Arménio Carlos desafia PCP a "corrigir" posição sobre a Ucrânia ou vai "queimar em lume brando"
O ex-secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, desafiou esta quinta-feira o PCP a “corrigir” a posição sobre a Ucrânia, sob pena de o partido ser “queimado em lume brando”, e considerou que os resultados eleitorais deveriam ter sido mais discutidos.
“Aquilo que eu sinto, aquilo que me dói, aquilo que me custa, é que na sociedade portuguesa, com esta situação [a posição sobre a guerra na Ucrânia], o PCP continua a ser queimado em lume brando. É isso que eu não quero, porque não é isso que está na origem das posições do partido”, advogou o antigo membro do Comité Central do PCP, que deixou este órgão em 2020, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, divulgada esta quinta-feira.
E acrescentou: “Quando alguma coisa não corre bem, nós também temos de dizer [que] não correu bem, não era aquilo que pensávamos, corrigir. Acho que o partido devia fazer isso.”
Ainda assim, completou Arménio Carlos, nas “últimas intervenções” o novo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, “já deu mais algumas nuances”.
Em entrevista à Lusa, divulgada na quarta-feira, Paulo Raimundo comparou a Rússia a um “cão atiçado” pelos Estados Unidos, NATO e União Europeia, e recorreu até a uma história da sua infância para o ilustrar.
“Tenho um amigo de infância e a determinada altura ele tinha um cachorrinho. Então a brincadeira que se montou – que era uma coisa completamente absurda – era três crianças que à vez atiçavam o cão. […] Esse meu amigo, que era o dono do cão, quando foi a vez dele de fazer esse movimento de atiçar o cão, o cão deu-lhe 20 e tal dentadas. Ao dono! E a pergunta é: a culpa é do cão? O cão é culpado desse ato?”, sustentou Paulo Raimundo.
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