(em atualização)

As autoridades detiveram esta quarta-feira cerca de 40 suspeitos de envolvimento numa rede de escravatura laboral no Alentejo.
As autoridades detiveram esta quarta-feira cerca de 40 suspeitos de envolvimento numa rede de escravatura laboral no Alentejo.© Rui Cardoso - RTP

Cerca de 65 buscas domiciliária e não-domiciliárias estão a ser realizadas na região do Alentejo, segundo confirmou a PJ à RTP.
Em causa estão suspeitas de crimes tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais. Entre os crimes destaca-se a exploração de centenas de trabalhadores estrangeiros em campos agrícolas na região do Alentejo e no centro do país. De acordo com as informações avançadas, os suspeitos enriqueciam com os ordenados das vítimas, pagos pelos empregadores.

Esta operação da Polícia Judiciária centra-se principalmente no Alentejo, nomeadamente na zona de Beja e de Cuba, com vários inspetores. Os detidos já começaram a chegar à instalações da PJ, em Lisboa, e só deverão ser presentes a juíz na quinta-feira.

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As vitimas também já começaram a ser ouvidas, sabe a RTP, como parte da investigação em que decorrem dezenas de buscas.

Segundo a PJ esta rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio.

"As várias dezenas de vítimas de nacionalidades romena, moldova, marroquina, paquistanesa e senegalesa eram contratadas para explorações agrícolas em Beja, Cuba e Ferreira do Alentejo entre outros locais", avançou a fonte.

Através de um esquema, os suspeitos contariam com a colaboração de uma solicitadora da vila alentejana de Cuba, que ajudava na criação de empresas fantasma e falsificação de documentos.

As alegadas vítimas são migrantes que entraram de forma ilegal em Portugal para trabalhar em explorações agrícolas. A rede manteria estes cidadãos estrangeiros num regime de escravidão, sem acesso a grande parte do salário, debaixo de ameaça de violência física e trabalhos forçados.
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Nos países de origem, as vítimas seriam atraídas com a promessa de uma vida melhor em Portugal, com direito a casa, condições de trabalho e salários dignos. Mas tudo não passaria de uma armadilha de uma rede organizada, que funcionava a partir do distrito de Beja, com membros do Leste da Europa, mas também da Índia, Paquistão ou Timor.

A investigação da PJ iniciou-se há cerca de um ano e teve como foco a angariação por esta rede criminosa de trabalhadores estrangeiros com a promessa de emprego e habitação.