Alvo da contraofensiva ucraniana das últimas semanas, Kherson é agora vista por Kiev como futuro palco da "mais dura das batalhas". Foi com estas palavras que o conselheiro presidencial de Volodymyr Zelenskyy, Oleksiy Arestovych,admitiu, esta quarta-feira que, depois da reconquista de várias localidades no sul do país, as tropas russas recuaram, mas não abandonaram a região. De acordo com as autoridades ucranianas, Moscovo estará mesmo a reabastecer-se e a reforçar meios para manter a resistência.

Milhares de civis estão a ser deslocados na região Kherson, Ucrânia, ocupada pela Rússia
Milhares de civis estão a ser deslocados na região Kherson, Ucrânia, ocupada pela Rússia© AP/Copyright 2022 The AP. All rights reserved

O governador de Kherson nomeado pela Rússia anunciou entretanto que cerca de 70 mil civis na região foram agora deslocados da margem direita do rio Dnipro para a margem esquerda.

Kherson, a maior cidade ucraniana nas mãos da Rússia e uma das primeiras a ser tomada após a invasão, é considerada um ponto estratégico para os dois lados da batalha. 

Moscovo convocou já para a linha da frente alguns dos reservistas da mobilização parcial e as autoridades pró-russas criaram na região uma milícia composta por homens excluídos da retirada da população.

Através de uma videoconferência, o presidente russo Vladimir Putin assistiu, esta quarta-feira, a uma simulação de um ataque nuclear em massa com exercícios militares programados. 

Por outro lado, o Kremlin mantém que a Ucrânia planeia detonar uma "bomba suja", com material radioativo. No entanto, o governo da Eslovénia denunciou que as imagens usadas pelo ministério russo dos Negócios Estrangeiros para comprovar as acusações datam de 2010, pertencem à Agência Eslovena de Resíduos Radioativos e foram usadas sem autorização.

Na UcrâniaVolodymyr Zelenskyy diz que, de acordo com os serviços secretos nacionais, a Rússia usou já cerca de 400 drones-bomba iranianos contra a população.