici, resulta un gran placer y es mucho más rápida”, sostiene un directivo de una de las empresas participantes en la prueba. “Muchos dicen que aunque no les pagaran, no darían marcha atrás. Yo en bici soy feliz”, resalta.

EL VENTANO - 12 DE DEZEMBRO DE 2015

A Pablo Iglesias, en un chat online (El Mundo 2001): “¿Qué se siente al ser un impresentable?”

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Siendo estudiante de la Complutense, formaba parte del Movimiento de Resistencia Global (MRG) que organizaba algunas de las protestas contra la globalización. En 2001 tuvo su primer encuentro con los medios de comunicación tras los disturbios de Génova en la cumbre del G8, en los que un carabinieri mató a tiros a un manifestante, Carlo Giuliani. Tras contestar a los periodistas, el ahora líder de Podemos participó en un chat con lectores del periódico El Mundo. Uno de los participantes le soltó: “¿Qué se siente al ser un impresentable?”, a lo que Iglesias respondió: “Dínoslo tú”. Este es un extracto de la entrevista online.

¿No te parece que en democracia si no te gusta lo que hacen unos gobernantes lo mejor es no votarlos, y no dedicarse a destrozar ciudades? En Génova se reunían los jefes de Estado de los siete países más ricos del mundo junto con el de Rusia. En esta reunión se tomaban decisiones que afectan gravemente al futuro de los 180 países del mundo que no son los más ricos, por ejemplo España. Los ciudadanos españoles no hemos elegido ni a Bush, ni a Schroeder… ni siquiera sabemos cómo se llama el presidente de Japón que estaba allí decidiendo nuestro futuro.

A mi lo de la desobediencia civil me huele mal, me recuerda a la kale borroka en Euskadi, no me convence nada…. La estupidez se cura leyendo, te proponemos una pequeña bibliografía. Puedes leer el Manifiesto de Toreau o los textos del movimiento Tute Bianche en www.tutebianche.org.
¿Ha encontrado la izquierda extremista sitio en la antiglobalización tras el fracaso de los experimentos comunistas en Europa del Este? Los movimientos antiglobalización están formados por multitud de redes y grupos, desde Intermon hasta el PCE, pasando por movimientos asamblearios y de todo tipo. En ese sentido, intentar ceñirlo con este tipo de etiquetas es imposible.
¿Por qué no os presentáis a las elecciones con un programa concreto y vemos cuántos ciudadanos os votan? (me temo que no os atrevéis…) Nos da la impresión de que los sistemas demoliberales tienen sus propios mecanismos de control. Un ejemplo, cuando en Chile la Unidad popular toma el poder político mediante unas elecciones democráticas, EE UU organiza un golpe de Estado.
¿Quién indemnizará a los dueños de las tiendas y de los coches arrasados en Génova? ¿Algún grupo antiglobalización se ofrecerá para ello? Sus compañías de seguros que son los que tienen asumidos esos gastos, que son los que prevee el capitalismo como mal menor por todas las injusticias que comete. ¿Quién le devolverá la vida a Carlo Giuliani?
Supuesto: no estoy de acuerdo contigo, te quemo el coche y si te fastidia te digo que reclames a tu seguro. Ah! no, que también estás en contra de los seguros! pues te lo pagas de tu bolsillo… Poner al mismo nivel, como parece que estás haciendo, millones de seres humanos, un muerto de bala, compañeros torturados en comisaria con la destrucción de un vehículo, es frívolo cuanto menos.
Si se legitima la violencia para defender las ideas, ¿no estamos legitimando a Tejero en el 23F? Parece absurdo hablar de violencia para referirse a unos jóvenes que desarmados se enfrentan con tanquetas y pistolas. Violencia es que no se garantizaran los derechos constitucionales de reunión y manifestación en Génova, que no se garantizaran los derechos humanos. Sobre todo, violencia es que la gente esté muriendo de hambre, que vivan sin tener una casa y que la mayoría de la población esté condenada a la pobreza para mantener los privilegios de una minoría.
¿Qué alternativa hay a la globalización para el bien de los pueblos? Reparto equitativo de la riqueza, soberanía del pueblo sobre sus propios recursos (democracia económica) y un largo etcétera…
Qué se siente al ser un impresentable. Dínoslo tú.
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Entre el 20 y el 22 de julio de 2001 se celebró en Génova la cumbre del G8, en la que hubo violentos enfrentamientos entre los colectivos antiglobalización y la Policía, que actuó con una violencia brutal. Un manifestante fue alcanzado por un disparo de un agente y, tras caer al suelo, un vehículo policial le pasó dos veces por encima. Marco Gioliani moriría poco después, y las protestas se recrudecieron, con movilizaciones en medio mundo.

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