Novo vídeo adensa mistério sobre remoção forçada do ex-Presidente Hu Jintao do Congresso do Partido Comunista da China
A incerteza sobre o que motivou a escolta do ex-Presidente Hu Jintao para fora do Congresso do Partido Comunista da China tem gerado especulação. Novas imagens sobre os momentos anteriores à sua saída mostram que lhe foi retirada uma pasta com documentos
Surgiram novas imagens dos momentos que antecederam a saída do antigo Presidente Hu Jintao da sessão de encerramento do Congresso do Partido Comunista da China. Um vídeo divulgado pelo Channel News Asia mostra Li Zhanshu, membro cessante do comité permanente do Politburo, a retirar uma pasta vermelha com papéis das mãos de Hu.
Também se vê o líder do partido e Presidente chinês, Xi Jinping, a dar indicações a um dos funcionários que depois escoltam Hu para a saída do Congresso. Já tinham sido divulgadas as imagens que mostram o que aconteceu depois deste momento.
Quando um funcionário tentou que Hu se levantasse, este pareceu resistir. Quando acabou por ser escoltado, ainda se debruçou para dirigir uma palavra a Xi, que não estabelece contacto visual mas acena. Hu também deu um toque no ombro de Li Keqiang, que está de saída do cargo de primeiro-ministro e do Politburo.
As explicações sobre o episódio – que foi alvo de censura na China – divergem. Por um lado, surgiu especulação de que se tratasse de uma demonstração de poder político por parte de Xi. Por outro, a agência estatal Xinhua justificou a saída de Hu com problemas de saúde e disse que os funcionários o acompanharam para uma sala próxima do local da reunião “para descansar”.
Neste congresso tanto o primeiro-ministro Li como o presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Wang Yang, foram afastados do topo do Politburo. Ambos são de uma fação partidária diferente da de Xi.
Weng-ti Sung, da Universidade Nacional Australiana, disse à BBC que as novas imagens continuam sem esclarecer o que aconteceu. Destacando a ordem que marca eventos da importância de um Congresso, admite que Hu estivesse fora de controlo. A saída repentina “parece estranha e é isso que justifica muitos rumores”, mas, ressalva, “não significa que o rumor ou a especulação sobre uma purga estejam necessariamente corretos”.
Benjamim Herscovitch, investigador na mesma universidade, indicara anteriormente à Reuters que o episódio “provavelmente diz mais sobre o ambiente de informação da China do que sobre qualquer luta de poder dentro da elite política chinesa”.
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