Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O papa Francisco demitiu nesta terça-feira a liderança completa do braço filantrópico da Igreja Católica Romana, após acusações de bullying e humilhação de funcionários, e indicou um comissário para dirigir a organização.

A medida surpreendente envolveu executivos da Caritas Internationalis (CI), uma confederação sediada no Vaticano de 162 organizações católicas de auxílio e serviços sociais que trabalha em mais de 200 países.

As demissões no nível executivo da CI, que tem mais de um milhão de funcionários e voluntários por todo o mundo, foram anunciadas em um decreto papal publicado pelo gabinete de Imprensa do Vaticano.

Uma nota separada do departamento de Desenvolvimento do Vaticano, que supervisiona a CI, disse que uma revisão do ambiente profissional neste ano feita por administradores externos e especialistas em psicologia concluiu que havia mal-estar e práticas de gerenciamento ruim na sede da entidade.

Funcionários antigos e atuais disseram à Reuters que casos de abuso verbal, favorecimento e má administração em recursos humanos levaram alguns membros da equipe a deixarem o trabalho. A CI tem sede em um prédio de propriedade do Vaticano em Roma.

“Nenhuma evidência surgiu sobre má gestão financeira ou impropriedade sexual, mas outros temas importantes e áreas de atenção urgente emergiram do trabalho do comitê”, afirmou a nota do gabinete de desenvolvimento.

“Deficiências reais foram apontadas em administração e procedimentos, prejudicando gravemente o trabalho de equipe e moral da equipe”, diz o comunicado.