sexta-feira, 19 de outubro de 2018

OBSERVADOR

Quinta-feira, 18 Outubro 2018

Por TIAGO PEREIRA
Editor de Cultura

Ao longo da minha existência pensei em seguir várias carreiras profissionais. Julgo que já fiz uso deste espaço para falar daquela altura em que o meu sonho era ser motorista de autocarros. O motivo era simples: um autocarro é um veículo grande e isso, para uma criança pequena, é um desafio interessante. A pancada passou-me depressa, mas tive outras. Passo a elencar algumas:

Caixa de supermercado: não consigo explicar muito bem isto. Recordo a atenção com que olhava para aquelas máquinas que reconheciam os códigos de barras. Parecia-me tudo muito divertido, passar objetos por um mecanismo que apitava e fazia aparecer uns números num visor. Enfim…

Quis ser gasolineiro, porque o meu irmão, que é mais velho, também queria e a razão era a melhor: naquele tempo, os senhores que trabalhavam nas bombas de gasolina andavam sempre com umas bolsas com muitas notas. Desisti da ideia quando percebi que o dinheiro não era deles;

Piloto de aviões: porque o meu pai trabalhava no aeroporto. Achava eu que também ele era piloto. Não era. Foi uma grande desilusão;

Rockstar. Porque sim. Porque todos queremos ser rockstars. Todos. Em princípio, é a melhor profissão do mundo. Ainda hoje penso assim, pelo menos de vez em quando;

E pelo meio de todas estas opções, terei eventualmente ponderado a hipótese de ser proprietário (#risos) ou gerente, vá, de um restaurante. Ou de um bar. Ou que um qualquer estabelecimento ligado ao campeonato da restauração. Porque me parece bonito, ter um espaço que junta pessoas e proporciona bons momentos, um daqueles sítios onde acontecem coisas de boa memória e conversas que fazem a diferença.

Mais um motivo: ser responsável por um sítio que faz história. Um estabelecimento que dura décadas e décadas. A Antiga Casa Faz Frio, em Lisboa, tem um currículo feito sobre essa filosofia. Uma casa com mais de cem anos, que teve muito bom português (e não só) à mesa, muitas vezes à espera do bacalhau, um dos pratos clássicos daquela casa. Depois de uma temporada encerrada, a Faz Frio reabriu, remodelada mas com vontade de seguir o caminho trilhado desde sempre. E isso é bom de ver, mais ainda quando por estes dias as transformações costumam levar este tipo de espaços para ambições totalmente distintas das originais.

A Ana Cristina Marques foi conhecer o espaço, falou com quem de direito e conta tudo aqui. E se algum leitor, nem que seja só um, se sentir inspirado em fazer carreira nesta área de negócio, isso para nós será um encanto.

Até para a semana.

PS: acho que também já aqui escrevi sobre como nunca poderia fazer nada no mundo da moda. Ao contrário do Mauro Gonçalves, que sabe mais disto que eu e vocês todos juntos. Já agora, ele está no Portugal Fashion, que já começou. Fiquem atentos durante os próximos dias.

PARA FAZER

CINEMA

Quatro filmes para ver esta semana

Um drama com Glenn Close e Jonathan Pryce, "Pedro e Inês", do português António Ferreira, um filme espanhol e "O Primeiro Homem na Lua", são as escolhas desta semana de Eurico de Barros

CINEMA

Cinema: Dez escolhas para mergulhar no DocLisboa

Filmes portugueses, chineses ou romenos, sobre música, cineastas, Lisboa, regimes totalitários, etc. Eurico de Barros seleccionou uma dezena de títulos do DocLisboa, que decorre de hoje até dia 28.

TEATRO

"Gostava de ser boa, mas como é que pago a renda?" /premium

A pergunta não é da atriz, é da personagem que interpreta em “A Boa Alma de Sé-Chuão”, de Brecht, no Teatro de Almada. Mas onde acaba a ficção e começa a realidade? Uma entrevista antes da estreia.

PARA COMPRAR

BELEZA E BEM ESTAR

O futuro da cosmética pode ser amigo do ambiente?

Há uma nova marca cuja embalagem se transforma numa árvore. Mas isto é só a ponta do iceberg num momento em que se espera que a sustentabilidade não seja apenas uma moda, mas que se torne o padrão.